Runas
Runas
Flocos de neves espalhou-se sobre as mesas centrais do salão principal, quando o correio coruja adentrou o local.Rose acompanhou com seus olhos uma coruja minúscula que vinha ao lado de uma grande e negra, a segunda pousou defronte ao seu primo, quem lhe deu um aceno animado acompanhado por Scorpius, e enquanto ela retribuía a saudação matutina, a pequena coruja pousava sobre a mesa da sonserina, trazendo em sua pata uma pequena caixa.
-Não me venha dizer que essa é a sua coruja.-Comentou Hunter em tom zombeteiro, dando a coruja um pedaço de pão.
-Na verdade é do meu pai.-Respondeu-lhe voltando sua atenção para a coruja.-ele sempre achou que ela cresceria, mas nunca aconteceu isso.-Informou-lhe com um sorriso amável no rosto.-Mas acho ela mais bonitinha assim.
Hunter não disse mais nada, apenas deu uma risadinha em direção a coruja.
Rose pegou a mesma e retirou a caixa marrom que esta trazia.
-Já esta recebendo presente de Natal?-Perguntou Karin ao se sentar defronte as duas.
-Sabe Balokov é bom ter educação de vez em enquanto, ainda se usa o cumprimento ‘bom dia’.-Disse Hunter de forma fria.
-O que seria de mim sem você senhorita educação.-Caçoou Karin, pegando um pedaço de bolo.-Bom dia meninas, então Rose, esse ai já é o seu presente de Natal?- Perguntou-lhe a recém loira, a encarando.
Rose olhou a amiga e deu um sorriso, dando uma risada em seguida, era estranho vê-la de loira, ficava incrivelmente esquisito por conta da tonalidade de pele da menina, por essa razão que quando esta deixava seus cabelos negros ou vermelhos ficava uma harmonia belíssima em se ver.
-Bom dia Karin, eu já lhe disse que ruivo é melhor não?
-Eu tentei mudar, mas não estou conseguindo.-Disse a menina de forma deprimida.-Teve ser porque descobri que ficarei aqui no natal, eu queria ir tanto para casa da minha tia Marieta, é tão bom lá.-Comentou tristonha.-Mas eu me recupero disso logo.
Rose adorava o jeito de ser da pequena Balokov, a menina era tão alegre e viva, combinando perfeitamente com seu dom, tudo bem que ela às vezes era tão fria, em especial com seu primo e com Scorpius, porem a sua qualidade de ser amiga superava tal defeito. E esta era tão diferente da loira sentada ao seu lado, cuja qual era de uma família de linhagem pura, e de grande status na sociedade bruxa, por conta disso que ela era mais reservada, e gostava de seguir regra por regra de sua casa, retirando, é claro, a nova regra, aquela qual se reveria Rose Weasley. Coisa que alegrou e muito a ruiva, já que Hunter se mostrou uma grande amiga, mesmo que não sendo tão acolhedora que nem Karin era uma menina ate que doce e amável.
Rose sorriu ao se lembrar da sorte que teve em conhecer as duas, e depois voltou a sua atenção ao pacote, cuja mensageira da mesma ainda comia diante de si.
-Ela não conseguira voar de volta assim, ficará gorda.-Caçoou Karin, olhando para o mesmo lugar que Rose.
-Deixa a ave comer, a viagem sem duvida foi cansativa. E você deveria coloca-la no corujal a fim dela descansar Weasley.-Falou Hunter cariciando a coruja.
-Irei levar sim, só deixa-me ver o que ela trouxe.
Dito isso, ela desamarrou o cordão amarelado em torno da caixa, e depois retirou o papel, vendo diante de si uma caixinha de madeira pintada de vermelho com pequenos pingos azuis, e sem mais demorar abriu o suposto presente, vendo dentro do mesmo um envelope vermelho e antes mesmo de falar algo, Hunter com uma voz aguda anunciou do que se tratava.
-Oh è um berrador!
Rose viu o envelope sair de dentro da caixa e sobrevoar a mesa, vendo todos do salão principal lhe lançar um olhar curioso, enquanto Karin, Juliane Hunter,Alvo e Scorpius a olharem numa mistura de compaixão e medo.
-SUA MÃE ACHA QUE NÃO DEVERIA TER MANDADO O PRIMEIRO BERRADOR, E MUITO MENOS DEIXAR QUE VOCE VENHA PARA CASA SEM ANTES LHE PEDIR DESCULPAS, EU SEI QUE VOCE TEM CAPACIDADE SUFICIENTE DE SER UMA OTIMA ALUNA, E SER UMA WEASLEY, NÃO IMPORTE QUE CASA ESTEJA, POIS O SEU SANGUE, MESMO ESTANTO NA SONSERINA, AINDA É DE UM GRIFINORIO, CUJO QUAL É O QUE LHE FARÁ SER A DIFERENÇA ENTRE OS DEMAIS...COM AMOR PAPAI.
Em seguida o berrador se contorceu e as cinzas do mesmo caíram em cima da mesa, Rose tinha uma expressão de susto no rosto, enquanto seus amigos sorriam para ela, dando-lhe uma sensação boa que enfim tudo estava bem.
Os demais alunos ignoraram a existência dela, em especial os sonserinos, como sempre faziam e voltaram para seus afazeres diários, enquanto seus olhos brilhando olhava dos meninos para meninas, e depois para mesa dos professores, onde McGonnall, Hadrig e Neville lhe sorriam.
-Bem pelo menos todos sabem a opinião de seu pai.-Brincou Karin depois de um tempo.
-É verdade, mas eu ainda preferia que fosse uma carta normal.-Disse ela ainda com seu rosto vermelho.-E tenho que admitir, ele foi inteligente, porque se tivesse visto que era um berrador sairia correndo daqui, sem duvida ele queria que todos ouvissem o que ele tinha a dizer.
-Meio estranho da parte dele, mas foi bem encorajador, um apoio e tanto para você não se preocupar com a casa que ocupa.-Comentou Juliane com seu típico jeito serio.
-Realmente, bem agora irei levar a Pichí para o corujal, vejo vocês mais tarde, iremos fazer as tarefas, não é mesmo?
Karin revirou os olhos e Juliane bufou.
-Qual é gente, temos que estudar, ainda tem a tarefa de feitiços para fazer.
-Granger a tarefa é só para depois do feriado, temos quase três semanas.-Resmungou brada a loira deixando de lado o seu suco.
-Eu sei, mas temos que deixar tudo organizado, quando antes melhor.-Disse ela incrédula.
As duas meninas se olharam em cumplicidade, e em uníssono as duas falaram.
