Reações Estranhas



Capítulo 2- Reações Estranhas

“Não posso negar que ela é bonita...” falou Neville, encabulado.
Harry revirou os olhos:
“Neville, deixa de ser trouxa. Para Eve Hatway, bonita é um xingamento.”
Ron olhou para Harry com as orelhas vermelhas:
“Você namora a minha irmã!”
“E você a Hermione!”
Lá estava um argumento incontestável.
Eles observavam a aluna nova rindo junto com os meninos a sua volta, entre eles Simas e Dino, que aparentavam ter uma queda que pesava uma tonelada por ela. A garota parecia perceber, sorria, brincava, e, involuntariamente, dava sinais para os dois.
Nenhum dos três tinha planos para com a aluna nova, pois ambos eram comprometidos ou tímidos, mas não viam mal em olhar: Eve Hatway era um espetáculo para os olhos.
Desviando a atenção da aluna nova, eles começaram a discutir o novo dever de Feitiços. Hermione saira com Gina para fazer sabe-se lá o que, um momento que o namorado carinhosamente apelidara de Hora Feminina Sem Namorado, ou HFSN. Eram momentos esporádicos, que aconteciam mais ou menos uma vez por semana. Por isso, tentar entender uma lição de casa sem a amiga por perto era quase uma perda de tempo.
Olhando em volta distraidamente, colocando um pedaço de torrada na boca, Ron percebeu o olhar penetrante de Malfoy caído sobre a grifinória.
Deu um cutucão em Harry.
“Malfoy também está interessado na carne nova.” Comentou, mostrando o olhar do louro.
Neville virou-se para olhar de maneira tão indiscreta para o sonserino que até Rony sentiu-se obrigado a chamar atenção dele, com um chute na canela. O garoto gemeu e olhou para o outro.
“Ei!” Tudo que ganhou foi um dar de ombros.

Gina brincou com os dedos a nuca de Harry, deu um sorriso satisfeito e o beijou. Era verdade que estavam espremidos na parede do corredor, mas haviam se visto tão pouco naqueles dias por causa das provas e estudos de ambos que sempre aproveitavam os momentos sozinhos. Aquele encontro ocasional acontecera por acaso na troca de aulas, mas para que desperdiçar aquilo? A ruiva mal agüentava a mala, na qual enfiara um caldeirão que deveria ser carregado na mão, e Harry deixara cair o pergaminho que continha a lista de feitiços que deveria praticar, mas pouco ligavam.
Separando os lábios momentaneamente, os dois abriram os olhos e sorriram. Gostavam também daquele clima pós-beijo, principalmente a ruiva. Um último beijo de despedida e correriam cada um para a sua sala de aula específica, porém Harry viu algo de rabo de olho.
“Gina! Eu tenho que ir, se não perco Feitiços... Olhe, acho que Filch está vindo por ali...” Harry apontou para o início do corredor, agachou-se para pegar seu pergaminho e despediu-se da namorada confusa com um aceno apressado. Ela seguiu para a sala de Poções sem entender nada.
Para falar a verdade, nem ele entendera direito.
Eve Hatway passava no corredor. E ele não queria ser visto com Gina... não por ela...
Seguiu para a aula um pouco atrás da garota nova, encabulado, e ainda sem entender como largara uma namorada sedenta por um beijo no corredor.

“Sr.Longbottom, tente outra vez, dessa vez sem agitar...” desesperava-se o professor baixinho
Neville acenou com a cabeça, mas deu pouca atenção ao professor ou ao Feitiço da Desilusão que aprendiam na aula. Estava mais interessado no pedaço de pergaminho que ele e Harry trocavam periodicamente na aula, no qual uma história interessante se desenrolava:

‘Como assim, fugiu?
N.’
‘Fugi fugindo, ora! Parei de beijar e acenei na hora de ir embora.
H.’
‘Por Merlin, por quê??? Ontem mesmo você tava reclamando de falta de tempo com a menina. O que o Rony achou?
N’
‘Você é besta? Ron ia me matar se soubesse que simplesmente larguei a irmã dele no corredor sem explicação nenhuma.
H’
‘Por causa da aluna nova passando.
N’
‘Por causa da aluna nova passando =/
H’
‘Cara, Hatway é gostosa e tudo o mais, mas você largar a sua namorada por aí para sair atrás da garota SEM NEM SE QUER falar com ela nem pode ser considerado trair.
N’
‘Pode ser considerado patético.
H’
‘Isso.
N’
‘Mas isso tem solução. É só não largar a minha namorada a esmo por aí quando ela quiser me beijar em público. Isso nem é difícil!
H’
‘Isso. Você pode olhar meninas de longe, mas a partir do momento que você começa a persegui-la, é um problema.’
N
‘Palavras sábias.’
H
‘Pois é.’
N
‘Ok. Queria poder fugir das matérias que a Hatway cursa.’
H
‘Você não é tão descontrolado, Harry.
N’
‘Era o que eu também pensava.
H’

Quando Harry discretamente passou o pergaminho impecável para cima do bolo de papéis de Neville, o segundo não pode deixar de rir com a resposta do amigo. Ele parecia extremamente desesperado, principalmente a ponto de pedir ajuda ao inexperiente bruxo. Claro que tivera um ou outro caso, incluindo um beijo secreto com Gina, no quarto ano, porém não tinha vasto repertório de namoradas o qual pudesse tirar lições de vida pra si ou para os amigos.
Ao ver Flitwick aproximar-se para ajudá-lo com a lição, um rápido e desesperado feitiço fez o pergaminho desaparecer.
“Evanesco!”
“Por Merlin, Neville, segure a varinha assim!” disse, tirando a varinha da mão do garoto e recolocando-a da maneira correta. O bruxo segurou a varinha com firmeza e repetiu o que o professor ordenara, passo-a-passo, e finalmente lançou o Feitiço da Desilusão sobre o objeto a sua frente: ironicamente, um lembrol.

A sorte dos alunos era que sexta-feira era dia de visita a Hogsmeade. Harry, Rony, Hermione e Gina caminhavam juntos pelas ruas da pequena vila com o objetivo de chegar a Dedosdemel. Antes um lugar muito freqüentado pelos quatro amigos, as Geminialidades Weasley tornara-se um lugar que visitavam apenas com o intuito de cumprimentar o dono, pois desde a morte do co-fundador, pisar naquele lugar para fazer compras doía.
Entraram na doceria procurando doces específicos nas vitrines.
Ron andando sempre entrelaçado a Hermione, abraçando-a pela cintura, procurava junto com ela alguns chocolates. Harry procurava Feijõezinhos em uma das estantes, a mesma que Gina procurava Sapos de Chocolate. A ruiva estava em uma pequena greve de beijos ou qualquer tipo de evolução, mal-humorada por ter sido abandonada de manhã. Harry remediava aquilo com carinho a mais e abraços infindáveis.
Jogaram moedas na mesa do caixa e se sentaram em um dos banco, abrindo os pacotes e experimentando os doces.
Hermione, inconfortável com o som da mastigação, puxou conversa:
“Já conversaram com a transferida, a tal de... de...” tentou lembrar. Sua memória já estava atulhada de conhecimentos.
“...Eve Hatway?” completou Gina
Harry quase caiu para trás com a menção a garota. Balançou a cabeça vigorosa e negativamente, usando a boca cheia como desculpa.
“Eu troquei uma ou duas palavras. Parece normal. Sabiam que não tem nenhuma sotaque francês?” comentou Mione
Ron franziu a testa, meio vermelho, o que aparentava não saber.
“É... ela deu opinião na aula de Adivinhação, e falava como uma perfeita inglesa...” completou ele
Gina deu nos ombros:
“Não troquei uma palavra com ela.”
“Eu fiz dupla com ela, em um trabalho de Runas Antigas... Ela parece ser normal. Não é burra, ajudou no trabalho. Bastante, até.” Comentou Mione
Harry e Ron sentiram um arrepio em conjunto. Eve Hatway nem de longe se encaixava na categoria ‘normal’.
Mas estava tudo bem.

