O Retorno de Gullveig



Capítulo XX


O Retorno de Gullveig


-A minha única decisão é salvá-la.
-No entanto, se ela perdesse os poderes que tem, se não fosse mais a escolhida de Gullveig nem a cavaleira Jedi e sim uma menina comum, vocês teriam uma chance.
Como aquele velho sabia?O estranho ser de barbas e olhar enigmático podia conhecer os sentimentos de Harry, o que ele realmente queria?
-Eu conheço o que preciso conhecer, Harry Potter.Use o colar com sabedoria, o seu coração lhe dirá o que fazer.
O Coração de Kandrakar iluminava tudo a sua volta.Foi capaz de expulsar o exército de Palpatine projetando uma áurea branca em volta deles.Harry manteve-se quieto todo o trajeto de volta, sua cicatriz formigou e ao fechar os olhos momentaneamente, vislumbrou um Voldemort socando uma mesa e pode sentir sua raiva.Na certa, já sabiam que eles tinham o colar.O rosto de Arken surgiu em sua mente e ele regressou ao presente, ele a amava demais, como nunca amou ninguém; a queria ao seu lado, beijá-la e abraçá-la...
Porém, ela era feliz como uma Jedi.Seus olhos sempre brilhavam quando narrava suas aventuras com mestre Obi-wan.Provavelmente jamais o perdoaria caso descobrisse, mas senão o fizesse algo a perderia, talvez, para sempre.De volta a sala, mestre Obi-wan contou tudo o que aconteceu aos outros.Harry falou pouco, narrou à menina de luz que o ajudou e sobre o velho omitindo o que eles conversaram, o que ele realmente queria fazer com o colar.Éptmond permaneceu trancado no quarto dos fundos do corredor e saiu quando parara de nevar.
-Palpatine está numa clareira do outro lado da montanha.Chegarão ao amanhecer se partirem agora.
-Tem certeza?-perguntou Lupin.
-Absoluta.Eu consultei os elementais e eles me informaram.Estão lá.
-Elementais?-sussurrou Rony nos ouvidos de Hermione.
-Espíritos guardiões das florestas, eles protegem as faunas e floras.Os trouxas acreditam nisso também.
-Venham comigo.-disse Éptmond.
Então, o Oráculo postou-se para fora.Ergueu sua mão e cantou fazendo estranhos movimentos com o corpo.Uns troncos de árvores na frente da casa pegaram fogo, flocos de neve caíam do céu lentamente formando figuras prateadas diante deles.
-Ewantzs, cavalos da neve.Eles os guiarão pelas colinas e morros e também Faramyr, minha fênix.
Uma majestosa ave pousou no ombro de Éptmond, sua plumagem vermelho-fogo com as garras cor de ouro.
-Chegou o fim de minha permanência na Terra.Devo regressar ao meu lar em breve.Antes, lhe entrego isto Alvo para que use quando a esperança estiver por um fio.
Ele ofereceu uma pequena esfera azul para Dumbledore que aceitou e agradeceu com uma reverência.
-Lamento que tenha de partir com uma impressão frustrada dos seres humanos.
-Quem sabe Alvo, eu esteja a mudar de idéia.-respondeu Éptmond olhando rapidamente para Harry.-Adeus, e boa sorte.
Os Ewantzs cavalgavam contra o vento, dando a impressão mais de que voavam contra o vento tamanha era sua velocidade.E Harry percebeu que não sentia frio, e descobriu que saia uma finíssima fumaça branco-transparente dos cavalos que aquecia enquanto cavalgavam.Do alto, Faramyr indicava o caminho.
Dumbledore estava à frente do grupo com o Ewantz mais velho e robusto.Eles pararam perto de um rio depois de horas exaustivas em cima do dorso dos cavalos.O que Harry agradeceu imensamente pois suas costas doíam por causa da posição e ele quase não sentia as pernas.
-Descasaremos aqui por algumas horas, os cavalos estão cansados e creio que nós também.-disse ele.-Remo e Srta.Granger podem me ajudar com os feitiços de proteção que conhecerem em volta daqui até o rio para que estejamos protegidos de algum comensal ou aliado de Palpatine.-disse Dumbledore.
Lupin e Hermione, levemente corada pelo pedido do diretor, ergueram suas varinhas e começaram a agitá-las em volta do lugar em que pararam indo em direção ao rio.Dumbledore fez o mesmo, depois conjurou um balde de água.
-Garotos, venham comigo em busca de lenha?-perguntou Obi-wan.
