Capítulo VII
Não estava certa de que Harry apareceria. Estava tranformando-se em um homem totalmente imprevisível. Às cinco e meia ainda não tinha chegado, de forma que Hermione se dirigiu para o quarto para trocar de roupa.
Nesse instante, ouviu o motor de um carro lá fora.
Estava tão nervosa como uma adolescente em seu primeiro encontro. Olhou criticamemte sua maquiagem e o vestido que escolhera, queria parecer bonita. Era algo idiota, mas não podia evitar.
Abriu a porta e o encontrou ali, vestido com um dos ternos que comprara em Phoenix. Estava tão bonito que para Hermione foi impossível desgrudar os olhos dele.
-Está... está muito bonito - conseguiu murmurar.
-Você também – ele respondeu com um olhar frio - É melhor irmos agora.
Ela o seguiu. Com a pressa esqueceu a bolsa. Já estavam na metade do caminho para Phoenix quando se lembrou, falou para Harry e ele lhe dirigiu um olhar assassino.
-Olhe, é tarde para voltar, e ficarei muito feliz quando tudo isso tiver acabado - resmungou.
-Foi idéia sua – ela respondeu suavemente.
-Ultimamente não paro de ter más idéias.
-Eu sei.
-Precisava usar um vestido com esse decote? Dá para ver até seu umbigo.
-É o único vestido de noite que tenho.
-Sem dúvida é algo que restou dos dias em que você e seu bonito banqueiro eram a nata da alta sociedade de Charleston.
Ela fechou os olhos e se negou a responder.
-Não vai discutir comigo?
-Não quero brigar com você, Harry. Não acho que tenha estômago para voltar a fazê-lo nunca mais.
-Não quer brigar comigo? – ele perguntou rindo – As pessoas mudam.
-Não o suficiente.
-Nunca se sabe. Apenas o necessário para se dar bem com outras pessoas. Por exemplo, aqui estou, vestido de pingüim, disposto a ir a um lugar no qual supõe-se que vou me divertir com algo que não entendo e que não gosto. Isso não vai mudar minha forma de ser. Eu nunca serei um sujeito elegante, não me resta a menor dúvida, e aceitei isso faz muito tempo,
-E sua elegante mulher vai aceitá-lo também? Vai amá-lo sendo como é?
-Talvez não. Mas é desse jeito que vai ter que me agüentar.
-Ah, maravilhoso! Muito excitante para ela!
Harry virou a cabeça lentamente, seu olhar era cálido e perigoso.
-Algum dia você vai conseguir me tirar completamente do sério.
Hermione olhou pela janela as luzes de Phoenix.
Ele estacionou perto do teatro. Havia muita gente e Hermione ficou perto dele para não se perder, sentindo-se um pouco nervosa ao ver-se rodeada por tanta gente.
-Então não tem mais medo de ficar perto de mim? – ele perguntou.
-Tenho tanto medo de você quanto tenho deles – ela contestou - Eu não gosto de multidões.
Ele parou subitamente, olhando-a com olhos escrutinadores.
-Mas você aprecia as artes, não, querida?
O sarcasmo de sua voz era evidente.
-Também gosto de homens que cantam canções de amor com voz profunda.
Ele pareceu desconcertado. Virou-se e a conduziu através da multidão com um certo ar de confusão no rosto.
Tudo parecia ir de mal a pior. Suas entradas eram para outro dia, tal como disseram para ele educada mas firmemente na bilheteria.
-Está louco! – ele disse ao homem baixinho que estava na porta.
Então sorriu, e Hermione soube que isso queria dizer que haveria problemas.
-Escute, moço, pensei que eram para esta noite, então já que estou aqui, vou ficar.
-Por favor, senhor, fale baixo - suplicou nervosamente o baixinho olhando para os lados.
-Quer que eu fale baixo? Nada disso! – Harry gritou - Se o que está procurando são problemas, vai tê-los.
Hermione fechou os olhos. Como poderia cair sempre no mesmo lugar e não aprender?
-Por favor entre, senhor. Estou certo de que esse mal-entendido foi nossa culpa - disse finalmente o homenzinho em voz alta e com um sorriso forçado. Harry assentiu e sorriu friamente.
-Estou certo disso. Vamos, Mione.
Quando chegaram em seu lugares, ele acomodou como pôde suas longas pernas no reduzido espaço da poltrona e começou a estudar o programa.
-O Lago dos Cisnes? -perguntou para Hermione quando viu as fotos do programa - Quer dizer que viemos aqui para ver alguns indivíduos vestidos de cisne saltitando pelo cenário?
Oh, Deus! Hermione começou a rezar para que ele tivesse laringite E se calasse.
Ao seu lado, tudo eram murmúrios de desaprovação.
Hermione tocou uma mão dele.
-Carson, o balé é uma forma de arte, É uma dança, você sabe.
-Ok, mas uma coisa é dançar e outra bem diferente é ver uma mulher feita vestida de cisne saltando por aí.
