♦ Por um Impulso
4 ♦ Por um Impulso
Todos nós temos vontades, você consegue controlar a sua?
Todos os nossos atos possuem reações e se não pensarmos antes de agir, eles podem ter conseqüências inesperadas. Qual será a conseqüência de um ato impulsivo? Desastrosas ou benéficas, ninguém sabe ao certo. Uma súbita vontade de fazer algo que seja proibido ou até, vergonhoso. Entre a razão e a vontade, qual seria sua opção? Realizar seu desejo sem pensar no futuro ou conter ele para se lamentar depois. Todo Ser Humano passa por essas provações diariamente e a maioria tem controle de seus impulsos. Mas sempre a uma primeira vez para perder o controle e se agir impulsivamente...
As primeiras semanas de Setembro passaram rapidamente desde início do ano letivo e mesmo assim os alunos, principalmente os setimanistas, ansiavam pela chegada do primeiro passeio a Hogsmeade. O ritmo de deveres e aprendizado do sétimo ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts era intenso e extremamente desgastante, todos os alunos que cursavam o último ano estavam muito atarefados com a imensa quantidade de deveres e dentre todos eles, Rosa Weasley era a mais sobrecarregada.
Além de ter que cumprir uma grade escolar maior que a de seus companheiros, no mínimo duas matérias a mais. Rosa escolherá tantas matérias por opção e estava começando a se arrepender amargamente de sua decisão. Além de ter que redobrar sua atenção nos estudos, que já era exagerada, ela ainda tinha que cumprir suas tarefas como Monitora-Chefe. Esse cargo estava dando um incomodo extra a jovem Weasley naquela noite.
- Já disse para saírem daí agora! – Murmurou Rosa furiosamente, mantendo a voz o mais baixo que podia – Isso não é hora de ficarem se agarrando no corredor! Admira-me você, Scorpius!
- Tecnicamente, não estávamos nos agarrando no corredor e sim, em uma sala vazia – Sibilou o loiro tranquilamente no mesmo tom de voz baixo que ela – Você que nos arrastou para o corredor...
- Vocês estão abusando! Pare de debochar de mim Scorpius! Não posso encobrir vocês para sempre! – Reclamou Rosa, apontando um dedo acusador na face do Malfoy.
- Rosa não seja dramática! – Foi à vez de Samanta falar - Estamos muito ocupados de dia para ficarmos juntos e quando temos um tempinho para namorar minha melhor amiga interrompe!
- Tempinho!? Já estou encobrindo vocês há quase uma hora! Se não percebeu Srta. Pelkins, é quase meia-noite! – Vociferou Rosa um pouco alto demais – Sou Monitora-Chefe, não posso ficar encobrindo seus encontrinhos no...
As palavras de Rosa são interrompidas pelo barulho de passos vindo na direção deles e antes que a garota desse um jeito de esconder os amigos, a figura misteriosa se aproximou:
- Srta. Weasley, é você? Está acompanha de alguém? Deixe-me ver, Lumos.
A intensa luz que saiu da ponta da varinha revelou o rosto de sua honorável dona: Minverva Mcgonagall. Ela tinha os cabelos grisalhos presos em um elegante coque e trajava um confortável robe de seda azul, seus olhos se estreitaram de maneira severa quando viu Samanta e Scorpius.
- Creio que existe uma boa explicação para estarem fora da cama e fazendo algazarra no corredor a essa hora da noite, certo Srta. Pelkins? Sr. Malfoy? – Perguntou a diretora rispidamente, visivelmente irritada por ter sido acordada – Srta. Weasley, eles parecem não querer cooperar e por isso me diga você. O que eles estão fazendo a essa hora no corredor?
O rosto de Rosa, que até então estava vermelho devido a sua raiva, empalideceu rapidamente. Ela engoliu em seco e deixou o silêncio pairar. Ela nunca havia mentido para um professor, principalmente para Prof. Mcgonagall que tinha um carinho especial por ela. Considerou suas opções: falar a verdade para escapar ilesa, mas prejudicando seus amigos ou inventar uma desculpa minuciosa para tentar salva-los e prejudicar a si mesma perante a diretora. Escolheu ajuda-los e estava prestes a abrir a boca quando sua melhor amiga age.
