A volta as aulas



Capítulo XVII_ A volta as aulas
(Narração de James)
Eu estava pronto par descer as escadas segurando uma razoavelmente grande, quando vi a ruiva arrastando uma mala para fora do quarto. Ela olhou para mim com um sorriso, eu voltei para ajudá-la. Ma abaixei para pegar a mala.
- Jay! – ela falou, ela nunca me chamou assim.
Eu olhei para ela, para aquelas duas esmeraldas que são seus olhos. Ela sorriu meio tímida.
- Eu descobri nessas férias que te amo! – ela falou baixando a cabeça e fazendo assim seus cabelos ruivos caírem no rosto.
Eu segurei seu queixo e com a outra mão coloquei seu cabelo atrás da orelha. Fomos nos aproximando até nos beijar. Quando ia intensificar o beijo senti um balde d’água caindo em nossas cabeças.
Abri os olhos e vi Sirius e Remo rindo igual duas hienas. Foi tudo um sonho, infelizmente.
- Eu mato vocês! – eu falei me levantando e começando a correr atrás dos dois pela casa.
Paramos de correr quando percebemos que o senhor Camargo já havia chegado e estava conversando com Herica na cozinha sobra algo relacionado à ditadura militar e pessoas que continuam desaparecidas. Subimos as escadas antes que nos vissem para trocar de roupa.
***
A chave de portal, um limão muito maduro, já estava pronta nos fundos da casa, as malas estavam ali perto. As meninas estavam verificando se não se esqueceram de nada, os outros marotos e Frank conversavam na varanda. Eu estava na sala sentado no sofá conversando com Jhuly.
- Jhuly, foi legal te conhecer, se não fosse você eu acho que teria partido a cara daquele Fernando. – eu falei.
Jhuly segurou minhas mãos.
- James, também gostei de te conhecer, é uma pena que more tão longe. Minha prima que tem sorte de ter um amigo tão legal! Você é muito simpático!
- Mas agora eu também sou seu amigo, a não ser que você não queira!
- Claro que eu te considero meu amigo, mas você sabe que moramos muito longe e provavelmente não nos veremos por muito tempo.
- Quem sabe em outras férias, temos a vida toda pela frente! – eu falei, mas senti algo dentro de mim, que me dizia que nunca mais vou ver está garota pessoalmente.
- Faltam cinco minutos para partirmos! – ouvi o pai de Herica quase gritando lá fora.
- James, vamos lá para fora, antes que você acabe perdendo a chave de portal. – Jhuly falou se levantando.
- Espere! – eu falei me levantando e a segurando pelo braço.
Olhei aqueles olhos negros sem saber o que dizer. Não vou mais ver essa garota, e apesar de fazer tão pouco tempo que a conheço, sei que ela é diferente. Nos aproximamos e eu a beijei, um beijo que primeiro foi um selinho, mas depois virou um beijo de língua. Um beijo único e de despedida, sem um futuro.
(Narração de Lily)
Eu desci as escadas com pressa, acho que só eu ainda estou dentro de casa, eu quase esqueci um livro que estava em baixo da cama. Quando passei em frente à porta da sala vi a ultima coisa que podia esperar a está hora da manhã, James beijando Jhuly.
Que mentiroso, ele falou que não ficava com ninguém desde o fim do quinto ano. Mais cedo ou mais tarde, ele ia acabar ficando com alguém, eu sabia. Mas antes eu tinha nojo desse jeito dos marotos e às vezes das meninas de ficar com uma pessoa e no outro dia estar com outra, essa troca de salivas com qualquer pessoa do sexo oposto, mas acho que estou me acostumando com isso. Já nem me importo mais com isso.
Que bom, agora eu tenho certeza que não gosto do James. Já que não sinto ciúmes, ele é só um garoto bonito e meu amigo. Só que ele esqueceu que agora não é hora de beijar, pois faltam menos de cinco minutos para voltarmos para Londres! Eu olhei no relógio.
- Falta um minuto para partirmos. – eu falei – Você vai ou não James?
Eles se soltaram, meio encabulados. Nós fomos para fora, pegamos nossas malas e seguramos a chave de portal. Todos dissemos tchau para Jhuly e de repente tudo começou a rodar a nossa volta.
***
(Narração de Remo)
Tudo começou a rodar e quando caímos na sala da casa de Herica em Londres eu senti um ar gelado entrar em meus pulmões e comecei a tremer de frio. Esqueci que aqui ainda é inverno e mesmo dentro de casa está muito frio.
Depois de todos colocarem roupas mais quentes e confortáveis fomos para a sala esperar os pais de cada um chegar.
- Herica, por que seu pai decidiu de mudar para a Inglaterra se o Brasil é tão legal e as pessoas muito mais simpáticas que aqui? – Peter perguntou.
Se ele lesse um pouco e tivesse bom senso não faria essa pergunta por mais que a curiosidade fosse enorme. Herica baixou a cabeça e falou numa voz um pouco mais baixa que o normal:
- Por causa da ditadura militar, ultimamente não é tão bom de viver lá. A cidade onde ficamos está protegida por magia, contra o governo trouxa e alguns bruxos.
- Mas tem trouxas que moram lá também. Eles sabem que existem bruxos? - perguntou Alice.
- Os que não têm certeza, suspeitam. Mas tudo é tratado como lenda por causa da segurança do lugar, já que a maioria nunca viu um feitiço ou um dragão que protege a cidade! Aquele dragão na casa da minha bisavó não é o único que vive ali perto.
Nesse momento ouvimos uma buzina vinda de um carro lá na rua, Herica olhou pela janela.
- Peter, seus pais chegaram! – ela falou.
