Bela Adormecida
-Lily! - Snape segurava a menina desmaiada, aparentemente faziam no minimo duas horas que Lily jazia desacordada, a gravidês fazia muito mal a ela - Lily! Nossa, ainda bem que você acordou, nem sabia o que fazer... Que foi?
A jovem sorria contente e sem motivo visivel, os olhos de Lily nem estavam totalmente abertos ainda.
-Eu sonhei com aquele dia...
-Dia? Que dia?
-O dia em que nós começamos a namorar...
Um sorriso abri-se tambem no rosto de Snape. Lily arregalou os olhos e com um esforço se sentou no em frente Snape.
-Você esta sorrindo! Não vejo você sorrindo dês do sexto ano! - disse ela, quase gritando de alegria. Severus corou um pouco - Isso merecia até uma comemoração... - falando isso ela abraçou Severus e começou a beija-lo, cheia de saudades do sonho encantador que tivera. Passados dois minutos sentindo o calor e o gosto um do outro, Lily descolou a lingua docilmente.
-Sabe o que eu lembrei? - comentou a garota, abrindo o maior sorriso que podia dar nas condições em que estava.
-O que?
-Hoje ainda é dia nove?
-É sim... - confirmou ele voltantando a corar muito.
De repente, Lily pula e fica em pé, o sorriso agora estilo "eu tenho 12587622 dentes" e sem se controlar, a menina praticamente grita:
-FELIZ NIVER, FOFINHOOO!!!!!
Lily pulava quase como uma bolinha de ping-pong quicando. Severus a olhava totalmente travado e sem ação.
-Como... você ainda lembra?
-Eu reencarnei, não troquei de cérebro. Não tem como esquecer seu aniversário, Sev.
- *-*
- xD
-Para de pular! Você tá grávida!
-Ah... é... - ela se desanimou um pouco, parou de pular e voltou a sentar.
-Acabei de lembrar! - exclamou ela, voltando a se animar - Me empresta sua varinha, Sev?
-Pra quê você prescisa de uma varinha? - perguntou Snape desconfiado, dando a varinha para Lily.
-Você vai ver... Accio Caixa de Hogmeade! - ela ordenou o feitiço apontando pela janela e correu para abrir o vidro e esperar o pacote chegar. Logo, uma caixa de presente do povoado de Hogsmeade estava nos braços de Lily, tampando seu rosto de tão grande.
-Parabéns, fofinho! - disse ela entregando a caixa à Severus.
Ainda um pouco sem jeito, Snape aceitou a caixa e abriu com cuidado. Lily estava se segurando para não começar a pular novamente, com seu eterno jeito de criança.
-Lembra?
-Existe um modo de esquecer?
Lily corre para os braços de Snape novamente.
A noite estava clara e sem nenhuma nuvem no céu. Lily observava o lindo céu pelas janelas enquanto voltava calmamente para a enfermaria. Com uma pontada de dor e saudades ela percebeu que aquela era noite de Lua cheia. Ao abrir a porta da enfermaria, Lily se assusta ao encontrar Madame Pomfrey junto com Dumbledore.
-Boa noite, Srta. Rampton - disse Dumbledore calmamente, com seu jeito sereno de sempre, apesar da expressão preocupada. Ele fez um gesto para que Lily se sentasse perto dele.
-Boa noite, professor...
-A Papoula estava me contando que a Srta. está com um problema, mas eu achei que seria melhor se você mesma me dissece.
-Professor, eu estou gr... - as lágrimas inundaram os olhos de Lily. Como iria falar isso para o diretor? Ela conhecia ele fazia muito tempo, e ele conhecia ela, apenas não sabia quem Lily era. Não sabia se seria seguro contar a ele, muito menos naquele instante.
Lily simplesmente prefiria esquecer tudo, mas naquele momento ela teve que pensar em todas as condições em que se encontrava. Severus poderia ser despedido, seus pais poderiam a expulsar de casa, Dumbledore poderia a expulsar de Hogwarts. Ela tinha onze anos e estava grávida. Nas cituação em que se encontrava, ela apenas conseguia forças para chorar.
-Isso mesmo, chore, expresse seus sentimentos, demonstre como você se sente. Nada ajudará mais do que liberar seus sentimentos.
Dumbledore sorria para ela, apesar de continuar preocupado, ele apenas queria ser de mais ajuda o possível. Dumbledore sempre foi uma pessoa de bom coração, uma pessoa que sempre procura ajudar. Lily sabia disso e, pensando por esse ponto, sabia que ele seria a única pessoa que poderia ser de alguma ajuda.
-Professor... - choramingou Lily, ainda aos soluços - Eu não sei nem como pude deixar isso acontecer... Meus pais vão me matar... P-Professor Dumb-bledore, eu estou gr... grávida.
-Foi o que pensei - Lily pensou que Dumbledore iria se zangar, assumir um as frio de despreso, talvéz, mas nunca pensou que ele fosse ficar triste por ela. Dumbledore ficou com uma expressão muito preocupada e passou a mão pelo ombro da menina - Temo que sou obrigado a avisar seus pais, tomar uma decisão sobre como a Srta. frequentará as aulas durante o periodo de gestação e acho que seria um pouco importante perguntar quem é o pai da criança.