Cada casal seguira para o seu local favorito: Harry e Gina voltaram à Dedosdemel, e Hermione e Rony seguiram para a Casa de Chá da Madame Puddifoot. No caminho, ao longe, viram um pequeno grupo de alunos. Ron, como sempre, queria ser discreto e ir direto para a Casa. Mione deu nos ombros. Mas, quando iam começar a volta, uma garota se destacou no meio do grupo masculino.
“Mione?” perguntou uma voz melódica
Ela virou-se para a outra e sorriu:
“Hey, Eve!” as duas se aproximaram, e Hatway fez um sinal para os garotos seguirem se ela.
“Hey! Este é o...?” perguntou, apontando para o ruivo
Hermione acenou com cabeça.
“Aham! Estávamos dando um saída... a sós.” Ela deu um pequeno sorriso, o qual Eve respondeu com uma risada maliciosa.
Deliciosa aos ouvidos de Ron. De repente, queria negar o namoro com a castanha.
“Eve! Eles estão te chamando feito loucos!” era Simas, o qual aproximou-se da aluna francesa.
Ela virou-se e sorriu docemente para ele, despedindo-se do casal com um aceno de cabeça.
Ron sentiu crescer um monstro dentro de si. Um monstro que jamais saira, fora um único momento: quando deixou Harry e sua namorada abandonados no acampamento, e o monstro cresceu no tormento de imaginar Hermione e Harry... juntos.
Ronald Weasley sabia o nome do monstro que queria devorar Simas quando se aproximou de Eve, mas não queria nomeá-lo.
Não. Não admitira que sentira algo nem remotamente parecido com ciúmes.
Não por Eve Hatway.

Neville não tinha o costume de sair para Hogsmeade. Não que não estivesse interessado, mas gostava do castelo. Ia alguns passeios apenas para se divertir com os amigos, mas apenas pela companhia.
Andando próximo aos portões do castelo para a cozinha, na esperança de conseguir um dos pães com geléia do café da manhã com os elfos domésticos, ouviu o rangido da entrada de alguém, provavelmente alguém que chegara antes do passeio.
Com um pão de geléia entregue, por baixo dos panos, em mãos, na volta da cozinha, o garoto avistou uma garota caminhando em direção da Torre da Grifinória.
Ela usava uma saia que exibia as pernas torneadas de pele morena, e os cabelos castanhos com pontas cacheadas balançava enquanto ela andava.
Eve Hatway.
Ele deve ter pensado isso tão alto a ponto de falá-lo, porque ela se virou.
“Sim?”
Neville deixou o pão cair e engoliu o pedaço que tinha na boca. Olhou para ela com os olhos meio arregalados:
“Ahn?”
Ela virou-se completamente e sorriu um pouco:
“Você me chamou. Eve Hatway.”
Ele ficou nervoso.
“Alto?”
Ela riu.
Ele dissera ‘alto’ alto?
Ela aproximou-se dele, cobrindo os dez metros que os separavam.
“Você seria?” disse ela
“Neville...”
Ela sorriu maliciosamente e o olhou de cima a baixo.
“Neville Longbottom... o bruxo com dois pés esquerdos?” provocou
Ele passou a mão pelo rosto dela.
“Só pra quem não me conhece.”
Um lapso. Um contato visual profundo de dois segundos, e depois sua mão recuou e ele começou a ficar vermelho.
“Ahhhh...” tentou ele. Gastou toda a sua eloqüência no lapso que fora a última frase.
Ela sorriu do mesmo jeito que sorriu quando o provocou.
“Até mais, Nevvie.”
E caminhou.
Ele ficou parado, alguns instantes, pensando:
Nevvie?
Ele não reparou que alguém observara tudo detrás de um dos pilares.

Seu sangue ferveu.
Longbottom? Aquela garota podia conseguir tudo, qualquer coisa que quisesse...
Inclusive ele mesmo.
Na era comum seu sangue ferver por inveja de alguém como Neville Longbottom.
Draco Malfoy daria um braço para falar com a carne nova. Porém, ela não passou da troca de olhares.
Ainda.
Ele a teria em seus pés no prazo de uma semana.

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Se perguntando ond issu vai parar? Eu tbm.

Bi@~~Ballu

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