Peter pegou as malas e depois dizer tchau para todos e foi embora. Alguns minutos mais tarde foi à vez de Frank, depois Bruna (ela foi por aparatação acompanhada com o irmão mais velho), Alice e eu. Meu tio foi quem veio me buscar, já que meus pais não sabem dirigir carro e a casa de Herica não tem lareira, como é na maioria das casas no Brasil.
Minha casa fica numa cidade rural da Inglaterra, mas não muito longe de Londres. Logo que cheguei senti o cheiro do almoço que só minha mãe faz, ela mudou tanto depois daquela noite horrível em que eu e meu irmão viramos lobisomens. Antes aparentava ser uma mulher fria, que só se importava com o trabalho, mas depois parece que começou a dar mais valor a família.
- Que bom que você chegou Remo, pois seu irmão fugiu de casa faz três dias e já não sei mais o que fazer para encontrá-lo, não posso pedir para o ministério, pois o matariam. – ela falou me abraçando.
- Eu também estou bem mamãe e minhas férias foram ótimas! – falei em tom de ironia.
- Ora, você já está agindo igual seu pai. Por que vocês odeiam tanto o pobre Romulo? – ela falou como se dissesse que alguém odeia um bebê inocente.
- Por que você não percebe que ele é um idiota capaz de matar sem piedade? – eu falei aumentando minha voz, mas depois baixei num tom quase inaudível – Fora da lua cheia.
- Ele não é isso, só um pouco rebelde e revoltado. – ela falou com a voz chorosa.
- Ache o que quiser mãe, mas não esqueça que ele recusou a chance que teve de tentar levar uma vida normal, ele não quis ir para Hogwarts. Vou para o meu quarto arrumar o material que devo levar para Hogwarts.
Eu subi para o meu quarto triste pela minha mãe. Poucas pessoas sabem que tenho um irmão gêmeo, já que ele se recusou a ir para Hogwarts e passa mais tempo nas ruas, ninguém sabe onde ao certo, do que em casa.
***
(Narração de Lily)
Depois que Remo saiu, nós ficamos na sala comentando sobre tudo que aconteceu nas férias. Passou-se meia hora e o telefone tocou, por mais incrível que pareça, a família da Herica é bruxa e tem telefone. Era minha mãe avisando que vai demorar para chegar aqui, pois eles estão presos num enorme engarrafamento de carros.
Almoçamos lá pelas três horas da tarde e logo depois o Sr. e a Sra. Potter chegaram para buscar James e Sirius, mas começaram a conversar com o Sr. Camargo e só foram embora quando eu estava saindo com meus pais e a Petúnia.
Agora eu me assustei de verdade, o Sr. Potter é idêntico ao James, com exceção de que é mais velho e tem uns fios de cabelos brancos e umas rugas, e a Sra. Potter é ruiva.
- Não acredito que aqueles dois deuses gregos também são aberrações. – falou Petúnia com uma carta que acho que deve ser um sorriso para ela.
- De quem você está falando? - eu perguntei fingindo não saber a quem ela estava se referindo.
- Daqueles seus amigos, o de cabelo comprido e olhos azuis e principalmente o que tem os cabelos bagunçados e olhos cor de chocolate. Me passa o telefone deles? – ela falou como se fossemos muito amigas.
Eu revirei os olhos, não acredito que minha irmã gostou do James, isso que eu chamo de decadência.
- Eles não têm telefone, até algumas horas atrás nem sabiam o que é isso! – respondi me virando para a janela.
- Duvido que em pleno século vinte alguém com mais de dois anos não conheça um telefone. – ela falou.
- Bruxos não precisam de telefone! – falei olhando pela janela – Vou dormir um pouco, me acorde quando estivermos chegando!
Vi que as casas começaram a ficar mais distantes umas das outras e mais árvores começaram a aparecer, em que fim de mundo eu vou morar? Depois disso fechei os olhos e não demorei muito para dormir.
***
- ACORDA! – berrou minha irmã me chacoalhando, que educada ela.
Eca, eu estava babando, me apressei em limpar meu queixo. Credo, meu ouvido está trancado, até prece que estamos na serra. Olhei pela janela e vi um monte de árvores e neblina, eu estou na serra. Mas eu mal terminei de surpreender com isso e vi a casa de Bruna, um sobrado que lembra um pequeno castelo com duas mini-torres com um lindo jardim na frente. Eu sei que ela mora aí, pois vim aqui no aniversário de bodas de prata da mãe dela nas férias passadas.
Mas a casa logo ficou para trás, pois o carro ainda está andando, não demorou muito para começar a diminuir a velocidade e logo vi um portão abrindo, pelo qual passamos. Vi uma mansão linda e branca lá na curva no alto se destacar em meio às árvores escuras.
Eu desci do caro e olhei para a casa, que é linda. E se não estivesse escuro, a paisagem seria ainda mais linda. Olhei para o céu, aqui muitas estrelas podem ser vistas, ao contrario da minha antiga casa.
Meu quarto é branco com uma das paredes verde limão, tem uma cama de casal no centro, com várias almofadas. E tem uma sacada, para ver essa linda paisagem! Além de um banheiro só para mim, minhas brigas com Petúnia diminuirão um pouco!
***
(Narração de James)
Hoje de manhã nem teve aula, já que a maioria dos alunos sempre se atrasa depois das férias e a lareira da sala da Mcgonagall fica congestionada. Ninguém merece recomeçar com história da magia, não sei como Herica, Remo e Lily prestam atenção nisso. E é aula dupla com a lufa-lufa.
