A TOCA




Aquela foi a pior viagem pela rede de flu que Hermione fizera em toda sua vida. Era extremamente ruim a sensação de estar girando semi nua enquanto passava por uma sucessão de lareiras indistintas. Intimamente, ela desejava que as pessoas que visualizava nos aposentos por quais passavam não fossem capazes de enxergá-la naquele estado.
Mas tão subitamente quanto começara, aquela viagem terminava. Draco sumiu de sua frente, e ao julgar pelo palavrão que o escutou dizer, provavelmente deveria ter caído com as costas em carne viva no chão. Logo, ela própria saía pela lareira, soltando um gemido quando seu corpo caiu sobre o dele. Mas não demorava em se levantar, mesmo que isso fosse dolorido. Malfoy precisava de ajuda urgente, e ela tinha que explicar a situação para os Weasley. Tão logo se pôs de pé, uma mão envolta protetoramente em volta dos seios, olhou ao redor da sala aparentemente vazia.
Não muito distante deles, havia uma Gina Weasley, o rosto embranquecido de espanto contrastando violentamente com os cabelos vermelhos, fitando-os totalmente horrorizada. Apoiada em seu colo estava uma vassoura bastante desgastada e no sofá corroído pelas traças, bem ao lado de onde estava sentada, o estojo de manutenção de vassouras que Mione dera para Harry.
- Mione?- ela perguntou incerta do que estava realmente vendo. E mal terminara de falar, Harry, Rony e Lupin vinham da cozinha com as varinhas em mãos como se a casa tivesse sido invadida por Comensais.
Hermione tossiu um bocado, sentindo o rosto arder diante de tantos olhos que a observavam com espanto. Usou a outra mão para se proteger também, antes de começar a gaguejar, sem saber se era mais por nervosismo ou timidez.
- Ele... ele... ele precisa muito... muito de ajuda! Por favor... – ela pedia baixinho, apontando para Draco no chão.
- Me esquece! - grunhiu Draco – Os Comensais estão na minha casa, Eleito. Vá lá dá um pé na bunda deles! - falou virando-se para Harry. Sua voz tinha um tom mandão, como se tivesse dando ordens ao um cão de guarda.
Mas Harry não respondeu. De fato, demorou alguns segundos que mais pareciam minutos antes que alguém tomasse REALMENTE alguma atitude. Eles apenas fitavam em um silêncio incômodo Draco e Mione, como se alguém fosse, de repente, anunciar que tudo aquilo não passava de uma pegadinha. Até que Rony foi o primeiro a se movimentar. Tinha parado de olhar Hermione com uma expressão perplexa, abrindo e fechando a boca, sem emitir som algum, como um peixe fora d’água, quando aproximou-se de Malfoy, que tinha acabado de erguer-se precariamente, e o socou.
- MALFOY, SEU BAFO DE COCÔ PODRE!
- Rony não! - Lupin exclamou, se jogando sobre ele, junto com Harry, para segurá-lo.
-ME LARGA, EU VOU MATAR ESSA BUCETA LOIRA CABELUDA!
- WEASLEY, SEU FILHO DA PUTA! - Draco gritou, levando a mão ao nariz que agora sangrava – ONDE ESTÁ A MERDA DO SEU PRINCÍPIO GRIFINORIANO DE NÃO ATACAR QUEM ESTÁ FERIDO?
Hermione arregalou os olhos, dando um passo para o lado, horrorizada, perdendo a pouca cor do rosto de vez. Estava tão pálida, que parecia prestes a desmaiar a qualquer momento, dividida entre proteger Draco e acalmar Rony. Mas como o ruivo já estava seguro nas mãos de Lupin e Harry, os olhos castanhos da morena foram até Draco, perscrutando o rosto dele, aproximando-se devagar.
- CAI PRA PORRADA, SEU SONSERINO LAZARENTO!
- Desculpa... está tudo bem? - ela perguntava num tom tão baixo, que talvez nenhum dos outros presentes pudesse escutá-la, o que conferia ao casal um ar de intimidade que não existia realmente.
- Não, não está! - Draco respondeu furioso - Quase fui morto por Comensais e agora meu maravilhoso nariz foi arrebentado por um pobretão! - e após falar isso, ele avançou para cima de Rony, socando-o no rosto, aproveitando o fato do ruivo não poder reagir por estar sendo segurado.
- Mal... Draco! - Hermione exclamava exaltada, e estava tão próxima dele, que acabava cambaleando um bocado quando Draco dava aquelas passadas rápidas em direção a Rony, para acertá-lo.
- ELE ESTÁ EM DESVANTAGEM, SEU CRETINO! - Gina exclamou, empurrando Draco no chão.
- FICA FORA DISSO, GINA! ESSE CÚ LOIRO É MEU! - Rony rugiu, tentando se desvencilhar de Lupin.
- Gina, não! - Harry interveio, soltando o melhor amigo para pegar a ruiva explosiva.
Tudo que acontecia era rápido demais e no instante seguinte, Malfoy estava no chão, e agora Rony e Gina ofegavam furiosos.
- Rony... eu... - Mione começava, sem conseguir encarar o ruivo.
- Não se preocupa, Mione! Seja lá o que esse bosta de dragão fez contigo, a gente vai dá um jeito! - Rony respondeu, lutando ferozmente pra se livrar do ex professor.
- Rony, me escuta, eu não acho que...- Lupin tentou, mas parou ao receber uma cotovelada do ruivo.
