Quando o passado retorna
Capítulo I – Quando o passado retorna
“Há vários motivos para não amar uma pessoa e um só para amá-la.”
Carlos Drummond de Andrade
O relógio batia nove horas da noite. Naquela suntuosa mansão, que se localizava em um bairro nobre bruxo, os empregados arrumavam comidas, vinhos, cerveja amanteigada e uísques de fogo em uma enorme mesa de uma grandiosa sala de estar. Os convidados chegariam às nove e meia e tudo tinha que estar perfeito para que o ministro da magia e a esposa pudessem recepcioná-los.
Hermione Granger Weasley via seu reflexo no espelho e apenas um adjetivo poderia descrevê-la naquele momento: magnífica. Agora com vinte e sete anos sua vida estava completamente diferente do que ela havia imaginado aos dezessete. Ela estava casada com Ron Weasley, atual ministro da magia, seu emprego como auror foi abandonado por exigência de Ron e ela possuía tudo o que desejasse num piscar de olhos. Ao admirar seu closet pôde constatar que tinha um número enorme de roupas e vestidos de festas e um número ainda maior de sapatos e jóias.
Se produzir para jantares era algo que ela fazia constantemente, já que acompanhava seu marido em todos os eventos sociais da comunidade bruxa. Seu papel era sempre sorrir e se mostrar feliz. Ao pensar nisso ela se entristeceu ela era feliz com Ron, mas sentia que faltava algo em sua vida. Por instinto levou sua mão ao ventre, eles estavam casados há três anos e ainda não haviam tido um filho, apesar de seu imenso desejo por ser mãe ela sabia que não era isso que fazia com que houvesse um vazio em seu coração.
Ao admirar-se no espelho novamente, pôde constatar que se tornara uma linda mulher, capaz de levar qualquer homem a loucura. Sua maquiagem estava impecável, o vestido vermelho frente única que usava realçava seu corpo, seu cabelo preso em um elegante penteado estava lindo, no entanto ela percebeu que para completar sua produção faltava uma pulseira de pérola que ela não usava há muito tempo, e que sua mãe havia lhe dado como herança de família. Na última prateleira de seu closet ela achou o porta-jóias empoeirado que há muito tempo não era aberto.
Se sentando em sua cama e com um sorriso no rosto ela o abriu, mas seu sorriso se desfez no momento em que viu uma corrente com um pingente de coração em meio às demais jóias, seus olhos marejaram e ela teve que se controlar para não chorar ao relembrar daquele período de sua vida.
A batalha final havia acabado há um mês, Harry havia conseguido derrotar Voldemort. Todos comemoraram durante vários dias e relembraram as pessoas que haviam morrido lutando ao lado da Ordem da Fênix, como Gina Weasley.
A morte da amiga abalou Hermione profundamente, ela havia saído muito machucada da guerra e quase havia morrido também. Pensando nisso Hermione tomava seu chocolate quente, durante a madrugada, na cozinha da Toca onde estava morando junto com Harry, a família Weasley e seus pais enquanto sua casa era reconstruída, pois foi totalmente destruída durante o longo período de guerra. Ela observava a neve nos primeiros dias que caia e já cobria o gramado da casa.
- Também não conseguiu dormir? – Hermione se vira e vê Harry sorrindo.
- Estava pensando em Gina. - Hermione responde tristemente.
- Mione, eu é quem deveria estar me culpando. – Harry fala se aproximando da janela onde ela estava em pé. – Afinal, essa guerra toda aconteceu por causa da maldita profecia.
- Pode ser Harry, mas Gina morreu no meu lugar, eu deveria ter morrido, ela se atirou na minha frente quando o feitiço foi lançado. – Hermione fala chorando.
- Para, eu não gosto de te ver assim. – Harry fala limpando algumas lágrimas na face de Hermione. - O destino quis assim.
- Mas, não foi justo com ela Harry, ela tinha tanto para viver ainda, ela só tinha dezesseis anos. – Hermione ainda chorava.
- Você não tinha que morrer, tanto é que você foi ferida gravemente e não morreu.
O silêncio permaneceu durante alguns minutos e Hermione olhou novamente para a neve caindo através da janela.
- Eu pensei que nunca mais veria a neve cair novamente. – Hermione fala tentando esquecer por um momento a morte de Gina. – É tão linda.
- Você é muito mais. – Harry não havia desviado seu olhar de Hermione e admirava sua beleza.