Sirius está sentado na minha frente com uma morena da lufa-lufa, da qual não me lembro o nome, só sei que eles estavam se agarrando antes da aula. Herica está ao meu lado e na outra fileira de carteiras estão Bruna e Remo, Alice e Frank enquanto Lily fez questão de sentar lá na frente, pois disse que somos muito bagunceiros.
Estava pensando em cochilar quando Sirius me passou um bilhete discretamente.
“S. B. Vai chamar alguma garota em especial para a festa de sexta?
J. P. Não sei, acho que vou falar com a Lily! E você?
S. B. Você não desiste mesmo, um dia vai vencer ela pelo cansaço! Eu nunca chamei ninguém, você sabe que acho vários pares por lá!
J. P. E você não muda nunca?
H. C. Concordo com o James, você na muda nunca? Num acha que ta na hora de crescer e parar de ter medo de se apaixonar?
S. B. Pensei que você estava interessada na aula. E eu não tenho medo de apaixonar, só não to a fim de sofrer igual o Pontas!
J. P. Ou seja, medo de sofrer por amor!
H. C. Essa aula ta muito parada, já estudei tudo que o professor ta falando! Mas vocês deviam prestar atenção, não vou fazer as tarefas de casa de vocês!
S. B. James, nem vou te responder. Herica, você não seria tão cruel? Faz a sua tarefa que eu só copio com a minha letra!
R. L. Dá para vocês pararem de trocar bilhete, o professor ta começando a olhar para vocês. Herica, que ótimo exemplo de aluna você é, estuda para prejudicar ou outros na aula!
B. S. Oi gente! Sirius, por que não respondeu o James?”
Nesse momento a aula acabou e eu que estava com o bilhete na mão, amassei e guardei na mochila. A próxima aula é D.C.A.T., essa matéria até que é legal!
***
(Narração de Lily)
Eu estava saindo do salão comunal para ir à reunião de monitores que seria hoje. Acho que o Remo já foi, pois não o encontrei aqui.
- Lily! – o James me chamou quando eu iria passar pelo buraco do retrato, parei e me virei para olhá-lo. – Aceita ir comigo a festa de amanhã?
Eu achava que agora que estamos mais amigos o James iria esquecer essa bobeira de me chamar para sair e ficar dando em cima de mim o tempo todo. Será que ele realmente gosta de mim? Ou será necessidade de se exibir? Mas ele não falou para todos ouvirem, como já fez outras vezes e sim numa voz normal, que só eu ouvi.
- James... – eu falei devagar escolhendo as palavras que nem sabia que iria dizer – eu gosto de você, - ele sorriu quando falei isso - mas como amigo... – seu sorriso murchou- Acho melhor você chamar uma garota que esteja interessada em você, o que com certeza tem de sobra em Hogwarts.
- Lily, ainda não percebeu que a única garota que eu quero é você?
Ai que fofo! Isso realmente foi tocante! Mas para quantas garotas ele já não falou isso antes? Deve ser um bom ator. Será mesmo? Odeio quando começo a discutir mentalmente comigo mesma. Voltando a realidade.
- Mas se para você sou apenas um amigo, então aceita irmos à festa apenas como amigos? – ele perguntou.
- Vou pensar mais tarde te respondo, agora estou atrasada para a reunião de monitores. – falei lhe dando um beijo na bochecha e saindo do salão comunal pensando no que havia acabado de ouvir.
***
(Narração de Bruna)
Sexta feira segundo dia aula.
Depois que cheguei a Hogwarts nem sai para os jardins uma única vez. Mas também com esse frio nem da muita vontade.
Ontem nós saímos da torre da grifinória para as aulas e para o salão principal. Mas toda a escola já está sabendo que estou namorando com Remo, nunca vi um serviço de fofocas trabalham tão rápido quanto aqui em Hogwarts, principalmente quando envolve algum maroto. Mas também, com aquela fofoqueira da Skeeter da lufa-lufa, impossível Hogwarts não saber dos últimos acontecimentos.
Pensei que eram só Herica e Lily, como possíveis futuras namoras de Sirius e James (respectivamente), que precisariam de guarda- costas. Mas tem um monte de garotas que ficam olhando de cara feia para mim, hoje tive vontade de azarar uma quintanista da corvinal.
***
- Então quer dizer que você aceitou sair com o James? – Alice perguntou assim que Lily saiu do banho, com uma nuvem de fumaça logo atrás.
- Mas só como amigos! – ela falou secando os cabelos com uma toalha verde.
- Sei, - eu falei em um tom irônico – a um mês atrás era o Potter arrogante e idiota e você não queria nem ficar no mesmo ambiente que ele, mais do as aulas pediam.
Herica começou a rir, nós olhamos com aquela cara de “você pirou de vez?”.
- Está tudo bem? – Lily perguntou.
Eu tenho certeza que não está tudo bem. Será que ela cheirou pó de flu? Depois que ela conseguiu controlar o riso, respondeu:
- Até que eu estou bem, mas quero ver a cara do Sirius quando souber que você vai sair com o James! – não entendi o que o Sirius tem a ver com isso, mas mesmo que eu perguntasse Herica respondeu – Vocês não se lembram do que ele vive repetindo? “Só vou me apaixonar no dia em que a Lily aceitar sair com o James!”
Nós começamos a rir também, quero ver a cara de Sirius quando alguém lembrar isso para ele.
***
(Narração de Sirius)
- ...agora nem falta tanto para ela perceber que me ama! – Faz dez minutos que sai do banho e Remo foi para o banheiro, nesse tempo fui obrigado a ouvir o James falando da ruiva.
Ninguém merece conviver com um apaixonado, principalmente quando é o James. O dia todo ele repetiu a mesma coisa, ainda bem que falta meia hora para essa festa, aí eu bebo um “pouco”, fico com alguma garota bem bonita e que beije bem e esqueço essas bobeiras.