- A ÚNICA COISA QUE VOCÊ VAI ACHAR É A CARA FUDIDA DESSA PUTA SONSERINA!
- ME LARGA, HARRY! - Gina gritou, tão furiosa e tão vermelha quanto o irmão.
- Gina, tenta se acalmar! - Harry pediu, tendo dificuldade em segurar a ruiva.- Lembra que o Lupin falou que não acha que a Mione...
- É CLARO QUE ELA ESTÁ SENDO DOMINADA POR ESSE ESCROTO, HARRY! MIONE NUNCA NAMORARIA UM MALFOY E...
- O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Molly Weasley descia as escadas que dava para a sala, acompanhada de Fleur e Tonks.
Se Hermione achava que não tinha como sua situação piorar, via que se enganava grandemente, ao ouvir a voz da senhora Weasley. Meneava o rosto, recuperando rapidamente a cor dele, que ia do pálido até o rosado, que fazia suas bochechas arderem. Por isso preferia não dizer nada. Nem responder a Rony, nem dizer algo a Malfoy, nem implorar ajuda de Gina... em absolutamente nada.
- O ASSASSINATO DE UM MALFOY!- grunhiu Rony, as orelhas tão vermelhas quanto os cabelos.
- Molly... Comensais... invadiram a mansão... Mione e Draco escaparam por pouco... temos que fazer algo! - Lupin falava ofegante, ainda tentando segurar Rony. Mas, seus esforços não adiantaram. O ruivo simplesmente conseguiu se desvencilhar e partia para cima de Draco de novo.
- MATA ELE, MANO! - Gina vibrou sorridente, ainda presa por Harry.
- Petrificus Totalus! - Fleur gritou, apontando a varinha para o caçula dos Weasley. Este caiu duro no chão, petrificando, quando o feitiço o acertou.
- SUA... SUA... PORCA FRANCESA! -Gina berrou, quase contida, perto do olhar de morte que dirigia a Fleur.
- O QUÊ VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? - Molly gritou, virando para Fleur com reprovação - ELE É MEU FILHO E NÃO LEMBRO DE PERMITIR QUE VOCÊ...
- MOLLY, ACALME-SE! - Lupin interveio, gritando, ao perceber que ela começaria a discutir sério com a futura nora - Fleur achou a melhor forma de segurar o...
- ELA ENFEITIÇOU O MEU BEBÊ! - a senhora Weasley rugiu, virando-se para Lupin irada.
- Se ela não fizesse isso, Rony mataria o Draco! - Lupin respondeu, olhando sério - Draco e Mione escaparam por pouco de serem mortos por Comensais. Precisamos parar de agir dessa forma infantil, antes que as coisas piorem!
Um silêncio incomodo perdurou por alguns segundos após Lupin finalizar seu sermão. Todos apenas se fitarame somente então Molly, Thonks e Fleur notaram a semi nudez de Mione, que estava encolhida num cantinho da sala, completamente muda. O ex professor de artes das trevas respirou fundo e então continuou:
- Thonks, vá para o Ministério e alerte os Aurores sobre a invasão na Mansão Malfoy!
- Sim, senhor! - Thonks brincou, batendo continência, em uma tentativa de amenizar o clima da sala. Em seguida, aparatou.
- Molly, entre em contato com Alastor e peça para ele se certificar que os pais de Mione estão bem agora! Depois, escreva uma coruja para Dumbledore contando o que aconteceu! Fleur preciso da sua ajuda para preparar uma poção para curar as feridas de Draco. Gina, ajude a Mione a providenciar... erm... roupas... - Lupin falou sem jeito - E... Harry... fique aqui e... cuide de Draco! – Terminava de distribuir funções, respirando fundo, para recuperar o fôlego. Harry ia abrir a boca para protestar, quando Lupin acrescentou, ainda ofegante - Não! Isso é uma ordem, Harry. Infelizmente, você não é tão bom com poções como é com Defesa Contra Artes das Trevas.
A senhora Weasley pareceu se mexer a muito custo, lançando um olhar ao filho petrificado no chão e para Hermione, antes de sair, como se jogasse a culpa daquilo nela, embora tivesse de concordar que finalizar o feitiço em Rony seria sentenciar a morte de Draco. Harry ainda parecia bastante descontente,mas alguém teria de vigiar Malfoy mesmo, enquanto Fleur aceitava prontamente sua tarefa, com uma expressão que parecia aliviada, talvez por estar livre das garras da sogra. Já Mione estava com uma expressão difícil de identificar, entre a vergonha e o nervosismo, entre estar grata e querer sumir dali. Não precisou que Lupin falasse duas vezes para que fosse até a amiga, que ainda estava sendo segurada por Harry. Desvencilhou-se dos braços dele, trocando olhares com a morena, antes de silenciosamente subirem as escadas, Gina na frente, Mione a seguindo, louca para recuperar a decência. No entanto, parou no terceiro degrau da escada torta que levava aos andares superiores da casa e voltou o olhar para Harry e Draco, que tinham sobrado ali.
- Eu não demoro! - ela murmurou deixando-os sem entender para quem dissera aquilo. No final das contas podia servir de consolo para ambos...
- Só espero que eles não se matem nesse tempo... - brincou Gina, em tom de quem achava que era melhor fingir que Mione não estava andando semi nua com ela pela sua casa até o seu quarto.
