A Copa
- Eu ainda acho que essa não é uma boa idéia. – Luna disse, roendo as unhas.
- Lu, agora não é hora de amarelar. Já está tudo pronto pra gente subir. – Gina estava completamente empolgada.
- Pra você é fácil, você joga quadribol e voa muito mais alto que isso. Eu nunca fui muito fã de voar... – a loira continuou reclamando.
- Eu também nunca gostei muito de alturas, amiga. Mas mesmo assim, essa é uma oportunidade única nas nossas vidas. – foi a vez de Mione se manifestar.
- Uma oportunidade única de dar um fim nas nossas vidas. Isso que você deveria dizer.
- Luna, deixa de ser fresca. Quando você estiver lá em cima você vai ver como é emocionante. – Gina falou.
- Essa é a questão. Eu não quero ficar em cima de vigas pendurada por cordinhas...
- Não são vigas! – Mione interveio – São as estruturas de sustentação da ponte. São feitas de um metal muito resistente, feitas pra agüentar muito peso. E também não são cordinhas. Os trouxas usam esse equipamento até pra se jogarem de penhascos.
- Como você quer que eu confie em alguém que se joga de um penhasco? Eu não sou suicida, obrigada. Eu não subo nisso nem que me paguem.
- Na verdade, foi você que já pagou pra subir. – Gina respondeu – E além de já termos pagado e de já estarmos esperando nossa vez de subir, pensa só Luna, na história que você vai poder contar quando voltar pra casa. Você vai poder dizer que você andou em cima da Harbour Bridge, sustentada apenas por vigas e umas cordinhas.
- Não são vigas...
- Eu sei, Hermione. – Gina disse fazendo uma careta significativa para a amiga, que logo entendeu o que a ruiva queria fazer.
- É mesmo, Lu. Pensa só como as pessoas vão admirar você por causa desse seu ato corajoso. Além disso, quantos bru..., er, quantas pessoas como nós você conhece que vieram a Austrália e passearam sobre a ponte mais famosa de Sydney, acima do nível dos carros? – disse a morena, entrando no jogo.
- O que são carros? – Luna parecia ter se acalmado um pouco.
- São essas coisas que os trouxas usam pra se locomover. – Mione disse apontando para os carros no meio da rua.
- Humpf – a loira bufou – eu só vou nesse negócio porque vocês estão insistindo, mas eu ainda acho que a gente tinha que ter ido direto pro acampamento.
- Qual a graça de vir para a Austrália e ficar enfurnada em um acampamento no meio do mato? Se fosse para ficar vendo árvore eu ficava na Inglaterra mesmo. – Gina disse – Ah, eu acho que já é a nossa vez. O guia já está chamando a gente, não?
- É a nossa vez sim. Vamos logo. – Mione segurou no braço de Luna para evitar que ela fugisse e seguiu em direção ao sorridente guia que as esperava para começar o passeio.
As três amigas tinham viajado um dia antes do marcado no convite que Luna ganhara. Hermione tinha dado a idéia de passarem um dia em Sydney, para conhecer a cidade, e as outras duas concordaram na hora.
Elas passaram um dia apenas na cidade e conheceram os principais pontos turísticos da cidade. Luna acabou adorando o passeio sobre a Harbour Bridge. À noite foram a Kings Cross, uma badalada área da cidade, onde ficaram até tarde em um barzinho bruxo, que Luna sobe existir por meio de uma revista de turismo bruxo.
Na manhã seguinte, ainda acabadas da noitada, acordaram cedo para aparatarem até o acampamento. Fizeram o check-out do hotel - Hermione o fez, é claro, pois as outras não sabiam como lidar com dinheiro trouxa - e foram procurar um lugar onde pudessem aparatar sem serem vistas.
- Até que passar um dia como trouxa não foi tão ruim. – Luna disse distraída, olhando um belo local que passava por ela.
- Shh... Luna. Não fica falando essas coisas por ai! – repreendeu Mione – Já esqueceu do nosso guia ontem, que nos perguntou o quem eram esses “tais trouxas que a gente não parava de falar”?
- Nhá, qualquer coisa a gente fala que é gíria britânica, eles nunca vão saber mesmo. – a loira disse sorrindo para outro australiano bonito que passava.
