A espera de respostas...



Capítulo 2-
Don não tirava os olhos do vulto a sua frente que se movia lentamente como se estivesse estudando o menino. Um vento gelado tocou seu rosto como uma mão que lhe acariciava, fazendo-o se esquecer de todos seus problemas.
- Don, não fuja!- uma voz fraca que parecia vir de longe lhe tirou de seu devaneio.-Espere garoto! espere...
Apurando os ouvidos Don olhou ao redor procurando quem o chamava, quando o vento soprou novamente trazendo consigo aquela voz...
-Espere Don! Pare! -alguém parecia lhe sussurrar aos ouvidos todas as vezes que o vento soprava -Espere!Por favor!
-De…de onde vem essa voz?? -Don tampou os ouvidos e começou a correr, o vento que antes era quase uma brisa começava a ficar cada vez mais forte e a voz que antes apenas sussurrava parecia agora gritar.
-Pare menino!Espere!!
Mesmo com todo aquele vento Don não parava de correr, era como se suas pernas tivessem vontade própria e quisessem leva-lo para longe de tudo aquilo. O que mais o estava assustando era que, por mais que procurasse, Don não conseguia ver ninguém ali.
Quando o menino já estava quase na soleira de sua casa, alguém lhe deu um puxão em seu calcanhar direito derrubando-o de cara na grama. Sua cabeça, que antes apenas latejava, agora parecia que iria explodir.
-Au! -o menino levou a mão à cabeça, seus olhos marejando com a dor -Ai..ai...ai..
Juntando toda coragem que tinha, Don enxugou os olhos e se virou, estava pronto para enfrentar quem quer fosse.
-Quem foi que...mas o quê? -Don segurou a respiração, não havia ninguém ali, nem sequer uma marca no chão.
Ainda com a mão na cabeça o menino se levantou, apesar de um pouco zonzo seu cérebro trabalhava a mil, a adrenalina tomava conta de seu corpo, seu coração parecia querer saltar de seu peito e o suor começava a brotar em sua testa.
-Tem...tem que haver alguma explicação, como é possível alguém desaparecer em questão de segundo? -Don falava sozinho, um hábito que, há algum tempo, se tornara algo constante Então um pensamento lhe veio à cabeça.
-Será que... -o coração do menino deu um salto, ele ergueu os olhos, era como se já soubesse a resposta desde o início.
Levando a mão ao peito, como se para acalmar seu coração, Don fixou os olhos no vulto que havia dado alguns passos á frente, permitindo ao menino ter uma melhor visão daquele que estava do outro lado da rua.
-Quem...quem é você? -sussurrou para si mesmo ao perceber que nunca havia visto aquele homem antes.
Ele revirava sua mente tentando se lembrar daquele homem, estava muito escuro, mas era possível perceber sua altivez e inflexibilidade diante do temor que o menino demonstrava.
Uma rajada de vento voltou a atingi-lo, já sabendo o que viria a seguir Don tampou os ouvidos, era uma tentativa de evitar o que até agora parecia algo inevitável aos olhos do garoto.
-Don...não fuja de mim!Vire-se, vire-se...agora!
Uma ventania começou, as árvores pareciam que iriam se desprender do chão, mãos invisíveis surgiram em meio à escuridão e agarram seu corpo. Por mais que lutasse ele não consegui evita-las, não conseguia nem ao menos manter seus olhos abertos em meio aquela ventania.
Don já desistia de lutar quando tudo parou, ele caiu de joelhos, estava exausto de tentar se soltar daquelas mãos que ainda o seguravam. Seus olhos se voltaram quase que involuntariamente para aquele homem, sabia que ele, de alguma maneira, era o responsável por tudo aquilo.
Percebendo que o menino mantinha os olhos em cima de si, o homem começou a se aproximar com passos rápidos e firmes, sustentando o olhar de Don, ele parou a menos de um metro do menino e manteve uma pose de autoridade sem se importar com a dor que o garoto parecia sentir.
-Agora me ouça, preste atenção: eu não irei te machucar!- as palavras saiam da boca daquele homem como se fossem cuspidas, o desprezo que sentia por Don estava evidente fazendo com que o menino se encolhesse diante de seu olhar -Eu irei te soltar se você prometer não fugir como um rato, minha paciência com você já acabou a muito!
Don estremeceu ao ouvir aquelas palavras, aquele homem, aparentemente bem velho, parecia prestes a machuca-lo.
-Por...por favor senhor, me solte! -Don gemia conforme as mãos seguravam-no pela barriga, apertando cada vez mais forte para que ele não fugisse.
-Não choramingue, você já é grande! -O homem encrava Don nos olhos, seus cabelos, que eram tão longos quanto a barba, esvoaçavam conforme ele falava -Eu esperava muito mais de você...agora apenas me prometa que não irá fugir e muito menos gritar!
-Eu... -Don se esforçou para fazer a voz mais firme que conseguia naquele momento -Eu prometo!
-Muito bem, podem soltá-lo agora!
Aos poucos a silhueta do que pareciam ser duas pessoas, aparentemente um homem e uma mulher, foram aparecendo e o soltando, indo se postarem ao lado do homem que parecia ser seu líder.
-Quem são vocês?-perguntou o menino massageando a barriga, agora que estava livre sentia-se um pouco mais confiante.

Betagem:Madu Mosele XD~~...brigada!!*-*
gente...por favor comentem!!^^

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