Do jeito que deveria ter sido



Era uma noite fria e chuvosa aquela. Também pudera, afinal era o dia das Bruxas. E o tempo combinava bem com os momentos vividos por aquelas pessoas naquela casa no antigo vilarejo de Godric’s Hollow. Eram tempos difíceis àqueles que se viviam naquele momento, pessoas desapareciam sem deixar rastros, homens eram mutilados e dilacerados. Mas aquilo com certeza não era obra de uma pessoa comum, não realmente não era. Era obra de um bruxo, o mais desprezível e terrível bruxo das trevas que ousou pisar na terra. E agora ele voltava sua ira maligna para o pequeno vilarejo de Godric’s Hollow, um dos últimos vilarejos inteiramente bruxos da Inglaterra.

Ali vivam muitos bruxos importantes como Bathilda Bagshot, autora do livro “Historia da Magia”, onde ela descreve a historia dos mais diversos acontecimentos do mundo da magia. Mas não é sobre essa fabulosa autora que é a nossa historia. Nossa narração começa no dia 31 de outubro de 1981, feriado do dia das bruxas, em Godric’s Hollow.

Em uma casa mais afastada do vilarejo morava Tiago Potter, 21 anos, com cabelos pretos e totalmente despenteados, que por mais que sua esposa tentasse arrumar jamais ficavam no lugar, olhos castanho-esverdeados, corpo escultural devido a anos de quadribol e aos treinamentos na academia de Aurors do Ministério da Magia, brincalhão, inteligente e em momentos de “folga”, o que significa quase TODO o tempo, pai-coruja.

Ele morava com sua esposa Lillian Evans Potter, 21 anos, olhos verdes – esmeralda amendoada, cabelos ruivos como o próprio fogo, corpo “perfeito” como diria Tiago, extremamente inteligente para sua idade, capaz de raciocínios rápidos e dedutivos, rosto que transpassava fragilidade, mas era exatamente o contrario, principalmente se sua família corresse perigo, em momentos de folga exercia a profissão de mamãe-coruja.

E eles tinham um filho, Harry Tiago Evans Potter, olhos verdes-esmeralda como os da mãe e cabelos arrepiados como os do pai, os mesmos traços gentis da mãe misturados com um sorriso maroto do pai, em resumo “a perfeição” como seus padrinhos costumavam dizer.

Eles eram sempre visitados pelos amigos já que não podiam sair de casa. Lillian e Tiago estavam sentados no sofá enquanto Harry brincava com alguns dos presentes que havia ganhado dos amigos dos pais, mas o que mais chamava atenção do menino era com certeza a pequena vassoura que seu padrinho, Sirius Black, moreno, olhos azuis, e sua madrinha, Marlene McKinnon, morena, olhos negros, lhe dera.

Os Potter’s viviam isolados em Godric’s Hollow por proteção ao filho, Harry, que era mencionado em uma profecia que envolvia também Lorde Voldemort, o bruxo mais terrível de todos os tempos. Alvo Dumbledore, considerado por muitos como o maior bruxo de todos os tempos, sugeriu que os Potter se escondessem no lugar com ajuda do feitiço Fidelius, que os esconderia enquanto seu fiel do segredo se mantivesse calado e só contasse a pessoas confiáveis onde eles estariam. Tiago pensou em usar Sirius, seu melhor amigo, como fiel, mas o rapaz recusou dizendo que ele era um alvo fácil de mais por ser o melhor amigo de Tiago e os dois concordaram, contra a vontade de Lillian, em usar Pedro Pettigrew, outro amigo do casal, mas o que eles não sabiam é que ali talvez estivesse sua perdição.

“Nem parece que faz um ano que temos o Harry não é amor?” disse Lillian suavemente acariciando o pequeno menino com uma mão e segurando a do marido com outra.

“Realmente, parece que faz só alguns dias que eu o segurei pela primeira vez” disse Tiago com lagrimas nos olhos ao lembrar da cena.

“E você quase desmaiou depois” concluiu Lillian sorrindo e Tiago corou.

“Você está bem Lily? Esteve estranha o dia todo. O que a incomoda?” perguntou Tiago.

