Copa Mundial de Quadribol



Deena não queria ir à América Latina, não queria se afastar de Fred e de seus outros amigos de Hogwarts.  A casa de seus pais era confortável, acolhedora, mas de alguma maneira parecia impessoal demais para a garota.  Não havia lá nada que ela pudesse chamar de seu.  Mas o Sr. Knocks sabia negociar; ele não era embaixador há tantos anos por nada... 


- Um ingresso para a Copa?  Você promete, papai?


- Claro, minha querida, – respondeu Shouto Knocks – se é isso que você quer por seu fantástico desempenho nos NOM... Só que eu nunca imaginei que você se interessasse por quadribol a esse ponto.  Quero dizer, a Copa é um evento internacional, vai estar cheio de bruxos por lá, acampando, torcendo, gritando, sem nenhum livro por perto...


- É, papai, eu sei.  Mas eu quero ir.  Eu AAAAAMO quadribol, sabia?  Quem vai jogar, mesmo?


- Bom, se você vai, eu também vou.  Eu também estou cansado de reuniões e eventos de políticos trouxas que nem sabem o que eu estou fazendo entre eles.


*****


A viagem de chave de portal foi uma experiência interessante para Deena.  A chave estava em São Paulo, uma das maiores cidades da América Latina e a maior colônia bruxa da América do Sul.  Era um livro dentro da Biblioteca Mário de Andrade.


Quando Deena e o pai chegaram, já havia um bruxo jovem e sua irmã mais nova, e um casal de meia idade, aparentemente vivendo uma segunda lua-de-mel.


- Saudações, embaixador! – exclamou o senhor de idade.


- Ora, Oto, você pode me chamar de Shouto, que bobagem é essa?


- Esta moça é a sua filha?  Olá, menina, os anos em Hogwarts estão te fazendo bem, heim?  A última vez que eu vi você, você tinha jeito de rapazinho e usava tranças, e eu e seu pai tínhamos um pouco mais de cobertura aqui em cima – falou o homem bem-humorado, apontando para sua própria careca brilhante.


A bibliotecária se aproximou do grupo discretamente. 


- Sr. Embaixador?  Só faltava o senhor.  Agora vocês podem partir antes que chamem a atenção da bibliotecária desse andar.


- Muito obrigado, Ariela. – respondeu o Sr. Knocks. E depois, voltando-se aos demais, disse – Vamos, então?  Todos prontos?  Um, dois, três!


Todos os presentes, exceto a bibliotecária gorducha, seguraram o livro ao mesmo tempo e partiram.  Uns momentos depois, todos estavam em um campo gramado, observando o deslocamento de diversos outros grupos de bruxos que também chegavam, via chaves de portais, de diversas partes do mundo.


O grupo de Deena se dispersou, e o Sr. Knocks foi com ela procurar os funcionários do ministério para poder se acomodar de acordo.  Deena não teve dificuldades para localizar as cabeças flamejantes dos Weasleys em meio à multidão.


- Fred!  Ei, Fred!! – gritou ela, dirigindo-se ao namorado que estava adiante, caminhando com um pequeno grupo.


- Deena, o que você está fazendo aqui? – indagou o ruivo, enquanto o grupo seguia adiante.


- Puxa, que acolhida emocionada...  Pensei que você ficaria feliz em me ver, – murmurou Deena aborrecida – afinal, eu farei o sacrifício de assistir partidas de quadribol aqui nessa muvuca, só pra ficar com você.


- Ei, queridinha, não é isso! – disse Fred, puxando a garota para perto de si. – Eu só fiquei surpreso, mais nada.  Claro que estou feliz que você tenha vindo.  Seu pai deixou?


- Mais que isso.  Ele me trouxe.  Ali está ele. – Deena apontou para o Sr. Knocks, que se aproximava sorrindo.


- Ah, Dee, já entendi seu súbito interesse em quadribol! – disse o Sr. Knocks, galhofeiro.


- Papai, este aqui é o Fred Weasley.  Ele estuda comigo em Hogwarts.


- Prazer em conhecê-lo, Sr. Knocks – murmurou Fred, ligeiramente constrangido, afastando o corpo da namorada do seu.  Um pouco adiante, seus irmãos Jorge e Rony dobravam-se no meio de tanto rir, enquanto Harry, que sorria discretamente, Hermione e Gina faziam menção de se aproximar, mas ainda não tinham certeza. – Deena fala muito do senhor.


- Ah fala, é?  Sei...  Seus pais estão por aqui?  Creio que seu pai também é funcionário do ministério, certo?  Eu conheci um Weasley, mas já faz tanto tempo...


- Claro, meu pai está logo ali adiante.  Ele é funcionário do ministério há muitos anos.  Seu nome é Arthur.


Nesse momento, Fred foi interrompido pela chegada de seu pai, que se juntou ao grupo animadamente.


- Shouto, meu velho, há quanto tempo não nos vemos!


- Então é você mesmo, Arthur!  Que coincidência incrível.


Os dois homens saíram conversando e rindo em direção a um outro grupo de funcionários do ministério que estava ali adiante, aparentemente esquecidos de seus filhos adolescentes.


- Fred, Fred, por que você está vermelho assim? – zombou Jorge, aproximando-se do casal.


- Ora, Jorge, deixe o Fred.  Até que não foi tão ruim assim, vai?  Meu pai é bem legal.


- É, pode ser, mas mesmo assim...  Venha, Dee, vamos lá pra barraca que eu vou mostrar mais umas “Gemialidades” que inventamos nas férias!


*****


Mais tarde, todos juntos dirigiram-se ao estádio construído especialmente para o evento.  Era um estádio imenso, com capacidade para cem mil pessoas, de acordo com o Sr. Weasley, e seus lugares eram no camarote do ministério, excelentes lugares de honra.


O jogo da Irlanda e Bulgária foi excitante para o grupo todo.  Os jovens vibraram com as apresentações dos times, o jogo foi intenso e empolgante.  No final, com a vitória da Irlanda, os gêmeos ganharam uma aposta feita com Ludo Bagman e saíram satisfeitos com a possibilidade de mais investimentos em “Gemialidades”.

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