Quinta semana



Quinta semana
Por Lily Evans

Nem eu acredito nas palavras que esta pena em minhas mãos estão para desenhar neste pergaminho, professora. Então não se assuste se a senhora não conseguir ligar fato à pessoa, no caso eu.

Este relatório na verdade vai ter de começar no final de semana passado, para que os fatos da semana sejam bem entendidos. Na verdade eu tinha duas opções nada tentadoras para meus queridos sábado e domingo. Ou eu embarcava na incrível viajem a casa dos pais de Valter, noivo de minha irmã, com meus pais e Petúnia, ou eu ficava em casa sozinha e abandonada.

Estava claro para mim, pelo menos na sexta à noite, que eu preferia ficar em casa. Então fingi estar passando mal para minha mãe e contei a verdade para meu pai, os dois cada um acreditando na versão que eu tinha dado a eles haviam permitido que eu ficasse em casa. Petúnia também ficou bem feliz em poder ser filha única. Eu também ficaria se fosse o contrário.

Fiquei muito feliz quando vi o carro de meu pai cheio de malas sair de casa. Uma pena que a minha felicidade sempre tenha um curto período de tempo. Na minha vida o que é bom realmente dura pouco. Então, como em todas as vezes que eu fico sozinha em casa, começo a ficar meio que deprimida depois dos dez minutos inicias de êxtase.

Isso porque minha cabeça doente começa a imaginar tudo o que meus pais e amigos estão fazendo sem mim. O mais impressionante foi quando eu pensei em Hestia que estava na França e só me escrevia com segundas intenções e Frank e Alice que deviam estar tão ocupados juntos que nem me escreviam, eu fui pensar justamente nos Marotos. Isto é na parte dos Marotos que vem lotando os meus dias da semana. E você sabe professora, eles nem são meus amigos. Ou pelo menos não deveriam ser. Não no meu mundo, a senhora sabe.

E então mesmo me repudiando por isso fiquei imaginando como estariam os três marotos na casa de Sirius. Eles iam para lá segundo Remus, para dar um jeito nas coisas já que Sirius há tempos nem botava os pés em seu próprio lar. Lembrei também do que Potter havia me dito quando eles foram embora na sexta-feira da outra semana : “Lily, eu sei que você perdeu o direito de estar em minha companhia neste final de semana no jogo, mas como sou bonzinho faço uma concessão e não te expulso se você resolver aparecer”.

Claro que na verdade eu tinha ganhado no jogo o direito de não estar em companhia dele. Mas na verdade foi um jeito bem humorado de me convidar. Foi quando estes pensamentos passaram em minha cabeça que comecei a me preocupar, desde quando acho um convite do Potter bem humorado? Mas não consegui tirar o convite da minha cabeça.

Então como não tinha nenhum chocolate para curar a minha depressão e a hora do almoço se aproximava resolvi tomar meu banho e ir até meu quarto procurar o cartão com o endereço da casa de Sirius. Sim, porque o Sirius tem um cartão com o endereço dele e a sua foto piscando que distribuía para todas as fãs dele. Não que eu fosse fã dele, professora, mas eu ganhei um, não sei direito porque, mas acho que tem a ver com Hestia.

E então aparatei na casa de Sirius. A casa não parecia muito arrumada e os três ocupantes dela não pareciam preocupados com isso. James, Potter, James Potter (como preferir) estava deitado no sofá lendo a parte esportiva do jornal. Sirius e Remus estavam jogando pôquer, um jogo trouxa que ensinei a eles. Deu para perceber pelas expressões nos rostos deles que minha presença não era esperada. No entanto, fui muito bem recebida.

Contei a eles uma história que agora até eu acho que é a mais pura verdade, para ver como sou convincente. Odeio almoçar sozinha e então fui à casa de Sirius buscar a única companhia disponível. Eles pareceram animados com o assunto ‘comida’. Fico pensando se eles iam comer se eu não tivesse aparecido por lá, acho que iam comer só aquelas porcarias e cerveja amanteigada. Então na verdade fiz uma boa ação indo até lá, cuidando da alimentação de meus alunos.

Nós fomos num restaurante bruxo que era muito bom e muito caro, tão caro que eu não tinha galeões suficientes, já que meu pai ainda não tinha ido trocar o meu dinheiro para o ano letivo. Mas os marotos, na verdade James, fizeram o favor de pagar pra mim em troca de eu ficar o resto do sábado com eles. Então sabe como é, apesar de ter muita coisa para fazer em casa sozinha tive que sair com eles. Participei até do consenso dos marotos sobre a escolhida de Sirius para o inicio do ano letivo. Acho que consegui tirar Hestia da jogada, espero.

