Capítulo Três - Aulas de Poçõe
Capítulo
3 – Aulas de Poções!?!?
Assim que o sinal indicando o término das aulas
daquele dia soou, Gina saiu do castelo em direção ao carvalho. Odiava pensar
naquilo, mas estava agasalhada como Draco a mandara. Não queria dever mais para
o loiro.
Uns
cinco minutos depois que ela chegou na árvore, ela pode ouvir passos abafados
pela neve.
–
Weasley... – o loiro parara a sua frente, bloqueando a luz. Ela pode ver que
ele estava acompanhado.
–
Isso vai funcionar, Draco? – ela escutou uma voz feminina conhecida,
sussurrando para o loiro.
–
Vai, Eliza. Deixe-me explicar para que estamos aqui – ele virou para a ruiva
– Veio agasalhada, não? Não desmaie de novo!
–
Malfoy! – ela ficou vermelha – Achei que ninguém devia saber disso!
–
Eu não conto pra ninguém, Guinevra. – a garota falou sorrindo. Gina se
encolheu ao ouvir seu nome. Elizabeth Bluth era do mesmo ano que ela, só que
sonserina. Ela era namorada de outro loiro sonserino e futuramente sua esposa,
gerando um lindo garoto.
–
Ela está aqui porque vai te ajudar. – ele se sentou, sério, na frente dela.
A morena se acomodou do lado da ruiva.
–
Ajudar...? – ela parecia nervosa.
–
Sim... eu preciso que você me faça um favor – ele olhou para a garota ao
lado da ruiva que estava prestes a rir – Quero um relatório completo de
Hermione Granger.
–
QUÊ!?!?!? – a ruiva esbugalhou os olhos em espanto.
–
Isso mesmo, Weasley. – o loiro parecia irritado – Um relatório completo de
Hermione Granger.
As
duas garotas não conseguiram segurar a risada. Malfoy pedindo informações
sobre Granger? Mas quando Gina pensou sobre isso parou de rir imediatamente.
Isso era altamente perigoso.
–
Por que você quer isso? – ela falou quando parou de rir. Elizabeth continuava
rindo baixinho.
–
Não lhe interessa. Apenas faça. – ele parecia muito mais irritado e tinha os
braços cruzados no peito – Não tem graça, Eliza! Pare de rir!
–
Desculpe, mas é a coisa mais engraçada que eu ouvi na minha vida – a morena
estava sem fôlego e enxugou algumas lágrimas que tinha nos olhos, parando de
rir.
–
E eu não vou fazer um relatório sobre minha amiga! Principalmente para você!
– Gina se levantou – Peça qualquer outra coisa! E eu acho que você perdeu
um pedido por ter contado a Elizabeth.
–
Eliza – a outra garota corrigiu inconscientemente antes do loiro explodir.
–
Você falou que eu podia pedir o que eu quisesse! E Eliza é um túmulo! Ela
sabendo, ninguém mais sabe! – ele se levantou também, em fúria, ficando
cara-a-cara com a ruiva. Ele era uns 20 cm mais alto que ela e ela teve que
levantar a cabeça pra encará-lo.
–
EU NÃO VOU ENTREGAR MINHA AMIGA PRA UM FILHOTE DE COMENSAL DA MORTE POR NADA!
– ela berrou.
–
NÃO ME CHAME DE FILHOTE DE COMENSAL, WEASLEY! VOCÊ NÃO ME CONHECE! – ele
berrou também, os olhos brilhando em fúria.
–É
O QUE VOCÊ É, MALFOY! – ela
berrou, se virando e saindo.
–
Espere! Nossa conversa não acabou – Draco sibilou em fúria, segurando o braço
da garota.
–
Eu creio, Malfoy, que se uma pessoa não quer, duas não conversam! – a garota
estava vermelha e Eliza teve quase certeza que ela mataria Draco se eles
continuassem.
–
Parem com isso. AGORA! – ela falou firmemente e alto, olhando para os dois.
Nenhum
dos dois soube porque, mas naquele momento algo nos olhos de Eliza provocou um
medo extremo nos dois. Não queriam por nada no mundo desobedecê-la.
–
Pelo menos uma vez na vida conversem civilizadamente! – ela se levantou –
Primeiro de tudo, Draco quer um relatório de interesses de Granger.
Coisas que ela gosta, flor favorita, tipo de garoto. Essas coisas! Ele não
pretende descobrir tudo sobre ela e entregar para Lucius!