-Não queremos nos preocupar com tarefas! Hoje é sábado!
Rose se sentiu ofendida com o que ouvira e se retirou dali em passos duros, com a minúscula ave numa mão, e a caixinha vermelha na outra.
-Ora essa agora.-resmungava ela enquanto caminhava para o corujal-Só porque é sábado, não quer dizer que não se teve fazer lição.
-Sempre gostei desse seu pensamento.
Rose virou-se assustada em direção da voz, vendo perto de uma das portas de uma das salas daquele andar, um homem alto trajando uma elegante vestimenta bruxa na cor preta.
-Senhor Witter, que susto.
-Desculpa-me senhorita Weasley, não era a minha intenção assustada-la.
-Tudo bem senhor, tenho que levar a minha coruja ate o corujal.-informou mostrando a pequena ave.-Ate mais ver senhor.
-Espera um minuto senhorita.
A menina que tinha dado dois passos parou onde estava se virando para o homem, lhe olhando intrigada.
-Fiquei sabendo que sua mãe lhe ensinara Runas Antigas, matéria essa que mais gostaria de cursar aqui em Hogwarts, é verdade?
-Sim senhor, mas infelizmente essa matéria é só para os terceiros em diante.-confirmou tristemente.
-Não sei se a senhorita sabe, mas eu lecionava Runas Antiga.
-Não senhor, eu definitivamente não sabia.
-Agora sabe.-Disse sorrindo.-E gostaria de saber se estaria interessada em cursar tal curso comigo, seria para mim uma honra ensinar para uma aluna tão aplicada como a senhorita.
Rose ruboresceu no mesmo momento, sorrindo sem graça na direção do mestre.
-Bem seria uma honra!
-Perfeito então senhorita deixo em sua mão o dia e horário das aulas.
-Ehh...Pode ser aos sábados mesmo, como minhas colegas de casa preferem ficar fazendo não sei o que, no lugar de me acompanharem nos estudos, acho que seria uma boa ter algo para estudar, e o horário eu acho melhor o senhor escolher.
-Excelente, nossa primeira aula será semana que vem ás quatro horas, com finalização no horário do jantar, ou seja, teremos maravilhosas três horas para estudar Runas Antigas.
Rose ficou incrivelmente empolgada com aquilo, era por mais maravilhoso na opinião dela aprender runas antigas com o professor, que apenas em três meses se tornara o seu predileto.
-Está perfeito o horário senhor, ate mais.-Acenou alegre e seguiu para o corujal, finalmente tudo estava ficando ainda melhor...
A semana que se seguiu foi incrivelmente atarefada para pequena Weasley, que tinha colocado na cabeça que tinha que dá presentes para todos os Weasley, Potteres, sem falar no Malfoy, na Balokov e na Hunter. Por conta disso, que ao chegar o sábado, depois de horas e horas empenhada naquela semana no tricô que aprendera com a mãe, ela resolveu simplesmente descansar, ate porque queria está totalmente disposta para aula de Runas Antigas, qual seria a sua primeira aula e ultima antes do feriado, já que no dia seguinte, todos deixariam Hogwarts para irem para suas casas.
Rose dirigiu-se em passos lentos para sala de aula vazia, aonde ela e os meninos normalmente iam para conversarem, já que na biblioteca isso era impossível e na lagoa com o frio que fazia era quase a morte ir para lá.
Quando ela abriu a pesada porta de madeira escura, viu Scorpius e Alvo sentados um em cada cadeira, e um tabuleiro de xadrez sobre uma mesa, porem sem peças.
-Vão jogar?-Perguntou ela fechando a porta.
-Não, terminamos a quarta partida agora. Estávamos pensando em ir de procurar.-Respondeu Scorpius com um semblante de preocupação no rosto.
-Aconteceu alguma coisa?Os sonserinos voltaram a mexer com você?-Foi a vez de Alvo se mostrar preocupado.
-Oh não, longe disso, eu só estava cansada e acabei acordando mais tarde.-respondeu ela sorrindo.-Então o que pensam em fazer hoje?
-Sinceramente? Nada.-Respondeu Scorpius se largando na cadeira.
Rose deu um sorriso, e sentou diante dos dois, olhando de um para o outro.
-Mas deveríamos fazer alguma coisa, afinal esse é o ultimo sábado que ficaremos juntos antes do feriado de Natal.-Disse a menina se levantando -Guerra de neve!-Gritou ao puxar os dois.
Estes animados com a empolgação da amiga se levantaram, seguindo ela castelo a fora. O gélido vento tocou a face dos três, porem eles não se se intimidaram com o mesmo, com suas mãos cobertas por luvas, começaram a fazer bolinhas de neve, a primeira a ser a acerta foi Rose, enquanto ainda enrolava uma bolinha.
-Assim não vale.-Disse rindo para Scorpius, que era certado naquele instante por Alvo.
-Isso porque você acertou a Rose.
A ruiva aproveitou que os dois se olhavam, e jogou uma bolinha em cada um.
-Traidora!-Gritou Alvo correndo atrás dela.
Ela saiu correndo, Alvo logo atrás de si, enquanto Scorpius se jogava na camada fofa de neve.
Rose parou, fazendo Alvo se encontrar com ela, e os dois caíram na neve, rindo um da cara do outro.
-Vocês saem assim e nem me chamam.
Rose olhou para cima e um largo sorriso cobriu o seu rosto, vendo Victorie e Tiago.
-Eu procurei por vocês.-Defendeu-se Alvo se sentando sobre seu calcanhar.-Mas não os encontrei.
-Então vocês merecem isso.
Victorie pegou a sua varinha e sem pronunciar uma palavra se querer, fez varias bolinhas de neve acertando-os.
Rose levantou e saiu correndo em direção ao Scorpius, seguida por Alvo, Victorie e Tiago, e um monte de bolinhas de neves.
-Socorro.-Disse ela ao se aproximar do loiro, o menino se levantou e a puxou para trás de uma arvore ali perto.
-Assim não vale, ela não pode usar feitiço.-Resmungou Scorpius.
-Também acho, mas isso ficou bem mais divertido assim.
O loiro olhou para menina e deu um largo e alegre sorriso ao ver o entusiasmo dela.
Rose pegou a sua varinha e apontou para neve, e num movimento giratório e após pronunciar um feitiço, varias bolinhas de neve se formaram, e antes mesma dela manda-las contra os demais jogadores, varias bolinhas acertaram ela e Scorpius, enquanto Alvo se juntava ao dois.
-Ganhamos!-Gritou Tiago, rindo em seguida junto com Victorie.