- Será que se eu aprontar menos a Lily vai olhar para mim? Quer dizer, eu já deixei de ficar com um monte de garotas com exceção de quarta, mas eu também não sou santo. Talvez se...
- JAMES CALA A BOCA! – eu gritei, já me irritando com isso – Cara parece que agora seu mundo é só a Lily, a ruivinha, meu lírio pra cá, meu lírio pra lá. Já percebeu que você está deixando de ser você para fazer uma coisa que acha que vai agradá-la. Seja feliz um pouco, se distraia, se você tiver que ficar com ela, no momento certo ficará e não precisara se tornar um Snape para isso.
- Sirius você diz isso porque não sabe o que é amar alguém. – James falou - Se liga, você pensa que só porque tem todas as garotas que deseja aos seus pés e fazendo o que você manda que é o rei do mundo e que tudo conspira ao seu favor. Tome cuidado com o que você fala e com suas atitudes, um dia você também vai amar alguém e pode acabar sofrendo muito mais.
Nesse momento nós percebemos que Remo e Peter nos observaram com uma cara de espanto no rosto, como se tivessem vendo sua própria casa pegando fogo.
- Você está me amaldiçoando a sofrer por amor? – eu falei já ficando com raiva, isso que raramente eu me irrito.
O James não tem noção do que falou ou nossa amizade acaba aqui, antes dissesse que eu me apaixonaria, mas não sofrer mais que ele. Uma maldição perigosa, que só faz efeito se for desejada por pessoas próximas, não importa se a pessoa for bruxo ou trouxa. E não a nada que possa reverte-la a não ser talvez um arrependimento da pessoa que o falou. Mas como saber, maldições assim podem levar anos para fazer efeito, se ele falou isso da boca para fora, mas sem desejar, nunca acontecerá.
- James, você mexeu com magia antiga e perigosa. – falou Remo com uma cara de quem está realmente preocupado – Uma magia que já existia antes de Merlin, antes mesmo das varinhas mágicas serem inventadas. E você foi criado em família bruxa, sabe que não deve falar tudo que pensa, principalmente quando está irritado.
James sentou em sua cama, como quem se arrependeu do que falou.
- Sirius, me desculpe meu amigo. Claro que não desejo nenhum sofrimento a você, talvez eu esteja me esquecendo de ser feliz e de meus próprios amigos por causa deste amor. Como eu queria nunca me apaixonar ou pelo menos escolher quem amar.
- Tudo bem James! Essas coisas não podem ser escolhidas, se tem algo que eu acho que foi escrito pelas mãos da Deusa e do Deus, é a quem devemos amar e quando isso deve acontecer. Você realmente deve correr atrás da ruiva, mas pense mais em suas atitudes, quando mais alto é o vôo, mais alto pode ser o tombo.
Nós nos abraçamos como dois amigos que não se vêem há muitos anos.
- Isso que eu gosto de ver! – falou Remo – Amigos não devem brigar nunca, pois são a família que podemos escolher!
- Já são dez horas e dez minutos. – falou Peter – se o James ainda quer se encontrar com a ruiva, melhor apressar, faz dez minutos que a festa começou.
***
(Narração de James)
Eu realmente não pretendia dizer aquilo para Sirius, desde pequeno meus pais me ensinaram a não falar tudo que penso, e nunca falar em momentos de raiva. Mas quando me irrito é difícil pensar em coisas assim e por um momento parecia que Sirius estava contra mim e desejei que ele soubesse o que é amar, que soubesse o que é sofrer por amor.
Eu falei aquilo porque tem vezes que o Sirius é realmente irritante com seu jeito de achar que todos estão a sua disposição. E ele não percebe que a Herica gosta dele ou se finge de bobo. Às vezes é preciso ouvir umas verdades.
Descemos para o salão comunal e encontramos as meninas lá, com exceção de Alice que já tinha saído com Frank. Fomos todos juntos até a torre de astronomia, que ao observar suas escadas parecia tudo comum, mas sexta-feira nunca foi um dia comum.
Havia uma espécie de magia invisível na entrada para provar que temos entre 16 e 17 anos. Depois de passar por ela, o barulho exageradamente alto da festa podia ser escutado, a luz era pouca e quando terminamos de subir a escada, vimos à torre como nunca seria vista em aula, mas para nós já é comum. Uma pista de dança com muitas luzes piscantes. Uma fumaça colorida era liberada de tempo em tempo por um feitiço e bolhas que pareciam ser de sabão flutuavam em volta das pessoas, fazendo todos os formatos e cores. Além de uma música sem letra e agitada tocar.
Um pouco mais afastadas da pista de dança havia algumas mesas redondas com cadeiras a sua volta, com alguns enfeites. Algumas pessoas estavam ali, apenas duas mesas das oito estavam ocupadas. O local não é muito grande e por isso não pode ser usado por todas as turmas, mas com tamanho o suficiente para fazer uma festa legal e descontrair das aulas chatas e cansativas.
Sirius logo se afastou para perto de um grupo de garotas, ele realmente não aprende. Herica disse que iria beber alguma coisa, mas vi que logo depois estava conversando com algum garoto que não conheço. Bruna e Remo foram dançar, eu convidei Lily para dançar e ela aceitou. E por sinal dança muito bem!
Adorei quando começou a tocar uma música mais calma para dançar coladinho.

