Capítulo Dois – O Diário.

Capítulo Dois – O Diário.



Letícia. Letícia Minger. Esse é o meu nome. Tenho dezesseis anos, faço dezessete dia 12 de maio. Finalmente serei maior de idade! Aleluia! Estou no último ano de Hogwarts (o que também é ótimo). E estou SOLTEIRA. Mas, hahaha, não se enganem! Sei muito bem porque sou solteira... E não é por falta de pretendentes! Na realidade, tenho pretendentes até demais! Mas é porque estou aguardando o garoto certo...
Tenho cabelos castanhos claros, longos, lisos, meio ondulados, olhos verde-água. Não sou a pessoa mais alta da face da Terra... Mas também não sou a mais baixa. Tenho 1,70... Até que é uma boa altura.
Sou da Grifinória, assim como minha mãe foi, porque meu pai é trouxa. Eles se conhecerem porque papai é advogado e mamãe estava precisando de um advogado após destruir o carro de um cidadão (Exatamente, ela não sabia dirigir, não quis ir para a auto-escola como qualquer trouxa normal... E bateu!).
Nós moramos em uma casinha simpática no pequeno povoado de Godric’s Hollow. Lá é bem legal. Temos ótimos vizinhos! O James Potter, que está sempre com o Sirius Black (porque ele fugiu de casa e está morando lá!), O Dumby (É, Alvo Dumbledore, o diretor de Hogwarts! Ele é super legal!), uma senhora bem velha... A senhora Batilda Bagshot. Ela pode ser bem velhinha, mas tem ótimas histórias pra contar!
Tirando outros garotos legais que também moram por lá... Tipo o Rick Madson (loiro, olhos azuis, já me pediu em namoro), o Mário Jordan (moreno, olhos negros, todos dizem que gosta de mim) e o Roberto Wood (que está com um filhinho de um ano agora, o Olívio).
Bom, por falar neles, deixa eu apresentar os meus amigos e amigas!
James Potter: James é um Maroto. Moreno, de olhos castanhos esverdeados, cabelos negros extremamente rebeldes, forte, simpático... Um garoto encantador! Um amor de pessoa! Ele é perdidamente apaixonado pela Lílian Evans desde que a viu pela primeira vez no Expresso Hogwarts. Desde o primeiro ano tenta conquista-la... E finalmente, nas férias, conseguiu! Estão namorando! São superfofos juntos! As garotas ainda não se conformaram com o fato de um garoto que sempre foi o segundo maior galinha do colégio (o primeiro sempre foi o Sirius) estar namorando... Mas terão que se acostumar. A Lily é muito ciumenta! O apelido dele nos Marotos é Pontas, porque ele (assim como o Peter, e o Sirius) é um animago... E ele vira um cervo. Então, graças às isso e aos seus cabelos espetados, seu apelido é esse!

Sirius Black: Sirius é outro Maroto! Moreno, de olhos azuis, cabelos pretos, longos (vão até o seu ombro) e despenteados. Adora encher o saco do James, da Lily, do Remo... É, de todo mundo! Esqueci de comentar que o passa-tempo favorito dele e do James (e, diga-se de passagem, dos outros Marotos também) é atormentar o garoto mais fofo dessa escola... Severo Snape. Fazem de tudo para encher o saco do coitado! Vivem pendurando ele no ar pelo tornozelo... Entre diversas outras coisas! Na realidade... Pegaram bem pesado em uma dessas brincadeiras. Levaram-no até a Casa dos Gritos quando o Remo estava transformado em lobisomem... Sorte que o James não deixou que ele entrasse, ou ele poderia ser morto! Sirius é o maior galinha que Hogwarts já viu! A cada dia está com uma menina diferente! Às vezes com duas ou três no mesmo dia! Cara-de-pau demais! Mas ainda acho que isso tudo é só pra fazer ciúmes na minha amiga Larissa Jotson, que é a única que (finge!) não se deixa levar pelos encantos dele. Mas eu sei que ela está apaixonada por ele também. O apelido dele nos Marotos é Almofadinhas, porque... Sabe que até hoje eu não descobri? Ele se transforma em um cachorro preto quando vira animago... Mas almofadinhas?