- Rosa! A culpa é sua, se tivesse nos deixado em paz para irmos aos nossos dormitórios nada disso teria acontecido! Nem conseguiu encobrir essa, que bela amiga eu tenho!
A jovem Weasley olhou incrédula para Samanta, que lhe deu uma piscadinha. A loira sabia o quanto Rosa havia se arriscado para ajudá-los e não ia deixar à amiga naquela situação. A morena sorriu compreensivamente perante a atitude de Sam e viu que Scorpius também estava de acordo, decidiu entrar no jogo.
- Sinto muito Sam, você já deveria estar na cama e sabe disso. Prof. Mcgonagall, encontrei os dois andando pelo corredor à noite e os detive, sinto ter acordado a senhora... – Comentou Rosa casualmente, escolhendo as palavras para não prejudicar ainda mais o casal a seu lado
- Não fique preocupada Srta.Weasley, eu estava apenas lendo. Bom trabalho! Estou Orgulhosa de você e tenho certeza que sua mãe também ficaria. Está dispensada por hoje. – Comentou Mcgonagall com um singelo sorriso que se desfez rapidamente quando se voltou para o casal de loiros ao seu lado – Enquanto a vocês, menos vinte e cinco pontos para Sonserina e Corvinal por estarem fora da cama há essa hora. Francamente, esperava mais responsabilidade da parte de vocês. Venham comigo agora, vou lhes dar uma detenção e me certificar que voltarão para seus devidos dormitórios. Boa Noite, Rosa.
A Professora saiu andando com Samanta e Scorpius atrás de si. Rosa sentia-se culpada por causa da detenção deles e ainda mais por ter mentido para professora. Sam, que pareceu prever o que se passava na cabeça da amiga, virou o rosto e sorriu de maneira tranqüilizadora, deixando a morena mais tranqüila. Rosa ficou feliz por ter sido dispensada de seus deveres oficiais e se se dirigiu para seu quarto, precisava de uma boa noite de sono.
- Que Merlin os ajude... Ah! Por que não os deixei ir? – Resmungou ela, antes de ir dormir
O resto da semana transcorreu sem muitos transtornos. Rosa lamentou-se por Samanta e Scorpius terem sido proibidos de visitar Hogsmead naquele fim-de-semana, porque para ajudar Madame Pince a organizar os livros na biblioteca.
- Não é tão ruim – Respondeu Samanta sorridente, a detenção não tinha tirado seu bom humor – Afinal, cumpriremos juntos e não será o tempo todo... Talvez consigamos até namorar um pouco!
- Eu sei... Mas me descul... – Começou Rosa novamente, mas sobre o olhar taxativo da amiga deteve-se – Eu queria que todos nós fossemos a Hogsmead juntos! Temos que aproveitar o tempo livre parar nos divertir...
- Mesmo que Amanda estivesse com a gente? – Retrucou Sam sorrindo maliciosamente – Ou se ela e seu priminho ficassem se agarrando?
Rosa fez uma careta ao ouvir o nome da garota e simula uma cena de vomito quando Samanta completa o resto do comentário. Ambas riem da brincadeira da jovem morena enquanto viram o corredor. Era sexta-feira e as aulas das duas já tinham acabado, tinham combinado de conversar nos terrenos da escola. A Weasley retomou a conversa:
- Por isso que eu queria que fossem! Eles não iriam ficar se agarrando na sua frente... Pelo menos, não deliberadamente... – Resmungou ela ficando levemente emburrada e com voz triste – Mas, se você não estiver lá... Aposto que eles vão desaparecer...
- Não adianta ficar assim... Você me disse que iria parar com essa paixonite... – Samanta falou firmemente – E, desculpe-me Rosa, foi você que deixou essa situação chegar até onde ela está. Você nunca tentou esquecer e nunca tentou confessar tudo a ele...
- Ótimo! Bote-me na jaula do Dragão e tire minha Varinha! Você sabe que não é tão fácil – Retruca Rosa emburrada, mas sabendo que está errada – Estou tentando e você, mais que ninguém, sabe! Mas, não posso deixar de sentir essa angustia vendo eles... Eu...
