O Enterro de Lady Hoffmann
N/A: Espero que estejam gostando!
Capítulo 2
O Enterro de Lady Hoffmann
Ginevra voltou para casa tranquilamente, a pé. Chegou no prédio que morava em apenas alguns minutos, pois não era muito longe de seu local de trabalho. Tocou o interfone. "George, abra para mim, sim?", pediu para o porteiro. George abriu a porta do prédio e Ginevra foi direto para o elevador. Queria conseguir pegar o noticiário das sete e meia, e conseguir tomar um banho antes dele. Estava exausta.
O apartamento de Ginevra era simples e minúsculo. Havia uma pequena sala, mobiliada com um sofá cor-de-creme de três lugares, uma mesinha de centro, um móvel com um armário, onde ficava o videocassete, suas fitas de vídeo e seus CD's. A televisão ficava em cima do móvel. Havia também uma pequena cozinha e uma lavanderia realmente minúscula que estava completamente ocupada por uma máquina de lavar e um pequeno varal.
Mas Ginevra se dirigiu ao seu quarto. O cômodo mais espaçoso do apartamento. Ginevra dormia numa enorme cama de casal, iluminada por duas luzes fracas como archotes, presas à cabeceira. Havia também um pequeno closet e o banheiro.
Ginevra dirigiu-se ao closet para escolher um pijama. E acabou optando por um pijama de seda azul. Ah, se tinha uma coisa que Ginevra adorava, eram pijamas! Ela tinha duas dúzias de pijamas. E sapatos. Era uma coisa bárbara a quantidade de sapatos que Ginevra tinha! Escarpins, sandálias, chinelos, tênis, botas.
Ela tomou um banho rápido, mas que relaxou-a completamente. Esvaziou a cabeça, livrou-a dos pensamentos... ela enxugou-se e enrolou a toalha na cabeça. Colocou o pijama, largou-se na cama e ligou a televisão. Uma repórter de cabelos castanhos falava, numa voz assustada.
"É com grande pesar que informamos que a princesa Kataryn Hoffmann, a recém-viúva, reuniu-se ao marido Klaus nesta tarde. Ela tirava um cochilo em seu quarto, e sua sogra, a rainha Katie, foi acordá-la, as quatro da tarde, pois segundo ela, Kataryn geralmente acordava às três e meia. Encontrou-a morta e, segundo o laudo dos médicos, por uma dose extremamente exagerada de cianureto. O funeral da princesa está aberto a todo o povo de Londres e..."
Mas Ginevra não escutou mais nada depois disso. Correu para o telefone. Tinha que falar com Nadine!
"Ai, cadê a agenda telefônica? Ah, sim... Três... cinco... cinco... nove... três...", murmurou, enquanto discava o número de Nadine.
"Alô?", disse a voz pasma de Nadine do outro lado da linha.
"Nadine, é a Ginny!", gritou ela no telefone. "Você está assistindo o noticiário?"
"Sim, Ginny! Você viu a princ..."
Mas Ginny não deixou Nadine continuar, tamanha era sua exasperação. "Sim, Nad! Exatamente por isso que liguei à você. O funeral será amanhã, o que acha de irmos?"
Nadine ficou em silêncio por alguns instantes, pensativa. "Bem, amanhã é sábado e... ok, Ginny, você venceu. Vamos amanhã. O tal Draco vai com a gente?"
"Acho que sim. Falarei com ele. Até mais, Naddy.", e desligou. Separou sua melhor roupa negra para usar no dia seguinte - teria que estar, no mínimo, apresentável diante da realeza.
Discou o número do celular de Draco. "Alô? Draco Malfoy?"
Mesmo não o vendo, ela teve certeza que ele sorrira. "Ah. Ginevra. Viu o noticiário?"
"Vi sim. Eu e Nadine vamos no funeral amanhã de manhã. Vai com a gente?"
Ele ficou uns momentos pensando. "Ok. Pego vocês às sete da manhã. Pode ser?"
Ela confirmou e desligou o telefone.
Depois, resolveu dormir, pois de nada o banho adiantara, ela já estava com a cabeça cheia de informações novamente. Realmente Ginevra não conseguiria ter paz até resolver o maldito mistério, que ia se intensificando a cada dia.
O despertador tocou às seis para Nadine. "Mas por que diabos, essa merda de despertador está tocando? Hoje é sábado!", praguejou. Mas então lembrou-se da porcaria de enterro. Levantou-se para tomar uma ducha quente.