- Draco não teria chance se tentassem... - ela respondia de pronto, porém com a expressão do rosto muito séria. Não dizia nada no trajeto que restava, e embora respirasse aliviada quando chegavam ao quarto da ruiva, lançava um olhar descontente para o último lance de escadas, na direção em que ficava o quarto de Rony.
- Hmmm... – Fez Gina. E Mione podia perceber que a amiga escolhera não dizer nada. Assim que entravam no quarto, ela fechava a porta e após alguns segundos em que parecia estar pensando, Gina cruzou o quarto e abriu a porta de madeira gasta de seu guarda roupa, puxando uma gaveta para selecionar uma blusa para amiga, em silêncio.
Mione tão pouco disse alguma coisa nos segundos seguintes, sentando-se na cama estreita da ruiva com outro suspiro. Era um quarto simples o da amiga. Pequeno, mas aconchegante e estritamente feminino, ainda que não houvesse frufrus no aposento como objetos cor de rosa, babados, ursinhos e todo aquele tipo de coisa que garotas da idade dela normalmente teriam em seus quartos. Ela meneou o rosto ao pensar isso, ainda abraçando a si mesma enquanto esperava a ruiva escolher uma blusa para lhe emprestar.
E foi pensando no quarto em que estavam e que dividira com a amiga quando estivera de férias ali que começava a soluçar. Ok, era um choro inoportuno, que vinha do nada... Mas era completamente justificável. Suas últimas horas tinham sido horríveis, a contar da tentativa de estupro de Malfoy, até o ataque de heroísmo dele e suas conseqüências, o "encontro" com a assassina de Sirius e finalmente, enfrentar todos seus amigos diante de uma cena ao mesmo tempo preocupante e vergonhosa. Baixou o rosto, escondendo-o nos joelhos.
- Eu acho que essa vai ficar bem em você... nós não temos um corpo tão diferente..- Gina falou, um segundo antes de perceber que Mione estava soluçando. Voltava a se aproximar da amiga, sentando-se próxima a ela com a blusa simples em uma mão e uma bisnaga de pomada em outra. - E esse pote foi Madame Pomfrey que me deu... ela disse que é excelente para cuidar de hematomas e arranhões típicos de quadribol... – acrescentou num tom manso. Tinha percebido de imediato o estado das costas de Hermione, cheias de hematomas roxos, além de círculos também levemente arroxeados nos pulsos e nos tornozelos. - E se... bom... se você quiser falar a respeito, eu estou aqui, embora ache que você prefira conversar com o Harry... ou meu irmão... - ela franziu o cenho ao falar “irmão”. Talvez Gina não conseguisse imaginar ela conversando com Rony sobre estar semi nua com Malfoy e cheia de hematomas pelo corpo.
Hermione ouviu tudo que a amiga tinha a dizer de cabeça baixa, e só então a ergueu, fitando-a com os olhos embaçados pelo choro.
- Ele... ele deu nossas roupas aos... aos elfos... – ela disse entre soluços, achando que deveria falar aquilo. O momento era tenso, mas nem assim deixava de pensar em sua reputação. O que diriam dela se ela não explicasse porque estava sem roupa? - ... para despistar os Comensais... - prosseguiu, parando por uns segundos, para secar as lágrimas que não paravam de rolar de seus olhos. - Depois... nos escondemos em uma... uma espécie de caixão... e... e... as paredes... queimavam... por isso as costas de ... Draco... - e seus lábios tremiam ligeiramente ao chamá-lo pelo primeiro nome - ...estão daquele jeito... era... apertado... - terminou por fim, voltando a esconder o rosto, dessa vez nas mãos. O detalhe do quase estupro era algo que jamais pretendia contar a alguém.
- Tudo bem, Mione, tudo bem... - a ruiva falou baixinho, no melhor tom de consolo que conseguiu arranjar, abraçando-a -... já passou, ok? Vocês estão seguros agora e Lupin vai dar um jeito no Malfoy...
Hermione correspondeu o abraço de Gina, e só depois disso que pareceu melhorar, o choro parando aos poucos, embora alguns soluços persistissem. Só largava da amiga quando ela mencionava que Lupin daria um jeito no Malfoy, como se só se lembrasse dele agora. Pigarreou. Tinha que parar de chorar... tinha que se controlar. Respirou fundo.
- Eu... eu preciso vê-lo, falando nisso. Ele está péssimo, mas nem assim vai deixar Harry em paz...- Mione murmurou, meneando o rosto, e então, vestia a blusa cedida pela amiga, sem nem se quer cuidar dos próprios hematomas, embora enfiasse a bisnaga de pomada de qualquer jeito, em um dos bolsos do jeans.
- Hmmm... então você está mesmo apaixonada pelo Malfoy? - Gina perguntou, num tom estranho, como se já tivesse pensado a respeito e chegado a conclusão de que era bobagem. - É o fim de seis anos de puro amor não correspondido pelo meu irmão?
- Não é... não é essa a questão Gi... - Mione disse, com um tom de voz triste, sem olhá-la. Em pensar que todo aquele dia amaldiçoado tinha começado porque Malfoy acabara com todas as esperanças de um dia, quem sabe, acabar bem com Rony. Outro longo suspiro e se levantou, indo em direção a porta - Obrigada... mesmo... - agradeceu, esboçando um sorriso fraco para a amiga, e então, girando a maçaneta e abrindo a porta, saía.
