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Sábado, 26 de Janeiro, 21:58 da noite, em casa, na minha caminha.

Eu sei que fiquei sem escrever hoje o dia todo, mas é que realmente não tive tempo! Lembra que eu disse que ontem eu tinha que ligar pro meu psiquiatra? Pois então eu acabei me esquecendo e levei a maior bronca. Ta, não foi uma broooooonca assim, mas o Ted(meu psiquiatra) me chamou a atenção gentilmente. Ele me perguntou como eu estava, e eu disse que na mesma: Desempregada, deprimida, solitária, entediada e corna.
Porque a verdade é essa né? Ele simplismente deu um sorrisinho e disse que “mesmo deprimida eu continuava muito engraçada”, tipo assim... Como se ele tivesse me conhecido na minha época não-depressiva, saca? Eu dei outro sorrisinho forçado pra ele e fiquei calada.

-Vai ficar calada a consulta toda?-Ele me perguntou sorrindo amavelmente. O que me irrita muito. Ele todo gentil comigo e eu naquele divã que nem uma louca. Porque é isso que ele deve pensar(como todo mundo). O pior momento do meu dia, é a hora da terapia! Eu chego lá e o Ted ACHA que eu vou contar pra ele os meus segredos mais obscuros! É, eu contei os meus segredos mais obscuros, mas não esse lance do Malfoy e nem pretendo contar... É meio... Sei lá! Eu só não quero que ele saiba sobre isso! Mais continuando, aí eu me esparramo naquele divã fico olhando pro teto e ele fica me olhando e sorrindo esperando eu falar alguma coisa. Ele é que parece doido fazendo isso se quer minha opinião.

-Eu não tenho nada de “novo” pra contar.-Eu disse pensativa alisando a minha franjinha com os dedos.

-Você não tem nada pra contar ou não quer contar?-Ele me perguntou com um olhar muito esquisito. Deve ser um olhar típico de psiquiatra... Será que ele usa legilimência nos pacientes ou coisa assim?

-Não eu não tenho nada pra contar... Que me deixe aflita ou deprimida só isso mesmo que você já sabe.-Eu disse ainda mexendo na minha franja.

-Entendo... E você tem tomado o remédio?-Ele me perguntou no mesmo tom amável.

-Tenho... Apesar de horrível.-Eu disse dessa vez olhando pra ele. Com uma certa expectativa de que ele fosse dizer que não seria mais necessário eu tomar o remédio. Mas infelizmente isso não aconteceu.

Depois da consulta eu passei no Burger King, uma burgueria trouxa. O mundo bruxo vem adotando muitas coisas do mundo trouxa em especial as tecnológicas. É por isso que eu tenho aparelhos como telefone e celular. E os carros também vem conquistando muita preferência. Voltando ao assunto(Eu sei que eu fujo muito) eu peguei o hambúrguer e fui pra um parque mais distante da cidade, ninguém costuma muito ir lá graças a Guerra de alguns anos atrás. Parece que aquele lugar não guarda boas lembranças, mas é incrivelmente lindo. É invisível aos olhos dos trouxas. Sentei embaixo da minha árvore favorita e comecei a comer o hambúrguer. Não demorei muito a acabar. Joguei o lixo fora e me sentei novamente embaixo da árvore. Estava vindo uma brisa tão boa. Fechei meus olhos e por um momento era como se nada mais existisse...

-Ora, ora, ora... Quer dizer que além de cair em cima dos outros, derrubar bebidas e rasgar pacotes de biscoito, a bela ruivinha costuma dormir sob árvores?-Perguntou uma voz já conhecida o que me fez entrar em parafuso, afinal aquela voz era do Malfoy. Draco Malfoy.

-E o que você tem contra dormir “sob árvores”?-Perguntei no mesmo tom que ele usou. Não acho que foi propriamente de deboche, porque deboche soa como uma coisa humilhante, e apesar de ele ser o Malfoy ele até que estava sendo consideravelmente agradável comigo. É, eu sei que ele ainda não sabia que eu sou eu... mais... Peraí! Ele não sabe quem eu sou! Ele não pode saber quem eu sou! Tenho que dar um jeito de sair daqui antes que ele me pergunte! Mais como?

