Maldito Malfoy
- Bom dia. – ele disse no seu tom seco costumeiro.
- Bom dia, Malfoy. – Mione respondeu indiferente. Luna e Gina apenas ficaram encarando o loiro, abobalhadas.
- Não vão responder, não? – ele perguntou com a voz arrastada.
- Depende, você vai continuar fingindo que não aconteceu nada entre você e as mulheres dessa mesa? – a ruiva perguntou.
- Você pode ser mais clara? Não sei do que você está falando. – o loiro mantinha o mesmo tom.
- Vai continuar se fazendo de sonso? – foi a vez da loira se manifestar.
- Vai começar a me ofender agora, Lovegood?
Mione apenas escutava a conversa, divertindo-se internamente, olhando ora para as amigas ora para Draco.
- Não sei, Malfoy. – Luna disse o nome dele com frieza – Se você continuar a mentir, vou sim. Porque você nos ofende com essa sua postura arrogante.
- Você não pareceu se importar com a minha postura quando praticamente se jogou em cima de mim na porta do meu escritório. – ele deu um sorrisinho sarcástico.
- Lembrou agora, foi? – foi a vez da mulher sorrir sarcasticamente.
- Vagamente. – ele disse meio entediado.
- Como você se atreve? – a loira ia se levantar, mas Mione segurou a amiga pelo braço e falou calmamente.
- Relaxa, amiga, e vamos evitar escândalos. – disse olhando em volta para as pessoas que também estavam no “Hot Cauldron Cafe” - Eu tenho certeza que o Malfoy não veio aqui na nossa mesa pra bater papo, então vamos deixar ele falar logo o que quer, que assim ele vai logo embora. – e olhou para o homem, indicando que ele devia começar a falar.
- Eu só vim dizer que eu sei sobre a aposta de vocês. – ele sorriu.
- O quê? – Gina deu um berro.
- Vocês acham que eu sou burro? Acharam que eu realmente pensei que foi uma coincidência as três amiguinhas do Potter virem dar em cima de mim uma atrás da outra? Ou então acreditaram que eu não notaria nada? – e deu uma gargalhada.
- Então, se você sabia, por que continuou saindo com a gente? Por que você simplesmente se deixou ser usado por nós? – Luna disse com ar superior.
- Não te passou pela cabeça que eu também podia estar usando vocês? – ele continuava sorrindo.
- Usando pra quê? Pra te fazer companhia já que você não consegue uma sozinho? – Hermione falou, também sorrindo.
- Usando pra jogar na cara dos seus amiguinhos queridos que eu consegui dormir com todas as favoritinhas deles. – e deu outra gargalhada.
Gina olhou para as amigas com um olhar significativo. Será que Malfoy acabaria ajudando-as com o plano de contar pro Harry sobre a noite dos dois?
- E, é claro, contar pra eles também que tipo de amigas eles têm. Porque eu acho que eles devem saber quais as brincadeiras que as coleguinhas deles fazem para se distrair. – e deu outra risada alta.
- Você não se atreveria. – Hermione se levantou, falando severamente com o loiro. Ninguém poderia saber, nunca, daquela aposta. As pessoas das mesas em volta já começavam a olhar, curiosas.
- Por que você ficou tão alterada? Ficou com medo do que seus amigos iriam achar de você? – ele riu secamente.
- Eu realmente pensei, Malfoy, que você tinha mudado um pouco, mas agora eu vejo que você continua o mesmo maldito comensal dos tempos em que a gente te conhecia. – ela disse lançando um olhar mortal na direção dele e falando com um tom de desprezo intenso.
O homem ficou mais pálido do que já costumava ser e o seu sorriso se apagou do seu rosto.
- Nunca mais repita isso. – disse entre os dentes segurando o braço da morena.
- E você nunca mais encoste essa sua mão suja em mim. – disse tirando o braço da mão dele - Não tenho culpa se você tem medo que as pessoas saibam da pessoa que você foi e, pelo que eu vejo, continua sendo.
- Você não pareceu me achar sujo quando abriu as pernas pra mim. – ele disse sorrindo.
- Eu já disse que eu me enganei muito em relação a você. E me arrependo profundamente de cada segundo que eu desperdicei do seu lado e queria que eles nunca tivessem acontecido. Nesse momento eu sinto nojo de mim mesma por ter deixado você sequer chegar perto de mim. – ela continuou com uma cara de extremo desagrado.
- Hermione, - Gina disse baixinho para a amiga - você mesma pediu que evitássemos escândalos. As pessoas estão ouvindo tudo que vocês estão falando.
- Eu acho melhor a gente ir embora. – Luna concluiu.
- Eu não vou a lugar nenhum. – Hermione disse seca – A única pessoa que deveria se retirar daqui nesse momento é esse individuo. – disse indicando Draco com a cabeça – Ele é o único que não é bem-vindo aqui.