Rosa morde o lábio inferior para manter o controle, estava à beira de um ataque emocional e não sabia o que poderia ser. Podia começar a chorar e falar coisas sem sentido ou a berrar e xingar quem passasse ao seu lado e olhasse para ela. Sentia um bolo se formando em sua garganta e imaginou, por alguns segundos, se suas emoções reprimidas poderiam, um dia, sufocá-la. Mordeu, ainda mais forte, o próprio lábio e sentiu o gosto de sangue na boca.
Samanta observou sua melhor amiga por aqueles segundos de silêncio, ambas estavam paradas no corredor. Viu Rosa morder o próprio lábio e logo soube que a amiga estava sofrendo. Aquele ato poderia passar despercebido por qualquer pessoa, mas ela não. Sam pensa nos sentimentos de Rosa por Alvo e vê, novamente, o quanto deveria ser doloroso para sua amiga, pois só de assistir ela se sentia abatida e derrotada. Apesar da cobrança que fazia dela, Sam sabia que ela se esforçava para esquecer e seguir em frente. Tenta se colocar na mesma situação e imagina Scorpius, seu próprio namorado, como um parente e o vê com outra. A vontade de vomitar é instantânea, acontecia todas as vezes que ela tentava sentir um pouco da angustia que passava a Weasley. Ela era melhor amiga dela e iria ajudá-la. Um filete de sangue escorre da boca de Rosa, sua mão treme. Ela, realmente, estava precisando sozinha. Samanta se aproxima e, simploriamente, coloca a mão no ombro dela e diz:
- Esquece isso. A Amanda é insuportável mesmo, independente do Al. Agora, esquece isso! Vamos aproveitar o tempo vago que, por Merlin, ainda temos.
A Morena estava distraída com os próprios pensamentos, sozinha em sua fortaleza onde era intocável. Parecia afundar no chão pela tristeza. Aquele vazio insuportável... Aquela realidade que parecia sugar a felicidade dela... Imaginava-se sozinha e presa em uma sala escura e desconhecida. Água caia do nada, preenchendo a sala para que ela se afogasse. As águas eram suas magoas que, ela tinha certeza, acabaria com ela qualquer dia. No meio da solidão e do frio, ela sente algo reconfortante se aproximar. A aproximação do ser misterioso, inexplicavelmente, a aquece e quando ela finalmente chega, traz a liberdade. Sua heroína, como gosta de chamá-la, parece puxá-la para fora daquela sala maldita e a leva da escuridão das trevas à luz em instantes. Essa situação poderia explicar, rapidamente, as sensações que Rosa sentiu naquele momento, mas o que realmente aconteceu era completamente diferente. Samanta havia, apenas, colocado a mão em seu ombro e feito um comentário descontraído, mas havia algo de misterioso e complexo naquele gesto. Ela não havia tentado simplesmente desperta-la com aquele ato, ela queria lhe passar coragem e determinação e tinha conseguido.
- Tem razão! Amanda e Alvo não valem nosso tempo livre! – Responde Rosa esboçando um sorriso jovial e animado
Samanta concordam e ambas voltam a seu percurso para os terrenos da escola. Ficam criticando Amanda e reclamando das suas atitudes. Falavam de como era chata, deselegante, dura e outras coisas que elas sabiam que, também, não eram verdade. Por algumas vezes Rosa se sentia mal por desdenhar de Amanda quando ela era tão simpática e generosa, mas então pensava no namoro da Lufa-Lufa com Alvo e esquecia.
- Simplesmente, abominável! Ela se acha, sempre se mostrando! – Reclama a Weasley – Não sei como a vassoura agüenta o ego dela.
- Você tem razão! Ela é tão... – Debocha Samanta entre as risadas, parando no meio e apontando para frente – Falando na Toupeira Mocreia do Abismo Pegajoso*
Rosa segue com olhar a direção apontada e se depara com quem imaginava, Amanda Bennit. Ela não estava bem arrumada e muito menos parecia feliz. Estava abatida e triste parecia, mais baixa e magra. Rosa poderia considerá-la doente se não fossem os berros que dava e os passos energéticos em que se movimentava.