Remo Lupin: Remo é outro Maroto. Cabelos castanhos mais claros ainda que os meus, de olhos castanhos escuros, alto... James e Sirius dizem que ele é a vergonha dos Marotos! Só porque é um CDF, certinho, monitor-chefe (não posso dizer nada, porque também sou CDF e certinha, mas, diferentemente dele, sou capitã do time de Quadribol). É um ótimo amigo apesar de tudo! Ele e a Lily controlam os Marotos, mas nem ele pode resistir a azarar o Snape. Ele bem que anda maneirando esses dias porque eu pedi pra ele (ele, a Lily e a Larissa são os únicos que sabem que eu gosto dele). Ele é quase um James Potter na questão namoro... Porém, ele se apaixonou e foi correspondido. Ele está namorando Ninfadora Tonks, do sexto ano. Seu apelido nos Marotos é Aluado, mas não tem nada a ver com animagia... É porque, com oito anos, ele foi mordido por Fenrir Greyback (um lobisomem muito temido), e hoje em dia ele vira lobisomem. Foi por isso que os meninos viraram animagos. Para poderem ajuda-lo nas transformações, já que lobisomens não machucam animais.

Peter Pettigrew: Peter é o último Maroto. Ele é baixinho, gordinho, com cabelos cor de palha, os dentes da frente muito avantajados... Ele é até um bom amigo, apesar de não falar nada que preste e viver comendo e dormindo. Ele nem apronta muito... Fica mais vendo os outros Marotos aprontarem. Está namorando a Helga Smith da Lufa-Lufa. Seu apelido nos Marotos é Rabicho, e ele se transforma em um rato.

Lílian Evans: Essa mesma... A namorada do James Potter. Ela é ruiva, tem olhos verde-esmeralda muito bonitos, de estatura mediana (mais pra baixinha)...

Eu não sou baixinha!

É... Ela arrancou o diário da minha mão. Esse é o ruim de escrever com as amigas por perto... Elas não param de tentar ler por cima do seu ombro... E às vezes conseguem. *fechando a cara*... Mas continuando a descrição de Lily, ela é muito legal, muito inteligente (a melhor aluna de poções do Slughorn... Tirando o Snape. (Pensamento: Sorte que ela não viu isso!)), CDF, certinha, monitora-chefe, junto com o Remo, tem medo de altura (por isso ainda não monta em vassouras e, conseqüentemente, não joga Quadribol). Mas é uma das minhas melhores amigas!

Larissa Jotson: Ta aí outra garota que é super legal! A Lari tem cabelos negros, encaracolados, bem longos, tem olhos azuis, é inteligente, bagunceira, vive zoando com todo mundo, é, junto comigo, outra candidata a entrar nos Marotos, mas eu estou mais perto.

Estamos empatadas, maninha!

Dá pra parar de ler por cima do meu ombro?E chega de comentários! Na moral!

Não! Se a Lily pode comentar, porque eu não posso?

Eu nunca disse que a Lily podia comentar!

Mas ela comentou!

Ta, ta, chega! Na moral! Deixa eu continuar... Onde eu estava?Ah, sim. O Sirius Black é completamente apaixonado por ela (só a ceguinha aí é que não vê isso)...

Ele não gosta de mim!

(Lily) Agora eu tenho que concordar com a Lê! Ele te ama!

Hahaha! Não ama não!

Depois a gente discute isso ta! O diário é MEU!

(Lily) Mas você é nossa amiga e você está escrevendo sobre nós!

Hunf! *bufando de raiva* CONTINUANDO COMO SE ESSAS DUAS NÃO TIVESSEM ME INTERROMPIDO... E eu também acho que ela é completamente apaixonada pelo Six (na verdade, eu já tenho certeza disso).