- Mione, espera! - Gina exclamava, saindo correndo do quarto a tempo de segurar Hermione pelo braço, no corredor.A olhava nos olhos, como se estivesse inspecionando-a, quando finalmente abria a boca para falar algo. - Nada, esquece... - falou, soltando a amiga e mordendo os lábios, exatamente como fazia quando queria contar alguma coisa que sabia que Mione não ia gostar.
- Certeza...? - Mione indagou, os lábios mais rápidos que seu cérebro, quando reconhecia aquele traço da personalidade da amiga.
- Nenhuma... - ela falou, encolhendo os ombros.
- Gina... - era vez de Mione tocá-la no braço, mordendo o lábio antes de continuar - Eu sei que não faz sentido... mas não é pra fazer mesmo. Isso tudo que está acontecendo... eu... eu não posso explicar... mas eu... eu queria que confiasse em mim. Ainda sou a mesma Mione de antes...
- Hmmm... e a mesma Mione de antes contaria para mim que andou fazendo um ritual de magia negra com alguém? - ela perguntou, olhando-a seriamente.
Mione arregalou os olhos e começou a tossir. Gina a tinha pegado tão desprevenida, que não tinha conseguido ao menos tentar disfarçar.
- Como é que é?
- Eu acho que não, né? - a ruiva concluiu, com um longo suspiro.
Mione fechou a boca, que nem sabia que tinha deixado aberta de tanto espanto. Comprimiu os lábios e não disse nada. Coma ela poderia ter descoberto?
- Mione... quando eu vi no jornal que você e Draco estavam... namorando... eu achei estranho. Mas nunca pensei que vocês pudessem ter feito algo do tipo... - ela olhava para Mione preocupada - Magia negra, Mione!
- Gina... melhor... - ela começava, menando o rosto em negativo, atrapalhada, completamente arrependida de ter insistido para a amiga falar - ... melhor deixar isso... pra uma... outra hora...
- Ele forçou você, não forçou? O que ele fez? Ameaçou seus pais? - Gina insistia.
- Não! Não foi isso... - Mione murmurou sem saída. Tinha o cenho franzido, como se pensasse a melhor forma de explicar - ... foi uma... uma... troca...
- Troca? Mione, se você queria fazer uma troca, falasse comigo! Eu aconselharia você a vender sua alma para o demônio porque é muito mais seguro do que fazer uma troca com um Malfoy! - refutou Gina, olhando Mione como se ela tivesse enlouquecido.
- Gina... era o diário da minha mãe! - ela dizia por fim, olhando sério para a amiga - Eu não o teria de outra maneira! Nunca!
- Você se vendeu por um diário? - a ruiva exclamou, fitando a amiga perplexa.
- Não é um diário... é o diário da MINHA mãe, Gina... é... é minha única maneira de conhecê-la melhor! - Mione explicava com um tom de voz exasperado. Era tão difícil entender assim? Ela tinha uma mãe biológica que não conhecera e aquela era a forma de saber tudo sobre seu passado como bruxa! Algo como estar perto da mãe... era tão irracional quanto Harry se deixar dominar por dementadores, só para ouvir Lílian, não era?
- Então, você me falava e a gente roubava do Malfoy! - Gina insistiu - Se você o amasse de verdade, eu até apoiaria esse namoro, Mione, mas agora eu... - mas ela se calou ao ouvir um grito de dor de Malfoy vindo da sala de estar.
- Merlim! - Mione arregalou aos olhos, sem continuar a discussão com a amiga e saiu correndo corredor e escadas abaixo, diretamente para a sala de estar. Tinha conseguido fugir das perguntas de Gina, mas de um jeito que não gostara nem um pouco. Chegou ao primeiro degrau esbaforida, ofegante - ... o que... o que...foi?
Lupin estava passando uma gosma verde nojenta nas costa de Draco e este gritava de dor, enquanto ameaçava colocar uma vassoura em determinado lugar obsceno do corpo do professor. Mione frisou o cenho, olhando de relance para os amigos.
Endureceu o maxilar e se ajoelhou ao lado de Malfoy.
- É para doer tanto assim? - ela perguntou a Lupin, com uma expressão preocupada no rosto.
- Se ele quiser que a ferida cicatrize, sim tem que doer... - disse Lupin, sem emoção, passando mais um pouco de gosma verde nas costas de Draco e recebendo outra enxurrada de palavrões. Rony tinha se livrado do feitiço e simplesmente ria, divertindo-se ao ver Draco sofrer. Harry, por outro lado, parecia dividido entre rir com o amigo ou compadecer da dor de Malfoy. Ela desceu o olhar até Draco, olhando-o com complacência.
- Você vai ficar melhor... – ela murmurou, embora fizesse uma careta, como se sentisse dor também. Rony, de repente, parara de sorrir.
- Obrigada... isso me ajuda muito! - respondeu Draco carrancudo. Mione suspirou baixinho, sabendo que não ajudava muito. Estava pronta para perguntar o que poderia fazer para ser útil quando Rony a interpelava:
- Dá um beijinho nele, Mione, ou tire a blusa de novo... quem sabe ele agüenta as dores sem reclamar!
Ela ergueu os olhos para o ruivo, erguendo-se lentamente. Piscou algumas vezes, sem saber o que dizer, apenas encarando aquele rosto avermelhando, que a olhava com despeito, nojo... e... doía tanto!
- Rony... – começou num tom suave, mas o ruivo não parecia satisfeito com a suposta calma de Mione, talvez achando que ela devesse explodir por ele acusá-la de algo tão... nojento.