- Você é ridículo! Um prepotente idiota! Não consegue parar de ser o centro das atenções!
- Olha como você fala, Amanda! – Esbraveja um garoto enérgica e nervosamente atrás dela – A culpa não é minha, é sua!
Alvo seguia no encalço de Amanda, passando a mão nervosamente pelos cabelos rebeldes. Eles continuaram a discutir (Lê-se xingar e gritar o outro) no meio do corredor, atraindo a atenção de todos que passavam: alunos, assombrações e professores. Rosa e Samanta ainda estavam paralisadas, ambas prendendo a respiração, como a maioria ali, com medo que eles os incluísse em sua “troca de carinhos”
- Por que não pega a sua vassoura e bate na cabeça? – Replica Amanda gesticulando furiosamente – Ou melhor, pendura um caldeirão no pescoço para chamar a atenção!
- Quando a Srta. Perfeita-e-dona-do-Mundo acabar de dar crise, por favor mande a Amanda vim falar comigo. Quero conversar com uma pessoa civilizada!– Retruca Alvo seriamente, virando-se e indo embora.
Sim: Ele gostava de Amanda, mas aquilo era demais. Um desentendimento que terminou como cena patética de “Briguinha de Namorados no Corredor”. Alvo sabia que nada adiantaria aquilo tudo e depois, quando Amanda voltasse à razão, debateriam a questão. Ele apenas não imaginava que ela não pararia por ali, não sairia “perdendo” naquela situação. Amanda sua seu maior trunfo:
- Se você me der as costas e ir embora, acabou tudo!
Alvo fica paralisado pelas palavras e vê uma face que nunca viu em Amanda. Ela estava sendo manipuladora e vaidosa, características que ele nunca teria visto nela, e depois disso tudo aquilo acabaria ali. Alvo se vira e a encara nos olhos, ela treme diante do olhar severo dos orbes esmeraldas e arrepiasse com sua voz displicente e debochada:
- Acabar com o que? Nunca houve nada. Está se valorizando demais Srta. Bennit, ponha-se em seu lugar e tome seu rumo.
Num piscar de olhos, Alvo Potter já havia ido embora. Estava subindo as escadarias em direção a Torre da Grifinória quando Rosa o alcançou. Ela estava ofegante, parecia ter corrido para lhe alcançar e mesmo assim não parou para respirar:
- Que cena foi aquela?
- Eu e Amanda nos desentendemos um pouco – Responde ele dando de ombros, mas logo que recebe um olhar dela completa – Quero dizer, nos desentendemos exageradamente.
Rosa olha para ele, sua expressão dizia “Eu não me contento com isso” Alvo suspira e sorri cansado para sua prima. Ele pensava em encerrar o assunto ali e não falaria nada além, ignoraria qualquer um que o perguntasse. Mas, ela não era qualquer um... Ela é Rosa Weasley, prima e melhor amiga e por isso aliviaria aquela angustia com ela.
- Bem, não sei como explicar... – Começa ele esquivamente – Foi realmente um motivo meio bobo...
- Pare de enrolar e me conte de uma vez! – Suplica Rosa seguindo ele, que voltou a andar – Sabe que não vou te criticar Al!
- Está Bem! Bem... Foi... Tem certeza que quer saber? – Retruca o garoto recebendo outro olhar de censura da prima, suspira – Brigamos por causa de Quadribol...
- Quadribol!? – Repete a Weasley atônita
- Sim, Quadribol.
- Aquele “espetáculo” no corredor foi por causa de Quadribol? – Retruca a garota de forma cética
- Quantas vezes você vai me fazer repetir o motivo? Sim, foi por causa de Quadribol! – Resmunga Alvo aflito – Mas especificamente a seleção dos times de Quadribol.
- Mas... Achei que vocês fossem os capitães dos times de suas respectivas casas!
- Somos... Não foi isso... Foi a seleção para times oficiais Rosa! – Esclarece o jovem Potter – Tivemos um teste hoje, lembre-se comentei com você sobre isso.
