Ajudas



-... ai eles me perguntaram se eu nunca mais ia voltar lá no Pasquim. – Luna concluiu, fazendo Hermione rir.

- Gi, melhora essa carinha. – a morena parou de rir ao ver o desânimo da amiga – Você tem certeza que não quer contar o que aconteceu pra você ficar tão pra baixo?

Luna e Mione estavam sentadas na cama de Gina, que estava encolhida e abraçada com seu travesseiro. As duas resolveram visitar a amiga quando passaram mais de duas semanas sem ouvir nenhuma noticia da ruivinha.

Gina simplesmente deu um suspiro, mas continuou quieta e sem encarar as amigas.

- Olha aqui, Ginevra, eu já cansei de ficar enrolando aqui. – a loira se exaltou - Não vim aqui pra bater papo. Eu quero saber o que aconteceu com você e não vou parar de te encher ate que você me conte. Foi aquele idiota do Potter? Me conta, o que ele fez? Se ele fez alguma coisa pra te magoar eu juro que lanço um Sectusempra nele.

Mione olhava incrédula para Luna, assustada com sua falta de tato, mas antes que pudesse repreendê-la, Gina se manifestou pela primeira vez.

- O Harry não tem nada a ver com isso. – sua voz estava rouca, como se não fosse usada há dias.

- Então conta o que aconteceu, Gina. Só se você contar que a gente pode te ajudar. – Mione falava com seu tom maternal que só ela conseguia fazer.

Uma pequena lágrima rolou pela bochecha da ruivinha e Luna a enxugou com cuidado.

- O que aconteceu pra você ficar tão magoada assim, Gi? Eu to tão agoniada por não saber o que fazer pra te confortar. – o tom da loira não era mais de repreensão, mas sim se pena.

- Eu me encontrei com o Malfoy. – foi a única coisa que ela conseguiu falar.

- E o que esse imbecil fez a você? Me fala agora que eu...

- Luna... – Hermione a interrompeu – Agora não é hora disso. – e se virou para Gina com uma expressão séria – O que ele te fez pra você ficar assim?

- A questão não é o que ele fez, mas o que eu fiz. – outra lagrima caiu de seus olhos.

As duas sentiram que nada deveriam falar, mas encorajaram com um olhar terno que ela continuasse.

Gina sentou na cama e secou o rosto. Resolveu dividir tudo com as amigas.

- Eu marquei meu encontro com Malfoy há umas duas semanas atrás. Tudo correu muito bem no restaurante. Eu me diverti como nunca imaginei que fosse possível me divertir com ele, sabe? Foi tão bom conversar com ele. Depois do jantar começou o show d’As Esquisitonas – nessa hora Luna teve que se conter para não interromper a amiga – e nós nos divertimos demais. Mas a coisa começou a esquentar na pista, a gente começou a dançar mais junto... Ai quando acabou o show eu trouxe ele aqui pra casa.

A morena e a loira escutavam a historia com muita atenção, sem interromper em nenhum momento.

- Ai tudo aconteceu muito rápido, sabe? – ela seu uma fungada e continuou – A gente começou a se beijar e depois a gente começou a tirar a roupa e... – a voz dela morreu.

- O que aconteceu Gina? Fala. – Hermione estava realmente preocupada.

- A gente dormiu junto. – foi a única coisa que ela disse antes de voltar a encarar a parede.

- Como assim dormiram juntos? Tipo, vocês transaram? – falou Luna com sua total falta de discrição.

Gina simplesmente acenou positivamente com a cabeça.

- Ele te obrigou a fazer alguma coisa que você não queria? – Mione perguntou.

Gina novamente deu um aceno de cabeça, mas, dessa vez, negando.

- Ele te machucou? – a morena continuou a perguntar com a voz séria.

Gina novamente negou somente com a cabeça.

- Então por que você está tão triste? Ele foi tão ruim de cama assim? Ele broxou? – disse a loira.

- Não foi nada disso. –a ruiva pareceu ofendida com a pergunta.

- Então eu não sei do que você está reclamando. Esse homem é quase um deus do sexo, você teve foi sorte de dormir com ele. – Luna voltou a assumir seu tom zangado.

- O problema não foi o sexo, ta bom Luna? – Gina levantou a voz, irritada – Ele realmente é bom de cama, como você disse, mas nem tudo na vida se resume a uma boa transa, ta?

- Então por que você não conta logo o que aconteceu? – Mione perguntou calmamente antes que a loira pudesse revidar.

- O problema foi depois que eu dormi com ele. – respirou fundo e continuou – Depois que tudo acabou eu senti uma estranha necessidade de dormir perto dele, de me abraçar a ele. Senti um carinho que não tinha imaginado poder sentir por um Malfoy. Mesmo com alguns pensamentos me atormentando eu acabei dormindo, porque eu estava muito cansada e o peito dele era tão aconchegante...

