Duelo fatal



O tempo no mundo dos bruxos estava realmente passando muito devagar. Os meses pareciam ter se transformado em anos, os dias em semanas, e os minutos em horas. Apesar disso, todos estavam animados e fazendo contagem regressiva para o baile do dia das bruxas, que estava se aproximando. Durante uma abafada madrugada de quinta-feira, dois dias depois de Hermione ter feito as pazes com Hagrid e fechado a cara para Rony, uma carruagem branca estacionou na porta do castelo. De dentro dela saíram duas bruxas redondas e vestidas de branco, segurando uma terceira, com vestes de bruxo, que mancava: Pansy Parkinson estava de volta!

No dia seguinte, durante o café da manhã, Hermione passava margarina quente em sua torrada quando seu apetite se esvaiu como água no fogo: do outro lado do salão, estavam elas. As três, novamente juntas, rindo e falando mal de tudo e de todos: As Imperadoras! Pansy, Phoenix e Cicci, novamente unidas, e agora o alvo era a ex-integrante: Hermione Granger. Seu namoro com Draco estava muito, mas muito bem ocultado, exceto pelo fato de Phoenix e Cicci serem as únicas a saberem além deles. Pansy podia estar radiante e sorridente, mas no seu interior estava se remoendo de ódio e raiva, pois as amigas já lhe contaram dos encontros ás escuras do Sonserino com a sangue-ruim.
- como eu á odeio! – disse ela esmurrando a mesa, assim que Hermione desviou o olhar.
- o que vamos fazer agora? – perguntou Phoenix, curiosa.
- já fomos boazinhas demais com essa garota! Hoje á noite ela terá o seu fim! Nem que isso custe... Custe...
- usar um Avada Kedrava? – perguntou Cicci, arregalando os olhos.
- isso! – respondeu Pansy, abrindo um sorriso malicioso.
- mas é proibido! Se descobrirem... Podemos ser expulsas! Ir para Azkaban e...
- cala a boca, Phoenix! Ninguém vai ficar sabendo! Gilderoy Lockhart fez muito bem em ter deixado aquele livro sobre feitiços da memória para trás. Acabamos com a Granger, eu pego o Draco de volta e colocamos a culpa em Crabble e Goyle.
- genial! – apoiou Cicci, batendo palminhas.
- muito bem! Phoenix, você prepara uma poção do sono para eles. Pela noite, finalizamos Granger e deixamos o corpo dela perto do deles. Quando o Filch chegar, vai sacar tudo! – concluiu Pansy.
- e quanto ás varinhas? E se fizerem o Priori Incantatem para descobrir os feitiços anteriores?
- é simples! – falou Cicci, despertando a atenção de Pansy, que tinha ficado pensativa – eu conheço um feitiço para transferir maldições para outra varinha. É só encostar a ponta da varinha que matará a Granger na de Crabble ou de Goyle, e o feitiço automaticamente é transferido. Quando o ministério pegar, e fazer o Priori com a varinha de um dos dois bobalhões, vão descobrir que foi eles, e bingo! Ficamos livres da Granger para sempre!
- Cicci, sua inteligência me fascina! – disse Pansy, abraçando a amiga. Depois do abraço, as três deram as mãos e fizeram um pacto: nenhuma delas fugiria da raia. Hermione deveria ser morta aquela noite.
Do outro lado do salão, forçando a torrada para dentro, Hermione nem sonhava com a arapuca que estava sendo armada para ela.

Foi uma longa sexta-feira. As aulas foram cansativas, tediosas e sem sentido. Durante o intervalo do almoço, Harry se aproximou de Hermione, que almoçava sozinha, isolada, numa das extremidades do mesão da Grifinória:
- Oi.
- Oh! Olá Harry! Como está? – perguntou Hermione, de sobressalto, enfiando um dos vários bilhetinhos de Draco no decote discretamente.
- mal. – respondeu Harry, indiferente.
- por quê?
- porque perdi uma grande amiga. – ele se sentou.
- Harry... Acho melhor nem contestar. O Rony já deve ter piorado as coisas.
- ele está chateado, só isso. Mas eu não. Só quero saber por que você se isolou da gente.
- você sabe Harry. – disse Hermione, indicando Draco com o olhar. Harry pareceu não entender.
- o que?
Hermione arregalou os olhos. Será que Rony não contara á Harry sobre Malfoy?
- Rony não te contou? – Hermione continuava á indicar Draco com as sobrancelhas
- Malfoy? Ele te chamou de sangue-ruim de novo? – perguntou Harry, confuso.
Hermione respirou aliviada. Harry não sabia. E se soubesse, Hermione duvidou se ele á perdoaria, já que Harry e Draco eram inimigos mortais declarados desde o primeiro dia em que puseram os pés em Hogwarts.
- eu vou falar com Rony, Harry. E se for da vontade dele, nosso trio voltará a ativa. – disse Hermione, desconversando. Harry sorriu e disse:
- obrigado pelo que fez por Hagrid. Você é mais que uma Imperadora, Mione. É preciso muita coragem para fazer o que você fez.
Harry beijou Hermione na bochecha e saiu de perto dela, caminhando suavemente. Hermione ficou feliz, mas ainda precisava acertar as contas com Rony, Luna e Gina.