(Narração de Herica)
Logo que Sirius saiu para galinhar decidi sair dali também, não quero ficar de vela, mesmo que a Lily insista em dizer que não gosta do James. Fui pegar uma bebida do outro lado do salão e me sentei em uma cadeira por lá, observando as pessoas dançarem.
Nunca gostei muito de dançar, quer dizer, eu só danço na frente do espelho quando estou sozinha. Mas quando venho nestas festas até é legal dançar essas músicas agitadas sem uma coreografia exata.
Eu estava pensando em ir procurar algum garoto bonito pela pista de dança, quando um deles veio até mim e me chamou para dançar. O nome dele é Marcelo Montenegro, é da corvinal, loiro de olhos verdes, já tinha falado com ele no fim do ano, numa aula de trato das criaturas mágicas. Claro que eu aceitei dançar, pois não queria ficar sozinha e o garoto é um gato!
Fazia algum tempo que estávamos na pista de dança quando vi que Sirius realmente não sabe controlar a dose da bebida alcoólica. Se continuar assim vai precisar de ajuda para achar o caminho até a torre da grifinória. Mas logo ele sumiu de vista no meios dos corpos dançantes e não vou me preocupar com isso.
Ainda bem que depois que comecei a dançar não tocou nenhuma música calma, prefiro muito mais as agitadas.
Já era pouco mais de meia-noite quando fomos beber alguma coisa, já que estou cansada de dançar. E Sirius estava lá perto, e para variar bebendo alguma coisa que tem álcool.
Quando voltamos para a pista de dança percebi que havia um circulo de garotas dando gritinhos bobos e rindo. Apesar de que mesmo assim não pude ouvi-las bem, por causa do barulho da musica alta.
- O será que está acontecendo ali? – perguntou o Marcelo apontando para o circulo, sem necessidade, pois eu já estava olhando para lá.
- Não sei, mas imagino que seja algo relacionado a certo maroto com o nome de Sirius Black!
- Ele é seu amigo? – ele perguntou.
- Um dos meus melhores amigos! – respondi – Pena que não tenha um pingo de juízo.
Ele fez uma careta, que quase não deu para notar no meio dessas luzes piscantes. Não preciso nem perguntar o porquê, enquanto as garotas beijam o chão que meus amigos passam, os garotos os odeiam.
Estou tentando ver o que está acontecendo, mas é muito difícil com esse monte de gente em volta e essa iluminação precária.
- Marcelo, me desculpe você realmente é um garoto muito legal, mas eu preciso ver o que está acontecendo com o Sirius. Ele está meio bêbado e não deve ter muita consciência seja lá o do que esteja fazendo. Espero que você não fique bravo.
- Tudo bem, ele é seu amigo! Então nos vemos por aí!
Depois disso eu fui em direção aquele tumulto, para chegar até o centro desse circulo será muito complicado. Tive que empurrar umas loiras falsificadas para passar.
- Ei garota quem você pensa que é para sair empurrando as pessoas por aí. – falou uma garota de voz enjoada.
- Se quer ver o espetáculo entra na fila queridinha! – falou outra.
- Nós também queremos ver o Black.
Ai Merlin, eu mereço ouvir isso, e agora tenho certeza que é coisa do Sirius. Me virei para as garotas e falei:
- Eu não penso que sou, eu sei que sou a melhor amiga dele, muito mais importante para ele do que todas vocês juntas! E queridinha é sua vó! Com licença, tenho mais o que fazer do que discutir com garotas fúteis e sem cérebro!
Eu me virei, depois que sair disso aqui preciso me lembrar de dar uma super bronca no Sirius e ficar sem falar com ele por três dias seguidos.
Então eu descobri o que chamava tanta atenção da garotas. Meu super nada inteligente amigo, acha que chama pouca atenção e decidiu começar um streep tease.