TIRA A MÃO DAÍ LARISSA! NÃO ADIANTA CONTESTAR, É VERDADE E ACABOU! NÃO OUSE TRISCAR NESSE DIÁRIO!

*cara fechada* CONTINUANDO, MAIS UMA VEZ... É... Acho que só falta uma pessoa...

Severo Snape: Ele não é necessariamente meu amigo... Mas eu gosto dele, poxa! Tenho o direito de comentar! *sorrisinho*

(Lily) Exatamente pelo fato de você gostar dele é que nós duas é que deveríamos descrever o Sev.

(Lari) É...

Não cheguem perto desse diário! E sim, isso é uma ameaça! Se tentarem se aproximar eu azaro as duas! Bom, como eu ia dizendo, o Sev é uma graça. Ele tem cabelos longos, negros e oleosos (o que é um charme, porque faz a luz refletir ainda mais neles), tem olhos negros, profundos e penetrantes, mede 1,83...

(Lari) Como é que você sabe disso?

Disso o quê?

(Lari) Quanto o Seboso mede!

Seboso não! Olha o respeito!

(Lari) *revirando os olhos* Ta, ta... O Snape. Como você sabe quando o Snape mede?

*carinha demoníaca* Tenho minhas fontes confiáveis. Mas, sim, ele é da Sonserina, filho de mãe bruxa (Eileen Prince) e pai trouxa (Tobias Snape). É simpático com todos, exceto com os Marotos, mas foram eles que provocaram isso. Foram eles que começaram a abusa-lo sem motivo. É super fofo, o melhor aluno de Poções do Slughorn, muito bom também em Defesa Contra As Artes Das Trevas.
Apesar de ser um sonserino exemplar, ele não fica zoando as pessoas apenas por ela serem mestiças (diferentemente do Malfoy, que enche o saco de todos), acho que até pelo fato de ele mesmo ser mestiço. Ele faz dezessete anos dias 09 de janeiro.

Bom, chegamos a Hogwarts faz um mês. Nosso horário está muito corrido porque logo antes do Natal temos que fazer os NIEM’S! Então, todos estão muito preocupados com isso. Nunca o Slughorn passou poções tão complicadas para nós fazermos. A McGonagall está quase nos mandando virar animagos (eu disse QUASE!)! E até mesmo o James e o Sirius estão estudando feito loucos para passarem nas provas.

Nesse momento, o barulho da porta do dormitório se abrindo fez Snape esconder às pressas o diário debaixo do travesseiro e abrir o livro de poções em uma página qualquer.
- E aí, Snape? – Perguntou o loiro que acabara de entrar no dormitório.
- Tudo bom, Lúcio? – Perguntou Snape, simpaticamente, desviando os olhos do livro de poções.
- Beleza... E contigo? – Respondeu o garoto, puxando o seu malão debaixo da cama ao lado da de Snape.
- Hum... Beleza. – Respondeu Snape, voltando a olhar o livro de poções, porém, olhando de esguelha enquanto Lúcio remexia o malão.
- O que está fazendo? – Perguntou, tirando objetos e mais objetos do fundo do malão.
- Fazendo a tarefa de poções.
- Aff... Por isso você é o favoritinho do Slugh! Só você faz essas redações que ele manda.
Snape deu de ombros, mas não disse nada. Poucos instantes depois, Lúcio tirou as mãos do malão e deu um grito de triunfo, fechando o malão, ficando de pé e colocando-o novamente debaixo da cama com um pontapé.
- O que foi? – Perguntou Snape, tentando parecer mais estressado por ter tido os “estudos” interrompidos do que curioso.
- Isso! – Disse ele, parecendo radiante e mostrando à Snape um vidrinho com uma poção dentro.
- Não me diga que isso é...
- Exatamente! – Disse ele, parecendo extremamente satisfeito consigo mesmo. – Poção do Sono! Roubei um pouco do estoque particular do Slugh.
- E pra quê você quer uma poção do sono? – Perguntou Snape, confuso.
- Pra dar pro Potter, pra quê mais!
- Porque...
- Quadribol! Hoje! Acorda! – Disse Lúcio, exasperado, dando um tapa na testa de Snape. – Vou fazer ele dormir antes do jogo! Sem apanhador, a Grifinória está ferrada!
- Hum! Belo plano! – Disse Snape. – Boa sorte com isso.
Voltou o olhar para o livro de poções, como se fosse a coisa mais importante do universo. Viu, pelo canto do olho, a cara atordoada de Lúcio. Era como se Snape tivesse lhe dado um murro na boca do estômago. Então ele sacudiu a cabeça e saiu do dormitório. Ficou claro que ele estava pensando que Snape era maluco.
Voltou a pegar o diário debaixo do travesseiro. Antes de retornar à leitura, olhou o relógio de pulso. Quinze pra meio-dia. Teria que devolver o diário para a garota quando se encontrassem na hora do almoço.
Começou a passar freneticamente as páginas, parando apenas quando achava que era importante.