Gina
olhou espantada para a sonserina e depois para Draco. Os olhos dele se
estreitaram e ela pôde ver que ele estava com raiva.
–
Não?– ela voltou a olhar para a garota.
–
Não, Weasley. Ele não quer nada muito íntimo! E depois ele não é um filhote
de comensal, no seu sentido pejorativo. Todos sabemos que o pai de Malfoy é um
comensal, mas eu tenho tanta vontade de ser comensal quanto ele!
–
Mas isso não é uma garantia... – Gina olhava espantada para Draco.
–
Não? Você sabe que meus pais foram assassinados esse verão – Eliza levantou
uma sobrancelha, escondendo a raiva – E sabe que meu irmão trabalha com o seu
e sabe que todos os professores dessa escola estão de olho 24 horas por dia em
mim para eu não fugir e matar os comensais que assassinaram meus pais. A última
coisa na face da Terra que eu seria é comensal!
–
Mas...
–
Sem “mas”, Weasley. Consiga-me o relatório e vai ser um favor a menos,
certo? Mas eu não
quero escrito, alguém pode ver. Aí Eliza entra. Você fala para ela e
eu fico sabendo.
–
Tudo bem. – Gina suspirou. Além da promessa, Eliza a convencera. Confiaria na
irmã do amigo de Gui, apesar dela ser sonserina.
–
Nos vemos por aí, Weasley. – o loiro se virou e a morena sorriu para ela.
–
Ele não é assim sempre. É tudo questão de convivência. Não liga não!
Posso te chamar de Gina?
–
Tudo bem! – as duas foram conversando de volta para o castelo. Agora teriam
que ser “amigas”.
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–
Cissa? – a voz foi acompanhada de uma batida na porta.
–
Que é? – ela falou irritada, abrindo a porta.
Ela
viu um garoto alto, sorrindo para ela desdenhosamente. Ele era ruivo, com os
cabelos na altura do ouvido cortados em v e com olhos verdes opacos, como os da
mãe. Michael Weasley, seu primo.
–
É para você descer, priminha... – ele entrou no quarto empurrando a prima
para dentro e fechando a porta sorrindo – E não gostei da sua educação.
Fiquei três meses fora e você me recebe com um “que é”, camisola e cabelo
em pé... tsc tsc tsc.
–
Não enche, Mike! – ela sorriu e pulou em cima dele como uma criança, sendo
abraçada – Saudades!
–
É, eu sei pequena – eles sorriram e ele deu um beijo na bochecha dela – Você
tem que se arrumar. Tia Gin mandou eu te chamar.
–
Eu gosto taaanto do almoço de despedida...– ela revirou os olhos, indo para o
armário.
–
É, eu te compreendo. Não é fácil ser sonserino no meio dessa família. –
ele bufou - Acho que só eu te entendo...
–
Eu também acho, Mike – ela jogou uma blusa e uma calça na cama – Eu queria
que você fosse meu irmão.
–
Não diga isso. Seu irmão gosta de você, no fundo. E se Merlin quiser, Arthur
ou Seren serão sonserinos.
–
Merlin não atende meus desejos, Mi... – ela sorriu tristemente – Vira para
lá para eu poder trocar de roupa!
–
Tá... como se eu nunca tivesse visto uma mulher sem roupa. Ainda mais uma
pirralha como você – ele virou a cabeça e reclamou enquanto ela se vestia.
–
Tá, tá... chega! Pode olhar! – Ela estava sentada na penteadeira que um dia
fora de sua avó, podia ver ela mesma, penteando os cabelos e o primo se
aproximando.
–
Essa foto é nova... – o rapaz pegou um porta-retrato que estava em cima da
penteadeira. Viu uma senhora com os cabelos loiros, quase brancos, sentada numa
poltrona e sorrindo para uma menininha loirinha que sentava em seu colo. A
menina acenava sorridente e a senhora trançava os longos cabelos dela. – Você
e a sua avó?
–
Sim. Isso foi um pouco antes dela morrer – a loira sorriu – Eu gostava dela,
apesar de tudo. E ela gostava de mim, sua única neta. Ela era muito solitária.
–
Eu lembro que ela não suportava Tom. Ele ficava na casa da vovó Molly, com a
gente, enquanto você tinha tratamento de luxo com os Malfoy. Lúcio só fala
com você agora, não é?
–
É... – ela suspirou – Ele diz que eu sou a salvação da família. Ele só
fala com o papai para reclamar – ela terminou de amarrar os cabelos e
recolocou o porta-retrato no lugar – Vamos?