-Você é uma pessoa bem excêntrica sabia?-Ele me perguntou dando aquele sorrisinho de canto de boca. O que acabou me fazendo esquecer do meu plano de fuga.

-Você me conhece muito pra afirmar uma coisa dessas não é?-Eu retruquei por fim abrindo os olhos. Ele tinha se sentado do meu lado.


-Se eu não te conheço, é porque até agora você nem me deu a oportunidade! Toda vez que eu começo um diálogo com você, você simplesmente vai embora!-Ele disse enquanto atirava pedrinhas no lago.

-Não seja dramático! Nós só conversamos duas vezes! E mesmo assim nem foi uma conversa produtiva!-Eu disse agora também atirando pedras no lago.

-Então vamos começar uma conversa produtiva... Qual é seu nome em primeiro lugar? Eu já te disse o meu, mas até agora não sei o seu.-Ele havia parado de jogar pedras no lago e agora me olhava.

Precisa dizer que eu fiquei desesperada? E o pior é que nem tinha como fingir que eu não ouvi a pergunta devido a proximidade!

-Então como você se chama?-Ele repetiu.

-Eu me chamo... Me chamo... Nicole Meyer.

Sim. Eu menti. Mas tente me entender! Ele não iria gostar de saber que eu sou uma Weasley entende? E eu estava... Gostando de conversar com ele... Eu não sei bem porque... Acho que é porque eu não conhecia esse lado dele. Ele estava sendo tão... Simpático! E tão gentil! Completamente fora da realidade que eu tinha dele!

-Nicole... Belo nome.-Ele sorriu.-Se não me engano você disse que é jornalista, certo?

-É... sou sim! Por que?-Perguntei curiosa.

-Ainda está desempregada?

-Bem, a última vez que nós conversamos foi ontem, e eu não conseguiria arrumar um emprego neste curto espaço de tempo!-Eu disse isso por educação, porque eu queria dizer mesmo era: “Helloooooooooou! Em que mundo você vive meu filho? Ninguém arruma um emprego assim!”. Que lelé!

-Isso é o que você pensa. A menos que você recuse a minha proposta.-Ele disse colocando as mãos na nuca e encostando na árvore.

Eu achei que eu não tinha ouvido direito. DRACO MALFOY com uma proposta de EMPREGO pra mim? OMG! O mundo realmente está acabando! Tudo bem que não sabe que eu sou eu, mas ainda assim!

-Que?-Eu disse incrédula esquecendo completamente das pedrinhas e do lago.-Você tá me oferecendo um emprego?

-To. Você não disse que adora a Rose Noir?-Eu afirmei com a cabeça.-Pois então, os publicitários estão com sérios problemas de criatividade e eu pensei que como você escreve pra um jornal, você além de habilidade na escrita teria de certa forma uma boa criatividade pra ajudar na próxima campanha... Então o que me diz? Aceita?

-Você só pode estar brincando comigo! É claro que eu aceito!-Eu falei soltando meus gritinhos de felicidade e pulando no pescoço dele. Nós dois caímos na grama. Eu em cima dele de novo. Eu quis sumir naquela hora.-Er... Desculpa...-Eu falei me sentando completamente desajeitada.

-Tudo bem. Você não tem culpa de gostar de cair em cima de mim!-Ele disse rindo e se sentando ao meu lado de novo.-Você vem sempre aqui?

-Só quando eu preciso sei lá... Ficar sozinha... Pensar... Ter um tempo só pra mim.-Eu disse voltando a olhar pro lago.

-Então além de irmos na mesma boate, no mesmo supermercado, nós ainda gostamos de vir dar um time no mesmo lugar? E embaixo da mesma árvore? Porque esse é o meu lugar favorito! Daqui dá pra ter uma bela visão... Principalmente do pôr-do-sol!-Ele disse sorrindo.

Eu sorri também. Quem poderia imaginar que o Draco Mallfoy poderia ser no final das contas um cara até engraçado e gente boa? Tudo bem que ele continuava o mesmo convencido de sempre, mas até que ele tem motivos pra isso... Que isso Gina![bate na cabeça] Não fale isso nem de brincadeira! Vou dormir agora to muito cansada. Bye bye!

N/A: Muito obrigada pelos comentários Juliana e gihh! Continuem comentando! Beijooos! :D

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