- Ah, claro! – Responde a Weasley acenando com a mão, sem dar muita importância à informação – Lembro-me de ter dito algo sobre isso... Foram os “Appleby Wasps”, correto?
Alvo revira os olhos com o comentário da prima. Rosa podia ser muito cínica quando quisesse e fazia isso frequentemente quando o assunto era Quadribol. Fazia aquilo para demonstrar seu desagrado com o jogo. Ela errou o nome dos times propositalmente, afinal ela sabia o nome correto de todos os times europeus desde os sete anos. Recordava-se do Natal em que Rosa ganhou seu primeiro livro: “Um jogo chamado Quadribol”.
Todos os Weasley’s (Incluindo os Potter) tinham se reunido na Toca para comemorar o Aniversário do Tio Carlinhos, que havia vindo com a Esposa e com os filhos da Romênia para passar a data com os pais. Seus avós colocaram uma grande mesa no quintal para acomodar toda a família, as crianças aproveitavam a neve fofa do chão para se divertir. Alvo e Rosa fugiam das bolas de neve encantadas por seus pais para os perseguir, riam divertidos quando uma acertava o outro. Durante o Jantar, Rosa chamou a atenção do pai e simplesmente perguntou:
- Papai! Posso ganhar um livro de Natal?
Os olhos de Hermione se encheram de lágrimas e Rony ficou revoltado, o pedido da pequena Weasley arrancou gargalhado do resto da família. Sua mãe respondeu lhe dando um abraço:
- Claro que pode, minha querida! Qual você quer?
- Nem pensar! Você é muito nova para ler filha, sinto muito! – Corrige Rony
- Nada disso, Rony! Se ela quer um livro, terá um livro e ponto final! – Ela se vira para a filha – Pode deixar, mamãe vai te comprar um livro.
- Não iluda a menina, Hermione. Eu já disse que ela não ganhará um livro e ponto final. Afinal eu já comprei os presentes dela e não tem nenhuma droga de livro!
- Primeiro: Olha o palavreado que usa na frente das crianças, Ronald Bilius Weasley!
Nesse momento todos param de rir, Hermione falar o nome completo de Rony era indicio que a briga era séria.
- Segundo: Se o problema é você já ter comprado os presentes, eu compro o livro para ela.
- De jeito nenhum! Pare de tirar a minha autoridade Hermione, ela não vai ganhar um livro e além do mais, seria injusto com o Hugo.
- Eu compro outro presente para ele também. Pare de botar obstáculos Rony, qual é o problema dela querer um livro?
- O Problema? Qual o Problema, Hermione? – Retruca o Pai dando uma gargalhada irônica – Você está induzindo nossa filha a perder a infância lendo e estudando!
- Eu o que? Você está louco! – Fala a mulher dos cabelos ondulados – Não sou eu que forço a Rosa a ouvir jogos de Quadribol no rádio ou fui eu que comprei uma vassoura para ela de Natal!
- Nós já conversamos sobre isso! Ela gosta de Quadribol e já tem idade para ter uma vassoura.
- Ela gosta de aprender e já tem idade para ler um livro.
- Parem! – Intervém Gina exasperada – Hermione você não vai comprar nenhum livro para Rosa.
- Isso mesmo! – Apóia Rony
- Está do lado dele, Gina? – Indaga Hermione
- Não, pois não vejo problema na Rosa querer ler um livro. Eu vou dar o livro a ela e o Rony não pode reclamar, porque eu vou dar o presente. – Explica a Ruiva, retribuindo o presente da melhor amiga – Agora pare de reclamar Rony, você já faz isso demais.
- Mas... – Começa ele
- Nada de mais, mocinho. – Foi à vez de Molly Weasley entrar na conversa – Minha Rosinha vai ganhar o presente que quiser e se quiser discutir mais vou ter que te dar uma surra, Ronald Weasley.
Todos na mesa caíram na gargalhada enquanto Rony ficava vermelho. O pequeno Alvo olha para sua prima e vê o quando ela odiou aquela cena. Sorri para ela e ela lhe retribui, esquecendo a cena que acabará de acontecer.