-Não iria contando vitória antes do tempo, se fosse você.-informou Rose antes de mandar varias bolinhas para cima dos dois, que foram acertados por não estarem esperando pelas mesmas.
-Isso mesmo Rose!-festejou Alvo.
Scorpius seguiu o exemplo da amiga, e lançou várias bolinhas feitas com a neve.
-Hey! Assim não vale, faça alguma coisa Tiago.-Disse a loira se defendendo com os braços.
O menino pegou a sua varinha e num gesto rápido gritou.
-IMPENDIMENTA!-Todas as bolinhas que vinham em sua direção e de Victorie se ricocheteou e voltaram para direção ao trio.
Rose abaixou-se atrás de Scorpius, e Alvo atrás dela, enquanto o grifinorio tampava o rosto com o braço, sendo atingido em seguida pela neve fria e molhada.
-Somos alunos do primeiro ano, vocês deveriam ser mais bonzinhos.-Disse entre risos o loiro, que voltava a fazer bolinha de neve.
-Nem vem com essa! Vocês têm a Rose, e a mesma vale por nos dois e mais um pouco.-Disse Tiago ajudando Victorie a fazer mais bolinhas.
-O Tiago tem razão.
Rose sorriu para o loiro, e esse retribuiu o mesmo.
-Então vamos mostrar a nossa arma secreta.-Riu-se Alvo.
A ruiva olhou para os dois, e fez o que tinha feito antes, fabricando varias bolinhas de neve e com um aceno preciso da sua varinha jogou todas contra os outros dois, pegando-os novamente de surpresa.
-Ah desisto.-Disse Victorie se jogando de costas na neve.-Eles venceram Tiago.
Os outros três saíram de perto da arvore, já festejando, quando Tiago com sua varinha lançou as bolinhas que ele e sua prima fizeram.
-Pronto assim estamos empatados.
Os cincos começaram a rir, e por fim resolveram acabar o jogo ali mesmo, pois da forma que caminha as coisas seria impossível determinar quem ganharia, já que a cada segundo uma nova estratégia surgia.
Rose se despediu dos primos e do amigo, momento depois a fim de ir se arrumar e ir para primeira aula de Runas Antigas, aula que estava a empolgando dês da conversa com o professor.
Ela entrou no salão comunal da sonserina minutos depois e seguiu em passos rápidos em direção ao dormitório, vendo Karin e Hunter num canto do salão comunal jogando alguma coisa, e vários outros grupinhos conversando distribuídos pelo local. Ela deu um aceno para meninas, quando essas olharam para ela, e depois passou pela passagem do dormitório feminino se dirigindo ao quarto do primeiro ano, onde trocou de roupa e em seguida pegou as suas coisas a fim de ir logo para sua aula.
Ao sair do dormitório e retornar ao salão comunal, ela viu Hunter sozinha olhando para o teto, enquanto Karin conversava com seu irmão mais velho.E a loira quando viu a ruiva deu um pulo de onde estava sentada e se dirigiu à mesma.
-Não me diga que irá para aula com o professor Witter.
-Vou sim, então vocês vão querer ajuda na tarefa de feitiços?-Perguntou ela com um sorriso no rosto, pois ouvirá as meninas comentar na calada da noite, evitando ao máximo que a jovem Weasley a ouvissem, que estavam totalmente perdida naquela matéria.
-Bem não sei a Balokov, mas eu iria adorar a sua ajuda, seria para mim maravilhosa.-Disse a menina sorrindo.
-O.K então, após o jantar então ajudarei as duas na matéria.
Rose saiu dali, sem ao menos se despedir de Karin, que estava com um rosto serio, ouvindo atentamente o seu irmão.
A ruiva seguiu para biblioteca, onde ao entrar viu o professor sentado á mesa do fundo, tento a luz do sol de inverno sobre si, refletindo seus cabelos loiros. Rose andou em direção a ele devagar, viu a bibliotecária arrumando alguns livros, que sem duvida era de alguns dos alunos esquecidos, e deu-lhe um breve oi, que a mulher lhe retribuiu com um sorriso. Seus passos ecoavam no recinto, que ate aquele instante tinha apenas o som da Madame Pilkiner guardando os livros.
-Boa tarde senhorita.-Cumprimentou o homem guardando um pedaço de pergaminho velho dentro da sua bolsa de couro de dragão.
-Boa tarde senhor Witter.
-Bem senta-se, para começarmos.
Rose fez o que ele pediu e colocou sobre a mesa os dois livros de runas antiga que sua mãe lhe dera e alguns pergaminhos.
-Hum, ótimos livros.-Comentou o professor olhando os livros sobre a mesa.-vamos começar!
Um silencio espalhou-se pelo local, quebrado somente por Rose e Witter sussurravam sobre a matéria, ou pela Madame Pilkiner ainda arrumando o recinto. Porem conforme o sol perdia o seu esplendor do lado de fora, a biblioteca se tornava mais escura, apenas sendo iluminada por pequenas tochas postas nas paredes, e com o cair da noite, a bibliotecária deixou o local, sem que os dois percebessem tal coisa.
O vento batia contra uma janela entreaberta, trazendo junto a ele o frio do inverno que encobria toda a Europa, deixando o ambiente acolhedor da biblioteca como algo ilusório. Contudo isso não era percebido pelos os dois únicos ocupantes do local, que tinham suas atenções num pergaminho com escritas estranhas para aqueles que não entendessem nada de Runas antigas. Diferente, é claro, para Rose e senhor Witter, que estavam tendo grande sucesso em traduzir cada frase do conteúdo ali do papel.
-Creio que aqui signifique ‘unificação’, certo?-Perguntou Rose apontando um símbolo no canto esquerdo da folha.
-Quase, é unificando.-Corrigiu Eduard Witter, anotando debaixo da figura apontada pela garota.-Viu tem esse traço dentro do circulo?-Apontou o símbolo.-Quando há esse traço dá a idéia de ando, endo, indo, nas runas.
Rose anotou o que o homem acaba de falar num pergaminho à parte, e quando iria falar mais alguma coisa referente ao texto que estavam traduzindo, uma bolinha brilhante enlouquecida começou a sobrevoar a mesa freneticamente.
Senhor Witter acompanhou-a com os olhos e com um sorriso voltou-se para Rose, quem olhava a luz com um sorriso.
-Ela saiu da ponta da sua varinha, certo?-Perguntou Rose se virando para o professor, quem assentiu com a cabeça.-E creio você utilizou um feitiço para realizar isso quando acabasse o horário da nossa aula, correto?
-Correto, imagino que você saiba utilizar esse feitiço?-Perguntou o professor, fechando os livros que utilizara na aula.