Harry e Rony consentiram e seguiram o mestre Jedi.Falavam pouco durante o trajeto, prestando atenção nos ruídos, em alerta.Tiveram um pouco de sorte pois acharam algumas lenhas abandonadas perto de uma pequena cachoeira.
-Estão levemente mofadas, devem ter recolhido há algum tempo.-explicou Dumbledore-Mas acho que servirão para a fogueira.
Uma dor cruciante na cicatriz fez Harry cair no chão, sentiu mãos apalparem seus ombros.Fechou os olhos e se viu dentro de uma espaçosa caverna iluminada por archotes que flutuavam no ar.
-Eu devia imaginar que Dumbledore conheceria Éptmond.Um grave erro ter descartado essa idéia.-dizia Palpatine.
-Eu lhe avisei, Palpatine.Devemos esperar tudo desse velho, de todos os bruxos ele sempre foi o que mais evitei enfrentar.-comentou Voldemort.
-Agora entendo o motivo.Temos que redobrar os encantamentos em torno de Arken e da sala do sacrifício.E o nosso prisioneiro?
-Bem fraco.Umas boas doses de Crucio, e está no ponto que queremos.
-Perfeito.Começaremos a meia-noite.
Tudo girou a sua frente como se estivesse numa viagem de pó-de-flu, levou as mãos à boca porque quis vomitar.
-Harry, você está bem?-perguntou Rony.
-Descobriram que estamos com o colar.Voldemort torturou Sirius para que ficasse fraco, e vão redobrar os feitiços de proteção em Arken e de uma sala de sacrifício.
Voltaram apressados para o acampamento e Harry tivera que contar mais uma vez sobre o que vira.Era quase meia-noite quando alcançaram uma trilha estreita entre duas grandes montanhas, os Ewantzs não puderam prosseguir porque eram grandes demais.Assim, os seis entraram sozinhos no escuro caminho.Dumbledore à frente, Obi-wan no meio e Lupin no final.
Ascenderam às varinhas, à medida que adentravam a trilha percebiam o chão de lama com cascalhos e nas paredes foram esculpidas criaturas horrendas, verdadeiras bestas de pedra.
-Onde essa trilha termina?-perguntou um Rony amedrontado.
-Há uma passagem de ar por aqui.Talvez termine em um amplo salão dentro da caverna.-respondeu Lupin atrás de Rony.
Chegaram numa imensa sala cercada de pedras.O céu brilhava com seu manto de estrelas iluminando duas imponentes fênix de jade e no centro uma mesa com uma menina vestida de branco adormecida.
-Arken!-exclamou Harry.
-Mais baixo Harry!Alguém pode nos ouvir!-ralhou Hermione.
Palpatine adentrou a sala segurando um cálice de ouro acompanhado de Voldemort e Darth Vader.Rabicho trazia Sirius acorrentado e a figura de Arken, mas com roupas e aparência diferentes..Os outros comensais também entraram formando um círculo em volta deles.
-A fênix negra está sugando a força vital de Arken e assumindo sua forma.-disse Dumbledore-Muito bem, o que fazemos agora Harry?
Antes que ele protestasse do porque perguntarem justamente a ele sobre qual atitude tomar, uma voz assumiu o controle de sua fala.
-Eu preciso ir até Arken e pôr o colar nela.
-Então daremos cobertura a você.É necessário que o ritual comece, concerteza Palpatine cercou o seu redor com feitiços de proteção.Somente após o ritual esses feitiços serão desfeitos.
-E porque desfazem?-perguntou Obi-wan.
-Porque rituais de magia negra sugam qualquer tipo de energia presente.Nesse caso, para funcionar deve-se apenas sugar os pensamentos.Um feitiço presente no ar levar o ritual a falhar.-explicou Lupin.
-Palpatine e Heider estarão vulneráveis, principalmente Heider que ainda não assumiu a forma de Arken.-Lupin ao meu sinal, mande a mensagem para a Ordem e depois liberte Sirius.Eu lutarei com Voldemort.Quanto a vocês, Rony e Hermione, vão com o Harry até Arken.Mantenham suas varinhas erguidas e a levem para um lugar seguro.
Palpatine ergueu o cálice, de dentro dele retirou um punhal.Falava uma língua estranha, quase cantando na verdade.Nuvens escuras e relâmpagos encobriam o céu.
-Ele está evocando os mortos.-disse Hermione horrorizada.
-Evocando o que?