Durante a tarde, onde ela teve Poções e Defesa contra as Artes das Trevas, ela tentou manter contato com os três, mas só conseguiu falar com o ruivo, enquanto ele bebia água no bebedouro, durante o pôr-do-sol, quando o expediente foi encerrado.
- Rony... – começou Hermione, rouca, se aproximando dele – podemos conversar.
- o que você quer? – perguntou ele, sem tirar a boca da torneirinha.
- agradecer.
- pelo que?
- por não contar á Harry sobre mim e Malfoy.
- e o que eu ganharia contando á ele? Sou eu que quero distancia de você, e não Harry.
- mas não quero que você mantenha distancia de mim, quero que você continue sendo meu amigo – Hermione segurou o braço de Rony.
- lamento, não posso ser amigo de uma garota que namora um sujeito mesquinho como Draco Malfoy – Rony se endireitou e soltou seu braço da mão dela.
- porque tanto ódio? Rony, Draco está me fazendo feliz.
- feliz? E se for uma armadilha? E se ele só estiver fazendo isso para se aproveitar da sua inteligência?
- quando estamos juntos não pensamos muito nas aulas.
Rony amarrou a cara. Hermione o olhava como se estivesse pedindo um imenso favor.
- eu quero continuar andando com você e com Harry. Está sendo tão difícil pra mim permanecer sozinha.
- vai continuar com Malfoy?
- Hermione! – chamou Draco, distante. Era hora dos amassos diários do dia.
Hermione se distanciou de Rony, mas desta vez o ruivo parecia estar um pouco mais compreensivo.
- eu só quero que você... Perdoe-me. – pediu ela, dando mais um passo para trás.
- você não me deve nada... Se ele é o seu escolhido, vá ficar com ele. Se você esta feliz, eu também estou. – e ele deu as costas á ela.
Hermione sorriu. Rony não era um sujeito de mudar de opinião do dia pra noite, e aquela atitude á surpreendeu. Correndo sorridente para perto de Draco, eles se abraçaram e rumaram para a orla da floresta proibida, de mãos dadas.