-Bem nunca tentei, mas sei na teoria, li um livro de feitiços avançados de mamãe.
-Vejo um fabuloso futuro para você garota, uma menina extremamente inteligente, esperta, determinada e estudiosa, sempre conseguirá o que quer.
Rose sentiu o seu rosto queimar, e para não ficar encarando o homem, resolveu prestar atenção nos pergaminhos que estava guardando.
-E como a senhorita tem tais qualidades, não ira reclamar se eu lhe ter algo para estudar, certo?
-Certo.-Disse olhando para ele com os olhos brilhando.
O homem abriu a sua bolsa de couro de dragão e retirou de dentro do mesmo uma folha contendo dois símbolos de runas, entregando a mesma para Rose.
-Esses símbolos não representam palavras, mas sim idéias. Um grande desafio há de vim com isso senhorita, já que terá que pesquisar muitas coisas a fim de ter sucesso com o entendimento dessas figuras. Mas você terá duas semanas pela frente e tenho a plena certeza que conseguirá fazer tudo isso, não?
-Sem duvida.-Disse Rose se sentindo incrivelmente desafiada, e isso era um ponto fraco e ao mesmo tempo forte dela, já que quando mais desafiada ela sentia, mas ela buscava entender a matéria em si, conseguindo sempre ter êxito.
A menina olhou os dois símbolos, nenhum dos livros que sua mãe lhe dera continha àquelas figuras e muito menos lembrava dos mesmos em outro lugar, e sentia que o desafio seria grande afinal, e isso a deixou ainda mais empolgada.
-Já me vou, boas festas senhor Witter.
A menina não sabia se deveria abraça-lo, por conta disso que apenas estendeu a mão na direção dele, quem aceitou com grande alegria.
-Boas festas menina Weasley.
Após o rápido cumprimento, Rose se retirou da biblioteca, seguindo então para o grande salão, onde se juntaria aos meninos na mesa da grifinoria, como fazia em todos os jantares.
-Demorou hein.- Censurou Scorpius qualquer tipo de cumprimento da sonserina quando esta se juntou á ele e Alvo na mesa da Grifinoria.
-Esqueceu que tive a minha primeira aula de Runas?-Indagou Rose se sentando, ignorando os rostos de alguns grifinorios de indignação em sua direção, daqueles que ainda não se acostumara com a sua presença.
-Não, eu não me esqueci, só que o fator ‘ estarei lá antes do jantar’ teve ter escapado da sua mente num dos momentos que ele te ensinou algo dessas coisas de runas.
-Não seja bobo Malfoy, só me atrasei um pouco.-Disse-lhe amável.-Então o que fizeram com o resto do dia de vocês?
-Nada de mais, só acompanhamos a Victorie ate o corujal.-Respondeu Alvo num tom cansado, qual se tornou num sussurro, obrigando Rose se inclinar sobre a mesa a fim de ouvi-lo.-Ela mandou uma carta em resposta da Carta de Ted.
-Oh que novidade.-Disse Rose revirando os olhos, enquanto Scorpius dava um sorrisinho.-Às vezes mandamos carta em respostas de outras sabia Alvo, você o faz quase todas as semanas para seu pai, não é verdade?
-Desculpa-me por não ter algo melhor para se fazer, como o Tiago.- Resmungou fechando a cara.
Rose intrigada olhou para Scorpius, quem deu de ombro.
-O que você quer dizer com isso Al?
-Oras, o que poderia, eu sou o Alvo serevus ‘fracassado’ Potter esqueceu disso é?
Rose estava completamente perdida naquilo tudo, ela se sentia como se estivesse numa vida paralela, onde diversas informações estavam na mente de outra Rose Granger Weasley, cuja qual ela ocupara o lugar.
-Al é serio, eu não estou entendendo nada, tem como me explicar?
-Para que? Para me humilhar como sempre, para mostrar mais uma vez que sou abaixo de Tiago, e que não mereço a Grifinoria?-Vociferou ele ao se levantar, jogando os talheres sobre seu prato semivazio.
Ela olhou para Scorpius, que olhava em direção a Barão Sangrento, fantasma da sonserina, como se esse se tornara incrivelmente interessante.
-você sabe do que ele está dizendo?
-Sei.- Disse sem muita emoção encarando em seguida a sua comida.
Rose lançou-lhe um olhar de quem diz ‘ então diga’, mas o grifinorio nada disse.
-O.K, o senhor ali dá um ataque, e nem posso saber o porque.
-E para que você quer saber, ah vai cata coquinho Rose.
A ruiva viu ele sair dali, e o seguiu com os olhos enquanto sai do salão principal.
-Isso passa, ultimamente ele anda assim, não lhe falei não é? As nossas brigas?-disse Scorpius olhando da porta do salão para Rose, ambos ignorando os olhares que os observavam.
-Não.
-Então, qualquer coisa que eu diga ou faço e motivo para discussão, acho que isso tem alguma coisa a ver com Tiago pegando no pé dele, o mesmo às vezes conversa conosco sobre suas supostas aventuras na floresta proibida, e Alvo não se demonstra tentado em seguir o exemplo do mesmo, o que faz o Tiago caçoar dele, dizendo-lhe que um Malfoy ‘eu’ é mais corajoso e digno da Grifinoria do que ele.
Rose deu um suspiro frustrado e olhou para seu primo sentando na outra extremidade da mesa, onde estava com seus amigos.
-Às vezes o Tiago exagera mesmo, queria que ele parasse com isso...Depois eu vejo o que eu faço em relação á isso.-Disse ela pegando um pouco de comida.-Estou faminta, runas dá fome sabia?
-Imagino que sim.
Os dois deram uma risada gostosa, e Rose em seguida pegou as comidas que mais gostava. Enchendo o seu prato.
-Então seu pai mandou algo hoje?-Perguntou ela depois de um tempo, mesmo sabendo que o assunto não era de todo o agrado do grifinorio. Já que o menino recebera dois dias após que estavam em Hogwarts, uma carta de seu pai, curta e objetiva, ‘você sujou o sobrenome Malfoy’. E deste então não recebia mais correspondência de seu pai, às vezes de sua mãe, porem era ate mesmo raro isso acontecer.
-Não.- Respondeu ele friamente.
Rose se arrumou no banco incomoda, e para mudar de assunto, comentou algo sobre Finning, em relação ao corte forçado que ela teve que fazer, por conta do seu incidente na aula de transfiguração.
Scorpius e ela riram, e começaram a falar sobre diversas coisas mais, todas tirando de ambos risadas gostosas, decorrendo assim o jantar sem mau humor ou tristezas.
