Imagem na Retina



Era sábado e Neville ainda estava com dificuldade. Desde que vira a pegação entre Malfoy e Hatway, a imagem incrustara-se na sua retina e não o deixara dormir nas últimas duas noites. Levantou-se da cama silenciosamente para não acordar os colegas e observou o relógio: duas da matina. Deslizou para fora da cama e fechou a porta atrás de si, antes de deixar o quarto e ir para o salão comunal. Não sabia direito se devia levar alguma coisa para se distrair, mas a cama estava sufocante demais para ficar ali deitado.
Uma luz fraca vinha das brasas remanescentes da lareira, e ele sentou no sofá, espreguiçando-se. Inclinou-se pra frente para examinar os restos do fogo, tentando puxar o ferro que usavam para ajeitar as brasas com os dedos dos pés. Seu dedão raspou no tal ferro, mas este tremeu e por um instante de pânico Neville acreditou que ele ia cair e fazer um barulho imenso e acordar todos que estavam dormindo. Por sorte, nada caiu, e ele aproveitou a chance para parar de arriscar.
Depois de alguns minutos imerso em pensamentos que notou que sua sombra estava levemente projetada pra frente: a luz vinha... de suas costas, algumas velas de uma mesa estavam acesas. Demorou alguns segundos para perceber que havia um vulto com a cabeça encostada na mesa, com um livro grosso a sua frente e completamente inconsciente. Tendo em mente o horário, resolveu  ir lá cutucar o grifinório para que pudesse retomar seu sono em sua cama.
Dois passos, identificou uma garota. Quatro, identificou seus cabelos castanhos claros. Merda, era a própria...
“ Nevvie?” murmurou, sonolenta. Havia acordado com sua aproximação “Merlin, que horas são agora?”
Ela olhou o relógio na parede, tomando um susto, e levantou num supetão “Droga, amanhã tem aula e...” pausa, e então riu “tem razão, amanhã é domingo.”
Era a primeira vez que um diálogo corria sem sua participação. Neville tentou começar uma frase sem gaguejar:
“E... você está aqui porque?”
“Tava lendo esse livro aqui, que é genial,sobra História Bruxa que o Binns me indicou, e acabei me perdendo. Sabe, é que eu talvez queira trabalhar com isso e...” Antes que notasse, já estava sentado ouvindo as aspirações da garota, muito interessado. Ela não parecia uma predadora sexual agora, só uma menina contando uma história com a animação de uma criança com bolo. Alguns minutos se passaram de seu monólogo, até que ela comentou “Você deve estar achando um porre.” Ele sorriu, surpreso.
“Não, está interessante. É estranho alguém ter interesse em ser historiadora hoje em dia.”
“É, eu acabei saindo meio fora de encomenda, se é que você me entende” Ela comentou, um meio sorriso. Onde estava a garota que estava por cima de Draco no chão do corredor?
“De um jeito muito bom, se me permite dizer.” Droga, DE NOVO. DE NOVO, a porcaria de um lapso de eloqüência que o deixava azul de vergonha. Ela sorriu, as linhas do rosto tomando aquela conhecida provocação constante com a qual encarava todo ser do sexo masculino. Neville Longbottom sentiu que de hoje não passaria. Ela levantou-se, e ele pode notar a camisola amarrotada que ela vestia.
“Estou indo dormir, querido. Está tarde.” Ela falou. Contudo, não deu um passo pra frente, como se esperasse uma resposta. Ele arregalou os olhos em pânico. Ohhh, fuck.
“Ahh, ok... boa noite.” Balbulciou
Ela franziu as sobrancelhas, um olhar de descrença e divertimento, e lentamente deu as costas a ele para começar a subir. Seus passos eram devagar e calculados, até meio dançados pelo seu lindo corpo. Nesta hora, ele entendeu o cenário. Ohhhhhh, fuck AGAIN.
Levantou-se estabanado, de supetão “Eve, peraí!” tentou
Ela virou-se de uma vez, sorriu vitoriosa, e sem aviso o puxou pela gola do pijama para um beijo. Neville não conseguiu focar em nada a não ser na língua da menina, que movia-se habilidosa junto com a sua. Ela  prensou-se contra ele e puxou as mãos deles para a sua cintura e apertou o abraço pelo pescoço. Andaram alguns passos sem desgrudar os lábios, quando ela o soltou por completo.
“Eve, eu...” começou ele, mas ela sorriu perversamente e o empurrou. Despreparado, caiu para trás, passando pelo braço do sofá e caindo deitado neste.
“Bom Nevvie, agora está na hora...” ela, falou, deixando as alças da camisola caírem levemente enquanto falava, exibindo sutiã negro “...de você se destravar um poquinho.”
Quando a camisola caiu, ele pode ver seu corpo quase nu numa totalidade impressionante, e a ereção foi instantânea. Ela pos o joelho no braço do sofá, pronta para cair sobre ele. Ele fechou os olhos com a expectativa de seu toque.
Ao abrir os olhos, estava no seu quarto escuro, e a cama estava suja. Merda, um sonho molhado. 



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Curtinho, para desenferrujar. Demorou, mas HERE I AM! 
Então, críticas são muito bem vidas porque faz tempo que não escrevo qualquer coisa e o fim da fic não está nem de longe definido, então podem falar o que quiserem 

Bia 

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