Para evitar mais problemas, Gina comprou um livro que falava sobre Quadribol e assim, nem seu irmão e nem sua cunhada poderiam reclamar. Rosa passou dois meses lendo o livro de apenas 100 páginas e, incrivelmente, conseguiu decorar o nome de todos os times de Quadribol e seus feitos. Rony adorou os novos conhecimentos da filha, pelo menos até ela chamar os Chudley Cannons (Canhões de Chudley) de fracassados...
- Não Rosa, foram os Appleby Arrows (Flechas de Appleby). Você os confundiu com os Wimbourne Wasps (Vespas de Wimbourne), sorte que não tenha nenhum torcedor por perto. – “Explica” Alvo debochadamente - Os Vespas e os Flechas se odeiam.
- Sério? – Retruca ela dando de ombros – Muito bem, o que houve na seleção dos Flechas que causou a briga de vocês?
- Bem, Os Flechas de Appleby é o time favorito de Amanda. Nós tínhamos combinado não levarmos nossos relacionamentos pessoais para o campo, e vice-versa, mas os olhos dela brilharam quando ouviu a notícia e eu, mesmo sabendo que poucas oportunidades terão esse ano, não participei da seleção – O jovem Potter falava tristemente.
- Mas isso é bom, não? Ela deveria ter ficado agradecida!
- Ficou muito feliz. Ela não parava de me agradecer, mas o problema não foi esse... Professor Wood, querendo que eu fizesse o teste, conseguiu fazer os “olheiros” me virem jogar.
- Me deixe terminar... – Continua a garota – Quando você viu alguém desconhecido chegando ao campo tratou de realizar movimentos impressionantes para ser o centro das atenções e acabou sendo o favorito para a seleção?
- Exatamente... Não foi intencional, eu não sabia que... – Começa ele deixando transparecer ainda mais sua tristeza
- Mas, isso é indiferente. Ela é Batedora, você é Apanhador!
- Sim, mas eles estão selecionando pela habilidade... Eles queriam um goleiro e tinham uma vaga para quem se destacasse... A Amanda me culpou por isso. – Comenta firmemente, deixando seu ego transparecer – A culpa não é minha, afinal tentei ser justo!
Rosa ponderou se deveria alertar o primo que apesar de sua atitude nobre, ele tinha uma parcela de culpa. Decidiu-se que não, mesmo que quisesse esquecê-lo seria bom não o ver agarrando Amanda por aí. Mesmo que soubesse que poderiam ter outras. Ela começou a puxa-lo pelas escadas.
- Vamos logo ao dormitório, antes que alguma biscate do seu Fã-Clube apareça para “consolar” você.
- Eu tenho um Fã-Clube? – Pergunta ele animado – Você podia me apresentar a eles ou, melhor dizendo, a elas!
Rosa ignorou o comentário do primo e apenas o puxou com mais força. Durante todo o caminho para Torre da Grifinória, ela não pode deixar de pensar... “Esse passeio em Hogsmead seria muito melhor do que tinha imaginado”
***
- Rápido Alvo! Estou congelando aqui fora! – Resmunga Rosa
Alvo acenou de dentro do Três Vassouras dizendo que já estava voltando. Ventava frio naquele dia e mesmo debaixo do seu casaco, a jovem Weasley tremia. Aquele vento e a neve no chão causaram um efeito devastador em Hogsmead, as ruas estavam desertas e todos se encontravam nos bares aquecidos por seus lareiras e encantamentos. Uma fila estava formada no Três Vassouras, Alvo tinha entrado para conseguir alguma bebida há quase dez minutos. Rosa vigiava-o pela janela fechada do Bar e seu sorriso se abriu quando o viu vindo com duas garrafas.
- As duas últimas duas garrafas de Cerveja Amanteigada da Madame Rosmerta! Sinto pena dela, tão idosa e trabalha tanto. – Comenta Alvo casualmente – Comprou os doces na Dedosdemel?
- Estão aqui. – Ela levanta a sacola – Vamos logo.