Fez uma escova nos cabelos, passou a maquiagem mais carregada possível. Adorava maquiagens. Vestiu um terninho que não usava há algum tempo e um escarpim. Tudo preto. A cor que predominava o armário de Nadine. Tomou uma caneca cheia de café com chantilly e ficou esperando na sala o tal Malfoy chegar. Logo uma buzina ecoou na rua. Coçando lentamente os olhos, ela dirigiu-se para o carro de Draco, onde Ginevra já se encontrava, vestindo um belíssimo vestido negro e um sapato - da mesma cor - de salto. "Bom-dia, Nad", ela disse animada. "Dormiu bem?"
Nadine bufou. "Eu teria dormido melhor se uma certa ruiva não tivesse me obrigado a sair da cama às seis, não é mesmo?"
Ginevra sorriu. "Estou certa de que iremos descobrir muitas coisas nesse enterro", Nadine revirou os olhos, mas se manteve calada. Draco estacionou o carro algumas quadras antes do cemitério e abriu educadamente a porta para as duas descerem. O cemitério já estava cheio de pessoas, incluindo a rainha Katie Hoffmann, que os recebeu cordialmente.
"Podem depositar as flores logo ali, queridos", disse ela disfarçando as lágrimas de tristeza e medo. Ginevra assentiu e deixou um buquê de rosas para Lady Hoffmann, acompanhada de Draco e Nadine. Um homem vestido de terno e gravata azul-marinho pediu identificação.
"Uma perda funesta. Duas, se me permite", disse ele pesaroso.
"Qual é o seu nome?", perguntou Ginevra. O homem ergueu uma sobrancelha.
"Edward. Edward Owens", disse ele com uma reverência. "O mordomo de príncipe Hoffmann."
Ginevra assentiu com a cabeça. "Tinha muito contato com ele, então", afirmou Draco.
O homem, Edward, fez que sim com a cabeça. "Sim, eu era o conselheiro, o servo mais leal, o amigo mais c...", mas Nadine interrompeu-o, não aguentando mais a falação.
"Tem alguma idéia de porque ele teria morrido assassinado?", perguntou.
"Ora, Klaus não morreu assassinado. Foi um terrível acidente, passou até na televisão e...", mas Ginevra fez sinal para seguirem adiante, pois o mordomo de nada sabia.
Os três deram uma desculpa qualquer e resolveram andar no cemitério cheio.
Logo mais adiante, havia uma belíssima moça, de cabelos platinados muito lisos que caíam até a cintura e olhos azuis-penetrantes. Ela sustentava um olhar melancólico e depositava flores no túmulo de Kataryn. Olhou para eles com um sorriso triste e acendeu uma vela.
"Com licença", disse Nadine, sentindo-se incomodada de estar na presença de uma mulher tão bela. "Sabe por acaso que horas são?"
A mulher encarou-a com seus olhos imensamente azuis. "Não, não sei, me desculpe.", e voltou a rezar. "São parentes de Kataryn ou Klaus?", perguntou quando acabou de rezar.
Os três negaram. "Só viemos para dar os pêsames para a rainha, e prestar homenagens", disse Draco. A moça sorriu para ele, achara-o muito bonito. "Seu nome é...?", perguntou ele.
"Angelle. Angelle Versace Hoffmann.", Draco ergueu uma sobrancelha e os quatro se sentaram em um banco.
"Você é parente... mas não se parece nadinha com os Hoffmann", disse ele, observando que os Hoffmann em geral tinham os cabelos e olhos negros. Angelle sorriu novamente para Draco, e sentou-se ao lado dele.
"Meu pai era primo em primeiro grau do rei Leonard, mas conheceu minha mãe, Nicolle, em uma viagem para a França. Completamente apaixonado por ela, resolveu mudar-se para a França. Nasci e moro lá, mas em toda a minha infância vim passar as férias aqui. Quando éramos crianças, Klaus já tinha uma quedinha por Kataryn. Era muito hilário."
Draco parecia fascinado por aquela moça, e ela por ele. "Hum, mademoseille Versace, não tem idéia alguma do porque desse assassinato?"