“Não sei Tiago, mas acordei com um péssimo pressentimento hoje e não sei por que, mas a falta de noticias de Pedro nos últimos dias aumenta minha angustia” disse ela triste.

“Tudo bem Lily. Logo tudo isso ira acabar e estaremos livres para criar nosso filho em paz e quanto ao Pedro, não ligue para ele, provavelmente deve estar com a mãe em algum lugar comendo” sorriu o homem.

“Isso não me faz bem Tiago, até mesmo Remo que está estudando na França pediu despenca das aulas que tinha esta semana para poder mandar noticias e Pedro que está praticamente vivendo ao nosso lado não aparece e nem diz nada. Isto não está certo” insistiu a mulher.

“Pedro jamais nos trairia meu amor, ele é um maroto e não pode trair e você sabe disso” Tiago argumentou.

“Mesmo assim eu ainda não gostei da idéia de trocar Sirius por Pedro, nunca gostei dele e você sabe disso” a forçou.

“Sirius era obvio demais, poderia morrer” disse Tiago.

“Por que não Remo então? Ele não corre risco algum uma vez que está fora do país” disse Lillian como se tivesse ganhado a discussão.

“Vamos Lily, vai ficar tudo bem. Pedro é um bom amigo e jamais nos trairia” disse Tiago dando um sorriso que sabia que calaria a esposa.

Lillian suspirou e deu-se por vencida, ela nunca conseguia vencer Tiago em uma discussão quando ele dava “aquele” sorriso. Levantou-se e disse ao marido.

“Quer comer alguma coisa? Vou preparar um chá para mim” e esperou pela resposta.

“Não. Se comer mais alguma coisa hoje vou explodir. Só o bolo que você fez hoje para Minerva eu comi quase todo, mas aceito um chá também” disse sorrindo e olhando para o filho no chão.

“Tudo bem, mas nem pense em colocar o Harry NAQUELA VASSOURA TIAGO POTTER ou vai se arrepender” disse ela ficando vermelha.

“Na verdade eu não tinha pensado nisso, mas já que você falou...” ele disse sorrindo sabendo que a deixaria nervosa.

“Nem ouse TOCAR SUAS MÃOS PERVERSAS NO MEU FILHO. Você não sabe o que poderia lhe acontecer” ela disse em tom debochado e foi-se para a cozinha.

Tiago olhou para o filho brincando no chão. Era como se visse a própria imagem em um espelho, não sabia o que faria se alguma coisa acontecesse a sua família. Sentiu o doce aroma do perfume de Lillian vindo da cozinha, aquele cheiro que inebriava os seus sentimentos e derretia-o por dentro. Realmente ele era um cara muito sortudo. Ele pegou o pequeno Harry que agora engatinhava até ele.

“Harry Tiago Evans Potter” ele disse não segurando uma lagrima enquanto encarava o menino que lhe sorria exibindo os quatro únicos dentes em sua boca e suas belas íris verdes-esmeralda iguais as da mãe “Eu não sei o que faria sem você meu filho” disse o homem emocionado abraçando a criança.

Lillian sorriu ao voltar da cozinha com as duas canecas de chá. Quando ela estava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, se alguém lhe dissesse que ela se casaria com Tiago Potter ela provavelmente encheria tal pessoa com tantos feitiços que não sairia da ala hospitalar por umas duas semanas, mas agora tudo aquilo havia mudado. Ela já não imaginava mais sua vida sem Tiago, ainda mais agora que eles haviam tido Harry. Apesar de todas as dificuldades pelas quais estavam passando ela sabia que eles iriam superá-las por mais difíceis que fossem afinal os dois já haviam enfrentado Voldemort cara a cara três vezes e saíram vitoriosos, agora que tinham Harry então não poderiam jamais se entregar.

Tiago rapidamente limpou as lagrimas do rosto ao ver Lillian voltando com o chá, ele largou Harry no chão e o menino voltou a brincar enquanto os pais sentavam mais uma vez no sofá. A ruiva deu uma das xícaras que trazia consigo ao marido enquanto bebericava a outra.