- Não vem...! – Ele a interpelava - ... você me parece bem animada em poder beijar essa doninha de novo!
- Acho que se você gosta um pouquinho de mim, quem deveria vir dar um beijinho nele é você! A menos que ficasse feliz com a notícia que eu tivesse sido morta por Bellatrix! – Mione respondeu visivelmente irritada com a ironia dele. Sabia que uma hora ou outra ele iria estourar para seu lado... mas não estava preparada para agüentar aquilo calada... ou talvez fosse mera frustração por não poder se explicar.
- O quê? Você convenceu Bellatrix a ficar com sua blusa ao invés dela te matar? - perguntou Rony, olhando-a com raiva, o rosto vermelho.
- Rony... - tentou Harry.
- NÃO, HARRY! - Rony insistiu, suas orelhas tão rubras quanto seu cabelo - Estou muito ansioso em saber como é que a blusa da Mione salvou a vida dela...
- A droga da blusa ficou com um elfo, Ronald! - ela explodiu em seguida - Um elfo que provavelmente foi morto agora! Morto por minha culpa! Porque estava carregando meu cheiro! E enquanto isso Draco estava esfolando a própria pele para que não nos achassem, ok? Está feliz agora? Ou desapontado porque a história da minha blusa não tem nenhum tipo de apelação sexual? - continuou histérica, então se levantou, esbarrando com ele ao passar rumo a cozinha, para ficar sozinha.
Rony não foi atrás dela, muito menos o Harry, que agora devia estar conversando com o amigo. Mione tinha passado por um novo acesso de choro, mas esse conseguira controlar sozinha. Tinha preferido ficar sozinha, tentando colocar os pensamentos em ordem ao som dos gritos, xingos e ameaças de Draco para cima de Lupin, que agora tinha pelo menos umas vinte gerações da família amaldiçoada pelo sonserino. Tinha ela mesmo acabado de vez com Rony, defendendo Malfoy daquela maneira. Mas não poderia ter agido diferente. Não podia! Uns dez minutos tinham se passado quando Draco finalmente se calara, tornando a casa silenciosa. Somente após disso era que ela ia espiar pelo batente da porta, silenciosa.
Lupin estava limpando o caldeirão da poção com um aceno da varinha, ao mesmo tempo em que Fleur terminava de enrolar o tronco de Draco com ataduras prendendo-as com magia. Rony e Harry haviam desaparecido da sala e, pelo visto, Gina resolvera não descer. Mione deu um passo à frente, entrando na sala.
- Já acabou...? - ela perguntou baixinho, agora sim, envergonhada de vez.
- Ah... sim, Mione, acabamos! - respondeu Lupin sorrindo.
- Tem muite coragem, o garrotinho! - respondeu Fleur, dando um beijo na bochecha de Draco, achando que aquilo melhoraria o ânimo dele. Malfoy, por outro lado, lançou um olhar de censura a Fleur e Hermione não conseguiu não compará-lo com Rony que em seu lugar teria virado uma poça de Weasley, completamente derretido.
Mione arriscou se aproximar de Draco de novo, mas não disse nada. Seria arriscado levar uma patada. Suspirou e voltou a olhar para Lupin.
- Professor, eu preciso de um lugar para levá-lo...
- Eu já pensei nisso... - respondeu Lupin amigavelmente.
- Como assim, lobisomem? - Draco perguntou, olhando com superioridade para Lupin - Eu vou para MINHA casa...
- Draco... - começou Lupin.
- Não me chame com essa intimidade, lobisomen! - censurou o loiro.
- Quieto Draco... - Mione murmurou, sem nem olhar para ele.
- Não me mande ficar quieto! - bufou Malfoy.
- Mesmo? - retomava o assunto com o professor, revirando os olhos com a resposta de Draco - E... já tem alguma idéia de onde seria seguro? Cheguei a pensar na casa dos Black... mas... Bellatrix... bem, não seria seguro...
- Mione, eu gostaria conversar com você a sós um pouquinho... - Lupin pediu e virando-se para Fleur acrescentou - Você poderia ficar de olho em Draco para ele não tentar fazer nada idiota?
- Oui, professeur! – Fleur assentiu.
Lupin saiu da sala dos Weasley com Mione, acompanhados pelo olhar mal humorado de Draco. Atravessaram a cozinha, saindo pela porta dos fundos que ficava ali, indo em direção ao jardim descuidado, onde pararam. Havia alguns gnomos curiosos, espiando através da cerca viva da qual estavam perto. Mione pegou-se olhando-os, distraída... surpreendentemente calada, esperando que o professor começasse a falar.
- Mione... - ele começou, após um longo suspiro - Sei que você ainda está perturbada com o que aconteceu hoje, ainda mais se levarmos em conta a FORMA como você pareceu com Draco... mas eu realmente preciso saber o que aconteceu...
- Foi basicamente como me ouviu gritar para Rony... - ela disse cansada - Eu estava na Mansão Malfoy... de repente um elfo apareceu... Grampo... E Draco notou a presença dos Comensais apenas com a aparição dele. Em seguida chamou outros dois elfos... tirou seus cheiros e deu nossas blusas para vestirem. Eles saíram pela lareira, que daria nas masmorras. Eu e Draco entramos em um esconderijo... uma passagem secreta atrás da estante de livros. Era uma espécie de caixão que queimava se encostássemos em suas paredes. Draco entrou primeiro e sem camisa, apertado como estava, acabou com as costas daquele jeito. Identifiquei as vozes de Bellatrix, Rabicho e Macnair. Havia uma quarta voz, uma que soava como um latido... e que pareceu farejar a trilha dos elfos rumo a lareira. Draco tinha usado o feitiço de tirar cheiros em nós também, de forma que não nos acharam. Quando saímos do caixão, a mansão ainda estava ocupada por eles... eu não tive muito tempo para pensar e acabei vindo parar na Toca...