–
Claro... você está muito bonita!
–
Obrigada! – ela sorriu, sabendo que o primo exagerava. Só vestia suas roupas
de sempre, uma blusa preta de alça e uma calça jeans. Mas ele a adorava e era
esse o modo dele demonstrar. Era únicos, sonserinos no meio de Grifinórios. E
sempre sofreram com isso. Juntos.
Desceram
as escadas e para a infelicidade da garota deram de cara com os Potter chegando.
A cena era cômica, dava uma boa fotografia.
Gina
os cumprimentava feliz da vida e Draco estava carrancudo. Pavarti abraçou Gina
e depois deu dois beijinhos falsos num Draco estressado. Harry
abraçou Gina sorrindo e apenas cumprimentou o loiro formalmente, mudando
completamente as feições. James recebeu
um abraço caloroso da ruiva mãe e apenas um sorriso de desdém do loiro pai.
Os gêmeos, Melissa e Sirius, também foram abraçados por Gina, mas Draco
somente resmungou um “Oi”.
–
Narcissa! Michael! – Pavarti os vira e Narcissa sentiu o primo ficar rígido
quando a mulher se aproximou.
–
Olá, Sra. Potter – ele sorriu falsamente, recebendo o abraço.
–
Olá Pavarti – Narcissa também foi abraçada.
–
Tia Pavarti, querida. Não sei como você deixa sua filha tratar os outros
assim. Inclusive a família, Gina!
Gina
sorriu para a mulher e Draco e Narcissa se divertiram ao reconhecer raiva
naquele sorriso.
–
Ela tem os bons motivos dela, querida. Afinal, eu acho que você não é velha o
suficiente para uma mocinha te chamar de tia. Ou é?
Pavarto
corou um pouco e Harry riu para descontrair. Gina os conduziu para a sala de
estar, onde os outros Weasley estavam.
Assim
que entraram, Arthur saiu correndo da parede onde estava para puxar a mãe e o
pai.
–
Pai! Mãe! Venham ver o que a tia Morgana fez! – ele apontava para a tapeçaria
com a árvore familiar dos Malfoy. Ela normalmente era coberta, mas estava
aparecendo.
–
O que ela fez? – a preocupação passou pelos olhos de Gina. Todos olhavam
para Morgana.
–
Só arrumei algumas coisas aqui. Calma! – ela sorriu alegremente.
Todos
se amontoaram perto, ficando somente Molly e Artur (avô) sentados. Eles viram
toda a linhagem em prata na tapeçaria verde. E lá em baixo, aonde antes havia
apenas “Draco” a árvore continuava. Mostrava o casamento com Gina e todos
os seus filhos. Da mesma maneira, nos irmãos de Lúcio haviam os seus
casamentos, seus filhos e seus netos.
–
Eu achei que, apesar da mamãe ter sido deserdada, deveríamos aparecer aqui.
– Morgana sorriu com os imensos olhos verdes brilhando.- E aproveitei e
atualizei um pouco.
–
Por que meu nome tá em vermelho? – Gina e Carlinhos falaram ao mesmo tempo.
–
Porque não são sonserinos, ora! – a mulher riu.
–
Que discriminação! E por que os nomes de Arthur e Seren estão dourados? –
Gina sorriu para a cunhada.
–
Sem casa. Quando forem escolhidos ganham a cor devida! Olhe a filha da prima
Nimue... Ela foi corvinal e tá azulzinha.
–
Oh, obrigada Morgana! – Gina sorriu – Agora vamos nos sentar e conversar...
Temos um longo dia pela frente.
Narcissa
revirou os olhos ao ver que tinha se sentado no mesmo sofá que James.
“E bota longo nisso...”
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Entraram
no salão principal se dividindo. Eliza
foi até a mesa sonserina, se encontrando com o namorado e Draco. Gina foi se
sentar com Colin, mas Rony a chamou.
–
O que você estava fazendo com a namorada de Blaise Zabini?? – as orelhas dele
estavam vermelhas quando ela se sentou ao seu lado.
–
Ora, não lhe interessa Ron – ela pegou um bolinho e mordeu.
–
Não me interessa!? Eu sou seu irmão! Eu tenho que cuidar de você! E você
estava conversando com uma sonserina, amiga de Draco Malfoy! – ele falou um
pouco alto, atraindo a atenção de alguns sonserinos e corvinais.
–
Calma, Ron! Eliza vai me dar aulas particulares de poções. Fala baixo! – ela
falou num tom normal.