Ela tentou esconder o rosto no programa, deslizou em sua poltrona e rezou também para que houvesse um blecaute. Ali havia muita luz, todo mundo podia ver que aquele troglodita estava com ela.
Harry continuou fazendo comentários em voz alta até que as luzes se apagaram. Hermione quase desmaiou de prazer e alívio quando se fez a escuridão. Mas ela deveria conhecê-lo melhor. No instante em que a orquestra começou a tocar e a bailarina principal apareceu, ele se estirou na poltrona e inclinou-se para frente.
-Quando começa o balé? -perguntou então.
-Já começou! -sussurrou ela.
-Mas tudo o que ela está fazendo é correr pelo cenário!
-Cale-se de uma vez! -disse o homem que estava sentado atrás de Harry.
Ele virou-se e tentou olhar para o outro na escuridão.
-Eu paguei minha entrada, assim como você, então ou você agüenta se quiser ou vai embora.
O homem em questão tinha o dobro da idade de Harry e era mais rechonchudo. Clareou a voz tentando parecer mais agressivo, mas ficou quieto e não disse mais nada.
Harry olhou para ela.
-Tem algo no sapato? – ele perguntou - Por que está se escondendo?
-Não me estou escondendo - respondeu ela completamente ruborizada e endireitando-se em seu assento.
Ele olhou para o palco. Nesse momento, surgiu um musculoso bailarino dando saltos, o que fez com que ele explodisse em gargalhadas.
-Oh, fique quieto – Hermione suplicou.
-Mas olhe isso! Parece que ele está de meia-calça. E, que diabos é isso que leva entre as pernas...?
-Oh, céus – ela murmurou escondendo o rosto com as mãos.
Ele continuou rindo e Hermione não pôde suportar mais.
Todo mundo estava falando, tinham vexado toda a representação. Passou por cima dele e saiu correndo para o banheiro das mulheres. Ficou ali por um bom tempo arrumando o cabelo. Como ele podia fazer uma coisa dessas? Sabia comportar-se melhor de como fizera essa noite.
Fizera de propósito e ela sabia. Agira daquela maneira para expô-la ao ridículo, para humilhá-la diante das pessoas que ele achava que eram do mesma classe social que ela. O que mais doía era saber que fizera aquilo com intenção de ferí-la.
Harry a estava esperando, tinha a cabeça baixa e olhava a ponta dos sapatos. Ouviu-a aproximar-se e levantou o olhar.
-Você já se divertiu muito por essa noite - ela disse com dignidade - Já se vingou, ou como queira chamar. Agora que estragou a noite, por favor, me leve para casa.
-Falou a Srta. Granger, de Charleston. A dignidade em primeiro lugar.
-Restou pouca dignidade, muito obrigado. E já estou cansada desse jogo de tentar civilizá-lo. Sei quando estou diante de um caso perdido assim que o vejo.
Os olhos dele brilharam por um momento
-Você o abandona?
-Oh, sim – respondeu ela com um sorriso gelado – É melhor que sua mulher o aceite como é, Harry. Talvez, se ela conseguir colocar rédeas em você, poderá dizer às pessoas que você é uma mula e que não sabe se comportar como gente.
A expressão que cruzou o rosto de Harry foi indecifrável. Deu a volta e se dirigiu para a porta. Ela o seguiu em silêncio até o carro.
Foi uma longa e tensa viagem de volta. Harry ligou o rádio para fazer desaparecer o silêncio. Quando pararam na porta da casa de Hermione, ela estava muito esgotada para pensar no acontecido. Ele dissera com seus atos o quanto a desprezava.
-Hermione – ele chamou.
Ela não olhou para ele:
-Adeus, Harry.
-Queria falar com você – ele disse entre dentes - Quero explicar uma coisa.
-E o que pode dizer que me interesse? Você e eu não temos absolutamente nada em comum. Me convide para o casamento, verei se encontro algo apropriado para usar. Vou comprar um presente bem bonito. Mas tem que ser útil para um selvagem como você.
Saiu do carro e fechou a porta com força. Custou-lhe o resto da noite esquecer o olhar que Harry lhe dera quando ela disse aquilo. Não quisera ser tão cruel, tudo o que queria era ferí-lo tanto quanto ele a ferira. Ele dissera que seu mundo era superficial e estúpido e isso tinha sido a gota d'água, porque foi quando compreendeu a razão pela qual ele a tinha machucado tanto: estava apaixonada por ele. E acabava de perdê-lo para sempre.
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Ok, eu devo explicações a vocês. Eu fiquei muito tempo sumida pq as aulas começaram e os professores ja passaram um monte de lição e também pq eu faço aula de violão e eu tenho que treinar bastante.
Eu tava sem tempo de postar...Quando eu entrava na net eu lia algumas fics e comentava, só...
Ah e também eu to com o progeto de uma fic nova...Não sei quando eu vou postar pq ainda ta bem no começo.
Bjusssss e obrigada por comentar.
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