Eles se olhavam com ternura e paixão, ela beijou-lhe a face e acariciou o rosto do marido com as costas da mão direita. Tiago parecia hipnotizado ao menor toque da esposa.

“Eu te amo Tiago” disse a mulher ternamente.

“Eu também a amo Lily e não sei o que faria se algo acontecesse com você ou com Harry. Eu...” Lillian tapou a boca do marido com o dedo indicador.

“Não diga isso, nada vai nos acontecer” e beijou-lhe.

Eles separaram-se e sorriram ao verem o pequeno bebê sorrindo para eles.

“Vem cá meu bebê” disse Lillian pegando o menino e colocando entre ela e Tiago “Tomara que você se torne parecido comigo Harry, por que se puxar ao seu pai” Lillian sorriu com a cara indignada do marido.

“Como assim. Puxar a mim? Está dizendo que está arrependida de se casar comigo?” disse ele sorrindo.

“Não você agora, estou falando de você quando estava em Hogwarts” disse ela marotamente.

“Se ele puxar a mim vai ser perfeito em tudo que faz” disse o moreno sorrindo sedutoramente.

“Tomara que o ego dele não seja que nem o seu” sorriu a mulher.

“Qual é Lily. Ele vai ser um grande maroto” disse Tiago pensativo e com um sorriso no rosto.

“Merlim me livre, se já tenho problemas com um maroto imagine com dois então”.

“Ora vamos. Você sempre me amou, vai dizer agora que eu nunca chamei a sua atenção em todos aqueles anos de raiva que você dizia ter de mim” disse galanteador.

Foi então que atmosfera da casa mudou de amigável para muito hostil. Harry chorava desesperadamente se agarrando com todas as forças na mãe enquanto ela acariciava sua cabeça. Tiago rapidamente correu para a janela e espiou para o lado de fora. A lua e as estrelas estavam encobertas por uma espessa nuvem negra, uma figura negra avançava pelo caminho de pedra enquanto outras quatro esperavam no portão da casa. Não, não podia ser não poderia estar acontecendo. Não com ele. Ele olhou para Lillian, um olhar triste e ela entendeu o que estava acontecendo.

“VÁ LILLIAN! CORRA! ESTÁ ESPERANDO O QUE?” disse Tiago indo até a esposa e levando-a até a escada.

“Não vou a lugar nenhum sem você meu amor” disse ela ternamente tocando o rosto do marido mais uma vez.

“Não posso protegê-la Lily, preciso que fique segura enquanto eu faço o que tem que ser feito”.

Passos eram ouvidos muito próximos a porta de entrada da casa dos Potter.

“Juntos podemos vencê-lo outra vez Tiago. Como fizemos das outras vezes” ela chorava agora.

“Por favor, Lily, pense em Harry e como ele vai ficar se formos mortos” ele a abraçou junto com o menino que ainda chorava agarrado agora aos dois.

“Não quero pensar Tiago por que não vai acontecer, vamos vencê-lo novamente e juntos” ela tentou esboçar um sorriso, mas não conseguiu, as lagrimas da separação eram mais fortes que eles. Elas escorriam livres pelos rostos dos Potter.

“Não há tempo para isso Lily. Suba e me espere não se preocupe comigo porque eu não vou perder para aquele monstro” disse o moreno para a esposa.

“É uma promessa?” perguntou ela sentindo um peso no coração. Sabia que se virasse as costas para o marido naquele momento, talvez não o visse nunca mais.

Os passos finalmente haviam cessado quem quer que fosse estava, agora, parado, provavelmente, a porta da casa dos Potter.

“Sim, é uma promessa” disse o rapaz sorrindo por entre as lagrimas, um sorriso sincero. Aproximou seu rosto do dela e a beijou demoradamente com carinho, um beijo doce e delicado, talvez de despedida, mas nenhum deles queria pensar naquilo e quando separou seu rosto do dela a empurrou escada a cima.

O pequeno Harry, ao notar que o pai não subia junto tentou de todas as formas se agarrar ao pai, chorava enquanto Lillian tentava acalma-lo, de alguma forma o menino sabia o que iria acontecer. Tiago foi até ele e disse.