–
AULAS PARTICULARES DE POÇÕES? – Rony berrou, mas abaixou o tom logo depois
– Por que não pediu para Hermione? Ela é a melhor!
–
É Gin – Hermione olhou para ela – Eu posso te ajudar.
–
Mas eu não quero dar mais trabalho para você, Mione! – ela estava vermelha
– E nós faremos uma troca. Eu ensino Herbologia e ela poções! Será ótimo
para os exames estudar com alguém!
–
Mas precisava ser uma SONSERINA? – Rony berrou isso mais alto, chamando a atenção
de metade dos alunos ali presentes.
–
Acalme-se, Rony! – Harry repreendeu o amigo e arrumou os óculos.
–
Como eu vou me acalmar com minha irmã tendo aulas com uma sonserina? – ele se
levantou, ainda falando alto e olhou para a irmã.
–
Rony, eu sou dona da minha vida! Se eu quero ter aulas com uma sonserina, eu vou
ter! – ela largou o bolinho no prato irritada e se levantou andando em direção
a porta do salão, sendo seguida pelo irmão.
–
Você não está sendo sensata, Guinevra Weasley! Hermione dará as aulas! –
agora eles estavam no meio do salão e quase todos olhavam para eles.
–
Eu não quero que ela me dê as aulas! – Gina respondeu furiosa, ficando
vermelha.
–
Ron, sente-se! – Hermione puxou o ruivo, que ainda estava furioso, para se
sentar lançou um olhar significativo para Gina – Gin... eu não te entendo...
Porque-
–
Eu acho que vocês estão muito ocupados, Mione – ela se sentou ao lado da
garota, vendo o irmão furioso do outro lado – Toda a coisa com você-sabe-quem
e tudo mais, eu posso me virar sozinha. E Eliza não é malvada, o irmão dela
trabalha com Gui. Ela é legal. – Gina sorriu confortando os amigos.
–
Tudo bem, Gina – Harry suspirou e recebeu um olhar assassino de Rony – Mas
qualquer coisa chame a gente, tá? – ele parecia cansado – Eu sei que você
sabe se cuidar.
–
Obrigada pela confiança, Harry – ela sorriu e recebeu um abraço de Hermione
– E desculpa, Mione... eu sei que você-
–
Não se desculpe, Gina! Como Harry disse estamos aqui para você!
–
Obrigada – ela sorriu para a amiga,
pegou um bolinho e saiu do salão.
Na
outra mesa do salão principal, Draco olhava a ruiva sair espantado, sendo
rodeado de risos dos sonserinos.
–
Ela é bem esperta. – Eliza sorriu entre um gole de suco e um bolinho
–
Realmente. Boa escolha, Malfoy – Blaise deu palmadinhas no ombro do outro
loiro.
–
Eu não esperava que ela encontrasse uma desculpa rápido assim. Amanha será
que eu tenho algo sobre Granger?
–
Teremos aula dupla de poções, em duplas. Daí eu mando o Creevey pastar com a
Joan e eu faço a poção com ela. Pelo menos uma carta você manda para a
Granger amanhã, Draco.
–
Tudo bem... eu acho que Pansy está na mesma situação – ele sorriu
desdenhoso, apontando para uma Pansy aparentemente nervosa.
–
Ela mereceu – Blaise riu e beijou a namorada – É tão petulante!
–
E irritante! – Eliza completou
–
Não esqueçam burra, porca e fútil. – Draco falou casualmente e eles
gargalharam.
Então,
quando a mesa estava mais vazia, os três continuavam ali, conversando
casualmente enquanto Crabbe e Goyle comiam, um trio grifinório se aproximou
deles.
–
Bluth! Qual a sua idéia em dar aulas para Gina? – Rony falou irritado vendo
os sorrisos desdenhosos se abrindo no rosto dos três.
–
Creio que sua irmã tenha lhe contado, Weasley. – ela abriu mais o sorriso
desdenhoso – Ela não quer atrapalhar vocês e eu sou a melhor aluna de Poções
do 5o ano. Deixe sua irmã viver!
–
Vocês estão planejando algo, eu sei. É tudo idéia do Malfoy, não é? –
Harry segurava o amigo ruivo que estava da mesma cor dos cabelos.
–
Eu não mando na vida dos sonserinos inteligentes, Weasley. Além de pobre ainda
é burro?
–
Malfoy... – ele cerrou os punhos e Harry o segurou mais forte.
