Aniversário de namoro



Cap. 22 - Aniversário de namoro

Tiago se levantou, vestiu a Capa de Invisibilidade, pegou o Mapa do Maroto e saiu do dormitório, seguido por Sirius. Não havia mais ninguém na Sala Comunal, exceto Remo, Harry e Frank. Sirius entrou debaixo da capa, Tiago disse um “até manhã” para os amigos e, juntos, saíram da torre. Em um corredor deserto, um pouco depois do saguão de entrada, Sirius saiu de debaixo da capa. Se escondeu atrás de uma armadura e esperou... Enquanto isso, Tiago seguiu em direção ao local em que esperaria por Lily.

Chegando lá, abriu o mapa e apontou a varinha.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom! – disse ele, e, no instante seguinte, várias linhas pretas começaram a surgir no mapa, assim como vários pezinhos que se moviam, e tinham o nome da pessoa intitulados acima deles.

Sentou-se no chão perto da porta, ainda com a capa, guardou a varinha e ficou apenas observando, esperando ela chegar...

**

- Acho melhor irmos, garotas – disse Alice, olhando no relógio.

- É, já está tarde – concordou Gina.

- Então, vamos – falou Lílian. – Vemos você outro dia, Hagrid.

- Está certo – disse o gigante, sorrindo. – Até mais!

- Até - disseram todas e saíram da cabana do guarda-caça.

Elas atravessaram os jardins frios e silenciosos. Só ouvia-se o ruído de seus passos triturando a grama. Quando entraram no castelo, ouviram passos ecoando nos corredores. Com certeza seu dono estava vindo em direção a elas. As quatro se entreolharam, atravessaram o saguão de entrada rapidamente, fazendo o mínimo de barulho que podiam e entraram num armário de vassouras.

Após alguns minutos, escutaram o passos se distanciando. Tendo certeza de que a pessoa já estava longe, Kely abriu a porta e olhou para os dois lados, para se certificar de que não havia mais ninguém por ali.

- Podem vir, não tem mais ninguém – avisou ela, chamando as amigas. – Mas acho melhor não tentarmos ir para a Sala Comunal agora, porque, quem quer que fosse, foi na direção que teríamos que ir.

- Concordo – disse Gina. – E se ela parou, vamos acabar encontrando-a e isso não vai ser nada legal.

Alice e Lílian concordaram e foram na direção oposta. O que Lily não sabia é que o dono dos passos nunca daria uma detenção a elas...

- E agora, para onde vamos? – perguntou Alice, fingindo estar nervosa e tentando parecer sincera, pois, afinal, sabia exatamente para onde deveria ir.

- Não faço idéia – respondeu Lily, olhando para todos os lados. – Não estive muitas vezes aqui. Acho melhor voltarmos para a Sala Comunal.

As três gelaram quando ela sugeriu voltar. Kely foi a primeira a se recuperar e, pensando rápido, disse:

- Nem pensar, Lily, agora já estamos aqui. Vim poucas vezes, tem um lugar por aqui que tem uma bela vista. Vamos até lá? – perguntou ela, fazendo um sinal imperceptível para Gina e Alice.

- Claro! – responderam as duas, e Gina completou – não teria nada melhor a fazer mesmo.

- Como assim, Gina? – indagou Lily, incrédula. – Em primeiro lugar, amanhã temos aula, em segundo, podemos ser pegas e levar uma baita detenção e...

- Tanto poderemos ser pegas agora como depois, Lily – disse Alice.

- E em terceiro – continuou Lílian, um pouco mais alto, pois percebeu que seria interrompida outra vez. – Eu poderia estar estudando ou fazendo meus deveres.

- Fala sério, amiga! – exclamou Kely. – Em primeiro, você nem precisa estudar....

- Claro que preciso! – interrompeu Lily, fechando a cara.

- Em segundo – continuou ela, olhando no relógio. – em dois minutos será nosso aniversário de namoro. Você iria estudar bem nesse dia?

- E o que mais eu faria? – perguntou Lílian, com tristeza. – Ele não está aqui.

- Ah, vamos, Lily – começou Alice. – Anime-se!

- Não dá, Lice! – respondeu a ruiva, cabisbaixa. – Toda vez que eu penso...

- Nada de tristeza, senhorita Evans! – falou Gina, sorrindo. – Vamos animá-la! Anda!

Ela saiu na frente com a varinha acesa, enquanto as outras duas faziam Lily rir e se alegrar mais. Mas, um momento, perto da porta em que Tiago estava, Gina parou bruscamente.