(Narração de Lily)
Eu não tenho no que me arrepender em ter aceitado sair com o James, ele dança muito bem! Estou começando até a ficar com vergonha, pois eu não danço nada perto dele. Paramos apenas uma vez para beber uma água e voltamos para a pista de dança. Vi que Herica encontrou um gatinho para dançar, melhor para ela, pois eu duvido que o Sirius vá mudar antes de ter uns trinta anos.
Bruna e Remo formam um par tão romântico, é tão bonito o jeito dos dois! Mas ao mesmo tempo eu acho estranho, pois parece que eles nunca dão aqueles beijos de tirar o fôlego que é normal para quem está num começo de namoro.
Eu só vi Alice e Frank umas duas vezes, devem estar namorando em algum canto escuro. Ela me contou que ele está falando em sexo, será que resolveu concordar?
Estou cansada de dançar, preciso descansar um pouco.
- James, vamos descansar um pouco? – eu falei gritando para que ele me ouvisse com esse som alto.
Nos fomos em direção às mesas, apenas uma delas está ocupada com um grupo de garotos e garotas da lufa-lufa. Olhei por um instante para aquela mesa e senti um embrulho no estômago, o enfeite da mesa que antes estava cheio de bombons, está com suco de abobora e cerveja amanteigada misturadas com coxinha, bala, cereja, guardanapo, palito de churrasco e mais um monte de coisas indefinidas. Impossível não reparar na bagunça que está a mesa e para aumentá-la eles estão jogando papel de bombom uns nos outros.
- Caramba, que bagunça! – eu falei para o James.
Ele riu.
- Pior se alguém resolver tomar aquela mistura. Mas é divertido fazer isso! – ele falou sentando ao meu lado.
Ficamos numa mesa próxima dos lufanos bagunceiros. Olhei para a pista de dança e só agora notei que está bem mais vazia do que quando chegamos.
- Que horas são? – eu perguntei.
James olhou para o relógio de pulso.
- Quase duas da madrugada! – ele respondeu.
- Já? Pensei que devia ser pouco mais de meia-noite. – falei espantada.
- Esqueceu o tempo quando estava dançando comigo? – ele falou com aquele sorriso “eu tenho trinta e dois dentes”.
- Você dança bem! – eu falei – Onde aprendeu?
- Meus pais gostam de dançar e me ensinaram desde pequeno! Finalmente você viu uma qualidade em mim!
- Quem disse que eu nunca vi qualidades em você? – acho que falei demais para alguém com um ego que só perde para o Sirius.
Ele sorriu ainda mais, se isso é possível. E começou a se aproximar, será que vou ter que repetir que somo apenas amigos? E até onde sei, amigos não beijam na boca.