“Seja um bom menino Harry, papai vai estar sempre com você e cuide de sua mãe meu filho. Eu te amo Harry. Eu te amo Lily” e deu um beijo na testa do menino e outro em Lillian antes de finalmente leva-la ao andar de cima.

Ele desceu as escadas serenamente. Nunca teve medo da morte, desde que fosse uma morte por uma pessoa que fosse querida por ele, mas ele não morreria, não sem levar Voldemort com ele. Empunhou a varinha e voltou sua atenção para a porta da casa. Do lado de fora ele ouviu uma voz fria e agourenta pronunciar.

“Bombarda” e a porta voou chocando-se contra a parede mais próxima levando com ela alguns objetos dos Potter.

Uma figura encapuzada, vestida com uma capa negra que lhe cobria todo o corpo passou pelo que restara da porta. A figura olhou atentamente a sua volta, encarando a sala a sua frente até que seus olhos, encobertos pela capa, encontraram um par de olhos castanho-esverdeados a observá-lo sob um óculos de aro redondo e um sorriso maroto.

“Tiago Potter” exclamou a figura de escárnio.

“Voldinho” debochou Tiago com o sorriso maroto de sempre.

“Vejo que ainda não aprendeu a me respeitar moleque insolente” grunhiu Voldemort.

“Você não merece nada além do meu desprezo Voldemort” disse o moreno. Tiago estava tentando ganhar algum tempo. Sirius iria visitar o esconderijo onde Rabicho estava escondido e provavelmente saberia o que estaria acontecendo ao chegar lá. Ele só precisava segurar Voldemort até que o reforço chegasse. Precisava de tempo e de um plano.

“Que coisa mais feia de se dizer Potter, será que Dumbledore não lhe ensinou boas maneiras?” riu o homem vestido de negro.

“Dumbledore é um homem melhor do que você jamais será seu maldito. Você não passa de um verme nojento” cuspiu Tiago.

“Dumbledore não é nada comparado a mim seu tolo. Eu sou aquele que vencerá a morte. Aquele que viverá para sempre” disse o Lorde das Trevas.

“Diga logo o que você quer aqui seu monte de bosta de dragão” o cérebro do rapaz ainda trabalhava a mil por hora pensando em alguma coisa, pelo menos estava conseguindo evitar um combate, Tiago era um exímio duelista, mas Voldemort usava truques baixos e não se podia negar que o cara era poderoso, mas não invencível. “Vamos pense Tiago, pense” dizia para si mesmo.

“Não é obvio Potter. Você não é tão burro assim” debochou Voldemort.

“Diga logo ou saia” forçou Tiago.

“Eu quero que você e sua esposa se juntem a mim Potter, vocês seriam grandes e poderosos” Voldemort disse.

“E a que preço? O preço da vida do meu filho? Você só pode ser louco se acha que eu entregaria meu filho a você”.

“Vamos lá Potter. Só precisa haver uma morte aqui hoje e se você e sua esposa forem espertos não terão que morrer. Basta jurar fidelidade a mim e me entregar o menino”.

“Lily e eu jamais nos uniríamos a você nem que você fosse o ultimo bruxo da terra. Você é um tolo que se acha melhor que os outros, mas não é mesmo, eu sei o seu segredo Voldemort, mas será que seus valorosos Comensais da Morte sabem?” Tiago suava agora, estava brincando com uma chama prestes a explodir e sabia disso, seu coração batia acelerado. Estava conseguindo distraí-lo, talvez Sirius chegasse logo.

“Do que você está falando Potter?” a voz calma de Voldemort mudou. Agora estava mais fria e terrível do que nunca.

“Do que eu estou falando? Ora não se faça de idiota Voldemort, você diz ter sangue-puro, mas não passa de um mestiço. Será que se essa informação vazar será que os seus valorosos Comensais ainda vão segui-lo Voldie. Será que quando eles souberem que seu líder é filho de um trouxa com uma bruxa, eles ainda vão segui-lo?”.

“Calado Potter. Você não sabe o que diz” ordenou Voldemort.