Quando os dois estavam saindo do salão principal, Rose conseguiu ouvir dois corvinais que adentravam o local, sendo eles Arthur Abbout do quarto ano, e Vivian Brown Lautanger do primeiro, algo sobre alguém ter ido para floresta proibida.
A ruiva olhou instintivamente para mesa da grifinoria, localizando Tiago conversando com seus amigos, aparentemente o assunto estava tão bom que ele ainda não tocara na comida, e possivelmente não sairia tão cedo dali, e logicamente não teria sido ele o aventureiro daquela noite.
A menina seguiu ao lado de Scorpius ignorando aquela informação, qual não lhe interessava, como também poderia ser falsa. Contudo algo veio a sua mente, a voz de Scorpius repetindo o que tinha dito ainda pouco no jantar.’ O que faz o Tiago caçoar dele, dizendo-lhe que um Malfoy ‘eu’ é mais corajoso e digno da Grifinoria do que ele.’
Os olhos cor de mel desviaram a sua atenção de Scorpius e correu todo o longo corredor que levava ao hall e por sua fez que morria na porta de entrada, lembrando perfeitamente a direção que Alvo tomara antes de sair de sua vista, o caminho estava longe de ser da escadaria.
Com o coração batendo a mil, e uma sufocante sensação em sua garganta, a menina encarou o grifinorio, que parou de andar ao ver o rosto pálido e assustado da sonserina.
-Algo de errado?
-Alvo...Vai ate o salão e procurar por ele.
A voz urgente da ruiva fez o menino deixar de lado as perguntas costumeiras, como ‘porque?’ ‘Tem algo de errado?’ E etc, e subiu a escada rapidamente, ultrapassando os demais alunos que subiam naquele momento.
A menina ficou ali andando de um lado para o outro, sentindo uma sensação horrível e uma vontade enorme de enforcar Tiago, afinal se tivesse acontecido o que estava na sua mente, sem duvida tinha ocorrido por conta do seu primo, mesmo assim tinha um pingo de esperança, o grifinorio poderia ter ido direto para o salão comunal.
Ela viu Hunter e Balokov passando junto com outros alunos da sonserina, e as chamou.
-Tudo bem Rose?-Perguntou Karin olhando bem para amiga.
-Oh sim, tudo sim, eu só estou esperando meu primo, bem será que podemos deixar para outro dia a ajuda na lição de feitiços?Se quiser eu faço para vocês.
As duas trocaram olhares, e Rose sabia que isso era errado, mas tinha que tirar as suas do caminho, se ambas ficassem acordadas esperando por ela poderiam estranhar e algo de pior acontecer, como a chefe da sonserina ficar ciente da sua ‘fuga’.
-Oh! seria maravilhoso você fazer por...
-Que isso Balokov?Logicamente que não precisa fazer isso Weasley, teremos duas semanas em casa, e ainda temos o correio e poderemos mandar as duvidas através de carta, não?
-Sim claro.
-Então ate amanha.
-Ate, ah tem como vocês levarem as minhas coisas para o dormitório.-Disse entregando seus livros e pergaminhos para Hunter.
-Tem sim, ate.
-Ate.
Karin deu um aceno fraco, aparentemente não gostara da idéia de Hunter, mas aquilo era sem importância para Rose naquele instante, que voltou a olhar para cima para vê o momento exato que Scorpius apareceria, ela só pedia que fosse junto com seu primo.
Minutos depois, que Rose julgara ser horas, Scorpius apareceu ofegante, seu rosto pálido estava avermelhado, e seus cabelos sempre penteados para trás, completamente desalinhados.
-Então?-Perguntou ela sem perder mais nenhum segundo.
-Ele não estava lá.
Rose agarrou a mão de Scorpius e correu em direção ao salão principal, mas este, antes que os dois adentrassem o local, parou bruscamente, fazendo a sonserina parar de chofre e quase cair.
-O que foi?
-Eu que pergunto, você vai ficar me fazendo ficar indo de um lado para outro, sem ao menos me falar o que está acontecendo?
-Você não ouviu aqueles corvinais, eles mencionaram algo sobre alguém ir para a floresta proibida, o mesmo lugar que Tiago vai e depois irrita Scorpius todos os dias por conta disso, e sem falar que ele não está no salão comunal e para piorar tudo, quando ele saiu da mesa vi perfeitamente ele indo para aquele lado.-Apontou para a porta de saída.-E não em direção das escadas.
-Então você acha que ele está na floresta proibida?-Perguntou aterrorizado o loiro.
-Acho que sim, então precisando avisar um professor...
-Não, Rose, Alvo poderá ser expulso.-Falou o menino temeroso.-É proibido entrar lá, não seria prudente avisar algum adulto...
-Não mesmo, o melhor a fazer é deixa-lo lá, não?-Perguntou numa ironia irritada.-Ficou maluco de fez?
-Lógico que não, deveríamos ir ate lá.
Um vermelho excessivo encobriu o rosto de Rose, que desejava profundamente que o amigo estivesse brincado, mas isso não parecia que o fosse por conta do rosto serio que ele exibia.
-Por Merlin, o que é isso agora, ataque de coragem?Quer mesmo entrar na floresta sem ao mesmo saber o que tem lá...
-Eu sei o que tem lá, Alvo, sabendo como ele é, consigo vê-lo sentando de baixo de uma arvore de olhos fechados rezando para que alguém apareça e retire ele de da floresta.
Rose engoliu em seco, estava deixando o fator ‘não podemos passar por cima das regras’ falar mais alto que qualquer outra coisa, contudo o que iria adiantar se os dois fossem lá, se nem conhecia a floresta e muito menos sabiam utilizar algum feitiço de defesa, pelo menos não Scorpius pelo que ela sabia.
A sonserina encostou-se na parede, parecia que seria mais simples chamar um professor e deixar que ele fizesse isso.Mas era proibido colocar o pé no terreno obscuro daquele lugar, e como Scorpius mesmo dissera, seu primo poderia ser expulso, era uma possibilidade, não era?
Ela passou a mão nervosa pelo cabelo, lembrando a carta de reconciliação antes do natal que seu pai lhe mandará, depois de três meses de silencio do mesmo, recebendo só carta de Hugo e sua mãe, quem lhe dava força, ela recebeu tal carta, qual caiu como uma luva naquele instante de decisão ‘pois o seu sangue, mesmo estando na sonserina, ainda é de um grifinorio’.
-O.K.
Scorpius deu um sorriso e ambos saíram dali com cautela, para que ninguém os visse saindo do castelo.
Quando finalmente ganharam a noite, fria e escura como todas as noites de inverno, eles correram em direção á floresta.
