Fim



Capítulo III




Tom - ou Voldemort? - jamais havia experimentado uma sensação como aquela. Sentia que sua alma de fato se dividia e, ao mesmo tempo, sentia-se mais poderoso. Nem o céu era o limite. Sua primeira Horcrux, o seu diário, estava criada. E nem fora tão complicado: algumas palavras bem-escolhidas, depois de muitas pesquisas, o ambiente perfeito e o objeto necessário. Voilà!

Os exames finais haviam começado dois dias antes, e Riddle estava confiante. Já fizera os testes escritos e práticos de Defesa contra as Artes das Trevas e Transfiguração e não poderia estar mais confiante com o resultado. No dia anterior, à noite, uma idéia interessante lhe veio à mente: tornar-se professor de DCAT quando terminasse a escola. Isso ocuparia sua mente enquanto planejava um futuro brilhante. Seria fácil arranjar a vaga em DCAT, já que a Professora Merrythought havia se aposentado sendo substituída temporariamente por um professor corpulento, o Sr. Higgs.

Prestaria mais alguns exames e, então, iria ao baile de formatura... Tudo daria certo, e nesse baile retomaria a idéia de Fiona ser sua companheira nas Artes das Trevas; se ela não aceitasse... Sempre haveria um plano B.

Tom olhou para o diário. Este era somente o primeiro passo para a imortalidade.

O dia do baile havia chegado. A sala comunal da Sonserina estava agitada, e Riddle tinha a certeza de que todos os alunos de sétimo ano, sem exceção, talvez a não ser a dele próprio, estavam empolgados para a formatura. Seus companheiros não paravam de tagarelar a respeito do futuro e cobravam planos de Tom.

— E então, Voldemort, qual será seu primeiro passo? — Black perguntou.

— Tornar meu nome temido.

— Tom Riddle?

— Não, idiota, Voldemort.

— Mas esse não é o seu nome — o outro disse desentendido.

— Para mim é.

Rosier interrompeu a conversa para falar da garota que o acompanharia no baile, distraindo a atenção de quase todos. Tom decidiu que já iria para o salão principal, onde seria o baile, e lá encontraria Fiona.

— Não vai esperar por nós? — Nott indagou.

— Encontrarei vocês lá — disse brevemente, saindo da sala comunal.

Espantou-se quando chegou no salão principal, que já estava bastante cheio de alunos e pais que vieram para assistir à formatura dos filhos. O salão estava ricamente decorado, enfeitiçado para parecer que estivesse nevando, contrariando o calor que fazia naquela noite.

Fiona o esperava, lindamente vestida, a um canto.

— Tom! — ela exclamou, abraçando-o. — Hoje vamos dançar muito! Minha última dança em Hogwarts, nem acredito que estou indo embora depois desses anos todos! Me acostumei com o ambiente daqui... Já fazia parte da minha vida. Mas tudo que é bom acaba, não é mesmo? E... Tom, você está pálido — a garota observou. — E com umas olheiras terríveis.

— Eu acho que não dormi bem — o moreno inventou. — É, realmente, Hogwarts marcou a vida de muita gente.

— Sem dúvida! — a ruiva exclamou, parecendo esquecer a preocupação repentina com o namorado ao ouvir a música começar a tocar. — Os Bruxões, eu não acredito! Minha banda preferida em toda a RRB! Vamos dançar, Tom?

Ele concordou sem mais opções, e os dois partiram para a pista de dança, já cheia. Viu os amigos chegarem no salão principal com seus respectivos pares e sorriu brevemente para eles. Rosier riu malicioso, provavelmente deveria ter soltado alguma piada sobre ele e Fiona.

— Fiona... eu estive pensando... — disse, sentindo a respiração dela em seu pescoço, naquela dança incrivelmente lenta e romântica.

— Sim?

— Eu estive pensando... Você gostaria de ser minha Lady das Trevas?

A ruiva levantou a cabeça e o olhou, espantada.

— De novo com isso, Tom?

— Desculpe, mas esta idéia não saiu da minha cabeça desde aquele dia. É precipitado, mas pode dar certo.

— Você está falando de casamento? — perguntou incrédula.

— Não. - Tom revirou os olhos. — O que eu disse naquele dia não era mentira, Fiona, se bem que a verdade não é tão dramática daquele jeito, entende?

— Eu não acredito!

Ela se soltou do abraço e saiu andando para fora do salão.

— Fiona! — ele berrou. O som estava muito alto, então mal foi ouvido. — Fiona! Não corra!

Estava no jardim e tinha certeza de que a ruiva deveria estar perto do Lago. Aproximou-se; apesar da escuridão, enxergou a silhueta da namorada.

— Seu idiota! Você é mesmo um idiota! — ela disse. — O que você acha que vai ganhar exterminando os trouxas da face da Terra?