“Ou melhor, você contou a eles seu verdadeiro nome. O nome de trouxa que sua mãe lhe deu? Contou Tom Marvolo Riddle?” Tiago sorria triunfante.

“Já chega Potter. Você não passa de um moleque insolente. Eu lhe dei a chance de ser grande, de ter poderes além do inimaginável, mas você continua sendo o mesmo tolo de sempre. Então morra! AVADA KEDAVRA” gritou Voldemort brandindo a varinha rapidamente em direção a Tiago, mas o ex-apanhador de quadribol, com seus reflexos rápidos se atirou para longe e enquanto caia atrás de um sofá gritou com toda a força “EXPULSO”.

“PROTEGO! INCENDIO!” Gritou o bruxo das trevas apontando para o sofá onde Tiago estava escondido. O móvel agora ardia em chamas obrigando o rapaz a pular para trás para escapar das chamas “AVADA KEDAVRA” gritou novamente Voldemort, mas mais uma vez Tiago fora mais rápido que o feitiço saindo da linda de ataque e contra-atacando “ESTUPEFAÇA”. Voldemort apenas bloqueou o feitiço com uma das mãos e rebateu com um “CRUCIO”, mas Tiago já havia pulado para trás escapando mais uma vez.

“MOBILICORPUS” gritou Tiago lançando o que sobrara do pequeno sofá em chamas para cima de Voldemort. O bruxo desviou-se do móvel que se chocou contra a janela quebrando-a, mas ao fazer isso Voldemort se desconcentrou e Tiago aproveitando o momento atacou.

“DEPRIMO” e um jato roxo acertou Voldemort explodindo ao tocar no peito do bruxo que foi jogado pela janela caindo em cima da poltrona em chamas.

Tiago sorriu debochadamente, estava suado e cansado daquela luta, ele sabia que aquilo não acabaria com Voldemort, mas pelo menos lhe daria mais algum tempo. Ele viu a figura de Voldemort levantar-se e apagar as chamas que haviam lhe consumido a capa deixando a mostra um corpo branco e mirrado, magro e alto. Uma cara branca e careca, nariz em forma de fenda e um par de olhos vermelhos iguais aos de uma cobra. Tiago ao invés de se apavorar, apenas riu com gosto do que viu.

“Você está cada vez mais feio Voldemort. Esse é o seu problema, você quer conquistar o mundo por que nenhuma mulher ficaria com você. Você é com certeza o cara mais feio que eu já vi e olha que é um páreo duro entre você e alguns rapazes que havia na Sonserina quando eu estudava lá” e continuou a rir.

Voldemort sorriu e atacou aproveitando a distração de Tiago “CRUCIO” e o feitiço atingiu o rapaz em cheio fazendo-o cair no chão se contorcendo de dor. Ele nunca havia sentido tanta dor em sua vida, era como se seu corpo estivesse sendo cortado em varias partes ao mesmo tempo. Mas apesar da dor ele não gritava, não daria a Voldemort o gostinho de vê-lo gritando.

“Tudo o que eu queria Potter, era que você me entregasse seu filho ridículo e que se aliasse a mim, mas não, você tinha que ser o corajoso e idiota de sempre, mas logo que eu acabar com você vou atrás de sua querida esposa. Quem sabe ela seja um pouco mais inteligente que você...” Voldemort cessou o feitiço deixando Tiago ofegante no chão “... e talvez se una a mim” completou ele.

Tiago achou ter visto uma cabeleira ruiva se escondendo atrás de uma poltrona, mas afastou o pensamento da mente, estava vendo coisas devido à dor que sentia, reuniu algumas forças que tinha e disse sorrindo debochadamente.

“Lily jamais entregará Harry a você. Ela tem a coragem que Pedro não teve, ela não é fraca como você e seus comensais” e riu mais uma vez.

“Silencio insolente, eu não lhe dei permissão para falar. CRUCIO” e novamente Tiago foi tomado por uma dor excrusiante ao sentir seu corpo ser cortado por milhares de facas e milhares de pedaços, mas novamente ele não gritou, usou todas as forças que tinha e não gritou.