Uhu! Consegui! Finalmente! Eu me tornei uma Animaga! É isso aí! Eu viro um animal! Eu viro uma fênix! Uma fênix! Isso é simplesmente demais! E adivinha só? Eu entrei para Os Marotos! É isso aí! Sou uma Marota agora! E o meu apelido é Fogueirinha, pelas minhas penas que são muito vermelhas! Aê!

Nossa!

Hoje sim os sonserinos se superaram. Vieram para a frente da mesa da Grifinória e começaram a cantar uma musiquinha ridícula sobre ser sonserino. Que bom que Sev não estava no meio. Olha só que tosco:

- Sonserina é orgulho!
Sonserina é poder!
Sou eternamente um Sonserino...
Sangue-puro eu sou!
Não se meta comigo senão você vai ver!

Tinha que ser o idiota do Malfoy pra inventar um troço podre feito esses mesmo! Ridículo demais! Fiquei até com dó deles! Não fui a única, tanto que nós apenas ignoramos, fazendo com que as outras casas (Lufa-Lufa e Corvinal) tivessem crises de risos dos babacas sonserinos pagando mico.

É, bem, Snape tinha que concordar que aquela idéia do Malfoy fora realmente estúpida. Dava graças a Merlin por não ter ido participar dessa pagação de mico. Ficara na mesa tendo crises de risos por ver os amigos se humilhando daquela maneira.
Mais uma vez o barulho de passos o pegou de surpresa. Ele voltou a enfiar o diário debaixo do travesseiro, procurando esconde-lo de quem quer que fosse. Virou-se para trás. Era apenas o gato de um dos garotos. Olhou o relógio. Meio-dia e cinco.
Levantou-se da cama correu para o Salão Comunal e, em seguida, para as masmorras, continuando a correr até entrar no Grande Salão, onde Letícia estava entrando, acompanhada de Lílian Evans e Larissa Jotson.
- Quer dizer que você está no Show de Talentos com o Snape? – Perguntou Lily, incrédula.
- É, estou! – Respondeu Letícia, radiante.
- Que ótimo, amiga! – Disse Larissa. – E o que vocês vão fazer?
- Provavelmente eu vou cantar e ele vai tocar. E você e o Jay, Lils? – Perguntou Letícia à ruiva.
- Hum... Vamos fazer uma mini peça de “Romeu e Julieta”. Em cinco minutos a gente vai encenar aquela peça toda, apenas com dois personagens: Romeu e Julieta.
- Legal! E você Lari? – Perguntou a Larissa.
- Eu e o Six vamos dançar tango.
Letícia e Lily começaram a gargalhar gostosamente.
- Ui... Essa eu não perco por nada! – Ofegou Letícia em meio a risadas.
- Com certeza! – Concordou Lily, apoiando-se no ombro de uma carrancuda Larissa para não cair.
- Olá. – Disse uma voz masculina muito conhecida atrás de Letícia.
Ela se virou bruscamente para encarar Severo Snape, que olhava para ela sorridente, com uma mão atrás das costas. Lily e Larissa deram risadinhas nervosas e se afastaram, cochichando alguma coisa, como só elas duas conseguem fazer.
- Oi... – Disse Letícia, lembrando-se subitamente que ele estava com o seu diário e corando muito fortemente.
- Hum... Três coisinhas. – Disse Snape, ainda sorrindo. – Primeiro... Flores para uma flor. – Dizendo isso, ele tirou de trás das costas a mão com um belo buquê de rosas brancas e vermelhas.
- Ai que lindo, Sev! – Disse ela, pegando o buquê e sentindo o doce perfume das rosas.