- Harry... – Hermione o olha e sorri constrangida.
- Você é linda Hermione. Não sabe como eu tive medo de te perder quando você ficou inconsciente durante aqueles dias. Eu ia ao hospital com todos sorrindo e comemorando e eu não sorria porque você não estava ali comemorando conosco. Eu me sentia um inútil por não poder fazer nada, por tê-la deixado se ferir... - Harry relembrava todos aqueles momentos chorando assim como Hermione.
- Harry... – Hermione tenta o fazer parar com aquela declaração, sabia onde ele queria chegar com aquilo. O conhecia bem demais para saber que ele estava tentando pela última vez conquista-la.
- Você não sabe como foi difícil para mim. Se eu te perdesse minha luta teria sido em vão porque você é o meu único motivo para seguir em frente, foi o principal motivo para eu ter derrotado Voldemort. A esperança que eu tinha de ficar em paz e feliz com você ao meu lado. Eu te amo. – Harry sussurra essa parte com o rosto bem próximo ao de Hermione.
- Harry nós já conversamos sobre isso...
- É, e você escolheu o Ron e me deu um fora.
- Você prometeu que não ficaria chateado comigo.
- E não estou ninguém escolhe a quem amar, eu te amo você ama ao Ron e ele também te ama. Tomara que vocês sejam felizes juntos.
- Seremos. – Hermione diz sem olhá-lo nos olhos.
- Por que não olha nos meus olhos?
- Harry, não quero mais falar sobre este assunto, já esta decidido.
- Ta. – Harry põe a mão em um dos bolsos. – Já que é assim eu queria te dar um presente de despedida. - Ele retira uma caixa de veludo negro do bolso.
- Como assim de despedida?
- Eu irei morar bem longe daqui amanhã.
- Como? – Hermione indaga perplexa. – Vai morar aonde? Por quê?
- Você é a única pessoa que me prende na Inglaterra no momento e eu te perdi. Então, não tenho outra escolha.
- Lógico que tem você pode ficar aqui, trabalharemos como aurores, continuaremos amigos...
- Acha que depois de tudo o que houve entre nós poderemos continuar amigos? – Harry pergunta se lembrando de como aquele amor pela sua ex-melhor-amiga havia nascido no meio da guerra e como ele tentara expulsa-lo de seu coração, sendo uma luta em vão.
- Da minha parte sim.
- Mas não da minha. Eu não suportaria te ver ao lado do Ron constantemente.
- Ele é seu amigo.
- Ele era meu amigo. Nós brigamos dias atrás no hospital, quando ele disse que ele deveria ficar ao seu lado já que você o amava, eu não aceitei, mas ele estava certo. Você o escolheu.
- Para de falar que eu o escolhi. Não foi bem assim.
- Não! Um dia você me diz que tudo o que sinto por você é para ser jogado fora e no outro você aparece de mãos dadas com o Ron, anunciando um namoro. Isso não é escolher ele?
- Um dia você ainda me entenderá.
- Bom, enquanto esse dia não chega, eu tenho que te esquecer, por isso estou indo embora. - Os dois choravam devido à situação e Harry estende a caixa que ainda segurava para Hermione. – É para você.
- Obrigada. – Hermione fala aceitando o presente e o abrindo. Ao ver que é um colar com um lindo pingente de coração sorri. – É lindo.
- Foi da minha mãe. Ela ganhou do meu pai no dia em que eles começaram a namorar. Eu não tive essa sorte. – Harry fala se referindo a recusa de Hermione em não aceitar seu amor. – Mas quero que fique com ele. É como se meu coração de certa forma ficasse com você. Posso? – Harry pergunta se poderia colocar o colar nela. Hermione sorri como se significasse que sim e vira de costas para ele lhe entregando o colar.
Harry tentava aproveitar ao máximo seus últimos momentos com Hermione, para sentir aquele perfume especial característico dela, a pele macia que ela tinha e quando finalmente colocou o colar em volta do pescoço dela, Hermione o abraçou chorando.
- Você tem mesmo que ir? – Hermione pergunta ainda abraçada a ele e chorando.
- Será melhor assim. – Harry também chorava.
- Pode me dizer onde irá morar?
- Nem eu sei ao certo. Mas, eu peço que não me procure, será mais fácil para nós dois.
- Se você quer assim. – Hermione o olha acabando com o abraço. - Sentirei saudades.
- Eu também.
- Desejo toda felicidade do mundo para você.