“Você e sua esposa foram meus maiores desafios Potter. Ninguém nunca conseguiu escapar de mim três vezes, mas eu não entendo por quê? Mas isso já não importa mais por que dessa vez você falhou. E agora vou matar você e logo depois sua esposa e depois aquele pirralhinho que ousou me desafiar” Voldemort ficou ereto por um instante e olhou a sua volta. Uma estranha sensação estava lhe ocorrendo, mas afastou aqueles pensamentos ridículos da cabeça, olhou mais uma vez para Tiago que ofegava no chão. O rapaz tinha o supercílio cortado e algumas escoriações leves pelo corpo. Sorriu malignamente, apontou a varinha para o rapaz e disse.

“Morra Potter!”.

“AVADA KEDAVRA” um jato de luz verde, um grito ecoando pela sala dos Potter e um barulho de algo pesado caindo com um baque seco no chão.

Havia mesmo ocorrido uma morte na casa dos Potter naquela noite fria de dia das bruxas, mas uma morte que causaria um grande alvoroço em todo mundo bruxo por vários anos. Ninguém jamais esqueceria do dia em que Lorde Voldemort invadiu a casa dos Potter para matá-los e acabou sendo... Morto. Ele acabou esquecendo-se de uma peça fundamental da família Potter. O amor de seus parentes uns pelos outros, Lillian jamais deixaria que Voldemort matasse Tiago sem que ela lutasse para proteger seu marido. Ela desejou mais que tudo matar aquele ser maligno que só causava dor e sofrimento por onde passava. Ela havia feito o que muitos tentaram e nenhum jamais conseguiu. Ela havia matado Lorde Voldemort e tudo para proteger pessoas mais amadas de sua vida, seu marido e seu filho. Aquele dia das bruxas seria lembrado para sempre.

“Tiago! Oh meu Merlim. Tiago você está bem? Por favor, meu amor me responda” pediu Lillian chorando desesperada sobre o corpo do marido.

Ele, muito devagar, levantou a mão e acariciou o rosto da amada. “Lily?” ele abriu lentamente um dos olhos escondidos pelos óculos rachados. Cada milímetro de seu corpo doía e pedia por um merecido descanso.

“Estou aqui meu amor. Acabou ele se foi graças a Merlim” disse a ruiva sorrindo e passando a mão pelo rosto de Tiago e depois olhando para o, agora, finado Lorde Voldemort.

Tiago sorriu um sorriso fraco, mas mesmo assim belo e depois desmaiou. Lillian sorriu mais uma vez por entre as lagrimas ao ver o marido vivo. Sua família estava segura agora, poderia finalmente criar seu filho em um mundo sem guerras, sem dor, sem violência, sem Lorde Voldemort e seus malditos Comensais da Morte.

A ruiva olhou para fora, pela janela quebrada, onde as estrelas e a lua agora voltavam a brilhar e iluminar a frente da casa. O coração dela disparou mais uma vez, uma confusão de jatos de luzes multicoloridos ela viu. O som de pessoas aparatando e desaparatando eram distinguíveis em meio aos gritos. Ela ficou de pé, empunhou a varinha e preparou-se para lutar novamente. Ouviu passos apressados vindos em direção à porta de entrada e quando estava prestes a atacar pode ver a barba e os cabelos prateados, um par de olhos azuis cintilantes sob um óculos de meia-lua pertencentes a Alvo Dumbledore, seguido de perto por sua melhor amiga Marlene McKinnon e o esposo dela Sirius Black, além dos amigos Alice e Frank Longbottom e mais alguns membros da Ordem da Fênix.

Todos eles chocaram-se ao entrarem na casa parcialmente destruída e encontrarem o corpo sem vida de Voldemort enquanto Lillian, já sentada novamente, embalava o sono do marido.

“Oh! Pelas calças roxas de Merlim. Lily você está bem?” perguntou Lillian.

“Tiago está bem Lily?” perguntou Sirius com os olhos marejados indo até o amigo.

“Todos nós estamos bem pessoal...” ela resumiu o que havia acontecido. E todos mais uma vez chocaram-se a saberem que Lillian Evans Potter havia matado Lorde Voldemort.

