Chapter On



Title: Maybe Forever
Author: Lady Luna Black
Rating: PG-15
Ships: Harry & Hermione
Summary: Não poderiam mais esconder as partes quebradas. Já que em um ponto ou em outro eles haviam atravessado a linha tênue entre a amizade e algo maior. Talvez no lugar errado, talvez na hora errada, talvez tarde demais, talvez por algum tempo, talvez para sempre.
Spoiler warning: Books 1 - 7
Type of fic: Drama/Romance
Legal Disclaimer: Não me pertence, só ‘to pegando emprestado. ^_^
Author's note: Em itálico é o flashback. É um flashback em fragmentos, então eu optei por não colocar que era um. U__U



Maybe Forever

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Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares esqueça os amigos
Não pare nas praças não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não Ponha o dedo na nossa ferida

_________________________

*


Usa a chave e entra na casa, ao caminhar o chão range. E apesar disto e da tempestade, que talvez fosse capaz de levar a velha casa para longe dali, havia de ter feito um bom negócio. Uma casa no campo era um antigo sonho de menina, agora podia respirar ar puro, ler e estar só.

Não voltava lá fazia anos, estar de volta era como realizar novamente um sonho esquecido.

Jogou o casaco em cima de uma cadeira e retirou as botas. Hermione acomodou-se no sofá e cobriu-se com uma antiga coberta. Lembranças entraram juntamente com o vento que fez a janela escancarar-se e a cortina voar.

i


“- Vamos lá, Mione. Escolha o filme, eu pegarei a comida.

Começaram a assistir o filme, comeram bolachas recheadas junto com o chocolate quente que ele havia feito. Rouxinóis cantavam fora da casa. Na maioria das vezes o filme tornou-se um pequeno ruído, um pano de fundo para as conversas e risadas de dois amantes.

O tempo voou sem a observação deles e adormeceram no sofá.”


*


Hermione lembrara-se de ter tido um bom sonho naquela noite. Mais uma rajada de vento fazendo-a encolher-se, ela havia encontrado seu refúgio e rezava para que ninguém a encontrasse.

Era certo que sua filha estava em segurança e que tinha um bom pai. Um ótimo pai, na realidade, péssimo marido, tinha de admitir. Havia, é claro, se acostumado a conviver com ele, a suportá-lo depois que a chama do amor, ou o que achava sê-lo amor, apagara-se. Porém um trágico acontecimento fez sua vida de cristal partir-se em milhões de pedaços.

ii


“O sol da manhã de inverno entrava pela janela quando ela acordara. Podia sentir o cheiro de bacon e dos ovos em suas narinas. Levantou-se preguiçosa e passou a mão pelos cabelos, indo devagar à cozinha.

Ele olha para Hermione sorrindo e oferece-a uma xícara de café. Era próximo do almoço e ela ainda vestia as roupas do dia anterior, enquanto ele possuía o cabelo molhado e usava um novo conjunto de moletom.

Vira-se para terminar a comida e Hermione aproxima-se, beijando-lhe a bochecha, pode ver os pêlos do rosto dele eriçarem-se e sua face enrubescer. Desculpa-se e diz que tem algo a pegar na despensa.

Ela ri com gosto e espera-o voltar já recomposto.”


*


O que acontecera há alguns dias atrás ainda passava em câmera lenta, o eco de um grito mudo ainda provocava ondas de dor por todo seu corpo. Uma doença caíra sobre seu filho Hugo e apenas permitira-o completar doze anos.

Levara-o a se consultar a todos os médicos e medi-bruxos existentes. Até que por fim o próprio garoto pedira aos pais que o deixassem viver em paz o resto dos tempos que lhe restava. Hermione orgulhou-se dele naquele momento.

iii


“- Poderia alcançar-me minha bolsa? – Hermione perguntou-lhe enquanto alimentava-se.

Ele sorriu e foi até a sala. Agarrou a bolsa dela e percebeu que pesava muito, em pensamento perguntou-se o que tanto carregava ali. Sem pestanejar ou ter qualquer autorização, enquanto caminhava, abriu-a e surgiu um grande sorriso em seu rosto ao ver que ela carregava um porta-retrato dos dois, juntamente ela levava um livro e mais algumas coisas que ele não gostaria de saber para que serviam.”


*


Mas a cada dia que passava seu filho morria. E vê-lo sofrer daquele modo a matava, mas do que se ele morresse de uma vez por todas. Não seria de todo modo impossível superar a dor, se não fosse o fato de ele se parecer a cada dia que passava mais e mais com seu pai.

Hermione providenciara-lhe lentes de contato para que não precisasse usar óculos. O garoto passava algumas horas lendo e nas outras dormindo na cama da enfermaria, lá se alojava outras duas crianças com doenças terminais.

Ron visitava-o todos os dias, levando-o para dar uma volta pelo jardim do hospital. Hermione aparecia sempre que a saudade tornava-se insuportável, alegando que estivera trabalhando e não pudera ir ao dia anterior.

iv


“Naquele dia ela percebeu que os olhos verdes dele brilhavam diferentes, traziam um encanto que ela não via quando ele estava com sua mulher. Harry serviu-lhe um copo de vinho tinto, cruzando os braços e esperando-a provar.