Como era lindo o por do sol em Hogwarts. Era lento, fascinante, apaixonante. Assentados sobre a costumeira rocha próxima á cabana de Hagrid, a garota branca e o garoto loiro se beijavam e trocavam carícias, a luz fraca do luar da noite que se estendia, preguiçosa.
- o que você falava com o Weasley? – perguntou Draco, entre um beijo e outro.
- agradeci a ele por não contar ao Harry sobre nos. Tentei fazer as pazes. Acho que ele apenas compreende o que eu sinto, e que ainda tem magoa de mim.
- ele que se dane. Você já tem idade suficiente pra decidir com quem ficar.
Hermione riu. E então se lembrou de Pansy, que por sorte não vira o dia inteiro depois do café da manhã.
- e Pansy?
- que tem ela? – perguntou Draco, surpreso.
- você a viu?
- vagamente. Não me interesso mais. Porque a pergunta.
- eu também a vi poucas vezes. Acho que ela está planejando algo.
- tipo o que?
- sei lá. Ah, deixa. Bobagem da minha cabeça.
Draco sorriu e a beijou novamente. E assim, com o avançar da noite escura, depois de um bom tempo sentados na rocha, eles resolveram voltar para dentro do castelo.
Eles estavam atravessando o pátio de mármore que antecedia o grande portal de entrada, quando três figuras vestidas de preto saíram detrás de uma estatua enorme: As Imperadoras.
- boa noite, pombinhos – disse a voz de Cicci, por debaixo da capa que ocultava seu rosto.
Hermione e Draco pararam de súbito, e ela se agarrou nele. Seria um trote? Será que agora a Hogwarts intera ficaria sabendo?
- isso não são horas para estar perambulando pelo castelo, meus jovens – agora foi Phoenix que cortou o silencio.
As três figuras macabras despiram as capas e o casal pode distingui-las. Ali estavam elas, prontas para atacar e acabar com aquele relacionamento! Pansy deu um passo á frente.
- eu só queria acabar com você! Usar seu talento, seu veneno, sua língua afiada, para trazer discórdia á Hogwarts! Mas meu tiro saiu pela culatra! Olha só para vocês dois! Um sangue-puro e uma mestiça juntos! Isso é pior que um sangue-puro e uma trouxa!
- Pansy! Vá embora! – Draco sacou sua varinha. Hermione se escondeu atrás dele.
- calado, meu amor! Só vou dar á Granger o fim que ela merece!
Hermione saiu detrás do namorado.
- então vamos lá, amiga! – desafiou ela, a chefe das Imperadoras.
Pansy a fitou com superioridade por alguns segundos. Depois, disse:
- vamos fazer uma aposta, Draco. Eu e sua namoradinha sangue-ruim vamos duelar. Se ela ganhar, nós desaparecemos da vida de vocês e nunca mais os incomodaremos. – Draco e Hermione arregalaram os olhos – mas se eu ganhar... você vai namorar comigo á força, e depois se casar comigo quando concluirmos Hogwarts, e nunca mais vai trocar uma sílaba com ela!
Draco e Hermione se entreolharam. Com o sinal que Hermione transmitiu com o olhar, ele então confiou ainda mais no poder da namorada.
- feito! – disse ele á Pansy.
A aposta estava feita! Era agora! Hermione e Pansy estavam uma de frente para a outra, as varinhas já sacadas e apontadas uma para o peito da outra!
- um... – começou Cicci – dois... Três!
- EXPELLIARMUS!
- PROTEGO!
O feitiço de Pansy não causou nenhum dano á Hermione.
- PETRIFICUS TOTALLUS!
Pansy congelou. Phoenix e Cicci pularam no mesmo lugar. Draco e Hermione sorriram.
- RICTUNSEMPRA! – bradou Phoenix, e Hermione foi arremessada á metros de distancia.
- Mione! – berrou Draco correndo para perto dela, que estava caída á um canto.
- SERPENSORTIA – urrou Cicci, e uma gigantesca anaconda se materializou entre Draco e Hermione, e a cobra fitava o garoto loiro, rodeando-o, impedindo-o de se aproximar da garota.
- isso foi trapaça! – berrou ele para Phoenix, radiante.
- o mundo é dos espertos, meu bem – disse Pansy, se colocando de pé, após o feitiço reversor lançado por Phoenix para livrá-la da petrificação. Apanhando sua varinha, ela concluiu – e agora, o golpe da misericórdia.
Hermione se pos de pé. Pansy andava para perto dela, junto com as colegas, as três varinhas empunhadas. Draco estava incapaz de se locomover, fitando a cobra que armava um bote á cada movimento brusco dele.
- EXPELLIARMUS!
- VOLLATEN ACCELERAD!
Cicci foi nocauteada por um punho invisível, e lançada para dentro de um armário de vassouras próximo, que se fechou com estrépito. Phoenix saiu do chão, voou até o teto, bateu a cachola com força e caiu inconsciente no chão; detrás de um volumoso arbusto, saíram Gina e Luna, com as varinhas empunhadas.
- agora a partida está equilibrada! – disse Gina, sorridente.
- VIVERA IVANESCA! – bradou Luna, e a cobra que rodeava Draco pegou fogo e virou cinzas.
- suas vadias! Mas eu ainda tenho tempo para acabar com a Granger! – urrou Pansy, furiosa, mas Hermione já estava de pé e pronta para disparar mais um feitiço. As duas se entreolharam, os olhos faiscando!
- AVADA...
- EXPELLIARMUS!
A Varinha de Pansy desapareceu na penumbra.
- EVETE STETIN!
Pansy Parkinson foi lançada vários metros para longe de Hermione, e caiu inconsciente no chão duro. Draco foi até a namorada e a abraçou. Gina e Luna saíram correndo. No segundo seguinte, Filch e Minerva vieram correndo para ver que barulheira era aquela, e depois da explicação do casal, as três garotas infratoras foram levadas para a sala de Dumbledore.

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