O pai da criança? Lily não poderia falar a verdade, porém mentir para Dumbledore não era bom, ele era legilimens. Mas entre mentir e acabar com a vida da pessoa que ela amava, além de que se ele fosse expulso, ela, talvéz, nunca mais o veria.
-Não sei seu nome, senhor. É... é um t-trouxa que conheci nas férias...
-Entendo... Bom, nesse caso, contata-lo não seria de mínima ajuda. Escreverei uma carta aos seus pais, pedindo máxima compreensão. Afinal, a rejeição e punição por parte de seus familiares nesse momento em que você prescisa de ajuda, apenas pioraria toda a cituação. Chore, faz bem chorar.
Apesar de tudo, Dumbledore estava à ajudando. Lily mal podia demonstrar sua gratidão. Afinal, apesar de todos os problemas com a câmara secreta e a afastação do cargo de diretor... Pera aí...
-Professor...? - começou a menina ainda estirada em lágrimas - O conselho não tinha afastado o senhor...?
-Ah, sim, senhorita Rampton, mas assim que fiquei sabendo sobre sua amiga, Ginevra...
-Gina? Como ela está? Ela ainda tá na câmara? - interrogou Lily quase aos berros, parando de repente de chorar.
-Bem, bem. Ela, Harry e Ronald estão bem.
-Harry e Rony?
-Sim, eles foram atráz de sua amiga para resgata-la. Devo dizer que Harry Potter matou um basilisco com uma espada e ele e Ronald descobriram a entrada da câmara sozinhos. Apenas isso. Estão completamente sãos e salvos - ele parou e pareceu se divertir um momento com alguma coisa - Apesar do prof. Lockhart, que eles levaram junto no resgate da menina Weasley, acidentalmente, lançou um feitiço obliviador em sí mesmo.
Lily sorriu aliviada. Ao menos Gina e Harry estavam bem. Uma pergunta foi pronunciada quase inconcientemente pelos lábios de Lily.
-Quem era o herdeiro?
-Voldemort.
A imagem de uma luz verde ofuscante, um homem de óculos e cabelos despenteados gritando e um bebê chorando invadiram a mente de Lily. Seus olhos deixaram cair uma lágrima e, sem aviso, ela desmaiou novamente.
-Professor! O que o senhor disse a essa jovem? - resmungava madame Pomfrey - Ela não está em condições de receber informações abaladoras! Ela deve ser tratada com máxima delicadesa!
-Papoula, eu lhe garanto que nada do que eu disse afetou a menina. Foi algo que coração dela lembrou que não foi apropriado para o momento.
Lily ouvia atentamente a conversa da enfermeira com o diretor, fingindo-se de inconciente para não chamar atenção. Naquele segundo ela queria pensar sozinha. Pensar em tudo o que estava acontecendo. Se fosse possível ouvir algum fragmento da conversa de Dumbledore e Madame Pomfrey para descobrir, talvéz, alguma coisa que não queriam contar a ela, por ser muito jovem.
-A menina está em um gravidez de risco. Ela tem que descansar e não pode ficar pensando em coisas que a abalem! - continuava Madame Pomfrey, ralhando com Dumbledore - Essa menina corre grave perigo de morrer.
-Eu sei disso, Papoula, mas eu apenas estava lhe dizendo o que eu sabia que a acalmaria.
-Pois eu acho que não acalmou coisa nenhuma!
-Não, isso eu posso garantir que consegui, Papoula - argumentou Dumbledore, com extrema calma - Lily estava agoniada pela amiga, que havia sido levada para a câmara, apenas tirei um peso do coração dela. Eu acho que o que o que a preocupa está muito além do que eu falei.
Lily foi sentindo uma forte dor de cabeça. "Gina está bem", pensou ela, "Paola e Mike devem estar bem tambem e, provavelmente, ninguém contou a eles que eu... estou esperando um bebê...". Era uma sensação tão engraçada para Lily, afinal, ela já havia engravidado antes, na outra vida, mas agora ela estava tão diferente. Agora, acima de tudo, ela tinha onze anos, e o pai da criança não era seu marido, era professor da escola onde estudava. A cituação parecia horrível, por mais que ela se esforçasse para encontrar pontos bons. Ela tinha que ser realista, não podia mais se afundar em sonhos e fingir que estava tudo bem. No passado ela foi a pessoa mais inteligente e realista da turma, agora ela parecia uma adolescente deslumbrada.
A dor foi aumentando, ela apertou as pálpebras e fincou as unhas no travesseiro para não gemer ou gritar de dor. As vozes de Dumbledore e Pomfrey foram se distanciando, apesar de Lily ter certeza de que continuavam parados. A última coisa que ouviu antes de desmaiar novamente foi:
-Não devo permitir que frequente aulas. Ela vai continuar desmaiando várias vezes por dia.
-Como a Bela Adormecida.
E então tudo se silenciou.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!