- Qual o problema? – perguntou Lílian, ao perceber isso.

**

Pela vigésima vez em dez minutos, Tiago olhou o mapa. Mas, dessa vez, se alegrou. Sirius estava chegando no saguão de entrada, enquanto quatro pontinhos intitulados “Kely Stann”, “Alice Jackson”, “Gina Weasley” e “Lílian Evans” o atravessavam rapidamente e entravam em um armário de vassouras. Quando o pontinho “Sirius Black” passou, os quatro saíram do armário de vassouras e seguiram na direção oposta à que levava a Sala Comunal da Grifinória.

Estavam indo na direção em que Tiago estava. Pelo visto, as garotas tinham conseguido convencer Lily...

Ele se levantou e ficou atrás da porta, tomando o cuidado para esta não bater nele quando entrassem na sala. Quando os pontinhos estavam se aproximando, ele puxou novamente a varinha e apontou para o mapa.

- Malfeito feito! – murmurou, e logo as linhas do mapa começaram a sumir e ele voltou a parecer apenas um pergaminho velho. Ele estava nervoso, não sabia qual seria a reação de Lily ao saber da verdade...

Mas foi tirado de seus pensamentos por passos e algumas risadas baixas, vindas do outro lado da porta. Foi com muita satisfação que ouviu a voz das meninas e... de Lily.

- Ouvi alguma coisa – respondeu a Gina, num sussurro. – Vocês ouviram?

- Eu ouvi! – respondeu Kely, olhando para os lados, fingindo ter medo.

- Eu também! – disse Alice, puxando a varinha. Agora todas estavam juntas.

- Eu não ouvi nada – falou Lílian, tentando ouvir algum mínimo ruído.

- Veio daquela sala! – disse Kely, apontando para onde Tiago estava.

- Alguém vai até lá ver o que é? – perguntou Alice, segurando o riso.

- Eu não – responderam Gina e Kely, juntas, sobrando para a ruiva.

- Suas medrosas! – exclamou Lily que, embora estivesse um pouco receosa, puxou a varinha, acendeu-a e seguiu em direção à porta fechada a sua frente. Ela deu uma última olhada para trás e abriu a porta. Esperava ver alguma coisa, mas não viu nada além da sala meio escura com algumas carteiras empilhadas no canto.

Ela entrou vagarosamente, olhando para todos os lados da sala, ainda sem ver nada. Mas, de repente, a porta se fechou com um estrondo. Lílian olhou para trás e, com medo, correu até a porta. Girou a maçaneta, mas ela não abriu.

- Alohomora! – disse ela, apontando a varinha para a maçaneta. Nada. A porta não se abria de jeito nenhum. – Kely! Alice! Gina! – chamou a ruiva, agora com mais medo. As três tentavam abafar suas risadas com a mão, para ela não desconfiar de nada, por enquanto. Quando se recompuseram, Kely falsificou uma voz receosa e continuou.

- Lily, o que aconteceu?

- Não sei! – respondeu a ruiva, já em pânico, por trás da porta trancada. – Me tirem daqui, por favor!

- Mas Lily, não sabemos como abrir essa porta! – respondeu Alice, fingindo estar em pânico também.

- Ah, e agora? – perguntou a ruiva, impaciente, tremendo um pouco, pois aquela sala estava começando a lhe dar arrepios. Era fria e escura e as sombras feitas nos chão não eram nada reconfortantes.

- Não faço idéia, Lily, nenhum dos feitiços que tentamos faz efeito nessa porta! – exclamou Gina, sorrindo, embora Lílian não pudesse ver.

- Eu não quero passar a noite nessa sala! Ela me dá arrepios! – continuou Lily, agora de costas para a porta, e Tiago, imóvel a alguns passos dela. Ele só esperava que ela não esbarrasse nele e acabasse gritando por causa do susto.

- Nós sabemos, Lily, mas não tem nada que possamos fazer! – reforçou Kely.

- E não vá fazer escândalo, nem barulho muito alto! – advertiu Alice.

- Ela está certa, Lily – concordou Gina, olhando para as amigas. – Não queremos acordar o castelo inteiro!

- Ah é? – perguntou Lílian, ainda olhando para a sala, encostada na porta. – E como eu vou sair daqui?

- Vamos achar uma solução, mas fica calma – falou Kely, rindo do pânico da amiga. Quando ela souber a verdade – pensou ela. – Vai querer passar a noite toda aí... e quem sabe o resto da semana, também...

