Capítulo X



Capitulo X



- Caladas! – falou Anne, se sentando no chão sujo. Felizmente dera tempo de todas entrarem nos aposentos do porão antes que eles de fato alcançassem o interior do convento.
Ouvia-se um alvoroço ao longe. Coisas batendo, caindo, quebrando. Gritos, urros, grunhidos.
Um grupo de aproximadamente dez homens entrou no convento, derrubando tudo que viam pela frente.
- Como conseguiram entrar? – perguntou uma das freiras, com terror na voz.
- Só conseguiria isso alguém que realmente conhecesse as normas de segurança e a escala de vigia. – disse outra.
- Mas quem iria querem invadir um convento? Não temos nada de tão valioso aqui. – falou outra, totalmente indignada.
- Nós apenas tentamos fazer o bem as pessoas que mais precisam. Ajudamos as pessoas carentes da cidade... Quem poderia pensar numa atrocidade dessas...?
- Penso que... – começou uma outra freira. Mas ela foi interrompida por um grito no corredor do porão, bem próximo a porta onde elas estavam. Todas se calaram, sequer respiravam.
- Cadê? Cadê aquela maldita? É ela que temos que apanhar... – gritou um homem.
- Mas ele falou que já sabia onde ela estava. Falou para entrarmos aqui para nos divertir. – disse outra voz, cheia de malicia. - Umas freirinhas... Nada mal, hein? Onde estão aquelas vagabundas que se fingem de puritanas?
O barulho de uma agulha caindo seria um estrondo no cômodo onde elas estavam, tamanho era o silêncio.
- Ele falou de algum esconderijo de emergência?
- Não. Falou que talvez elas usem a cozinha. – depois pode-se ouvir uma gargalhada. – Lugar exótico, não? Na cozinha... Eu nunca experimentei.
Os dois soltaram sonoras gargalhadas que foram se distanciando, provavelmente estavam chegando à cozinha, que ficava bem no fim do longo corredor.
- Quem será que é ele? – ouviu-se uma das irmãs perguntar num sussurro.
- Eu tenho um palpite. – a voz da Madre respondeu.