Lupin permanecera calado, escutando Mione com atenção. Seus olhos brilharam na menção de um Comensal que falava como se latisse, mas não disse nada a respeito.
- Compreendo... foi uma excelente idéia ter escolhido aqui para se refugiar. Muito embora os Weasley não gostem de Draco, a casa está sendo vigiada por Aurores e integrantes da Ordem da Fênix... - ele falava, como se elogiasse Mione por ter tido uma excelente idéia para uma redação de Defesa Contra artes das Trevas.
- Draco pensou nisso... - ela corrigiu o professor - Ou me induziu a pensar, que seja... - encolheu os ombros - ...o fato é que não posso nem quero mantê-lo aqui. Seria abusar da hospitalidade dos Weasley e fazê-lo ser mais insuportável do que já é...
- Eu sei Mione, não se preocupe quanto a isso... - ele sorriu, despreocupado - Agora, se me permite perguntar, o que você foi fazer na casa de Draco? Namorar?
Mione frizou o cenho, quase deixando a naturalidade falar por ela "Obvio que não!". Então, esperou um segundo, para fechar a boca, e confirmar com um aceno da cabeça.
- E vocês namoram desde...? - Lupin perguntou, curioso.
- Pouco tempo... - ela respondia, evasiva - Umas... duas semanas...
- Hmmmm... - ele fez - Desculpe por fazer essas perguntas incômodas, mas eu fui chamado aqui por um Rony que jurava que você estava sob efeito de um Imperius ou dominada por uma poção do amor. Estávamos justamente indo para sua casa quando... bom, você chegou...
- Eu não estou dominada Professor... - Mione murmurou sem olhá-lo nos olhos - Eu só... não tinha falado nada sobre esse meu namoro com os meninos ainda...
- Eu sei... - ele respondeu, encarando-a com um ar paternal - Eu disse ao Rony que era mais fácil o Draco ser dominado por você do que o contrário... - ele brincou, rindo.
Mione esboçou um sorriso ameno, mas que logo se dissipou, ao se lembrar das cenas de terror que tinha vivido com o sonserino. Ele não era tão tapado quanto as pessoas imaginavam... suspirou.
- De qualquer forma, eu me sinto obrigado a perguntar... você tem certeza que está preparada para esse namoro? - ele perguntou, fitando-a sério.
- Claro! – ela respondeu com prontidão, ainda sem olhá-lo nos olhos - Eu sei que é estranho mas... - encolheu os ombros.
- Mione, eu... - Lupin suspirou - Me desculpe por me intrometer na sua vida. Acho que me sinto responsável por você ser filha de um grande amigo... mas é justamente por isso que quero conversar com você. Namorar... ou ser amigo de qualquer pessoa cuja família tem fama de pertencer ao mundo da magia negra é algo EXTREMAMENTE complicado. Em Hogwarts... - ele suspirou mais uma vez antes de continuar - Sirius sofria muito por causa disso. Todos o encaravam como se ele fosse um Comensal que a qualquer momento iria matá-los. Claro que a amizade dele com Tiago suavizavam as coisas, mas mesmo assim... sempre que acontecia algo, as pessoas nunca se contentavam com a história de Sirius... me procuravam ou ao Tiago, para confirmar se ele estava REALMENTE falando a verdade... pessoas como Sirius e Draco vivem cercada por ódio e desconfiança e... bem... é maçante para você, como amigo ou algo a mais, ter que assistir a tudo isso calado.
Mione entreabriu os lábios para falar, mas calou-se. Ergueu lentamente o rosto e fitou o professor com ternura. Às vezes sobrepunha a figura de Sirius nele. Não que fossem iguais, nunca! Na verdade eram muito diferentes... mas achava que determinadas atitudes de Lupin não iriam se diferenciar das do pai. Mordiscou o lábio. Sempre mexia com ela as lembranças do passado de Sirius... um passado que ignoraria se não tivesse sabido a tempo que era sua filha.
- Eu sei que é difícil... mas... ele não é como o pai... – ela murmurou, nem fazendo idéia do que estava falando. A verdade é que Malfoy filho era tão terrível quanto o Malfoy pai. Certo, Mione tinha captado alguma humanidade nele... e o fato dele ter se sacrificado por ela era algo realmente espetacular. Mas a garota tinha motivos de sobra para temer o que Draco era capaz de fazer, agora - Os Comensais só foram atrás dele porque ele não pretende se filiar ao exército particular de Voldemort e... aquela ferida horrível existe unicamente porque ele se sacrificou por mim. Quer dizer... se ninguém acredita nele... eu acredito...- terminou. Era um discurso muito convincente. Tão convincente que a própria Hermione sentira a penugem dos braços se arrepiarem.
Lupin fintou Mione comovido, uma mistura de orgulho paterno e admiração.