- É maravilhoso, Harry. – ele sorri satisfeito e serve-se.

- É uma antiga safra e... Você não vai querer saber da história. – diz refletindo e balançando a cabeça.

- Por quê?

- Bem, eu tive que ouvi-la antes de ganha-lo e acredite que a história não é tão boa quanto o vinho. – pegou o litro e o copo, sentou-se no sofá e observou a neve fora da casa.

Hermione sentou-se do seu lado e os cobriu com o cobertor. Beberam o delicioso vinho e falaram por horas, pairava no ar a pergunta de como sempre tinham algo a dizer.

Enquanto que na companhia de outros ele é sempre tímido e quieto, quando estavam junto tornava-se extrovertido e conversador. Para ela não era apenas o fato de serem amigos há tanto tempo, havia algo mais, algo que ela teria que descobrir.”


*


Chegou como um trovão a noticia de que seu garoto tinha falecido. As enfermeiras disseram-lhe que ele apenas parara de respirar. Sem dor, sem sofrimento. Ouviu em um dos corredores alguém dizendo que a morte só doía em quem perdia alguém, quem morria estava apenas liberto das tristezas deste mundo.

Hermione sentou-se na cadeira que ficava na frente da porta, sacudiu dos cílios uma única lágrima rebelde, então viu o mundo decompor-se em cores. A porta do quarto se abriu e assistiu levarem do corpo de sua criança.

E pelo único e mais forte motivo do mundo todo, resolveu que não iria ao velório. Hermione sabia que não poderia vê-lo sendo enterrado, era como a morte de um herói. E não apenas isto, decidiu que precisava ir embora.

v


“A TV estava fora do ar, o que acontecia algumas vezes, a neve deve ter causado algum dano à antena. Harry ofereceu-se para ir arrumá-la, mas ela disse para ele apenas ficar quieto e apreciar o momento. Ele ajustou-se melhor no sofá e segurou a mão dela.

Um menino e uma menina podem ser apenas amigos. Um homem e uma mulher quando chega a certo ponto, onde há apenas uma linha tênue separando a amizade de algo mais forte, talvez eles caíssem... Talvez eles mudassem as linhas... Talvez temporariamente, talvez no tempo errado, talvez no lugar errado, talvez tarde demais, ou talvez para sempre.

O eterno petrificou-se no momento que seus lábios se encontraram, o momento em que seus corações deram um salto e passaram a baterem juntos.”


*


Ela chegara a pensar em sair para beber enquanto caminhava para fora do hospital, mas optara por ir tomar um café. Sabia que nesses bares existiam pessoas iguais a ela, pessoas que perderam alguém, pessoas que estão fugindo, pessoas que querem ficar sozinhas.

Mas sabia que um copo de bebida não iria amenizar as dores, não iriam lhe trazer refúgio, não iriam criar uma câmara onde ela pudesse estar só. Não gostaria de falar sobre o medo que a vida lhe trazia, não gostaria de voltar para casa.

vi


“No instante seguinte pode saborear o prazer, a doçura e a dureza. As fortes mãos jovens e a surpreendente delicadeza dele, atrás de sua atitude ousada em levá-la para a cama. Hermione riu com satisfação pelo prazer inesperado, abriu-se totalmente para ele e sentiu também o prazer que lhe proporcionava.

Ela nunca havia sido tão feliz em sua vida. O amor pairava no ar, como uma nuvem de felicidade envolvendo-os. Ele era seu melhor amigo, metade da sua alma.

Lembrava-se de tudo o que compartilharam e ansiava tudo o que ainda estava por vir. Hermione queria dizer a ele tudo o que lhe significava, quanto o amava e o quanto estivera esperando por isso.

Mas igual a ele, as palavras não eram o suficiente para o que sentiam. Cansados e calados, ficaram deitados, os membros trançados, acariciando-se em uma fadiga agradável, em um gesto doce e inocente.”


*


Hermione deixou para trás a praça em que tomava seu café e foi atrás de sua libertação. Sumiu por alguns dias, hospedada em um hotel trouxa.

Chegou a casa, estava vazia e assim pode agir com calma. Pegou uma mala e colocou algumas peças de roupa e em outra organizou seus livros e pertences. Com a varinha levou-as até o hall e deixou em cima da mesa da cozinha os papéis do divórcio.

vii


“Hermione acordava, encontrava-se ainda despida e apenas coberta com um lençol. Esticou o braço e percebeu que Harry não se encontrava mais ali, levantou-se e enrolou o lençol em volta de si.

Procurou pela casa, mas ele havia deixado o lugar. Voltou ao quarto e se vestiu rapidamente, lágrimas revoltas escaparam por seus olhos e ela desejou não voltar mais ali. Podia sentir seus sonhos destruídos e desejou nunca ter tirado os pés do chão.

Saiu pela porta e trancou o lugar, sem nem ao menos reparar no bilhete que estava no chão, levado pelo vento. Onde as palavras “o café acabou, fui providenciar mais. Amo você, Hermione” pairavam esquecidas.


*


Nota: Em breve o epílogo. ;)

XoXo, L.

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