- Como é que você quer que eu fique calma, dona Kely? – perguntou Lílian, furiosa e com medo, ao mesmo tempo. – Você não estaria nada calma se estivesse trancada numa sala dessa e, ainda por cima, sozinha!

- Lily, temos uma idéia! – exclamou Gina.

- Se for para me tirar daqui, eu recebo de braços abertos! – respondeu a ruiva.

- Bom, é mas teremos que ir... – começou Alice, mas foi interrompida bruscamente por um quase grito de Lily.

- Como assim “teremos que ir”? – quase gritou ela. – Nem pensem em me deixar aqui sozinha!

- Mas Lily, se não fizermos isso, não tem como tirar você daí – continuou Kely, estava pensando num jeito delas saírem dali o mais rápido possível, para Tiago poder começar a agir.

- Ah é? – perguntou a ruiva, revirando os olhos. Elas não pensam, não? – E, vocês vão fazer o quê? Chegar na sala da McGonagall, bater na porta dela quase uma hora da manhã, esperar um gentil “Entrem! Que bom vê-las por aqui! A que devo essa gentil visita? O que desejam, caras aluninhas?”

Depois dessa, nenhuma das quatro conseguiu segurar o riso. Lily até se esqueceu de pensar como sairia daquela sala. Sentaram no chão segurando a barriga de tanto rir. Nem Tiago agüentou e começou a rir junto, embora não tão alto quanto as meninas. Ele abafava o riso com as mãos para não acabar assustando a ruivinha antes da hora.

Tiago foi o primeiro a parar de rir, cinco minutos depois. Logo em seguida as meninas foram parando também, todas ofegantes de tanto rir. Então Lily resolveu voltar ao assunto em que estavam antes do ataque de riso.

- Então, meninas – começou ela, um pouco mais calma. – Vocês não esperam mesmo isso, não é?

- Não – respondeu Kely, revirando os olhos. – Mas não pretendíamos ir à sala da McGonagall.

- É, Lily, iríamos até a Sala Comunal – continuou Alice.

- Chamar os meninos para ajudar – completou Gina. Lily desconfiou, pois parecia tudo muito ensaiado, mas depois pensou que fosse apenas uma impressão, pois as amigas não poderiam ter prendido-a naquela sala de propósito.

- E no que eles vão poder ajudar? – perguntou a ruiva, cruzando os braços.

- Não sei, mas alguma coisa vai adiantar – respondeu Alice.

Kely não agüentava mais as perguntas de Lily, estavam demorando muito para sair dali, então resolveu pôr um fim em tudo e sair dali.

- Estamos indo, Lily, voltamos com alguém daqui a pouco – disse ela.

- Ei! – protestou Lílian. – Não vão me deixar aqui, não é?

- Sinto muito, Lily, mas é o único jeito – falou Gina.

- Até daqui a pouco, Lily, a gente já volta – disse Alice se virando para sair.

- Fazer o quê? – perguntou a ruiva, cruzando os braços e encostando na porta trancada.

As meninas saíram dali o mais rápido que puderam, sem fazer muito barulho. Quando chegaram em um lugar que sabiam que a ruiva não poderia ouvir mais nada do que diziam, pararam e começaram a falar.

- Foi difícil! – reclamou Kely.

- É – concordou Alice. – A Lily estava conseguindo nos prender lá.

- E já são uma da manhã – complementou Gina. – Isso porque o Tiago queria começar tudo meia-noite.

- A Lily dificultou um pouco as coisas - falou Kely, continuando a andar, sendo seguida pelas amigas. – Ela é muito persistente quando quer!

- Pode ter certeza disso! – disse alguém, saindo de uma porta, a esquerda do corredor em que elas estavam. Na hora, as garotas gelaram e, como o corredor estava meio escuro, não era possível ver quem era. Em seguida, saíram mais duas pessoas dali, e os seis ficaram parados, sem falar nada apenas olhando.

E agora? – pensou Kely, assustada. – Já era! Fomos pegas! – Mas quando outro falou, Gina reconheceu a voz.

- Então, onde pensam que estavam indo, senhoritas?- perguntou ele, tentando segurar o riso.

- Harry? – chamou Gina, tentando ver melhor o rosto da pessoa, pois estavam meio ocultos pelas sombras.

- Sim? – perguntou o garoto, que agora ria um pouco.