- Bom, você acredita nele e eu em você... - ele sorriu - Se tem uma coisa que aprendi, foi acreditar em casais inesperados. Tiago e Lílian, Sirius e Anne, Gui e Fleur... De qualquer forma, Mione, eu só quero dizer que você e o Draco terão obstáculos muito feios pela frente... metade do mundo mágico vai querer matá-lo e a outra metade contenta-se em desprezá-lo. Mas ele tem o potencial para mudar e se tornar um herói, mesmo que seja um herói que proteja apenas a você... E bom... se precisar de alguma ajuda... um conselho, pode vir falar comigo ou mandar uma coruja...
Então o rosto de Mione se iluminou. Lupin era demais mesmo. Sorriu. Sorriu e abaixou o rosto, tímida, envergonhada por ter mentido daquela forma para alguém que só queria seu próprio bem.
- Eu só posso te agradecer por isso, professor... – ela murmurava baixinho, sem perder aquela mania de chamá-lo daquela maneira.
- Bom, acho melhor voltarmos agora! Temos um certo rebelde para cuidarmos...
Ela fez que sim com a cabeça, pronta para voltar para a sala e aturar o mau humor do “pseudo namorado”. Lupin não disse mais nada durante o caminho. E para variar, assim que entravam na cozinha dos Weasley, eles ouviam a voz de Draco proferir mais xingamentos, comprovando que naquele quesito ele tinha um vocabulário mais extenso que o Rony.
- O que foi agora? - Ao entrarem na sala novamente, Lupin perguntou a uma Gina e Harry sorridentes.
- A Fleuma atacou de novo... - falou Gina, rindo - Ela conseguiu convencer o Malfoy a trocar de roupa, colocar alguma coisa menos suja... - explicou divertida. - Só que ele não sabe de QUEM a Fleuma, digo, Fleur pegou a roupa... - completou, sem conter o riso.
- Ai meu Deus... Rony? - ela arriscou baixinho.
- Bom, se fosse do meu irmão, eu já estaria explodindo em gargalhadas! - Gina comentou.
- Nem daria para ser dele. Ele se trancou no quarto e não quer falar com ninguém... - falou Harry, dando de ombros.
- A roupa que ela pegou foi do... - Mas Gina parou de falar explodindo em risos, pois Draco acabara de surgir da sala, descendo as escadas. Ele vestia as roupas de Harry: uma calça jeans bastante surrada, uma blusa vermelha folgada e um tênis all star velho. Se não o conhecesse, Draco poderia passar muito bem por um adolescente trouxa normal.
Hermione levou uma das mãos aos lábios. Sentiu vontade de rir, mas se controlou.
- Parou de doer? – ela perguntou com todo o auto controle do planeta, para não rir dele.
- Eu preferia ter minhas costas como antes a usar... a usar... essas coisas! - resmungou Draco, olhando com nojo para a roupa que usava.
- Ah, Malfoy, você está tão bonitinho! - disse, Gina, rindo ainda mais.
- Eu acho que minha tia trouxa mudaria de opinião sobre bruxos se lhe visse assim! - acrescentou Harry, rindo tanto quanto a ruiva.
- Há há há! Muito engraçado, Potter!- Draco respondeu amuado.
- Ok, ok! Chega, está bem? E Draco... não está tão mal assim... - e ao ver o olhar de Draco, Lupin acrescentou - Sério! A roupa está ideal para o lugar que vamos.
Mione ergueu a sobrancelha, virando-se para Lupin, o que era bom, porque a distraia da vontade de rir de Malfoy.
- Ir...? – ela perguntou - Onde...? - Prosseguiu, forçando-se não pensar em Draco trouxa.
- Para sua casa! - Lupin respondeu, sorrindo.
-O QUÊ?- exclamou Draco.
- Não há perigo por lá. Já mandei Alastor verificar tudo. E eu vou ficar com ele, para garantir que ficará tudo certo. Não creio que Voldemort tentará algo lá. Seu plano original falhou e ele provavelmente vai passar mais um tempo pensando em algo... - explicou Lupin.
Mione achou a idéia ótima. Talvez tivesse um problema ou dois para convencer o pai abrigar um garoto que não era Harry nem Rony em casa, mas contornaria isso sem muita dificuldade.
- Ótimo... - ela murmurou, olhando para Draco, como se o desafiasse a discordar; era isso ou a Toca.
- E por que é que vocês não fazem vigia na MINHA CASA?- perguntou Draco, olhando para Mione do tipo “eu prefiro morrer a dormir em uma casa trouxa”.
-Porque na Mansão Malfoy só pode entrar quem for convidado da família... e acho que sua tia vai adorar convidar mais Comensais para matar o sobrinho e membros da Ordem, não? - perguntou Lupin, erguendo a sobrancelha. – E depois seria necessário dez vezes mais Aurores. Nós não podemos nos dar ao luxo de despender de tanta gente e desproteger a Toca...
Mione olhou para Draco com uma cara óbvia, concordando plenamente com o professor
- E minhas coisas? Você não quer que eu passe essas duas semanas fantasiado de trouxa, né? - Insistiu Draco, mesmo sabendo que era em vão.
- Por quê, Malfoy? Você está tão sexy assim! - brincou Gina, rindo mais ainda com Harry.
- Eu irei entregá-las amanhã para você, Draco. Não se preocupe...- disse Lupin - Então, vamos?
-Viu...?- Mione murmurou olhando-o de baixo, o cenho franzido -.E depois, os dias passam rápido. Você não vai morrer, prometo... - continuou, em um tom meio irônico. A verdade é que ela estava com um pouquinho de medo de ficar sozinha com Malfoy de novo.