- Eu vou porque eu já disse tudo que tinha a dizer. E já que você pediu tão educadamente... – disse com a voz arrastada – Adeus, meninas. – disse com o mesmo ar sarcástico de sempre – Foi realmente um prazer reencontrar vocês.
Sem dizer mais nada nem esperar por uma resposta, saiu em direção à rua ensolarada do Beco Diagonal. Entretanto, por mais que aparentasse estar tendo um dia maravilhoso, não se sentia tão feliz assim. Por que não se sentia bem depois de ter executado seu plano com perfeição? Maldita Granger e a sua capacidade de estragar tudo.
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- Até agora ninguém veio falar nada comigo. Encontrei o Rony ontem e ele estava agindo normal comigo. Na verdade, ele até me falou que estava arrependido das coisas que ele tinha te falado, Mi. – Gina falava enquanto sentava no sofá do apartamento de Luna.
- Se você vai começar de novo com essa história de querer que eu volte a namorar o seu irmão... – Mione começou, mas foi interrompida pela amiga.
- Não é sobre isso que eu quero falar. O que eu realmente quis dizer é que ele não parece saber de nada sobre a nossa aposta. Será que o Malfoy desistiu de contar pra eles?
- Nem fala o nome desse traste, que só de lembrar dele já me embrulha o estômago. – a morena disse ficando carrancuda.
- Também não é sobre ele que eu quero falar, amiga. Eu só estou dizendo que acho estranho, porque, tipo, já faz duas semanas que a gente se viu lá no Cafe e até agora ele não deu nem sinal de vida.
- Ainda bem. – comentou Luna, mais pra ela mesma do que para as amigas. Então, levantando o tom de voz, continuou – Tomara mesmo que ele tenha desistido. Mas agora vamos falar de assuntos mais interessantes, como, por exemplo, a nossa viagem para a Austália, babies.
- Já é daqui a um mês... – Gina começou a falar animada, mas parou de falar com o muxoxo que Mione deu – Que foi? Nem me fala que você desistiu de ir com a gente!
- Claro que não é nada disso. Eu vou, com certeza. – as amigas sorriram, mas a morena continuou séria – Mas eu acabei de ver que horas são.
- E o que isso tem de mais? – Luna perguntou.
- Tem que ta na hora de eu ir embora. – ela disse já se levantando.
- Ir pra onde? – a ruiva perguntou, curiosa.
- Pro último lugar que eu queria ir nesse momento, mas como é inevitável, tenho que ir.
- E que lugar seria esse?
- O escritório do meu advogado. – ela disse fazendo cara de desgosto.
- E quem seria esse?Se você detesta ele tanto, por que ele é seu advogado? – Luna era a mais curiosa de todas.
- Duas palavras respondem a todas as suas perguntas, meninas. Draco Malfoy. Me desejem calma e paciência. – ela disse tentando sorrir.
- Se ele te perturbar muito, senta a cara na mão dele e depois vem correndo contar pra nós. – Gina disse rindo.
- Ah, obrigada Gina. Isso me ajudou muito! – Mione disse rindo, agora sinceramente.
Jogou um beijinho no ar para as amigas, fechou a porta e aparatou. Aquele seria o primeiro reencontro deles depois do fatídico dia no Café.
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- Você está atrasada. – a voz arrastada continuava quase a mesma dos tempos de Hogwarts.
- Ah, é? – disse olhando o relógio, entediada.
Não esperou convite para sentar.
- Vamos direto ao assunto, porque eu não quero ficar aqui por muito tempo. Me passa as informações que você já levantou, e eu vou depositar o seu dinheiro na sua conta assim que eu sair daqui.
- Não tão de pressa, Granger. Eu nunca abandono um caso no meio. Você já começou a resolver isso comigo e vai terminar comigo. – ele disse secamente.
- Pois eu acho que você está demorando muito pra resolver um caso muito simples. Eu só pedi ajuda com o contrato e eu já estou começando a desconfiar que você já está me enrolando só pra eu ter que pagar mais caro.
- Eu não preciso disso pra ganhar dinheiro. Caso você não saiba, a minha empresa é uma das maiores do mundo bruxo.
A conversa deles era em um tom de frieza tão intenso quanto da Antártida no inverno.
- É óbvio que eu sei. Foi por isso que eu contratei você. Caso contrário não pagaria tão caro por um serviço tão simples.
- Achei que você tivesse me contratado por causa da sua aposta.
Hermione deu uma gargalhada.
- Por favor, Malfoy. Você realmente acha que eu usaria um assunto tão importante, como o meu futuro estabelecimento, pra vencer uma aposta? – e levantou uma das sobrancelhas.
- Eu acho que você uniu o útil ao agradável. Contratou o melhor advogado da Grã-Bretanha e ainda se deu bem na sua aposta.
- Ache o que quiser. Mas vamos mudar de assunto porque eu não te pago pra ficar analisando a minha vida pessoal.
Eles começaram a conversar sobre o corretor e como o dono da Floreios estava tentando cobrar mais do que devia pela loja. Discutiram algumas propostas de mudança do contrato e Draco mandou a secretária escrever para o proprietário para agendar uma reunião.