- Sabia que iria gostar. – Disse Snape, lembrando-se de ter lido rapidamente em algum lugar do diário dela que ela amava essas flores. – Segundo... – Ele fez um breve aceno com a varinha e um caderninho preto apareceu em sua mão. Ele estendeu o diário para ela dizendo. – Eu peguei sem querer quando caímos.
- Obrigada... – Disse ela, pegando o diário da mão dele, com a mão trêmula.
- E terceiro... Sete horas, Sala Precisa, ensaio. Ok? – Perguntou.
- Ok! – Respondeu ela, ainda envergonhada.
Ele apenas encarou-a durante alguns instantes. Então, aproximou-se dela e envolveu-a em seus braços, em um abraço apertado e cheio de carinho. Ela segurou-o com força, sentindo que poderia parar o tempo ali.
- Boa sorte no jogo hoje, Lê. – Disse ele, por fim, soltando-a.
- Obrigada. – Disse ela, sorrindo.
- Bom... A gente se vê. – Disse ele, indo em direção a mesa da Sonserina.
Ela sorriu enquanto olhava ele se afastar, sentando-se junto a Lúcio Malfoy, no meio do mar de vestes verde-esmeralda e prateado.
Seguiu ela mesma para a mesa da Grifinória, onde Lily estava sentada ao lado de James, Sirius ao lado de Larissa e Remo ao lado de Tonks.
- E aí? – Perguntou Lily, mas, ao ver o buquê de rosas na mão de Letícia, abriu um largo sorriso e disse – Ai que fofo, gente!
Letícia apenas sorriu e começou a almoçar, tranqüilamente, pensando em como seria o ensaio dessa noite. No meio do almoço, tudo estava calmo, traqüilo... Letícia conversava com os colegas, e, às vezes, dava olhadelas furtivas para a mesa da Sonserina, onde pegava Snape olhando-a, com um sorriso no rosto.
Repentinamente, Malfoy levantou-se do banco e foi em direção à mesa da Grifinória. Todos os olhares se desviaram para o garoto pálido, de olhos muito cinzentos e cabelos loiros, que atravessava o salão. Parou na frente do grupinho e disse, apontando para James:
- Hoje você vai ver, Potter. Você e seu timinho vão perder feio!
Todos continuaram em silêncio, apenas observando enquanto Malfoy e James se encaravam. Não dava para saber quem estava com mais raiva, ou quem estava fazendo maior esforço para não sacar a varinha e azarar o outro.
Novamente, o olhar de Malfoy saiu de James, percorreu todos os seus amigos, com um sorriso de desdém, e parou em Letícia. O sorriso imediatamente desapareceu do seu rosto.
- E você, sua sangue-ruim miserável. – Ele segurou Letícia pela gola da camisa e puxou-a para cima, para que se levantasse. – Vai pagar caro por hoje mais cedo.
Letícia não perdeu a pose. Olhou-o de alto a baixo e disse, desdenhosa:
- Vai fazer o quê, filhinho de papai? Pedir pra Crabbe e Goyle me azararem? Porque já vi que aqueles dois macacos são melhores que você para fazer azarações.
Ouve um urro de aprovação saído da mesa da Grifinória. Todos aplaudiram, gritaram ou bateram na mesa, demonstrando que concordavam com cada palavra que ela havia pronunciado.
Malfoy sacou a varinha e apontou para a garganta de Letícia, exatamente como fizera mais cedo.
- CALA A BOCA, SUA SANGUE-RUIM! – Gritou ele, os olhos brilhando de ódio. – TRAIDORA DO SANGUE!
- NÃO A CHAME DESSE JEITO! – Um grito veio em resposta.
Todos os olhares se desviaram para a mesa da Sonserina, de onde partira o grito. Snape estava de pé e atravessava o Salão com fúria intensa.