— Eu? A purificação do sangue bruxo. Pense bem, o que eles fazem de tão importante para o mundo?

A garota não respondeu.

— Está vendo? - Tom disse triunfante. — Nada! Você mesmo admite isto com o seu silêncio. Vamos lá, você há de concordar comigo que...

— Chega, Tom. Você não vai fazer nada disso. Eu não vou deixar. Só por cima do meu cadáver — adicionou.

— Por cima do seu cadáver? Isso não é difícil. — Riddle riu. — Fiona, não faça isso...

A ruiva havia se levantado e puxado a varinha sabe-se lá de onde. Apontava-a firmemente na direção do namorado. Ele não oscilou uma vez sequer. Revirou os olhos e bufou.

— Fiona, pare com isso. Você só vai sair perdendo.

— Vamos, seu sangue-ruim idiota! — ela vociferou descontrolada. — Faça o que você quer! Eu sei que você quer me matar faz tempo!

— Co-como? — espantou-se Tom. — Você só poderia saber se...

— Lesse o seu diário?

— Como você ousou?!

Foi a vez da garota revirar os olhos. Ela não respondeu. Tom pôs a varinha de volta ao bolso e chegou perto da ruiva.

— Por que você fez isso, Fiona? Como você conseguiu o meu diário?

— Conseguindo — respondeu, sonsa.

— Sua... sua idiota! — bradou, pegando novamente a varinha e mirando-a diretamente no rosto da ruiva. — Se eu quis te matar? Quis... E vou te matar!

— Então por que não mata, seu covarde?

Corvarde... covarde... covarde... A palavra reverberou na mente de Tom. Nunca ninguém o chamara de covarde antes. Ele talvez fosse um grande covarde. Mas, no fim, quem sobreviveria para dizer isso?

— Covarde demais para me matar, para admitir seus sentimentos por mim! — ela continuou. — Eu pensei que você fosse perceber o que é certo, Tom! Mas percebi que você é um covarde que só vai se deteriorar por causa disso! Vai morrer cedo e não vai nem saber por quê!

— Eu não vou morrer cedo, ouviu bem? — o moreno gritou. — Eu vou me tornar imortal! Indestrutível!

— Você sabe onde está a Pedra Filosofal, é, meu caro? Acorda! Ninguém é imortal!

— Está enganada!

Ela riu, e Tom aumentou o aperto da varinha no pescoço alvo da ruiva.

— Como eu pude gostar de você? — perguntou enojado.

— Como você pôde não admitir? — ela retrucou. — Covarde.

— Você está me irritando, Fiona! Avada...

Interrompeu-se. Fechou os olhos e contou até dez.

— Vamos, continue! Seu cov...

— Avada Kedavra!

Voldemort fechou os olhos para não ver o corpo sem vida dela. Se tivesse sentimentos, choraria. Mas percebeu que eles haviam ido embora junto com o último suspiro de Fiona.



Se você ler isso, entenda que eu te amo. Provavelmente você só vai perceber que escrevi aqui daqui a muito tempo, mas tudo bem.
Hesitei com a sua proposta de '
Lady das Trevas'. Mas sabe que não é uma má idéia? É claro, boa parte do plano é ruim, porém sempre podemos melhorá-lo, não é mesmo?

Eu não aceitei a princípio a idéia de namorar um sonserino, e com essa história nova, bem... tudo ficou mais confuso. O resto eu lhe explicarei, é só você me procurar... Isso é, se você não concretizar seu plano de me matar. Desculpe a invasão de privacidade, Tom, foi preciso.

Eu te amo...


Não iria chorar e sim ignorar o aperto em seu coração, ou seu nome não era Voldemort.

O corpo de Fiona foi achado alguns dias depois, na beira do lago, e seus pais sentiram o baque e o arrependimento por não terem comparecido ao baile de formatura da filha mais velha.

Voldemort talvez devesse se culpar eternamente por ter a matado. Contudo, não tinha tempo para pensar nisso, não naquele momento. Pegou seu saco de Pó de Flu, entrou na lareira e anunciou "Hogwarts" em alto e bom som. Iria tentar conseguir o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.



Nota da autora: Um dia eu juro que reescrevo essa fic. Mostrando partes que cortei, coisas em que eu pensei, como a Fiona conseguiu o diário do Tom... Se ela continuasse viva, Voldemort jamais seria o que se tornou, então ela morreu. Eu não gostei de fazê-la morrer.

Ah, e como a carta foi achada? Estava endereçada a ele, nas coisas dela. Logo, fizeram o que tinham que fazer: deram pro Tom.

Bem, você, corajoso, que conseguiu chegar até essa parte da fic sem enjoar, parabéns. Agora deixe um comentário! \o/

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