Daí quando já era bem tarde eles me deixaram em casa. O que foi bem bonitinho da parte deles, já que era só eu aparatar e tal. E no fim James me deu um beijo na testa de boa noite. E eu não reclamei, nem nada. Então me declarei doente no dia seguinte, porque eu obviamente não estava bem para ficar andando por aí. Eu me preparei para ficar na cama o domingo inteiro.

Doce ilusão. Sirius aparatou no meu quarto sem pedir licença logo pela manhã. Veio me contar que o aniversario de James era na sexta e que tínhamos que preparar uma festa surpresa para ele já obviamente nós éramos as pessoas de que ele mais gostava. Fiquei calada por um momento, Sirius é um tanto quanto exagerado e tal. Tudo bem que o James me deu um beijo de boa noite, mas ele não parecia gostar tanto assim de mim quando eu destruí o cabelo dele no quinto ano. E tá legal que o Sirius é o melhor amigo dele, mas o que o faz se colocar na frente do Remus e dos próprios Sr. e Sra. Potter? Não tive fôlego para lutar contra Sirius, apenas perguntei a ele se o Remus também não ia ajudar. Ele falou que o Remus ia ajudar despistando o James, enquanto ele e eu organizávamos tudo.

Tentei explicar pra ele que estava doente, mas não fez muito efeito. No final acabei passando meu domingo todo fazendo compras e planos para a festa surpresa de ninguém menos que James Potter.

Meus pais e minha rotina (se é que posso chamar de rotina o que tenho vivido) voltaram na segunda feira. Acordei cedo todos os dias para aparatar na mansão dos Potter, onde agora já tomava um belo café da manhã com direito ao chocolate mais gostoso que tinha experimentado na minha vida. Depois eu, James, Sirius e Remus íamos para o campo de quadribol.

Nesta semana minha lição era rebater os balaços. Primeiro James achou melhor eu rebater as goles que ele jogava pra mim. Foi bem prudente da parte dele, porque quando ele introduziu os balaços nas aulas de quarta os acidentes quadruplicaram. A palavra violência se encaixa muito bem no quadribol. Gostaria de saber quem inventou os balaços, só não disse isso em voz alta porque certamente James sabe quem foi e eu ia descobrir que eu não poderia matá-lo porque ele certamente já morreu. Quanto menos informação, mais esperança.

Das aulas de quadribol só tenho isso a dizer, porque professora eu não vou ficar me humilhando assim como os garotos fazem - eles já fazem isso o bastante. Só saiba que vou ficar feliz quando não tiver mais que subir numa vassoura.

Quanto às aulas trouxas desta semana elas foram assistir filmes. Levei os marotos ao cinema para assistir clássicos como Romeu e Julieta e Casablanca, mas eles gostaram mesmo foi de Branca de neve e os sete anões e ficaram imaginando o feitiço que a bruxa fez na bela adormecida. Foi muito engraçado vê-los questionando os clássicos infantis, como por exemplo, a branca de neve aceitar uma maçã de um desconhecido morando numa floresta onde poderia colher uma a qualquer hora.

Acho que um pouco de cultura trouxa fez bem pra eles. Sirius continuava jogando seu charme para minha irmã e percebi que ela não conseguia mais ficar numa boa quando estava no mesmo aposento que ele. Era realmente muito engraçado. Até porque Sirius cada vez ia mais a minha casa, já que ele voltava a noite para a gente programar a festa de James.

Na sexta feira então a nossa aula de estudos dos trouxas foi como se comportar numa festa trouxa. O apartamento de Sirius foi devidamente decorado com balões de borracha da cor do time de quadribol ao qual James idolatra. Tínhamos todos os tipos de docinhos na mesa em volta de um bolo muito bonito de chocolate que por sinal foi produzido por mim. E ainda chapeuzinho e língua de sogra. Quando James chegou foi muito divertido cantamos a música de aniversário trouxa, nos empanturramos de bolo e colocamos o radio trouxa pra tocar música trouxa da melhor qualidade, Beatles.

Foi muito divertido e foi sem querer que me vi dançando Twist and shout com os marotos. Mas minha surpresa foi maior ainda quando me vi dançando a música mais linda (Words of love) com James, só com ele. Com certeza Merlin estava me castigando por mentir para minha mãe que eu estava doente, e agora eu realmente estou doente. Não sei exatamente qual foi a desculpa que inventei para sair de lá quando a música terminou ou se cheguei a inventar uma desculpa, eu realmente não me sentia bem.

E então é isso professora, minha cabeça está fervilhando. Acho que estou em meio a uma crise existencial, mas o Sirius diz que você está numa ilha grega então tanto faz. Até a próxima semana.

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