***


- Não. Por favor. Não. – Harry pediu, tentando controlar-se. Tentando pensar... Pensar em como agiria, o que fazer...
- Como é doce o sabor de vingança! Tu... Tu essa vadia aqui me fizeram perder meu emprego. Malditos! – berrou o homem, Alfred, que mantinha Hermione presa a si com um dos braços, enquanto o outro tinha na mão um punhal afiado a um milímetro do pescoço dela.
- Eu... Eu não... – Harry começou, mas olhar aquele punhal o fazia ter náuseas, um movimento em falso e estaria tudo perdido. – Não foi minha intenção.
Ela simplesmente olhava pra Harry. Cabelos e roupas molhadas, exatamente como naquela noite. A única coisa diferente era o olhar.
Ia morrer?
Era certo que sim.
O que fazer agora? Lamentar-se? Ou contentar-se pelas escolhas que fizera?
- Não? – ele repetiu, com raiva. – E agora? O que vais fazer? Não tem aquele ruivo ridículo e nenhum dos seus empregadinhos fiéis para lhe proteger, não é?
Ele apertou Hermione contra si. Um filete de sangue escorreu, ela fechou os olhos.
- Não brinque com isso! – Harry gritou. Seus olhos não saiam do punhal.
- Ah, amigo... Eu gosto de brincar com isso. – o homem motejou, com um ódio alucinado brilhando em seus olhos dementes. – Realmente gosto.
Outro pequeno corte, mais um filete de sangue. Os olhos dela apertaram.
- Por favor... Eu imploro, por favor, poupe-a. – Harry suplicou, entregando-se. Ver aquilo era bem pior do que estar na pele dela. Já não bastava o que ela já tinha sofrido nas mãos do pai, ainda tinha que ser submetida a isso?
- Não. Na verdade, ela é... Bonita demais pra morrer assim. – Alfred olhou pra Harry, o mesmo o fitou.
Harry nunca vira nada como aquilo. Um olhar louco, alucinado, doentio.
O homem fez Hermione dar um passo pra frente, mantendo seu pulso bem seguro.
- Acho que eu posso aproveitar um pouco, antes de acabar com ela... – e com uma única mão, o homem rasgou as costas do vestido dela.
Hermione gritou, Harry deu passo a frente, desesperado. A força que o homem fizeram fora tanta, que rasgara até mesmo a roupa de baixo dela. As costas nuas e molhada era totalmente visível agora.
- Não! – Alfred berrou, ao ver Harry se aproximar, olhou-o cheio de malicia. – Eu vou fazer isso sozinho. Não preciso da sua ajuda. Afinal... Ela não passa de um objeto. Um objeto qualquer.
Ele virou Hermione de frente pra si. Ela o encarou. Como sentia nojo... Tanto nojo... Repulsa... Ele colocou o punhal no cós da calça, deixando o punho a mostra, e a puxou pra si. Hermione começou a espernear, preferia ter sido golpeada com o punhal, a ter de se submeter aos caprichos alucinados daquele homem nojento.
- Pare! Não faça isso! Dou-lhe o que quiser. Quanto dinheiro quiser. O que for... Solte-a. – Harry falou, atraindo a atenção do homem para si. Ela podia sentir tudo que Harry estava sentido apenas pela voz dele, e ele realmente estava sofrendo. Ela começava a perceber que ele realmente daria tudo por ela...
E assistir aquilo estava enlouquecendo Harry. Queria poder salvá-la, tirá-la das mãos daquele homem sem escrúpulos... Sentia-se nervoso, transtornado, possuído pelo ódio, queria matá-lo com as próprias mãos. Mas temia pela vida dela. Tinha que se controlar, tinha que jogar. Ele olhou pra ela, por um segundo seus olhares se cruzaram, e ela soube o que fazer e ele entendeu o que ela pretendia. Era a única forma, ele assentiu levemente, apoiando-a.
- Qualquer coisa? – o homem repetiu.
- Sim, qualquer coisa. – Harry falou, tentando manter os olhos do homem sobre si. – Dinheiro... Terras... Cafezais...
- Dinheiro? – Alfredo repetiu, com sua demência espalhando-se em seu rosto. “Tolo”, Harry pensou, não conseguia sentir pena nenhuma daquele louco. – Terras?
- Sim. Qualquer coisa que quiser. – Harry falou, calmamente, vendo Hermione fazer o que podia para se salvar. – Sabe como é... Dinheiro nos trás mulheres... Belas mulheres... Quantas quiser!
- Sim! Quantas eu quiser. – o homem repetiu, parecia sonhar. Harry ria-se por dentro. “Maldito!”.
- Festas, alta sociedade, pessoas que beijarão o chão que tu pisar.
- Sim! Sim! Si...
Mas os delírios do homem morreram. Os olhos dele se arregalaram e olharam para Hermione, que segurava o punhal que acabara de cravar na altura do estômago do homem. Suas mãos inundaram de sangue enquanto ela apenas observava.
Ela parecia assustada com o que fizera, sentiu as mãos grandes e repugnantes dele se afrouxarem sobre si.
- Meretriz, vagabunda... – ele sussurrou.
Ela se soltou dele, que caiu no chão, olhando para o punhal cravado em si, manchando suas vestes imundas de sangue.
- Vamos... – Harry falou, para que saíssem correndo, deixar aquele lugar, livrar-se da imagem daquele louco maldito.
De mãos dadas, Harry podia sentir o sangue do homem nas mãos de Hermione enquanto a puxava para fora, mas antes que pudessem cruzar o portal, ouviram a voz do homem ecoar triunfante, prenunciando o fim. Eles pararam já um passo fora casa, e a chuva voltava a molhá-los.
- Não tão cedo! – o home retrucou, com voz fraca, mas mesmo assim cheia de triunfo, fazendo-os virar pra ele que estava no chão, encostado a coluna que sustentava a casa, uma de suas mãos estava sobre o punho da adaga que o perfurara, enquanto a outra segurava uma arma apontada diretamente para Hermione.
Ela, que estava indo logo atrás de Harry, ao virar-se ficara a sua frente.
- Vai me pagar, sua vadia... – e com um ultimo olhar alucinado cheio de prazer e satisfação, um tiro cortou o lugar com um estampido forte.

***

N/a: Desculpem-me pelo capítulo curto, mas eu não resisti deixá-los na curiosidade.
E aí? O tiro pegou em alguém? Em quem?
Dêem os seus palpites, vamos lá!

Matei uma curiosidade e lancei outra. Eu sou má.
COMENTEM

Beijooo.



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