“Temos muito que conversar Srta. Evans, mas é melhor deixarmos esta conversa para amanha quando estivermos todos devidamente recuperados” disse sabiamente Dumbledore e só então Lillian pode notar que os amigos e os membros da Ordem tinham varias escoriações pelo corpo e pelo rosto.

“Pode pegar o Harry para mim Lene?” pediu Lillian gentilmente para amiga.

“Já volto” disse a mulher subindo rapidamente as escadas.

“Você está bem Sirius?” perguntou a ruiva para o rapaz que segurava fortemente a mão do amigo adormecido no chão.

“Olhe o que eu fiz Lily, praticamente entreguei vocês a Voldemort, maldito dia em que confiamos naquele rato. Eu juro Lillian e Tiago, juro por tudo que é mais sagrado para mim que eu mesmo pegarei Rabicho e o trancafiarei em Azkaban pelo resto da vida dele” disse com ódio na voz.

“Você provou ser um grande amigo Sr. Black. Muitos, inclusive eu, achavam que você era o fiel do segredo dos Potter, mas ao ver o Sr. Pettigrew parado a frente desta casa hoje eu vi que você dizia a verdade sobre não ser o fiel” disse Dumbledore a Sirius sorrindo.

Marlene desceu com Harry em seu colo. O menino rapidamente se jogou nos braços da mãe, tinha os olhos e o rosto inchado devido as lagrimas. Mas abriram um largo sorriso ao ver os pais vivos.

“Pronto meu bebê. Pronto, já acabou o homem mal já se foi” disse Lillian acariciado o pequeno.

“Então é isso mesmo. Acabou?” perguntou Frank.

“Infelizmente eu devo dizer que não Sr. Longbottom. Eu venho acompanhando a trajetória de Voldemort desde antes de ele entrar em Hogwarts e devo dizer que talvez ele não tenha partido para sempre. Acho eu que ele achara um meio de voltar a nos atormentar” disse Dumbledore sombriamente.

“Então ele é...” começou Alice.

“Tudo o que eu tenho são suspeitas Sra. Longbottom. Apenas suspeitas. Mas como eu já disse está é uma conversa que devemos ter quando todos os estivermos bem. Eu tenho que partir, pois tenho algumas pendências a resolver ainda e garanto que logo o resto do mundo bruxo inglês vai saber que Voldemort finalmente se foi. Eu mandarei um aviso a Madame Pomfrey dizendo que você e seu marido, Srta. Evans, estão chegando e que o Sr. Potter está ferido. Hogwarts será um grande abrigo para vocês e sei que não estarão sozinhos” e dizendo isso Dumbledore desapareceu pela porta.

“Remo deve ser avisado que Rabicho nos traiu Sirius” disse Marlene ao esposo.

“Eu vou avisá-lo assim que chegarmos a Hogwarts. Vocês vêm conosco?” perguntou para Frank e Alice.

“Não poderemos. Vamos ajudar a remover o corpo de você-sabe-quem até o Ministério e eu ainda tenho que pegar Neville com a mãe de Frank, não quero preocupá-la mais” disse Alice serenamente e saiu com Frank e ajudando os membros da Ordem a removerem o corpo.

“Você vem com agente Lene?” perguntou Sirius.

“Vou pegar Nicole na casa de mamãe e encontrarei com você em Hogwarts” disse a morena e depois de um ultimo beijo em Sirius saiu atrás de Alice e todos juntos desaparataram.

“Eu vou fazer uma chave portal para nos levar até Hogwarts, você fica com Harry que eu levo Tiago” disse Sirius apontando a varinha para um porta-retrato quebrado e dizendo “PORTUS”. O objeto brilhou e depois de alguns segundos voltou ao normal. Sirius colocou Tiago nos ombros e Lillian segurou firmemente Harry no seu colo.

Lily deu uma ultima olhada no que restara da sua casa. Talvez voltasse a morar ali algum dia. Talvez. Então tocou o porta-retrato no momento em que ele começava a brilhar desaparecendo e pronta para recomeçar sua vida. Uma vida diferente.

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Ta ai né o primeiro capitulo...... COMENTEM POR FAVOR xD

Valeu gurizada

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Comentários (2)

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