- Não se dirija a ela, Malfoy! – Disse ele, segurando o braço de Lúcio com tanta força que ele foi obrigado a soltar a camisa de Letícia. Ela deu um passo mais para perto de Snape. – Deixa ela em paz.
- O quê? – Perguntou Malfoy, confuso.
- É isso mesmo que você ouviu, Lúcio. – Esclareceu Snape, os dentes cerrados. – Deixe Letícia em paz! Não se meta com ela.
- Ou o quê? – Perguntou Malfoy, apontando a varinha para o peito de Snape.
Os dois ficaram se encarando. A intensidade do olhar era tanta que era capaz de que qualquer um dos dois caísse morto a qualquer segundo. Algumas pessoas chegaram a desviar o olhar. Snape era alguns centímetros mais alto que Lúcio, que, por sua vez, parecia mais forte.
Antes que qualquer um dos dois pudesse fazer qualquer coisa, Letícia apontou a varinha para Malfoy e gritou:
- Petrificus Totalus!
Imediatamente, os braços e pernas de Malfoy pareciam estar amarrados. Ele caiu no chão com um baque estrondoso, a cara no chão. Letícia caminhou até ele, chutou-o para que ficasse com a cabeça para cima e disse:
- Nunca se meta com o Sev. – Dizendo isso, deu um chute com força no nariz dele que, imediatamente, começou a sangrar.
- E é Letícia dois, Malfoy zero! – Gritou Snape, arrancando aplausos e gritos de todos os presentes, exceto os sonserinos, que olhavam para Malfoy sem falar ou fazer nada.
- Você ta bem? – Perguntou Snape, segurando Letícia pelos ombros e encarando-a.
- Estou sim. Obrigada, Sev. – Disse ela, abraçando-o com força.
Sirius levantou-se da mesa e Snape soltou Letícia. Sirius abriu um largo sorriso e gritou, de modo que todo o Salão pudesse ouvir:
- Viva a Letícia! - Gritou Sirius, abraçando a garota. - Eternamente Grifinória! Eternamente Marota!
No mesmo instante, porém, a alegria foi exterminada. James caiu com força sobre o banco, parecendo desmaiado. O pânico tomou conta da mesa. Lily correu para ver como ele estava, juntamente com Letícia, Sirius e Snape. Porém, Snape foi o primeiro a falar:
- Poção do Sono. Malfoy.
Todos nos voltamos para o garoto no chão, paralisado, com o nariz sagrando.
- Como vamos jogar sem um apanhador? – Perguntou Letícia, desesperada.
Como capitã do time, era sua obrigação pensar nisso, até mesmo porque daqui à uma hora e meia o jogo iria começar.
- Qual foi o segundo melhor apanhador nos testes? – Perguntou Snape.
- Sirius. – Disse Letícia, apontando para o garoto.
- Tudo bem, eu serei o apanhador, mas... Quem será o artilheiro?
- Weasley! – Gritou Letícia. – Arthur Weasley?
- Eu? – Perguntou um garoto muito ruivo, com sardas no rosto, levantando-se.
- Você poderia ser o artilheiro de hoje? – Perguntou Letícia.
- Claro! – Respondeu Arthur, feliz.
- Agora... Vamos leva-lo para a Ala Hospitalar, para ver se Madame Pomfrey pode acorda-lo. – Disse Snape. Imediatamente, Lily lançou um feitiço que fez James flutuar e começou a leva-lo em direção à Ala Hospitalar.
Letícia lançou um feitiço para levitar também em Malfoy, porém, antes de começar a caminhada até a Ala Hospitalar, murmurou, ameaçadoramente:
- Se disser a verdade para Madame Pomfrey, contamos que foi você que botou a poção do sono no suco de James. Então, invente que tropeçou e bateu o nariz na mesa, ou qualquer coisa. Mas não ouse falar a verdade.
Foram horas de agonia, até que o jogo teve início.
Snape seguiu para o campo e sentou-se na arquibancada da Sonserina, juntamente com os colegas, que gritavam incentivos para os jogadores. Ele, ao contrário de todos, usava um cachecol vermelho e dourado, um boné com a foto de um leão e levava consigo uma faixa encantada dizendo “VAI GRIFINÓRIA! ARRASA ESSE BANDO DE TRASGOS!”.
- E começa o jogo! – Ouviram a voz de Mário Jordan dizer. – Graças a um imprevisto, Black está jogando no lugar de Potter, como apanhador, enquanto Weasley joga em seu lugar, como artilheiro. A posse da goles é da Grifinória. Malfoy percorre o campo atrás do Pomo de Ouro, seguido de perto por Black. Flint rouba a goles de Jonhson. Flint avança pelo campo, desimpedido. Weasley avança... MAS TEM QUE DESVIAR DE UM BALAÇO LANÇADO POR GOYLE! Flint lança a goles e... BEEEEEELA DEFESA DA CAPITÃ DO TIME, LETÍCIA MINGER!
Após meia hora de jogo, estava 100 x 30 para a Grifinória. Sirius e Malfoy já tinham se chutado, empurrado, mordido e etc tantas vezes que era impossível sequer tentar contar. E Letícia tinha feito defesas espetaculares, inclusive uma em que teve que ficar de cabeça pra baixo, segurando-se apenas com as pernas ao cabo da vassoura e agarrou a goles com a ponta dos dedos.
- E BLACK DÁ UM MERGULHO ESPETARCULAR, SEGUIDO DE PERTO POR MALFOY! SERÁ QUE ELE VIU O POMO? Mas esperem um instante. Black voltou a subir assustadoramente rápido, enquanto Malfoy continua a mergulhar. Agora é que o tonto do Malfoy... Ai! Desculpa professora McGonagall. Agora é que Malfoy foi reparar que Black estava apenas enganando-o. Black localizou o pomo e está quase o alcançando! Malfoy está tentando de todas as formas possíveis chegar antes que Black! MALFOY CHUTOU BLACK DA VASSOURA! Mas, esperem... BLACK AGARROU O POMO! PENDURADO NA VASSOURA APENAS POR UMA MÃO, BLACK CONSEGUIU AGARRAR O POMO! ESSA FOI DIGNA DE POTTER! E FIM DE JOGO! GRIFINÓRIA 250! SONSERINA 30!
Ouve um urro de comemoração partindo de todas as arquibancadas, exceto a da Sonserina, de onde saiu um muxoxo. Snape era o único que pulava de alegria e, juntamente com os grifinórios, pulou no campo e correu para cumprimentar os jogadores. Mais especificamente... A goleira e capitã do time, Letícia.
- Arrasou, Lê! – Gritou Snape, envolvendo a garota em seus braços.
Ela passou os braços em volta do pescoço dele e sentiu o seu delicioso perfume.
- Valeu, Sev. – Disse ela, baixinho.
Ele tirou-a do chão e girou com ela nos braços, provocando risos na garota. Quando pararam, ela voltou a abraça-lo, ainda rindo.
- Então... O ensaio ainda está de pé? – Perguntou Snape, sorridente.
- Claro que sim. – Disse ela. – Vou tomar uma...
Mas não pôde terminar a frase, porque uma maré vermelha e dourada arrastou ela e Snape para fora do campo e em direção aos corredores, para uma comemoração pela vitória do time. Snape sabia muito bem aonde iriam: Visitar o James na Ala Hospitalar, para contar da incrível vitória.

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