–
Ele não fez nada, Weasley. Nós, eu e sua irmã, arrumamos isso. Temos
dificuldades e estamos nos ajudando! Eu sei que você pode não gostar, mas Gina
tem 15 anos e sabe se decidir! – Eliza mantinha o tom calmo e Hermione olhou
espantada para ela. Ela era sensata!
–
Você não sabe nada sobre minha irmã, Bluth – Harry o segurava mais forte.
–
Weasley! Qual o problema da sua irmãzinha ter aulas com uma sonserina? –
Blaise sorriu desdenhoso – Medo que ela descubra que nós somos melhores?
–
Não, Zabini! Medo que ela seja envenenada! – Rony fazia mais força para
Harry saltá-lo.
–
Rony! Isso não nos levará a nada. – Hermione falou, deixando o garoto mais
irritado – Vamos embora. Converse com Gina sobre isso...
–
Tudo bem... – ele bufou – Se vocês aprontarem alguma para Gin-
–
Pode deixar que nada acontecerá com sua irmã – e o sorriso malicioso de
Draco assustou Hermione.
“Ele
planeja algo... Devemos nos preparar...”
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- De novo? – a voz conhecida soou nos seus
ouvidos como veludo.
–
Eu tenho que terminar isso. Esse ano eu não vou ter muito tempo – ela
suspirou.
–
Mas no trem sua letra fica tremida. – ela não pôde deixar de pensar como o
sorriso dele era perfeito.
–
Mas você entende e eu também, então tá ótimo!- ele não pode deixar de
pensar o quão linda ela era, principalmente sorrindo.
Ele
se sentara ao lado dela, deixando Crabbe e Goyle no outro banco. Ela repousou a
cabeça loira em seu ombro, como sempre fazia. O cheiro dela. Flores Cítricas.
Ele reconheceu o perfume que dera de aniversário para ela e sorriu. Aquele
perfume era perfeito nela, e cada vez ele ficava mais atordoado perto dela. Ele
tinha que falar aquilo para ela desde o quarto ano, desde que descobriu que
gostava dela pra valer. Mas sempre lhe faltava a coragem. Era tudo tão perfeito
daquele jeito, não queria que um sentimento idiota estragasse tudo.
Se
ele pudesse ler os pensamentos na cabeça dela veria que cada vez mais ela se
afogava em pensamentos confusos. O cheiro dele a estava deixando louca e ela
estava confusa com aquilo tudo. Ela não deveria ansiar tanto pelo toque dele!
Ele era o melhor amigo dela, não gostaria dela mais do que uma irmã. O seu pai
estava enganado sobre as intenções dele.
–
Cissa...- ele suspirou e ela tirou a cabeça do ombro dele – Não, volte... eu
preciso lhe falar algo. – ela olhava curiosa para ele. Os outros dois
ocupantes roncavam no outro banco.
–
O quê? – ela sorriu para ele, mas internamente se retorcia de curiosidade e
de medo.
–
Hum... eu... – ele voltou a fazer carinho nos cabelos dela – Eu...
–
Você...- ela sussurrou. Podia sentir o peito dele subindo e descendo um pouco
mais rápido agora.
–
Eu... há muito tempo... eu... hunm... eu... eu go-
–
MALLLLLFOYYYYY! – uma garota de cabelos castanhos abriu a porta violentamente,
assustando todos daquela cabine. Narcissa tirou a cabeça do ombro de Daniel e
ele bufou – Eu estive procurando você em todos os vagões! Logo no último, né?
–
O que quer, Creevey? – ela bufou, arrumando os cabelos.
–
É seu turno, querida.– Ela sorria – Depois você pode voltar!
–
Obrigada... – ela fez uma careta para Dan e saiu.
O
garoto bufou e chutou o banco na sua frente, assustando os dois armários.
Estava frustrado, fora interrompido quando tivera coragem de falar. Olhou para a
janela raivoso, cruzando os braços. Ainda tinha todo o ano letivo para pedi-la
em namoro. Um dia iria conseguir.
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No outro dia, depois do almoço, a primeira aula
era poções. Eliza viera procurar Gina e pedira para ser a sua dupla. As duas
faziam a poções sob os olhares de ambas turmas.
–
Qual a flor favorita dela? – Eliza sussurrou enquanto colocava as nozes
moscadas.
–
Gérberas... – ela sussurrou de volta – Ela reclamou quando recebeu rosas de
Krum. Ela odeia rosas.
–
Certo. Gérberas sim, rosas não – a morena sorriu – O que ela mais gosta de
fazer?