Ela balançou a cabeça, sacudindo a graciosa cascata dourada que emoldurava sua cabeça. "Não tenho a mínima idéia, estava na França até anteontem, fiquei sabendo disso quando Katie ligou para meu pai. Cancelamos tudo e viemos prestar homenagens", disse ela, os olhos marejados de lágrimas. Nesse momento, um homem de relógio passou e Nadine perguntou as horas, educadamente. Ao escutar, mademoseille Versace arregalou os olhos. "Oh, mon Dieu, tenho que ir!"
"Pobre garota", sussurrou Ginevra para Nadine, antes que a loura fosse embora. "Teve de cancelar tudo, para prestar homenagens..."
"E para fisgar homens também", disse Nadine, observando mademoseille Versace. "Te dou uma questão de minutos para que Draco peça o telefone dela."
Mademoseille Versace despediu-se deles com um sorriso, mas quando estava indo embora, dois tiros foram disparados para o alto, e não sabe-se de onde, foi disparado mais um, que pegou de raspão em Nadine.
Mademoseille Versace berrou. Cada um correu para um lado.
Draco escondeu-se atrás de uma árvore. Com seus olhos de lince, tentou achar o culpado de tudo aquilo, mas simplesmente não achou. Correu até uma garotinha que estava caída no chão, seu ombro jorrando sangue. Fora atingida... levou-a até um lugar seguro, cuidou dos ferimentos e voltou para o cemitério. Oh, merda, pensou. Nadine e Ginevra estavam completamente sumidas.
"Sr. Malfoy!", gritou uma voz. Era mademoseille Versace. Draco suspirou aliviado, pelo menos uma estava viva.
"Mademoseille Versace", ele disse. "Viu Ginevra ou Nadine?"
Ela balançou negativamente a cabeça. "O que aconteceu? Estou sem entender nada até agora!"
Draco encolheu os ombros. "Também gostaria de saber, mademoseille.", e puxou-a para um canto, vendo que mais tiros estavam sendo disparados. Deu-se conta de que somente os quatro ainda estavam no cemitério. "Mademoseille... todos já foram embora. Acho que talvez tudo pare agora.
-
Ginevra correu, pulando pelos túmulos. Sabia que era uma maldita falta de educação, mas vá para o inferno, pensou. Educação era a última coisa que iria pensar naquele momento, com tiros e mais tiros caindo do céu, como chovia dinheiro de um céu azul nas propagandas de investimento. Muito construtivo pensar nisso agora, Ginevra..., murmurou com ferocidade.
Escondeu-se atrás de um túmulo particularmente grande. Nele estava preso um papel. As letras de uma máquina de escrever...
Será que conseguirá se esconder? Acho que sua amiguinha não conseguiu... Que tal olhar para trás?
Ginevra congelou ao olhar para trás, ainda pasma de susto. Ali estava Nadine, o peito jorrando sangue, a cabeça também atingida por um tiro, os cabelos outrora castanhos estavam cor-de-vinho, e o sangue não parava de escorrer por seu rosto.
"NADINE!", berrou desesperada. A morena gemia de dor.
"Ginny", disse ela com voz fraca, trêmula. "Ginny, por favor, me ajude..."
"'Tá tudo bem, Nad", ela disse, mesmo sabendo que não estava tudo bem. "Seja forte..."
Mas Ginevra sabia que ela não ia ser forte. Ia morrer...
E então Nadine desmontou nos braços de Ginevra. Mole, a expressão de dor suavizada em seu rosto. Os olhos negros abertos, vidrados, se tornaram um propósito para Ginevra continuar naquela busca pela pessoa que estava por trás de tudo aquilo. E Ginevra sabia que não iria descansar enquanto não achasse o culpado pela morte da sua melhor amiga. Nadine Schwartz.
*Nota da Autora*
Ahh, deu dó, mas eu matei a Nadine! Escrever mortes faz parte da vida de um autor. ¬¬°
Talvez agora eu demore um pouco para publicar o terceiro capítulo, pois estou começando mais 2 fics, e estou com projetos de mais 6, inclusive uma baseada na obra O Fantasma da Ópera e uma baseada no filme Da Magia à Sedução. Mas não me matem se eu demorar muito, viu?
Só asseguro uma coisa: em hiatus a fic não vai entrar!
Obrigado a todos que comentaram, vocês fazem minha vida mais feliz! E meu e-mail está de portas abertas, para todos que quiserem mandar suas dúvidas, elogios, críticas e até sugestões! E quem quiser um contato mais "direto", me adicione no msn [email protected] ok?
Beijos
Mari Maruyama
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