Eles caminham e se distanciam um pouco da cidade, estão na parte de cima da pequena colina que do caminho para a lendária Casa dos Gritos. Quando sentem o vento diminuindo, param e conjuraram uma brilhante chama azul que os aquece gostosamente. Sentam-se no chão e se se servem das guloseimas compradas por ela: tortas de abóbora, varinhas de alcaçuz, sapos de chocolate, balas explosivas e bolos de caldeirão. Rosa conjura copos e eles despejam generosamente a Cerveja Amanteigada neles. Alvo se levanta inesperadamente.
- Um Brinde! – Propõe Alvo levantando seu copo – Vamos Brindar! Esse momento tem que ser especial?
- Brindar? Está louco? Brindar ao que? – Pergunta ele entre os risos – Esse momento já é especial por si mesmo.
- Temos de brindar aos nossos momentos de colégio que, eu espero, estão para terminar!
- Para isso serve o baile de formatura! Mas se quer saber, gostei da idéia! – Rosa levanta-se sorrindo – Agora falta o motivo!
- Ah... Já sei! A Samanta e Scorpius, por não estarem aqui para nos incomodar!
- Seu Idiota! Não fale assim deles, não são incômodos. Tenho um motivo melhor. – Rosa ergue seu copo na altura do rosto - A Nossa Amizade!
- A Nossa Amizade – Repete o garoto e complementa – Que ela seja eterna!
Sob a luz azulada da chama a sua frente, eles brindam pela sua Amizade e que ela dure para sempre. Nesse pequeno ato inocente, sem imaginar, eles selaram seu destino e criaram uma ligação eterna por puro impulso. Uma magia desconhecida e por muito tempo esquecida que qualquer um, seja ele trouxa ou bruxo, pode realizar. Essa é a magia do Relacionamento. Uma vez criado, um relacionamento durará para sempre independente de sua forma. Seja como amizade, como amor ou como ódio, ele sempre estará vivo. Pode ser deixado de lado, mas um dia ele se reerguerá inevitavelmente para cumprir seu papel no Universo. Pelo impulso jovial daqueles adolescentes, suas almas se entrelaçaram por vontade própria. Pois os desejos pedidos por eles naquele momento seriam realizados e assim, eles abrem uma nova porta... Um novo caminho os aguarda, se ele é benéfico ou maligno apenas o tempo poderá dizer.
Sem perceber, Alvo e Rosa bebem sua taça por inteiro. Degustam da Cerveja Amanteigada que curiosamente parecia ter um gosto diferente do normal, exótico e, ainda sim, familiar. Seguiram a milenar tradição bruxa que dizia:
“Quando terminar um brinde com alguém especial e pedir de coração, seu desejo será realizado.”
Ambos pedem por seus futuros, sem imaginar que, apenas daquela vez, seus desejos seriam realizados. Alvo sorri ao pensar naquilo deseja e Rosa sente as lágrimas ao pensar no seu pedido. Aquelas lágrimas não eram de felicidade e, na sua situação, seria impossível que fossem. Apesar da tristeza e das lágrimas, ela pede de todo seu coração por aquilo.
- Já terminou? – Pergunta ele sem abrir os olhos
- Sim... Pode abrir os olhos. – Responde ela, secando as lágrimas
- Então, o que pediu?
- Não seja bobo, Al! Eu não posso falar e se não acontecer?
- Me conta vai! Ou melhor, não precisa! – Responde ele confiante – Aposto que pediu para Merlin colocar um pouco de juízo em mim!
- Não! Mas, acho que deveria. Vamos brindar de novamente!
Entre as risadas eles enchem novamente seus copos e começam a dialogar. Nada de importância era dito, mas aquelas pequenas banalidades os divertiam e aqueciam mais que a bebida e a chama azulada unidos. Passaram horas no topo daquela colina conversando, comendo os deliciosos doces e bebendo a Cerveja Amanteigada. Só perceberam o passar do tempo quando a bebida acabou, Rosa soltou uma exclamação:
- Al, a Cerveja Amanteigada acabou! Meu Merlin, quanto tempo estamos aqui!?
- Rosinha, eu não sei! Creio que temos coisas mais importantes para nos preocupar! – Alvo levanta-se rapidamente cambaleante – Eu acho estou bêbado! Estou vendo tudo girar!