–
Estudar, eu acho. E fazer gorrinhos para elfos domésticos. – Gina segurou o
riso quando Eliza fazia uma cada de “Mas hein?”
–
Nossa, hein? Que belo passatempo. – ela colocou as pernas de sapo – Observe
que você tem que esperar elas sumirem antes do próximo ingrediente!
–
Hã? - a ruiva ficou confusa.
–
Snape – a outra apenas mexeu a boca.
–
Eu entendi. Então agora o salgueiro? – a ruiva fingiu direitinho que estavam
conversando sobre a matéria e despejou a madeira na poção vendo esta ficar
com a cor certa.
–
Muito bem, Bluth. Cinco pontos para a sonserina por ter salvado o dia. – a
morena não deixou de sorrir.
–
Obrigada, professor. – ele passou direto e ela parou a ruiva antes que ela
reclamasse – Não perca pontos, Weasley. Fique calada. – ela sussurrou.
– Mas...
–
Sem “mas”, Gina. Podemos nos encontrar depois da aula, antes do jantar, para
termos a aula extra?
–
Certo, Eliza. – ela suspirou.
–
Nós realmente vamos fazer essas aulas, né? – a morena sussurrou, espantando
a ruiva – Eu realmente preciso de ajuda em Herbologia e você precisa em poções.
A gente pode juntar a fome e a vontade de comer.
–
Tudo bem... – elas sorriram e quando o sinal tocou saíram juntas da sala,
conversando animadamente.
Tiveram
a primeira aula e Gina descobriu que aquilo não era tão ruim. Eliza fazia
perguntas ocasionais sobre os interesses de Hermione e descontraía um pouco.
Ela descobriu que tinham algo em comum, e riram juntas de alguns hábitos
estranhos de Hermione.
Entraram
no salão principal na hora do jantar se dividindo, novamente. Gina rumou para a
mesa grifinória e Eliza para a sonserina, sob um olhar assassino de um ruivo
grifinório.
–
E aí, Liz! O que descobriu hoje pra o nosso garanhão? – Blaise puxara a
namorada e ela sentara no seu colo desajeitadamente.
–
Muitas coisas... – ela sorriu – A sangue-ruim é realmente estranha, Draco.
Você não pode imaginar! Por que a Parkinson a escolheu e não a Weasley? A
Weasley é tão mais normal...
–
Do que está falando, Eliza? – Draco olhou descrente para a garota que se
sentava ao seu lado.
–
Ela também acha algumas coisas de Granger estranhas, mas respeita porque ela é
filha de trouxas. Bem, eu escreveria uma carta para ela hoje e mandaria flores
junto. Gérberas e não rosas.
–
Quê!? – ele olhou descrente para a morena.
–
Gérberas, Draco...
–
Aonde eu consigo gérberas essa época do ano!?
–
Aí o grande Zabini entra. Eu posso pedir com os meus contatos um buquê de gérberas
para serem entregues amanhã...
–
Tudo bem... mas... e a carta?
–
Weasley está olhando para cá, Draco...
–
Ignora esse pobretão, Blaise.
–
Mas não é o menino, é a menina!
–
Porque ela olharia para cá!?
–
Ela está conversando com Granger, Draco...
–
Merlin! Granger também está olhando para cá!
–
Eu não acredito, me esconde! Elas estão vindo para cá!
–
Sai de trás, Eliza! Será que alguém escutou a nossa conversa?
–
Ela não pode ter contado, pode? Ela é grifinória!
–
E se Parkinson contou?
–
Ela não faria isso!
–
Não? Elas estão dando a volta...
–
Espera... elas pararam!
–
Por que elas estão falando com o Montague?
–
Por Merlin! O que está acontecendo aqui?
–
Elas estão saindo do salão com Montague!
–
Eliza, você vai investigar isso!
–
Agora mesmo!
–
Não, sua louca! Amanhã você vê isso! – ela foi impedida de se levantar
pelo namorado.
–
Eu estou curiosa... – ela cruzou os braços.
–
Amanhã a primeira coisa que você vai perguntar é o que elas estavam fazendo
com Montague hoje... – Draco falou um pouco emburrado. Por que será que elas
estavam conversando com Montague? Draco viu que Potter e Weasley não estavam
ali também. Deveriam ter saído na confusão que se formara quando as garotas
começaram a andar para a mesa sonserina. Viu que tampouco Longbottom estava na
mesa.
“Tem
alguma coisa errada nisso...”
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