Ela parou um pouco, olhou para as amigas que não entendiam onde ela queria chegar com aquela historia e continuou.

- No dia seguinte eu acordei ainda abraçada nele e eu me lembrei de tudo que a gente tinha feito na noite anterior. De repente eu comecei a me sentir tão suja, sabe? Eu dormi com um homem que eu nem conhecia direito e que eu odiava desde os meus dez anos de idade. E por quê? Por que eu dormi com ele? Por causa de um premio, de uma aposta. Eu me senti vendida, usada. – ela voltou a chorar e continuou – Eu me senti uma prostituta barata. Expulsei ele daqui e desde aquele dia eu não consigo nem me olhar no espelho. Tenho vergonha do que eu fiz e tenho vergonha do porquê eu fiz.

Elas passaram um tempo em silencio, ninguém sabia o que falar.

- Eu sei por que eu aceitei participar dessa aposta, por que eu cedi tão facilmente ao meu desejo e dormi com ele. Eu sei por que eu senti tanta necessidade de me abraçar a ele antes de dormir. Eu fiz tudo isso porque eu estou me sentindo muito sozinha. Nunca passei tanto tempo assim sem ninguém do meu lado. Eu deixei minha carência passar por cima dos meus princípios. Eu só não sabia que, quando o efeito do firewisky passasse, eu me sentiria tão mal por causa disso nem que eu pudesse sentir tanta vergonha e tanto nojo de mim mesma. – Gina concluiu.

- Pode parecer estranho eu te falar isso – Mione falou -, mas às vezes temos que deixar de ser tão racionais e deixar nossos instintos nos guiarem.

Gina virou-se para encarar a morena.

- Eu não acho que você tenha errado em ter dormido com ele. Você mesma disse que estava se sentindo sozinha, que estava carente. Sabe, não são só os homens que têm direito de se sentir assim. Você disse que se divertiu como não imaginava que conseguiria se divertir ao lado do Malfoy. Você precisava de atenção e ele te deu isso. Não vejo problema nenhum nessa sua historia, tudo seguiu seu curso normal. Nenhuma de nós é mais uma menina, ninguém aqui é virgem ainda, então não precisamos nos preocupar com uma noite.

- Uma noite que passou e que, pelo que você falou e pelo que eu sei, passou de uma maneira bem feliz. – Luna completou com um sorriso.

Gina também sorriu.

- Mas eu continuo não achando certo o que fiz.

- Pode até não ter sido a coisa mais correta ou a coisa mais bonita, mas foi bom e valeu a pena enquanto durou. Agora acabou, esquece isso, bola pra frente. – disse Mione animada ao ver que a ruivinha parara de chorar.

- Mas antes de esquecer – Luna interrompeu bruscamente, dando um susto nas outras duas – você tem que nos mostrar a fita.

O sorriso da ruiva murchou.

- Eh... Bem... Hum... Sabe? É que...

- Gina? – Luna perguntou, com medo da amiga voltar a ficar triste.

A ruiva só deu um pequeno sorriso travesso.

- Tudo aconteceu tão rápido que eu esqueci de filmar. – disse coçando a cabeça.

- Ahá... – a loira pulou em pé na cama, apontando o indicador para a amiga ruiva – Essa historia toda foi só para nos enganar. Você estava era com vergonha de nos dizer que estava excitada demais para lembrar da aposta.

- Como você pode ser tão insensível? – Gina perguntou, atirando um travesseiro na amiga.

- Como você pode ser tão esquecida? – Mione perguntou para a ruiva, rindo.

- Ah, querida, você não conhece o Malfoy... – Luna respondeu dando um sorriso safado.

- Não conhece mesmo. – Gina sorriu da mesma maneira.

- Eu posso saber o que ele faz de tão especial para deixar vocês duas com essas caras de retardadas?

- Você vai saber, Mione, se tiver a mesma sorte que nós. – Luna desafiou.

- Eu não vou ter a mesma sorte que vocês, porque vocês duas perderam a aposta e eu, lindinhas, vou ganhar.

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- Eu só não entendo por que a sangue-ruim está demorando tanto tempo pra me procurar. – completou Malfoy.

- Acho que ela desistiu. – Draco sentiu um leve tom de esperança na voz de Zabini.

- Ela não desistiria tão fácil. – o loiro disse, dando mais um gole em sua caneca de cerveja amanteigada.

- O que te faz ter tanta certeza?

- As outras duas amiguinhas dela perderam a aposta e ela sabe que é mais inteligente que as outras. Ela deve estar certa de que vai ganhar. – ele deu uma risada debochada – Coitada.