-Os mortos, Rony.Todas as pessoas que fizeram o mal e já morreram estão sendo chamadas por ele.É uma coisa horrível, horrível!
-Guerreiros que morreram por nossos ideais.Eu vos clamo, eu vos peço!-falava Palpatine em voz alta-Ajude-nos com nossos ideais, com nossa meta!Levem a alma pura da escolhida e que reine o mundo das sombras!
Das nuvens escuras se viam rostos, rostos deformados que gritavam.E as risadas gélidas de Palpatine e Voldemort no centro.
-Eu ofereço o sangue do rebelde, tirado de má fé.Que ele fortaleça a maldade da fênix negra.
Sirius fora levado para o centro onde Arken estava deitada.Heider pegou o punhal e apontou para a garganta de Sirius.Nesse momento um clarão percorreu a sala e dentro dele saíram os membros da Ordem da Fênix junto com Dumbledore, Lupin e Obi-wan.
Dumbledore com um simples gesto de varinha tirou Arken e Sirius para longe.A batalha então começou.Cada membro da Ordem lutava contra os comensais.Tonks e Lupin libertaram Sirius que recuperou sua varinha das mãos de Rabicho dando-lhe um soco e em seguida estuporado.
Obi-wan lutava, sabre a sabre, com Darth Vader.Mcgonagal e Dumbledore duelavam contra Voldemort e Palpatine.Nas escondidas, Harry, Rony e Hermione chegaram onde Arken caíra ainda com os olhos fechados, a pele gelada.
-O que faremos?-perguntou Rony assustado.
-Sinto muito, meus caros, mas esta garota me pertence-disse Heider.
De suas mãos cargas elétricas emergiram na direção dos garotos, porém, Hermione fora mais rápida e os desviou os raios com um feitiço escudo.Com o mesmo fôlego jogou Harry e Arken atrás de uma enorme rocha com sua varinha.
-Contamos com você para trazê-la de volta, Harry!-gritou Hermione-Eu e o Rony lhe daremos cobertura.
Ali, sozinho.Harry não conseguia pensar em nada que pudesse reanimá-la.Chamou seu nome várias vezes, mas esta não respondeu.Olhou seus lábios rosados, embora o rosto da dona permanecesse em tons de branco.A beijou.O colar no seu pescoço brilhou intensamente impedindo que se enxergasse mais nada.
Era um bosque cujo único som vinha de uma cachoeira.O vento farfalhava as árvores e as flores brotavam de uma terra fofa e úmida.Éptmond veio ao encontro de Harry trajado com vestes brancas peroladas.
-Que lugar é este?-indagou Harry.
-Um domínio de luz e paz.É o que posso responder, o Coração de Kandrakar os trouxe aqui.O motivo dele escolher este lugar eu não sei responder, talvez porque você mereça.Acho que você, depois de tantos anos, foi o primeiro humano a me fazer mudar de idéia em relação à humanidade.Então, meu amigo, chegou a hora de decisão.
-Eu...
-Não precisa responde se não quiser, eu já sei qual decisão tomou.
-Não, eu quero dizer.Eu preciso dizer.
Arken dormia tranquilamente ao seu lado, sem piscar e nem mover-se.Harry repousou o colar sobre o pescoço dela e sussurrando em seus ouvidos disse:
Arken, eu amo você como nunca pensei que pudesse amar alguém.Estar ao seu lado, sentir o seu cheiro e beijá-la me traz um bem que só tive o direito de sentir enquanto tive minha família.Me fazem acreditar no que há de melhor em mim, eu serei eternamente grato pelo beijo que tivemos no lago e a noite que passamos juntos.Você me fez esquecer-se de Voldemort, da dor de ser órfão, de tudo que me afligi.Eu queria tê-la ao meu lado para sempre, mas a escolha terá que ser sua.A minha, é a sua felicidade.
Arken abriu os olhos e sorriu para ele, suas mãos acariciaram seus cabelos negros os lábios se encontraram.
-É tão bom te abraçar, Harry.Estava com tanto medo.Palpatine me aprisionou numa caverna pequena e úmida, e Heider me induziu num sono profundo.Eu tentei resistir, mas era mais forte do que eu.
Ela chorava nos braços de Harry que a trouxe mais para si alisando as mechas do seu cabelo.
-Tudo ficará bem agora.Você acordou, estamos juntos de novo.
-E têm que retornarem para a batalha.A Ordem está perdendo e à hora de Gullveig cumprir sua missão se aproxima.-disse Éptmond.