(Narração de Herica)

Não sei como consegui tirar Sirius daquele tumulto, as garotas reclamaram e ele não queria sair. Agora estou levando ele para a torre da grifinória. Isso normalmente é trabalho do James e algumas vezes do Remo, mas como os dois estão acompanhados e provavelmente nem viram o show do Sirius.
- Sirius você é um idiota retardado! – eu ia falando coisas desse tipo no caminho, pois ele merece ouvir. – Tem que parar de beber antes que morra, só falta querer se drogar.
- Eu bebo para ficar ruim mesmo, se fosse para ficar bom eu tomava remédio! – ele falou com uma voz quase normal para quem bebeu assim.
- Eu não te dei permissão para falar, apenas escute. – eu poderia ter dito sentado e calado igual para um cachorro, seria legal!
Chegamos à torre da grifinória e é claro que não havia ninguém lá. Eu empurrei o cachorro no sofá, pois nem capacidade de sentar ele tem. Transfigurei um copo com água e mandei ele beber, mas continuei de pé.
- Sabia que você é linda! – ele falou depois de tomar a água, será que tem álcool também?
- Sirius melhor você ir dormir. – eu falei – Não está bem.
Ele se levantou e eu dei um passo para trás.
- Estou ótimo! E não estou mentindo!
Normalmente eu sentiria o cheiro de álcool de alguém bêbado nesta distância, que apesar de não ser tão perto, não é longe. Mas ele sempre antes de ir para as festas toma uma poção anti- mal hálito, que eu ajudei Sirius a inventar, levando quase todo o quarto ano e parte do quinto. Se Lily souber que fiz um monte de perguntas a ela por causa disso.
Eu continuei dando alguns passos para trás e ele andando para perto de mim.
- Sirius, pare onde está ou...
Eu encostei na parede, não podendo mais andar para trás. E ele não ligou para o que eu disse e eu acho bom, mas uma parte sensata minha não gosta disso.
- Ou o que? – ele continuou se aproximando, mesmo quando não podia mais dar nenhum passo por estar tão próximo.