- Luna, deixa de ser tarada. – Gina disse rindo, mas também olhando o loiro musculoso.
- E você, vê se não baba. – Luna falou, provocando risos em Hermione e uma vermelhidão intensa na ruivinha.
- Acho que aqui é um bom lugar. – Mione falou quando elas dobraram a esquina em uma rua sem saída, que estava deserta.
As amigas aparataram na frente do acampamento montado para o evento. Assim como na copa que elas tinham ido na adolescência, todo o espaço reservado para os jogos e seus convidados era protegido por diversos feitiços anti-trouxas.
- Passamos um dia só com trouxas, agora ficaremos só com bruxos. Que reviravolta! – Luna disse vendo um homem executando um feitiço.
- Ah, não. – passou correndo um homem visivelmente tentando se passar por trouxa sem muito sucesso, com um saiote escocês – Eu já falei que não pode fazer feitiços aqui fora. – o executor dos feitiços respondeu, mas o homem de saiote continuava a falar – Ah... eu não entendo você. Alguém sabe o que esse homem está falando? – e começou a falar com gestos e bem devagar – Não ... pode... feitiços... aqui... Não.
O homem continuava a falar na língua desconhecida e fez um feitiço, conjurando um buquê de flores, que entregou ao homem de saiote e logo depois entregou uma moeda ao porteiro e entrou, sorridente.
- Eu não sei mais o que eu faço com esses turistas, preciso de um intérprete. Se Lionel Hawkman não tivesse tão velho eu até pedia ajuda a ele. Mas ele está meio surdo, sabe? Ele quase não entende mais o que as pessoas falam. – o homem de saiote falou para um grupo de mulheres que estavam paradas perto da entrada.
As mulheres responderam em uma língua que Hermione achou ser italiano e pretendia comentar isso com o homem de saiote, mas ele apenas saiu resmungando indignado em direção ao mesmo lugar de onde tinha aparecido antes.
- Esse Lionel Hawkman é o meu chefe, sabe? – Gina comentou com as amigas – É um bom homem, muito inteligente, mas realmente já está bem velho e meio surdo. Acredita que, um dia desses, eu fui reclamar sobre uma cadeira que quebrou e ele me deu uma bronca dizendo que eu não poderia levar caveiras para o escritório?
As amigas riram e se encaminharam em direção ao homem que estava recolhendo o dinheiro das entradas.
- Eu não sei por que as pessoas insistem em me pagar com essas moedinhas. Eu imaginei que as pessoas fossem querer me pagar com dinheiro estrangeiro, mas não sabia que todos que vinham pra cá tinham que pagar com isso. – disse o rapaz da portaria, balançando uma sacolinha. Ele era alto e magro e tinha seus cabelos negros completamente bagunçados.
As amigas trocaram um olhar significativo, mas não falaram nada.
- Eu acho que deve ser alguma convenção de mágicos, sabe? E tem alguns que são muito bons, na verdade. Eu acabei de ver uma mulher que fez o filho levitar, só mexendo uma vareta. Impressionante. – ele disse com um ar impressionado – O senhor também viu, seu Merrek? – disse se dirigindo ao homem de saiote, que voltara.
- Ryan, Ryan. Anda vendo coisas demais, não? – disse antes de realizar outro Feitiço da Memória sobre o jovem rapaz – Esse vai acabar saindo doido daqui. E eu também. – disse o tal de Merrek antes de se virar e ir embora.
- Senhor Merrek? – Mione correu um pouco atrás dele.
- Fala inglês? – ele perguntou, parecendo aliviado.
- Falo sim. – a morena respondeu sorrindo. Pretendia continuar falando, mas ele a interrompeu.
- Eu me sinto tão aliviado por escutar alguém falando uma língua conhecida, mesmo que tenha um sotaque diferente. Vocês são inglesas?
- Somos sim. – Mione respondeu e novamente foi interrompida.
- Eu morro de vontade de conhecer a Inglaterra, sabe? Já me disseram que lá é muito frio, mas é bom pra mudar os ares, você não acha? Porque...