- O que estão fazendo aqui? – indagou Alice, vendo que Frank e Sirius estavam junto, quando eles entraram em uma parte iluminada pelos archotes.

- Estavam demorando muito – explicou Frank. – Então resolvemos dar uma checada para ver se estava tudo certo.

- E está – respondeu Kely. – Mas vocês quase nos mataram de susto!

- Vamos? – chamou Sirius, dando o braço à namorada.

- Claro! – respondeu ela, sorrindo. O mesmo fizeram, Harry a Gina e Frank a Alice. – Para a Sala Comunal.

- Claro que não! – respondeu Sirius, indignado, seguindo para fora do castelo.

- E para onde vão, então? – perguntou Alice, confusa.

- Ora, se o Tiago pode fazer uma surpresa para a Lily, por que não podemos, também? – indagou Frank, abrindo um sorriso maroto.

**

- Ah! – reclamou Lílian, se desencostando da porta. – Eu não acredito que estou trancada nessa sala maravilhosa – continuou, sendo irônica. – E ainda por cima, sozinha!

Foi até a enorme janela que havia na sala e ficou a observar a paisagem. Dali era possível ver o lago negro, o rochedo onde Tiago havia a levado, e algumas outras partes da escola. A torre em que estava era muito alta, o vento forte e frio entrava pela enorme janela. Lily tinha se arrependido de não ter levado mais nenhum agasalho, sentia muita necessidade de um naquele momento.

Algum tempo depois, ela acabou se perdendo em seus pensamentos, esquecendo-se até do frio. Pela milésima vez desde que lhe disseram que Tiago havia ido para o Saint Mungus, ela tirou o lírio das vestes e ficou observando-o.

Vagarosamente e sem fazer barulho, para não assustá-la, Tiago, ainda coberto com a capa foi se aproximando dela. Chegou bem perto, conseguindo sentir até seu perfume de lírios.

- Posso até te sentir... – disse Lílian, sorrindo para o lírio. – Acho que é por tanta vontade de te ter aqui ao meu lado...

- E eu estou – sussurrou Tiago, bem baixinho. Lily sorriu e fechou os olhos.

- Te ouvir... – continuou ela, ainda com os olhos fechados. – Sentir seu cheiro...

Tiago aproveitou esse momento e tirou a capa e colocou-a no chão. Se levantou e ficou ao lado da ruiva. Mas ela não abriu os olhos.

- Posso até te ver se quiser... – continuou ela, provavelmente pensando em Tiago. Este segurou o riso, afinal, se ela abrisse os olhos, o veria de verdade.

- É, isso eu tenho absoluta certeza! – disse ele, sorrindo. O coração de Lily pareci que queria sair pela boca, tamanho susto que ela levou. Ela não conseguia falar, se mover, nem sequer piscava os olhos. Quando recuperou a fala, estava prestes a gritar, mas Tiago foi mais rápido, pegou-a e tapou sua boca. – Por favor, Lily, não grite!

Alguns segundos depois ela se acalmou e Tiago a soltou. Ela ainda o observava como se achasse impossível dele estar ali.

- Ei, Lily! Fala alguma coisa!

- E... eu... – começou ela, mas não conseguia terminar a frase.

- Você? – incentivou ele.

- Você é mesmo o Tiago? – perguntou ela, olhando-o de cima abaixo, procurando por sinais de falsidade.

- É claro que sim, Lily! – respondeu ele, rindo.

- Mas, como…? – ela tentou expressar o que sentia naquele momento, mas não saía de jeito nenhum. Era uma mistura de confusão, choque, felicidade, desconfiança, incerteza e saudades.

- Explicações depois, Lily – disse ele, se aproximando dela, que não moveu sequer um músculo. Passou uma das mãos por sua cintura e a outra ficou a acariciar o rosto da ruiva. – Senti tanta saudade... mesmo que você estivesse por perto, eu não podia tocar em você, falar com você, beijar você... – continuou, se aproximando cada vez mais. Ela ainda estava imóvel. Apenas ouvia. – Te via triste, por eu não estar ao seu lado, e eu não podia simplesmente aparecer, embora eu quisesse.

Nenhum dos dois desviou o olhar, que expressava a mesa sensação nos dois: amor.

Tiago foi se aproximando ainda mais, até encostar seu nariz no da ruiva. Tiago deu um beijo doce nela, que correspondeu no mesmo instante. Agora ela tinha plena certeza de que estava realmente nos braços de seu amado.