- Temos que resolver isso o mais rápido possível, pois eu tenho uma viagem agendada para daqui a algumas semanas. Já quero sair daqui com você dentro do imóvel. – ele disse olhando para a morena a sua frente.
Foi então que ele reparou o quanto ela estava bonita. Ele estava tão ocupado, inicialmente provocando ela e depois discutindo o contrato, que não tinha reparado em como ela se vestia.
Ela estava com uma roupa totalmente informal. “Inapropriada”, foi o que ele pensou, “mas, mesmo assim, linda”.
Ela vestia um jeans surrado e uma blusa de mangas curtas, a qual possuía um desenho de um felino pulando. Nos pés, sandálias rasteiras. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo que já estava quase se desmontando, deixando várias mexas caindo no seu rosto.
Ela estava sentada com um dos joelhos dobrados em direção ao seu corpo e o queixo apoiado sobre ele, um dos pés sobre a cadeira. Lia, concentrada, um documento que ele a tinha entregado.
Ela parecia estar em casa e isso o fez lembrar da noite que passou na casa dela. Lembrou da morena deitada sobre seu peito e não pôde deixar de dar um leve sorriso, que rapidamente desfez. Ela não podia vê-lo sorrindo ao olhá-la. Não pegaria nada bem.
- Acho que está tudo como eu quero. - ela disse finalmente, depois de mais alguns minutos lendo.
- Eu te disse que eu sou bom. – ele disse dando um sorrisinho convencido.
- Todo mundo tem que ter pelo menos alguma coisa boa. – ela continuava, claramente, muito zangada com ele.
Silêncio.
- Granger... – ele começou, mas logo depois ficou em silêncio novamente.
Ela olhou para ele e nada disse.
Silêncio.
- Acho que já posso ir, então. – ela finalmente disse – Quando o proprietário responder a coruja marcando o encontro, por favor, me avise.
- Você não precisava nem pedir isso, Her... er...Granger. – e coçou a cabeça, meio envergonhado pela sua gafe.
Ela sorriu pela primeira vez naquela reunião. Ele logo percebeu o quanto sentira falta de vê-la sorrir sinceramente.
- Draco Malfoy desconcertado. – e sorriu novamente – Tem coisas que nunca se espera ver na vida e que acontecem quando você menos espera. – e deu uma risada sincera.
Ele não pôde deixar de rir também. Depois que as risadas cessaram, silêncio.
- Então, tchau, Malfoy. – ela disse, um pouco mais simpática.
Virou-se em direção a porta e quando já estava com a mão sobre a maçaneta, escutou a voz dele.
- Você não se enganou totalmente.
Ela olhou para ele sem dizer nada.
- Eu realmente mudei muito, Granger. Você não se enganou tanto em relação a mim.
- Você pode ter mudado, mas a sua atitude naquele Café me mostrou que você não mudou tanto quanto eu pensei, quanto eu gostaria que tivesse mudado. Uma pena. Eu realmente achei que poderia gostar de você.
Sem dizer mais nada, abriu a porta e saiu.
Merlim, por que ele tinha que ser tão charmoso? Por que tinha de ficar tão lindo assim de terno? Por que tinha que ter um cheiro tão bom, que a fazia esquecer de tudo na hora que o sentia? Por que as lembranças da noite que passaram juntos não saíram de sua cabeça nenhum dia desde que aconteceram?
Ela tinha chegado ali com a certeza de que odiava aquele homem e saiu de lá com outro pensamento. Ele tinha, sim, mudado e ela podia, sim, ter se apaixonado por ele se ele não tivesse sido tão idiota duas semanas atrás.
Esse pensamento era novo na cabeça dela. Ela apaixonada pelo Malfoy? Seria capaz de se apaixonar por aquele homem se eles tivessem continuado a se encontrar? Ela chegou lá com uma certeza e saiu com muitas dúvidas. Maldito Malfoy e sua capacidade de convencê-la tão fácil de tudo.
Voltou para casa e dormiu cedo, ansiosa para receber uma carta de uma certa secretária carrancuda, marcando a data de um certo encontro com seu patrão.
Acordou na manhã seguinte com uma coruja-da-torre batendo com o bico na janela de seu quarto. Para sua surpresa, a letra não era da secretária, mas sim uma que ela conhecia muito bem.
Essa carta não falava em encontros com donos de loja, muito menos de contratos de compra. Começava com uma simples palavra: seu nome, Hermione, escrito no topo da página. No fim, duas palavras, manchadas com as lágrimas derramadas por ela ao ler o que estava escrito naquele pedaço de pergaminho: Harry Potter.
Maldito Malfoy.
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N/A: eu prometi a voces que agora nas férias eu ia escrever mais rápido! ^^
se voces comentarem bastante eu vou continuar a escrever bem rapido...
nao se essqueçam entao de COMENTAR, por favor
Tita ^.^
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