- Não seja idiota Alvo! Não tem álcool na Cerveja Amanteigada, você não pode ficar bêbado! – Retruca ela rindo e se levantando também – Agora, Sr. Bebedeira me ajude a pegar o que sobrou.
- Ah? Rosa? É você ai? – Brinca ele tateando o ar em frente à prima, ambos rindo divertidos – Não consigo te ver direito!
- Estou na sua frente, Al! Siga minha voz! – Pede ela rindo e andando para trás.
- Estou indo! Fique parada! – Pedi ele rindo e ainda cambaleando
Tudo aconteceu muito rápido e inesperadamente. Em seus passos vacilantes, Alvo tropeçou e caiu em direção a prima. Ambos são jogados ao chão e começam a cair colina abaixo. Aterrissaram levemente sobre a neve, Alvo por cima dela e ambos paralisados de choque. De repente, histeria inexplicável. Riam divertidos da situação perigosa que acabara de acontecer.
Rosa sentia o peso do primo sobre si, mas isso não poderia tirar a graça do momento. Ela ria junto do dono dos encantáveis olhos verdes. Ria dele e com ele, aquilo tudo era perfeito. Pensou sobre seus sentimentos sem perceber e viu que tinha colocado todos esses momentos com ele a perder por causa de um amor passageiro. “Irei esquecê-lo!” pensa ela rindo determinadamente.
Alvo vai voltando ao normal lentamente, sua respiração normalizando. Eram aqueles momentos tão especiais que o faziam ansiar a presença da prima, aquela garota perfeita. Inteligente, gentil, prestativa e linda, como ela era linda. Alvo mantém um sorriso sonhador e fica observando enquanto a garota ri. Seus olhos azuis semi-cerrados, seu cabelos castanhos espalhado na neve, suas bochechas rosadas pelo frio, tudo nela era maravilhoso. Não era a primeira vez que observava a beleza da prima e apesar de sempre evitar, às vezes era incontrolável.
Rosa não conseguia parar de rir, mesmo sem saber por quê. Havia uma graça no ar, sentiu seu primo parar de rir e mesmo assim não parou. Conseguia ver sua silhueta sobre ela, mesmo com os olhos semi-abertos, ele sorria. Ela foi parando de rir e se acalmando, sua respiração se igualando a dele. Retribuiu o sorriso e abriu os olhos para encarar as esmeraldas.
Ele não consegue pensar direito, está perdido examinando as expressivas curvas ao redor dos lábios da prima. Ela sorria para ele. Sentia a respiração dela junto a sua, igualadas. Pareciam tocar uma estranha sinfonia, mas ela foi quebrada. Seu sorriso se desfez e sua respiração acelerou, uma estranha sensação se apodera dele.
Rosa observou todos aqueles detalhes lentamente. O sorriso dele causou-lhe um arrepio, fazendo-a relembrar tudo que queria esquecer. A respiração dele descompassou da sua e seu magnífico sorriso se desfez, então seu olhar mudou. Foi quando ela percebeu: pela primeira vez, Alvo não a via como sua prima ou amiga e sim, como uma garota. Sua respiração se alterou também, seu rosto perdeu o sorriso e seu olhar tinha um brilho diferente. Ela esqueceu a promessa que tinha acabado de fazer.
Era atração, ele sentia-se hipnotizado por ela. Ia além da beleza, ela tinha algo diferente que ele desconhecia e agora ele precisava desesperadamente do desconhecido. O olhar dela retribui-lhe os sentimentos, sua respiração a denunciava. Ela também o queria. Impulsivamente aproxima-se devagar, esperando algum protesto dela.
Rosa sente a boca dele vindo a procura as sua. Num impulso, ela passa as mãos pelo pescoço dele e o traz, finalmente, a si.
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DESCULPA!
Eu sei que demorei séculos para postar a fic, mas estava sem internet e estou em ritmo de concurso. ^^' Os capítulos já estão prontos, só falta postar. Bem, esse cap está grande e emocionante ;)
PS: Sinto não responder os coment's, falta de tempo :/
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