- E como você sabe que ela vai perder? – Zabini desfiou novamente.

- Eu tenho sabotado todas as formas que elas encontraram de me filmar. Troquei a fita da loira gostosa e não dei nem tempo da Weasley sequer pensar em fita.

- Mas como você mesmo disse, a Granger é mais inteligente que as outras. É, inclusive, mais inteligente que você. Ela pode muito bem dar um jeito de filmar vocês e você nem perceber.

- Isso não vai acontecer. E mesmo que aconteça eu não me importo nem um pouco. Já vou ter conseguido alcançar meu objetivo de traçar as três favoritas do Potter e do Weasley e vou poder jogar isso na cara deles. – ele deu um sorriso, satisfeito – Pode até ser bom ela filmar, porque assim eu vou ter uma prova pra mostrar pros otários que não é mentira.

- Será que você só pensa nesses dois? Três mulheres gostosas te dando mole e você só pensa em como pode jogar isso na cara de dois marmanjos?

- Eu juro que se você continuar me irritando desse jeito, você vai sair daqui sem vários de seus dentes.

- Eu não tenho medo das suas ameaças, mas cansei de falar do Potter. Eu vou ver se consigo escutar alguma aposta por ai... – dizendo isso, se levantou da mesa do bar e jogou umas moedas na mesa, se despedindo de Draco.

Malfoy pagou a conta e também saiu do Dueling Dagons pensando pela primeira vez na possibilidade de a morena ter desistido de sair com ele. Será que isso era possível?

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Draco acordou na manhã seguinte completamente entediado com a perspectiva de que teria que trabalhar.

Ser dono de empresa era completamente diferente do que ele imaginava que seria. Ao invés de ter uma vida mais fácil, ele trabalhava mais do que qualquer outro naquela firma.

Todos os problemas recaiam sobre ele. A maioria dos casos passava por suas mãos antes de serem repassados para os outros advogados. Ele achava isso completamente desnecessário e uma total perda de tempo, mas os seus administradores asseguravam que essa era a melhor maneira de controlar os casos dos quais a empresa tomaria parte.

Claro que o seu salário era ridiculamente maior do que dos outros, mas isso não vinha ao caso. Ele simplesmente achava que trabalhava demais.

Pelo menos ele gostava do que fazia. Gostava de advogar nos casos mais difíceis, de enfrentar o júri e entrevistar as testemunhas. Gostava de bolar as estratégias mais eficientes de desbancar os advogados concorrentes e de desmoralizá-los e calá-los na frente de todos.

Adorava ganhar uma causa em que seu cliente estivesse errado. Gostava de saber que tinha o poder de provar que um culpado era inocente.

Ele realmente nascera para ser um advogado.

Mas quando ele não tinha um caso para defender, ele achava tudo muito sacal. Ir todo o dia para a empresa e lá ficar analisando besteiras e ver constantemente a cara feia de sua secretaria não o agradavam nem um pouco.

“Melhor uma secretaria feia e eficiente do que uma gostosa que me desconcentre” era a sua filosofia. Era a única coisa que o fazia aturar a completa falta de graça e de beleza daquela mulher carrancuda.

Já não agüentava mais ler planilhas de gastos (“Pra que eu pago um economista se eu tenho que ficar lendo planilhas de pagamento toda hora?”) quando a única coisa realmente interessante daquele dia aconteceu.

Entrou pela porta a mulher que o fez esquecer de todo o seu mal-humor típico de segunda feira. Ela estava com uma saia cinza, justa, pertencente a um terninho, uma blusa social dobrada na altura cotovelos (e com um decote considerável para esse tipo de blusa), os cabelos presos em um coque alto, sapatos pretos de salto e uma bolsa grande a tira colo.

Com o passo firme e uma postura altiva, Hermione Granger entrou pela porta de sua sala e disse friamente:

- Eu preciso de um advogado e soube que você é bom nisso. Você pode me ajudar?

Malfoy não sabia o que dizer. Ela tinha uma postura que indicava que, mesmo que ela estivesse pedindo ajuda com suas palavras, na verdade, ela ordenava que ele trabalhasse para ela.


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N/A: Como eu passei muito tempo sem postar, resolvi colocar logo dois capitulos como uma forma de me desculpar! espero que voces tenham gostado da surpresa e do capitulo tambem! ahhaha
agora começou oficialmente a parte D/Hr da fic... a parte mais esperada pela maioria das leitoras! hheheh.... mas so no final voces saberao com quem o draquinho vai ficar! ahhaa sou má! hahaha
e por favor, comentem! estou me sentindo muito abandonada por voces ultimamente =(
beijos para todos que comentaram e para aqueles que nao comentaram tambem! =]
Tita ^.^
ps: COMENTEMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

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