- Olha só, senhor Merrek. A Inglaterra é um ótimo pais sim, mas o que eu quero saber é quem eu devo procurar pra conseguir um mapa do local. Eu não sei exatamente como chegar no lugar onde eu devo montar a minha barraca.
- Ah ta. – ele disse ficando meio rabugento novamente – Você pode ir em frente que você vai logo ver um balcão de informação pros visitantes. Agora eu já vou indo, não tenho tempo pra ficar de bate papo, sou um homem muito ocupado, sabe? – e foi embora resmungando.
- Como se tivesse sido eu que tivesse começado com o papo de mudar de ares. – Mione reclamou com as amigas, que riam da situação.
- Esse lugar aqui não lembra em nada o acampamento da nossa copa, não? – Luna comentou distraída.
- A vegetação é bem diferente, né? E aqui tem a vantagem de não ter uma parte de floresta fechada. – Gina comentou, lembrando do ocorrido na copa que elas participaram quando eram jovens: várias pessoas puderam se esconder na floresta, inclusive aquelas que não podiam fugir.
- Mas voltando ao assunto de mudança de ares, foi bom a gente ter saído um pouco daquele clima pesado que está lá em casa... – a loira falou.
- Nem me fala. Meus pais não olham nem na minha cara. – Gina comentou, chateada - Eu não entendo por que o Malfoy contou pra todo mundo da nossa aposta.
- E ainda mostrou o vídeo que eu estava com ele pro Harry. – Luna disse.
- Gente, vocês ainda perguntam o porquê? Ele fez isso porque ele é um maldito, isso sim. Ele é um Malfoy nojento que não merece ser assunto das nossas conversas. A gente veio aqui pra se divertir e não pra ficar remoendo nossos problemas.
- Acho que o tal posto é bem ali. – Luna apontou para um lugar onde tinha um amontoado de bruxos.
Depois de conseguir todas as informações necessárias, seguiram em direção ao lugar reservado para sua barraca e com um discreto feitiço, montaram-na sem esforços.
- Lembra que o papai obrigou a gente a montar sem feitiços? – Gina disse, meio melancólica ao lembrar do pai, que estava brigado com ela.
- Na verdade eu não lembro. Eu não conhecia vocês ainda. – Luna disse, sonhadora.
- Pois dê graças a Merlim que você não conhecia a gente ainda. Porque só a gente sabe como foi difícil montar essa porcaria. – disse Mione, dando um tapinha leve na barraca. Gina tinham conseguido pegar a barraca emprestada com a filha do Perkins, ex-colega do seu pai no Ministério.
- Eu não vejo a hora de começarem o jogo. – podia-se ver o brilho nos olhos de Gina – Pena que a gente só veio ver a final. Um dia eu ainda vou ver todos os jogos.
- Vamos dar uma volta pelo acampamento? Pra pegar água e conhecer melhor o lugar. – disse Mione.
- Essa barraca cheira a gato. – Luna tinha o mesmo ar sonhador dos tempos de Hogwarts – Eu gosto de gatos.
- Deve ter sido a mudança de ares. – comentou baixinho a ruiva para Hermione – Você não trouxe aquela sua “câmema” de vídeo? Ia ser hilário mostrar essa fita para ela depois que ela voltar ao normal.
- Eu não trouxe... Aquela câmera já nos trouxe muitos problemas. – disse Mione em um tom definitivo.
Ao fundo, podia-se escutar Luna exclamando:
- Oh... Será que aquelas são Muslavags?
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O dia da final chegara. Gina tinha passado o dia inteiro reclamando de como queria que a noite chegasse logo.
- Rússia e Holanda. Quem diria que esses dois iam chegar a final? A Holanda começou o campeonato meio mal. Perdeu feio pra Sérvia. – Gina comentou animada, ainda meio descabelada da soneca que tinha acabado de tirar.
As amigas não pareceram tão entusiasmadas com o assunto, entretanto.
- Ah, que chatas vocês. Eu preciso encontrar alguém que converse comigo sobre Quadribol, afinal, estamos na Copa de Q-u-a-d-r-i-b-o-l sabe? – a ruiva reclamou.
