Os Gêmeos Weasley
- Knocks, Deena! – Chamou a Profa. McGonagall.
- Corvinal!
Ao ouvir a escolha do chapéu seletor, Deena ficou radiante! Desde que ouvira falar nas casas de Hogwarts, sempre desejara ser escolhida para Corvinal. E agora, seu desejo se realizava. Aos onze anos de idade, Deena se sentia a garota mais feliz do mundo.
O ano letivo foi realmente tranqüilo. Logo, Deena percebeu que suas colegas de casa não eram exatamente expansivas, mas apreciavam sua companhia, especialmente na hora de estudar. Dona de uma mente aguçada e de incríveis habilidades mágicas herdadas de seus pais, ela não demorou a ser conhecida na turma como uma boa aluna. E isso, na Corvinal, não era pouca coisa.
Sua primeira aula de poções ficou marcada como uma tatuagem indelével em sua mente. Aquela sala cheia de vidros com conteúdos estranhos, o cheiro, e principalmente a figura exótica e aterradora do professor Snape, a quem não demorou a admirar e logo elegeu como seu favorito. O prof. Snape tinha uma postura reservada, rude até, com alunos que não fossem da casa da qual era diretor, Sonserina, mas Deena não se importava. Quanto mais ele a desafiava, mais ela se sentia estimulada a estudar.
Na aula de poções, suas notas costumavam ser as melhores da classe. Simplesmente porque o prof. Snape não tinha argumentos para descontar um décimo sequer de sua nota. Suas poções eram perfeitas! Vinha de uma casa de bruxos, desde muito cedo aprendera com a mãe as sutilezas e meandros no preparo de poções excelentes. E agora seus conhecimentos eram-lhe muito úteis.
Infelizmente, os gêmeos sentados na bancada à sua frente não pareciam dispor das mesmas habilidades. Fred e Jorge Weasley sofriam para conseguir bons resultados, vitimados na maioria das vezes por sua própria má-vontade evidente para com os detalhes de uma boa poção.
- Atenção, essas folhas devem ser picadas finamente antes de serem jogadas no caldeirão! – avisou o arrogante professor.
Deena espichou o pescoço e olhou sobre os ombros dos gêmeos, apreciando as folhas retalhadas que eles pretendiam jogar em sua própria poção. Sem saber o que a levou a desferir o feitiço, Deena sussurrou, apontando sua varinha:
- Accio folhas!
Os garotos olharam espantados enquanto suas folhas mal-cortadas voavam até a mesa de trás, sendo então substituídas por um punhado de folhas picadas em tiras tão finas que pareciam fios de cabelo. Antes que o professor percebesse, Deena cortou um pouco melhor as folhas que agora estavam em sua mesa e jogou-as no caldeirão, fazendo sua poção ficar vermelha. O rapaz da direita (seria Fred ou Jorge?) aproveitou a deixa e jogou o pequeno novelo vegetal no caldeirão também, e a poção imediatamente passou do amarelo pálido que estava para um alaranjado brilhante.
- Srta. Knocks, o que é isso em seu caldeirão? – perguntou Snape – Será que, dentre todos os alunos desta sala, a Srta. entregará a pior poção por causa de um detalhe tão estúpido?
- Desculpe, professor, acho que não estou em um dos meus melhores dias...
- É, acho que não. Aliás, pelo que posso perceber por esta amostra, a senhorita não deveria ter saído da cama hoje...
***
- Olha, garota, foi muito legal aquilo que você fez na aula de poções, hoje. Aliás, por que você fez aquilo?
- Boa tarde pra vocês também. Pra começo de conversa, você é o Jorge ou o Fred?
- Eu sou o Fred, ele é o Jorge. E boa tarde.
- Bom, meu nome é Deena, e eu não sei bem por que eu troquei nossas folhas. Acho que é porque o Snape sempre pega no pé de vocês, eu vi a burrada que vocês estavam fazendo e fiquei com pena.
- PENA!!?? Nós não precisamos de nenhuma menina com pena da gente! – retrucou Jorge, com o rosto vermelho de ira. – Muito obrigado, mas da próxima vez, pode prestar atenção na sua própria poção.
- Tá bom. Não precisa arrepiar os cabelos! Eu fiz aquilo pra ver se o professor notava ou se eu seria capaz de trocar sem ele perceber, só por isso...
- Ah bom, se foi uma tentativa de enganar Snape, tudo bem – respondeu um Fred já apaziguado.
- Se é assim, a gente aceita – disse Jorge, completando a fala do irmão. E assim nasceu uma forte amizade.
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