-Faz bastante tempo desde a última vez, mestre.-disse Vader.
-É verdade.Vejo que este tempo o transformou completamente.-respondeu Obi-wan.
-Com uma grande ajuda sua, afinal, eu carrego essas cicatrizes por sua causa.
-Sinto desapontá-lo, mas o grande culpado é você.Por sua maldade e ganância.
Ambos afastaram-se para longe da batalha para a última luta de duas figuras amigas e que hoje são rivais.Ergueram os sabres e, cordialmente, inclinaram-se em tom de reverência.
-Me tornei melhor do que você, Obi-wan Kenobi.Pronto para morrer, meu antigo mestre?
-Estou pronto para lutar, Darth Vader.
Os cavaleiros Jedi, outrora amigos, disputavam suas vidas.A Ordem brigava com força e perseverança, mas eles eram poucos e já demonstravam sinais de cansaço.Somente Dumbledore combatia com a mesma fé do início.Voldemort e Palpatine demonstravam total conhecimento das artes das trevas, contudo, Dumbledore fazia coisas inimagináveis com sua magia.
Num canto mais afastado, Hermione encontrava-se desmaiada nos braços de Rony que tinha um filete de sangue no canto esquerdo da boca.
-Minha intenção, na verdade, consistia em beber o sangue do rebelde Sirius.-dizia Heider-Mas se as circunstancias trouxeram vocês, que assim seja.Raiva é sempre raiva.
Ela se divertia com a toda a situação, não demonstrava qualquer preocupação de quem seria o vencedor daquela batalha.O único objetivo era concluir os seus planos.Daria o golpe final em Rony e Hermione e beberia o sangue dos dois, contudo, alguém meteu-lhe um soco no rosto que a fez cair a metros de onde estava.
-Eu tenho uma idéia melhor.Porque luta com alguém do seu tamanho!-gritou Arken sarcasticamente.
-Vai para o inferno!-respondeu Heider.
-Tenha a certeza de que, se eu for, você vai comigo.
Harry e Arken retornaram.Ela mudara, pois uma luz emanava de seu corpo e o Coração de Kandrakar continuava a brilhar em seu pescoço.
-Ora ora ora!O casalzinho tomou coragem e saiu da toca!
As duas armaram os seus sabres, Heider construíra o seu sozinha, e puseram-se a lutar.Cada uma pelo seu ideal, ambos contrários.
-Hermione está bem?-perguntou Harry aflito.
-Ela bateu a cabeça na pedra e perdeu os sentidos, mas está respirando.Graças a Deus, ela acordou!-desabafou Rony vendo a amiga abrir os olhos.
-Nossa...minha...cabeça...dói.
-Hermione, eu e o Rony a levaremos para um local seguro.Depois, Rony preciso da sua ajuda para chegar a Dumbledore.
-Nada disso Harry!Eu não vou ficar de fora!-resmungou Hermione balançando a cabeça e voltando a si com o pedido do amigo.
-Hermione, você levou um golpe na cabeça!Deve...
-Mas não morri, Ronald!Eu quero fazer qualquer coisa para ajudar e fazer essa guerra terminar de uma vez por todas.
Porém, Dumbledore já sabia do que tinha de fazer.Pegou de seu bolso a esfera dada por Éptmond, ergueu-a e jogou para o alto.Faramyr voou para sua direção e a engoliu.Um clarão.E uma mulher de branco pousou delicadamente no chão.Gullveig.
-Maldição!Isso não podia ter acontecido!-esbravejou Palpatine.
-Fostes longe demais, Palpatine.Tua hora de partir chegou e eu vim para levá-lo.-respondeu Gullveig.
-Nunca!Nunca!
Gullveig projetou uma áurea vermelha que envolveu os garotos e os outros membros da Ordem.Voldemort e os comensais foram jogados contra a parede, a maioria deles fugia enquanto rochas despencavam do teto e batia com força em suas cabeças.
Palpatine rodopiou no chão e uma labareda de fogo apareceu indo em direção a Gullveig, esta também girou e um fogo azul-elétrico surgiu batendo de frente com o fogo criado por Palpatine.Sua roupagem negra caiu e revelou uma face completamente branca e esquelética resistindo exaustivamente.
O chão rachava-se aos poucos e uma espessa lava escapa das fendas.Gullveig caminhou lentamente em sua direção.As chamas do fogo azul o consumiram vivo, levando-o para a eternidade.E pelo rosto triste da bruxa, Harry constatou que nem todos recebem a paz que esta palavra traz.

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