- Só não posso garantir o mesmo para você e seus pais... - Draco sussurrou de volta, de forma que só Mione pudesse ouvir, olhando de forma maligna, para então se juntar a Lupin.
- Mione?- chamou Gina, levantando-se do sofá e aproximando-se da amiga. Harry, por sua vez, permanecia sentado, fitando o chão.
Mione tinha os lábios comprimidos e o coração acelerado quando se virou para Gina. Era um alívio que ainda estivessem se falando, mesmo após aquela discussão no quarto.
- Eu só queria dizer que eu continuo do seu lado, ok? - A ruiva falou, forçando um sorriso amistoso - Nada mudou entre a gente... Bom, quero dizer... você não vai poder mais enfeitiçar o banheiro masculino para gente ver os garotos nus, agora que você está comprometida...
- O... o quê? Vocês fazem o quê?- Harry exclamou, fitando Gina, espantado.
- ... mas, eu acho que a Luna pode dar um jeito nisso... – a ruiva continuava, ignorando Harry.
- Eu acho que sim... - Mione assentiu, acompanhando a amiga no riso, meneando o rosto em seguida - Luna iria adorar tomar meu lugar... - finalizou, rindo mais. Então, voava no pescoço de Gina, abraçando-a - Obrigada... - dizia baixinho, apertando-a um pouco mais - Obrigada mesmo! É bom saber que sempre posso contar com você! Eu continuo amando vocês da mesma forma! E isso inclui Rony, por mais que ele não queria saber de nada disso agora...
- Mas o amor por ele é diferente que por nós, né? - Gina sussurrou de volta, abusada. Mione fazia uma cara de censura para ela e não respondeu. Apenas a abraçou de novo, aliviada. Quando a soltava, lançava um olhar a Harry, suspirando baixinho, antes de aproximar-se do professor e de Draco, para finalmente voltar para casa.
Lupin ofereceu pó de flu para Mione. Após a garota e Draco encherem a mão de pó, ele pegou a sua porção, jogou na lareira e disse:
- Casa dos Granger! - e sumiu logo em seguida no fogo da lareira.
Mione esperou que Draco fosse em segundo, para se certificar de que ele iria mesmo para sua casa. Só depois que ele entrava na lareira, é que se adiantava, jogando o flu nas chamas, tornando-as verdes. Tão verdes quanto os olhos de Harry. Arriscava olhá-lo dali, assistindo-o sentado sobre o sofá, sem encará-la. Tinha permanecido afastado enquanto ela se despedia de Gina... não havia a apoiado. Por outro lado, também não tinha dito as coisas horríveis que Rony dissera e não estava evitando sua presença, pelo menos. Harry simplesmente fitava o chão, talvez refletindo sobre a história do banheiro. Ou talvez tentando entender as razões que levaram Mione a namorar Draco. Com um aperto no coração pelo amigo permanecer na dúvida de continuar ou não a amizade com ela, Mione entrava na lareira, o corpo sentindo as chamas mornas em torno das pernas e dizia "Casa dos Granger" para em seguida, desaparecer rodopiando.


Mal feito feito

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Estrela Vespertina Diz: Hey pessoal! Primeiramente eu e Charichu temos que agradecer imensamente por todas as reviews (em coletivo) que deixaram em ‘A Fuga’! Juro... fez um volume tão bonitinho que realmente nos empolgou a escrever um tantinho mais que o normal... como puderam ver! rs
Certo... agora sobre “A Toca”! Boooom... eu sei que sempre eu e Charichu ressaltamos o quão difícil e sacrificado foi a construção do capítulo (exageradas nós? Bom, só um pouco! rs) mas esse realmente... foi difícil! Primeiro porque, na minha opinião, foi o primeiro capítulo que mudamos radicalmente o que tínhamos pensado e não apenas substituímos alguma coisa ou alguma personagem...
Pois é... depois de pensar um pouco, propus a Charichu mudarmos a reação de Rony, que inicialmente seria apenas de choque... e depois ele teria aquela mini explosão. Charichu fez umas pesquisas por aí e realmente decidimos mexer na cena, que resultou naquele mega bafão na sala de estar dos Weasley! rs
Segundo porque bom... é difícil colocar Hermione frente a frente como amor de sua vida, semi nua e... defender Malfoy! u.u’ Mas é pessoal, mas é... e eu imagino que algumas coisas tenham ficados jogadas no ar, como Gina ter certeza que Mione fez um pacto de Magia Negra com Malfoy, mas explicaremos ao longo da fic, ok? Bom... outro detalhe importante no capítulo é a posição de Harry! Ele pode ter parecido um pouco vazio de reações... mas ao longo da história ele vai reagindo, aos poucos! Mesmo porque Draco não vai deixá-lo em paz, não é mesmo? rs
Agora sem falsas melações nem nada, todos os créditos da ceninha de barraco para minha querida Charichu, que sabe interpretar um Malfoy e uma Gina como ninguém! Hauhauhauhauahauhauhauahha e pra quem diz que não gosta de Rony, ela está perfeita também, não acham? Se bem que Rony é bem misto... nós duas acabamos por dar vários pitacos na persoagem e etc.
E... eu acho que é só! Meus comentários não são tão meticulosos quanto o de Charichu e também prefiro responder a dúvidas dirigidas... só, quando acabo de escrever o que acho que temos de explicar, vou parando mesmo. Agora só uma dica: não percam por nada o próximo capítulo! Rs

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