Ambos de mão dadas, e com as varinhas nas mãos desocupadas. Uma mistura de medo e excitação percorria no rosto de cada um, Rose conseguia lembrar das historias de seus pais sobre o tempo que Voldemort ainda era vivo, e que eles ajudavam seu tio na captura do bruxo das trevas. Porem de todas as historias que envolvia a floresta, apenas uma se destacou em sua mente, qual lembrava-se ainda vivamente que tinha sido contada numa tarde de páscoa, enquanto a maioria dos Wesleys e todos os Potteres estavam reunidos no jardim da toca. Seu pai começara a falar de um certo dia enquanto ainda cursava o segundo ano, que ele e seu tio Harry tiveram que entrar na floresta e que acabaram dando de cara com diversas aranhas todas elas de tamanhos distintos, e completamente famintas. E a ruiva lembrava muito bem da cara de assustado de Alvo ao ouvir isso, o menino chegara a ficar branco, como talvez estivesse naquele instante, se caso estivesse lembrado daquele historia, se bem que pelo lugar sombrio e de um vento gélido e arrepiante era bem capaz que estivesse com medo antes mesmo daquela historia surgir em sua memória.
Os dois ainda de mãos dadas, e agora com a ponta de suas varinhas iluminada por causa dos lumus que eles conjuraram, andavam cautelosamente entre as arvores de troncos largos e velhos, enquanto gritavam pelo nome do menino.
Rose querendo acreditar que Alvo estava bem, talvez estivesse sentado perto de uma arvore, com os olhos fechados e rezando para alguém aparecer, como Scorpius dissera, o menino não seria louco o bastante para explorar a floresta assim, seria?
Mas ele teve a idéia de ir ate ali, e porque então não teria de explorar?
Rose afastou esses pensamentos, vendo que os mesmos não lhe ajudava em nada, e seguiu floresta adentro com o grifinorio ao seu lado, tento uma maior atenção onde pisava e o que rodeava ambos, conforme a floresta se tornava mais densa e fria.
Após um longo tempo, e os pés da sonserina começou a reclamar vivamente, e por causa disso Rose resolveu parar, sentando numa pedra que tinha ali, ignorando completamente a cara de pavor de Scorpius.
-Parar, esta maluca? Temos que continuar.-Protestou ele notando que ela não se levantava.
-Estou cansada, creio que estamos por volta de uma hora andando por aqui, e nada de Alvo, sabe o que pensei minutos atrás.-Anunciou abaixando a cabeça.-Que ele pode ter ido para outro lugar do castelo, nem mesmo ter saído de lá.
-E você pensa nisso agora.-Vociferou Scorpius irritadiço.-Depois que entramos aqui, e estamos, pelo que parece bem longe, não sei lá onde, do castelo, você vem me dizer que há uma possibilidade dele está dentro do castelo?
-É uma possibilidade, isso não quer dizer que ele esteja lá mesmo.-Retorquiu ela com vivacidade.
-Quer saber de uma coisa, eu voltarei para o castelo e você continua a procurar aqui, quem achar primeiro avisa o outro.-Disse em tom de escárnio.
Rose se levantou num pulo, não para responde-lo, mas sim para iluminar uma arvore atrás do grifinorio, onde ela viu um vulto a pouco passar.
Scorpius seguiu o movimento dela, e receoso deu dois passos para trás, puxando Rose para perto de si.
-O que foi?
-Silencio.-Pediu levantando devagar sua varinha para aquela direção.
O feitiço lumus iluminou parcialmente o local, onde os dois constataram não ter ninguém, porem antes mesmo de ficarem aliviados, um barulho ecoou noite adentro, algo semelhante á pé pisando em galhos secos.
-Alvo?-Falou Rose um pouco mais alto que um sussurro.
Mais o vulto alto, e de formas grandes que saia da escuridão não semelhava nem um pouco ao seu primo, forçando-a a recuar ao lado de Scorpius, já vendo o momento que teria que sair correndo dali, ou ate quem sabe utilizar algum feitiço.
O grifinorio puxou-a no instante que o ser corpulento tornou-se visível, dando ao loiro um ar de terror no seu rosto pálido parcialmente avermelhado por causa do frio que fazia ali.
-Hadrig!-Exclamou de felicidade a sonserina.-É o Hadrig, Scorpius.-Disse ela sorrindo para ele.
-Eu sei.-Disse em tom de pavor.-Vamos sair daqui Rose.
-Não seja bobo.-Disse afastando-se dele e indo a direção ao amigo.
-O que estão fazendo aqui, vocês não deveriam está aqui fora, não acham?
-Sabemos disso Hadrig, é que...-Virou-se para Scorpius, vendo que o mesmo não lhe ajudaria em nada por conta do medo bobo que este sentia, resolveu se virar sozinha.-Alvo sumiu.-Sussorrou.
-Que Horror.
Rose ate se assustou com o grito de terror do meio gigante, era como se o mesmo estive sido mutilado, o rosto dele de aterrorizado era semelhante á de Scorpius, com a exceção que o loiro não possuía barba grande de fios pretas e brancas e desalinhada, num rosto grande.
-Calma Hadrig, achamos que ele esteja aqui.-Disse ela tentando reconfortar o homem, mesmo achando que aquilo não era um grande conforto.
-Aqui, mas o que ele iria querer aqui na floresta?
-Provar que é corajoso, eu acho.-Respondeu ela frustrada com aquilo tudo.-E estando você aqui creio que seja mais fácil acha-lo, não?
-Claro que será, eu conheço muito bem essa floresta.
-Eu sei disso, por isso mesmo que confio em você para nos ajudar.
O homem ganhou uma coloração avermelhada, e sua expressão de estampo e terror mudou para um mais vaidoso numa mistura engraçada de heroísmo.
-Então vamos, temos que encontra-lo.
Rose segurou a mão de Scorpius, quem estava relutante em sair do seu lugar, e o puxou.
-Vamos junto com ele, ou prefere continuar sozinho ai, se eu contar o que meu pai e meu tio já encontraram aqui, tenho a plena certeza que você irá ate mesmo dá a mão para Hadrig.
O grifinorio lhe lançou um olhar engraçado de amedrontado, e a seguiu sem opor-se a idéia.
Hadrig com seu longos e pesados pés esmagava os galhos que surgia na sua frente, e com seus longos e grossos braços, quebrava galhos das arvores, quais lhe atrapalhava em passar. Enquanto isso Scorpius, ainda mais assustado, apertava a mão de Rose, quem achava que se ele continuasse daquele jeito quebraria cada dedo de sua mão.