- Nhá Gi. Deixa de ser chata. A gente agüentou você falando desse jogo nos dois dias que a gente já está aqui nesse acampamento. Agora eu estou lendo essa matéria super interessante sobre morcegos viciados em vinho; não quero ser incomodada. – Luna disse, voltando a esconder seu rosto na revista após terminar de falar.
- Pois eu vou procurar alguém que queira conversar comigo. – Gina disse, virando-se para sair da barraca.
- E vai chegar atrasada no jogo? Já está quase na hora da gente ir pro campo. – Hermione disse guardando seu livro na bolsa.
- Já? – a Weasley deu um berro que fez Luna cair da cadeira.
- Já, escandalosa. Você dormiu a tarde inteira. – Mione disse, massageando o peito, recuperando-se do susto que também tinha levado.
As três se arrumaram e saíram juntas pro campo. Gina levava um broxe com um redemoinho. Toda vez que as pás giravam, o hino da Holanda tocava no broxinho.
- Esse negócio é tão irritante. – a morena reclamou.
- Irritante é você. Cadê sua animação? A gente vai ver a final!
- A minha animação acabou quando meus amigos pararam de olhar para a minha cara por causa daquele loiro-aguado.
- E outra amiga vai parar de olhar na sua cara se você não parar de ficar lembrando daquele infeliz o tempo todo. – Gina reclamou.
- Eu achei o broxe muito fofo. – Luna comentou, aerada, ainda com a revista dos morcegos na mão.
Mione e Gina riram do comentário aleatório da amiga e esqueceram da pequena briga que tiveram.
Quando chegaram no estádio - que, segundo Gina, era o maior de toda a História de Copas de Quadribol – descobriram que ficariam no Camarote de Honra.
- Eu vou começar a ficar acostumada. Todas as finais que já vi foram em camarotes. – disse a ruiva, rindo.
- Você tem toda a razão de ficar feliz. - falou um homem sorridente, responsável por recolher as entradas - Vocês vão ter a melhor vista do estádio e o troféu será entregue aos vencedores no lugar onde vocês vão estar. E, pelo que eu sei, não chegou ninguém ainda do camarote de vocês, então creio que vão conseguir os lugares da frente.
- Então vamos logo antes que alguém chegue. – Disse Gina, excitadíssima, puxando as amigas.
- Se eu fosse um morcego eu podia chegar lá voando, mas vocês teriam que manter afastadas de mim todas as suas taças de vinho. – Luna disse meio cansada, de tanto subir degraus.
- Você bateu a cabeça em algum lugar? – Mione já começava a ficar preocupada com a loira – Foi atingida por algum feitiço?
- Eu acho que eu sei o problema dela. – Gina disse, caminhando em direção às cadeiras da primeira fila.
- O meu único problema é a falta de homens, meninas. – Luna comentou, sorrindo – Eu estou na seca desde... bem, vocês sabem de quem eu estou falando.
- Amiga, você voltou! – Hermione deu um abraço forte na loira.
- My baby donnuts, - Luna disse – eu nunca deixei de ser eu mesma. Eu não estava em transe ou coisa assim. Só que vocês nunca tinham passado um dia inteiro comigo. Pessoas não mudam tanto, eu não deixei de acreditar em nada. Só não fico mais falando sobre ameixas dirigíveis por ai porque percebi que as pessoas me achavam meio maluca.
- Meio maluca? – a morena disse, sarcástica.
- Ligeiramente. – Luna disse sorrindo.
O sorriso da loira não durou muito tempo, entretanto. Quando ela olhou para porta, viu a última pessoa que queria ver naquele dia, ou melhor, na vida inteira.
Draco Malfoy acabara de entrar no camarote.
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N/A: capítulo bem curtinho, mas fundamental pra dar um contexo para o próximo capitulo, que virá com algumas explicações...
a fic ja está chegando na reta final... so mais alguns poucos capitulos e a nossa saga estara no fim...
espero que voces tenham gostado do capitulo e por favor, continuem comentando... voces sao o que me faz continuar a escrever.
COMENTEM!!!
e obrigada pela capa lindissima Yoko Cullen!!! eu ia te mandar um e-mail de agradecimento, mas quis expor publicamente a minha gratidao. MUITO OBRIGADA! ficou muito linda!! simplesmente perfeita...
Beijos
TiTa^.^
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