- A minha única chance de felicidade eu estou deixando aqui.
- Harry...
- Ta, tudo bem. Não falo mais nisso. – Os dois sorriem e após alguns instantes de silêncio. – Posso te pedir um último favor?
- Claro.
- Será que eu poderia te beijar pela última vez.
- Harry...
- Por favor, de despedida. – Harry pede fazendo uma cara que qualquer pessoa cederia.
- Tudo bem. – Hermione fala sorrindo.
Assim eles se beijam, Harry tenta fazer com que aquele beijo fosse especial para ambos e foi. Cheio de carinho como todos os outros beijos que haviam trocado. Harry ainda não entendia como Hermione poderia não ama-lo se o beijava dessa maneira. Após alguns minutos, Harry decidiu interromper o beijo mesmo que contra vontade, se tinha de esquecê-la começaria naquele instante.
- Adeus. – Dizendo isso e sem deixar que Hermione dissesse alguma coisa ele saiu da cozinha.
Aquela foi a última vez que Hermione o viu, pois no dia após o ocorrido a cozinha Harry havia se mudado quando ela ainda estava dormindo. Hermione durante aquele dia não quis ver ninguém e chorou o tempo todo. Harry Potter era o vazio que faltava ser preenchido em seu coração. Há dez anos ela não o via e nem falava com ele. No entanto, ela tinha uma promessa para cumprir e pensava que assim tivesse sido melhor.
Relembrando esses fatos uma lágrima escorre pelo seu rosto, borrando um pouco o lápis em seu olho direito. Os pensamentos da bela mulher são interrompidos quando Ron entra no aposento vestindo um elegante terno.
- Meu amor, ainda não esta pronta. – Ron fala ao vê-la sentada. – Estava chorando?
- Não... – Hermione se levanta, pegando a pulseira que queria e fechando o porta-jóias. – Foi só um cisco que caiu no meu olho.
- Meu amor, o que foi? – Ron pergunta preocupado e Hermione percebe o quão possessivo soa o tom de seu marido quando ele a chama de meu amor.
- Nada, já disse. – Hermione fala indo ao banheiro retocar a maquiagem, Ron a segue.
- Alguns convidados já chegaram e estão perguntando pela minha bela esposa. Ainda irá demorar?
- Não, desceremos em alguns minutos. – Hermione fala sorrindo, guardando o porta-jóias no mesmo lugar de antes e tentando por a pulseira em seu braço. – Poderia colocar para mim?
- Claro. – Ron se aproxima e coloca a pulseira no braço da esposa. – Não se esqueça. Essa noite é muito importante para mim, pois haverá vários aliados políticos nesse jantar, e eu preciso do apoio deles se quero concorrer à reeleição.
- Não se preocupe. Tudo dará certo. A noite será perfeita. – Hermione fala sorrindo.
- Você está maravilhosa. – Ron diz a admirando pela primeira vez desde que entrou.
- Obrigado.
- Eu te amo. – Ron lhe dá um beijo curto e Hermione apenas sorri com a declaração o marido e se encaminha para acompanhá-lo até a sala de estar.
Ambos descem a escada que dá acesso à sala de estar sorrindo e são aplaudidos pelas demais pessoas que se encontravam no local. Hermione desempenhava muito bem seu papel, sorrindo de braços dados a Ron e retribuindo todos os cumprimentos que lhe eram dirigidos, tentando ser educada e uma boa anfitriã.
- Boa noite, primeiro ministro, Sra. Weasley. – Hermione se vira para retribuir a mais este cumprimento, mas seu sorriso desaparece no mesmo instante em que encara os olhos verdes da pessoa que havia falado olhos estes que ela conhecia tão bem, mas fazia dez anos que não via.
N/July Evans: Oi pessoas! Bem, eu e a Nat resolvemos postar essa fic aqui outra vez, uma vez que a Nat já havia a postado aqui anteriormente, só que sozinha.Agora nós vamos escreve-la em conjunto! xD
Bem, não tem muito para dizer, espero que vocês gostem e nós já temos uma parte da fic pronta, ma só vamos atualiza-la a base de comentários. Rsrsrsrs
Ah, e nós temos outra fic, Once Upon a Time, com o shipper mais perfeito, T/L (J/L) *siiiim, eu amoooo esse shipper!!!!*. Passem lá e leiam (e comentem também! xD), está muito boa! *-*
Bom, então ate a próxima!
Beijinhos!!!
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