(Narração de Lily)
- Quem disse que eu nunca vi qualidades em você? – acho que falei demais para alguém com um ego que só perde para o Sirius.
Ele sorriu ainda mais, se isso é possível. E começou a se aproximar, será que vou ter que repetir que somo apenas amigos? E até onde sei, amigos não beijam na boca.
- E que outras qualidades eu tenho? – ele perguntou ainda próximo de mim.
- Você... é simpático, inteligente e... também é bonito!
Não preciso dizer que ele sorriu, pois nem tinha parado de sorrir, mas vi seus olhos brilharem, como se estivessem sorrindo.
- Então quer dizer que você me acha bonito?
- James você é bonito sim, mas – eu me afastei um pouco – isso não quer dizer que eu queira te beijar. Você não quer estragar nossa amizade?
- Se eu puder trocá-la por um romance!
- Já é tarde, estou ficando com sono, vamos voltar para a torre da grifinória. – seu sorriso diminuiu e o brilho de seus olhos desapareceu.
- Tudo bem! Um dia você vai perceber que me ama! – ele falou se levantando.
- Claro, no dia em que você envenenar minha comida com uma poção do amor! Vou tomar mais cuidado com o que como.
- Pois saiba que sou totalmente contra poções do amor, amor tem que ser algo sincero!
O James às vezes fala umas coisas tão lindas, da até vontade de me apaixonar por ele.
Fomos conversando até chegar à torre, passamos pelo buraco do retrato e eu vi uma cena que achava que não fosse ocorrer tão cedo, mas não tão improvável de acontecer. Olhei para James, que também percebeu e sorriu, fiz um sinal para que continuasse em silêncio.

(Narração de Herica)
(N/A: A música dessa parte é da banda seu cuca e se chama indecisão, coloquei ela por que parece que faz parte dos pensamentos da minha personagem! Quem quiser ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=qW8E7OJoOUY )
- Sirius, pare onde está ou...
Eu me lembrei de alguns anos atrás, do nosso primeiro beijo, que foi aqui nesta sala. Sorri ao pensar que o primeiro beijo dele foi meu.

Em plena madrugada
Nós dois na hora errada
Brincando de passado
Recordar é viver

Eu me encostei na parede, não podendo dar mais nenhum paço. E ele não obedeceu ao que falei e eu acho bom, pois na verdade quero beijá-lo.
- Ou o que? – ele continuou se aproximando, mesmo quando não podia mais dar nenhum passo por estar tão próximo.

Você está me olhando
E eu aqui pensando
Que amanhã é certo
A gente se arrepender

A luz da lua entrava por uma janela ali perto, iluminando seu rosto, o deixando ainda mais belo. Vi seus olhos, que agora por ser noite, parecem ser um pouco mais escuros, mas ainda assim azuis.

É sempre assim
Conta pra mim
Porque a nossa história nunca tem um fim?
Beijar você
Ou te perder
Me responda agora o que vou fazer

Uma de suas mãos tocou minha cintura e a outra colocou uma mecha de cabelos meus atrás da orelha. Agora pelo menos vou poder sentir o gosto de seu beijo, afinal não tem ninguém para interromper.

É sempre essa vontade
De ver o lado errado
Porque a gente nunca se despede de vez?

Senti sua respiração cada vez mais próxima e agora nem a luz da lua passa por aqui. E acho que o ar não vai passar também.

Você está me querendo
E eu estou me perdendo
E os dois estão devendo
Nessa insensatez

Coloquei minhas mãos nos seus cabelos, como se fosse para ter certeza que está aqui e não estou apenas sonhando. Porque se for um sonho, não quero acordar.

É sempre assim
Conta pra mim
Porque a nossa história nunca tem um fim?
Beijar você
Ou te perder
Me responda agora o que vou fazer

Fechei meus olhos como se quisesse me concentrar para guardar isso em minha memória, mas sei que não vou esquecer.

Indecisão
Você me fez
Querer te ter só mais uma vez

Ele me beijou, mas não foi um beijo doce e inocente como há alguns anos atrás, foi um beijo apimentado e experiente. Se ele beijou bem no primeiro beijo e me fez gostar de beijar, agora foi como se me mostrasse que de todos os garotos que já beijei, seu beijo sempre seria o melhor e o mais ousado.
Eu brincava com seu cabelo comprido e sentia sua língua passear pela minha boca. Era como se tudo fosse uma dança ensaiada ao som do meu coração acelerado. Nem de longe seria um beijo romântico, mas é perfeito e eu quero que este momento nunca acabe.
***
Entrei no dormitório e encontrei Bruna e Lily já dormindo, mas a cama da Alice continua arrumada. Mas não de importância para isso, me joguei na cama por cima das cobertas com um sorriso no rosto.

Fim do capítulo XVII
_________________________
No proximo capítulo:
- Bruna, seus olhos estão ficando vermelhos. – eu falei meio assustada, mas em voz baixa para que ninguém mais além de nós quatro ouvisse.
- O quê? – Bruna falou com cara de espanto e saiu correndo em direção ao dormitório.

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