Os minutos silenciosos, quebrados somente pelos galhos quebrados pelo Hadrig, se passaram arrastando, dando a sensação aos três de que passara horas. Contudo, mesmo tendo a vaga sensação de que Alvo talvez realmente não estivesse ali, Rose continuava a seguir o homem, ignorando o tempo que já tinha se passado.
Scorpius num determinado momento sussurrou algo como ‘não seria melhor voltarmos’ para Rose, quem balançou a cabeça positivamente, afinal a sua suspeita poderia está certa.
A boca dela abriu, mas não saiu nenhum som que fosse possível ter alguma compreensão verdadeira, somente um ‘ai’, quando algo lhe atingiu.
Scorpius se afastou num susto apontando a varinha na direção dela, enquanto Hadrig, vinha ao socorro.
Rose olhou seus ombros e viu um pouco de neve, imaginando que tinha sido da arvore se virou para Scorpius para lhe informar isso, mas outro punhado de neve acertou-lhe o rosto, fazendo ela se virar, ao mesmo tempo que viu uma terceira bolinha de neve vindo em sua direção . Ela correu da onde veio a neve com a varinha em mão, vendo então atrás de um arbusto o seu primo enterrado na neve, tento apenas um dos braços para fora e a sua cabeça. Rose deu um largo sorriso de alivio e andou em direção dele.
-Não, aqui...
Mas o que tinha que ser avisado o que ali era, foi abafado com a neve que cobriu a sua boca de Alvo.A menina vendo aquilo caminhou em desespero para seu primo, sentido em seguida seus pés afundando na neve, e antes mesmo de fazer alguma coisa contra isso, a neve estava engolindo-a.
-Hadrig!-Disse Virando para o lado apenas com a cintura, no mesmo momento o gigante apareceu ali ao lado de Scorpius.-Não se aproximem!-Gritou ao ver eles andarem naquela direção.-A neve está me sugando para baixo, Alvo está aqui.
A ruiva virou-se para o tufo de cabelo e a mão estendida alguns passos de distancia dela, vendo-o naquela situação se apavorou.
-Gingante...Ehh...Ah você pega aquele galho.
Rose seguiu a mão de Scorpius, e viu sobre a cabeça de Hadrig um grosso e cumprido galho. E a menina vendo que a falta de tato do Scorpius não lhe ajudaria em nada, pediu em tom amável ao homem, que mais que de presa pegou o galho.
-Tente segurar a mão do Alvo, Rose, e você.-Se virou para Hadrig.-Leve o galho ao alcanço dela, a fim de tira-la de lá.
A sonserina esforçou ao máximo, porem o seu braço era curto demais, e agora só a mão de seu primo estava para fora, e a cabeça do mesmo ficara completamente coberta.
As lagrimas brotaram nos olhos dela, enquanto inclinava com força o seu corpo para frente. Ela sentiu que algo entrara ali, e ao olhar para trás, viu o meio gigante, e para seu desespero o peso dele afundava ainda mais rápido naquela neve.
-Sai daqui Hadrig, sai!-Ordenou ela com veemência.
Mas o gigante não lhe deu ouvido, ele inclinou-se para frente, e com o galho que trazia em sua mão á levou ate a de Alvo, quem a agarrou rapidamente.
O meio gigante com apenas um puxão retirou o menino de lá, enquanto Rose sentia seu corpo se afundar ainda mais na neve, em poucos segundos sua cabeça estava imerge na neve.
Mas ali ela não sentia frio, ao contrario, estava quente, e sem falar de um clarão que conseguia ver a baixo de seu corpo.
Era uma sensação estranha aquela que invadia o seu corpo, era como se ela estivesse utilizando um portal, ela sentia aquele puxão costumeiro no umbigo, contudo, não era sufocante e nem rápido, era algo lendo. Todavia o impressionante era o fato de conseguir respirar perfeitamente estando debaixo daquela neve toda.
Rose sentia que logo sua mão estaria naquele lugar quente, deixando de lado o vento gélido que lhe tocava do lado de fora, mas foi neste instante que ela sentiu o galho que Hadrig catara, em sua mão. E sem pensar duas vezes, agarrou o mesmo com ambas as mãos, sentindo o puxão violento do meio gigante, fazendo o seu corpo, antes encoberto de algo quente e prazeroso, ser jogado á margem ao ‘rio de neve’ sentindo um frio maior ainda que sentia antes, invadir-lhe.
Rose se sentou ali, e olhou para lado vendo Alvo olhando para ela, tinha a plena certeza que ele estava tão confuso quando ela. Hadrig colocou o galho escorado numa arvore, e fazendo força contra a mesma levantou o seu corpo, e ao ver uma de suas pernas livres, deu um largo passo, apoiando seu pé ao lado da arvore e pressionar o mesmo para baixo, e com a ajuda do galho ele saiu dali, dando um largo sorriso á Rose e depois para Alvo.
Todos os dois retribuíram, mas a duvida daquilo que tinha sentindo ainda ficaria um longo tempo em sua mente, pelo menos ate ela conseguir uma fonte confiável para obter alguma informação sobre aquilo. O que ela classificaria ate então, como algum portal.
Os quatros saíram da floresta falando e agradecendo o ato heróico de Hadrig, para quem os três amigos pediram total sigilo daquilo que ocorrera, porque, segundo Scorpius, eles poderiam ser expulsos, e logicamente que o homem não iria querer isso. E foi com alivio que eles ouviram o sim de Hadrig, quem deu um aceno amigável para Scorpius, que retribuiu ainda inseguro.
-É um começo não?-Retrucou ele para menina quando ela mencionou o pouco entusiasmo dele ao responder o cumprimento.
Rose resolveu não dizer mais nada, a única coisa que queria naquele instante era ir para seu dormitório, trocar de roupa e dormir.
-Temos que entrar em silencio.-Lembrou Rose ao chegarem perto do castelo.
Os três cautelosamente adentraram, em passos de gatos seguiram o hall e depois o corredor que levava ao salão principal e as escadarias.
-Boa noite meninos.
-Rose.-Disse Alvo, indo atrás dela, enquanto Scorpius ficava para trás.-O que será que foi aquilo?
-Não sei, mas irei pesquisar, irei ver se mamãe sabe algo...Merlin! Alvo, temos que acordar cedo, teremos que deixar Hogwarts amanha por causa do feriado.
-sim, mas Rose se você perguntar isso para titia, não significa que teremos que contar o que aconteceu?
A ruiva ficou pensativa, e após um tempo falou.
-Verdade, então só resta pesquisar por contra própria, mas tenho a certeza que conseguirei achar algo, agora vai dormir.
-O.K.Ah! Eu encontrei uma coisa.
Enquanto ele retirava a tal coisa de dentro do seu bolso, Scorpius se juntava aos dois.
-O que foi, reunião de família?-Brincou o loiro.
-Não.-Respondeu Alvo retirando do boldo um pedaço de papel.-Só quero mostrar uma coisa para Rose.
A menina olhou o papel que ele entregara para ela.
Scorpius se colocou de um lado e enquanto Alvo do outro.
-O que são essas coisas daqui?- Perguntou Scorpius apontando para as figuras.
-Runas, mas não estou reconhecendo nenhuma.
-O professor Witter teve saber o que é.-Falou Alvo.
-Sem duvida que sim, mas não podemos falar com ele á essa hora.-Rebateu Rose.
-Mas há uma outra questão nisso tudo, onde você conseguiu isso Alvo?-Indagou Scorpius olhando para o amigo.
-Na floresta...Ah! Isso me faz lembrar uma coisa, nunca confie num elfo domestico.
-O que?-Disseram em uníssono.
-Não se alterem, esqueceram que estamos fora da cama sei lá que horas, e sem duvida que o senhor Filch e seu ajudante Lionel, se nos pegarmos seremos fritos.
-O.k, mas diga logo que historia é essa de elfo domestico?-Perguntou Rose em voz baixa.
-Depois que eu sai do castelo, fui para perto do lago, havia ainda alunos lá, alguns mesmo estavam brincando de um jogo trouxa, é um jogo bem legal pelo que parecia...Ehh.-Se auto interrompeu ao ver o olhar de impaciência da prima.- Neste mesmo momento um elfo domestico apareceu dizendo que precisa de uma pequena ajuda, eu perguntei para que era, e ele disse que era para pegar algo na floresta proibida, e com a raiva que eu estava sentindo, e querendo mostrar que eu sou um verdadeiro grifinorio, aceitei o pedido dele e com isso fui para floresta, e pelo meio do caminho fui espalhando que iria para lá.-Finalizou envergonhado.
-E o que era que o elfo queria?-Perguntou Scorpius com uma voz engraçada.
-Que eu pegasse a bengala dele.
-E pelo que eu vejo, você não conseguiu, certo?
-Na verdade eu tinha encontrado, o elfo disse que não poderia voltar para floresta porque foi proibido em fazer isso, mas que lembrava muito bem onde deixara a bengala e me ensinou o caminho, me perdi algumas vezes, mas logo encontrei as arvores que ele descrevera, e entre elas e atrás de um arbusto vi o objeto, a neve estava normal entendem, eu não estava afundando e nem nada daquilo. E quando fui pegar a varinha encontrei o pedaço de pergaminho e como a curiosidade é muita, resolvi pagá-lo...Merlin!-Exclamou o menino dando um passo para trás.
-O que foi?-Perguntaram Rose e Scorpius juntos.
-Foi logo depois que eu peguei o pergaminho que a neve ficou daquele jeito.
Um silencio sobre caiu entre eles, Rose olhava o papel com uma curiosidade crescente, querendo correr para o aposento do senhor Witter e lhe pedir explicação em relação aquilo.
-Será que o elfo sabia disso?-Perguntou Scorpius quebrando o silencio.
-Acho que não.-Falou Rose com incerteza.-Mas poderíamos procurar por ele e...
-É serio senhor, eu sei que o senhor já está velho para ficar andando de um lado para o outro, mas eu ouvi vozes no andar de baixo, acho que são alunos.
-Droga.-Resmungou Alvo.
Rose puxou ele e Scorpius para trás de uma estatua que havia ali.
-Nem respirem.-Sussurrou ela com rispidez.
Rose ouviu os passos dos dois homens, rezando para que eles não prosseguissem e que muito menos a gata velha e medonha do homem de cara assustadora estive junto com eles.
-Não vejo ninguém senhor frenner.- A voz baixa e arrepiante de Filch, fez os três alunos tremerem.
-Mas eu tinha ouvido senhor.-Falou o rapaz dando mais alguns passos, fazendo Rose seguir sua própria ordem, e segurar sua respiração.
-Estou velho, quero descansar, se é para me acordar tem que ser para pegar essas crianças intrometidas, caso ao contrario deixa-me em paz.
Rose ouvia a voz dele se afastar, indicando que estava indo para escada, em seguida conseguiu ouvir os pés dele se arrastando escada a cima, sem falar dos estalos dos seus velhos ossos.
-Mas senhor...
-Não me amole, e volte a vigiar.
-O.K.
Após alguns passos, e resmungos do mais jovem, o local tornou-se um silencio absoluto.
-Acho melhor irmos para nossos salões.-Falou Rose depois de um tempo.
-Também acho.-Concordou Alvo num tom apavorado.
-E o pergaminho?-Perguntou Scorpius quando os três saíram de trás da estatua.
-Irei guardar comigo, vou vê se consigo falar com o senhor Witter pela manhã, bem tenham uma boa noite.
-Você também.-Disseram os dois.
Rose olhou eles subirem, e ao perde-los de vista foi para o seu salão comunal, afinal no dia seguinte ela deixaria Hogwarts por causa do feriado, e sem falar que teria que encontrar o senhor Witter para perguntar ao mesmo sobre o que poderia ser aquele pergaminho. Mas duvida lhe perseguia, se contaria á ele toda a aventura, inclusive o que sentiu estando debaixo daquela neve, sem falar que a idéia de aquilo era um portal, ainda não saia de sua mente, e parecia que só aquele pedaço de pergaminho poderia lhe ajudar, como também conversar com o elfo, pois este poderia saber de algo. Contudo uma questão maior pairava em sua mente, mas porque logo Alvo foi escolhido para essa tarefa? Será que tinha sido coincidência, ou foi algo bolado pelo elfo, mas essas criaturas não faziam nada por contra própria, apenas seguiam ordem. Então quem teria mandado ele fazer isso?
A ruiva estava perdida nestes pensamentos enquanto caminhava pela masmorra indo em direção ao salão comunal, olhando para runas que não conseguia reconhecer, todas as figuras eram estranha para ela, completamente estranha.
Ao entrar no salão o silencio lhe deu boas vindas, qual ela agradeceu interiormente, já que odiava quando adentrava ali e encontrava diversas pessoas, todas elas a olhando com nojo.
E vendo o lugar daquela forma dera a ela uma vontade ate de ficar mais tempo ali, pensando em tudo que tinha acontecido, e assim o fez.
Ela se sentou numa poltrona e começou a observar o pergaminho e enquanto fazia isso seus olhos foram se fechando, ate então cair no sono...
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