Ele pediu passagem e aprofundou o beijo. Ela passou suas duas mãos pelo pescoço do rapaz e ficaram ali, naquela sala que agora não parecia mais tão assustadora e fria como antes, por um longo tempo, se beijando... nenhum dos dois parecia querer parar, mas se separaram após algum tempo, para pegar fôlego.

Tiago sorriu ao ver o brilho intenso que voltara a se instalar nos olhos verde-esmeralda dela.

- Você me faz tão feliz... – começou ele, mas a ruiva colocou o dedo indicador em seus lábios, fazendo-o calar.

- Eu te amo! – disse ela, antes de começar a beijá-lo outra vez. Após eles se separarem, ficaram ali, abraçados.

- Por que não me contou que estava bem?- perguntou ela, olhando-o nos olhos.

- Queria fazer essa surpresa. Estive pensando nela desde que acordei na ala hospitalar.

- E quando foi isso?

- Ontem, pela madrugada.

- Senti tanta falta sua! Achei que estivesse no Saint Mungus e não poderia comemorar o dia de hoje.

- Eu sei disso – respondeu ele, sorrindo. – Mas o que importa é que agora eu estou aqui, e podemos comemorar por quanto tempo você desejar. Mas...

- O quê?

- Quero te levar a um lugar, primeiro – ele se afastou dela, e pegou sua mão. No canto da sala, havia uma vassoura. Lílian olhou-o, confusa. – Vamos.

- Onde?

- Você verá! Suba! – A ruiva obedeceu e montou na vassoura, atrás do namorado. Ele deu impulso e saiu da torre pela enorme janela, sobrevoando aquele céu meio nublado, meio estrelado.

**

Frank, Alice, Harry, Gina, Sirius e Kely foram para fora do castelo, mas, ao saírem pelas portas de carvalho, cada casal foi para um lado, as meninas curiosas, seguindo seus respectivos namorados.

Frank levou Alice até uma gigantesca árvore que havia perto das estufas da escola. Nela havia uma espécie de escadinha, em que ele subiu e ajudou-a a subir, também. Alice se maravilhou com que viu ali.

A parte da árvore em que estavam era plana, parecia ter sido feita, pois após o tronco, não apareciam simplesmente um monte de galhos. Os galhos grossos se distanciavam, cada um para um lado, formando uma espécie de árvore perfeita para se construir uma casinha.

Ali havia uma toalha branca com detalhes em azul claro, margaridas (as flores preferidas de Alice) espalhadas por ali, um buquê das mais belas no centro e uma cestinha de vime.

- eu sei que é o nosso décimo terceiro mês de namoro – começou Frank, sorrindo. – Mas queria fazer algo para você.

- Ah, Frank, não precisava! – respondeu a garota, sorrindo também.

- É claro que precisava! – disse ele, rindo. – Eu te amo, sabia?

- É claro, senão não estaria aqui comigo! – respondeu ela, se jogando nos braços do namorado e beijando-o.

- Então, vamos aproveitar nosso restinho de noite?

- Claro – respondeu Alice e eles se sentaram. Frank abriu a cesta e tirou de dentro uma linda torta de chocolate com o nome dos dois escrito em cima. Ficaram ali, por um longo tempo, comendo, conversando, namorando...

**

Sirius foi um pouco mais a frente que Kely, mostrando-lhe o caminho, com um sorriso maroto estampado no rosto.

- Que sorrisinho é esse, Sirius Black? – perguntou ela, desconfiada.

- Nada não... – respondeu ele, escondendo o sorriso.

- Sei... – começou ela, mas Sirius interrompeu.

- Não fale mais nada, apenas me siga. Sei que vai amar minha surpresa.

- E como pode ter tanta certeza assim?

- Ora, qualquer coisa feita por mim é perfeita, assim como eu mesmo!

- Convencido! – disse a garota, rindo.

Eles andaram por mais quinze minutos, até que chegaram em um lugar que Kely não conhecia. Pelo visto, eles tinham dado a volta no castelo, e estavam agora, na parte de trás dele. Era, por sinal, um lugar muito bonito.

Flores de todos os tamanhos, tipos e cores ficavam em volta de uma parte com grama baixa e macia. E ali, em cima de uma bela mesinha decorada de vermelho havia uma linda rosa branca. Sirius foi até lá e pegou a flor. Retornou a Kely e entregou a ela. A menina ficou boquiaberta.

- Essa rosa branca simboliza o meu amor por você, Kely.

- Ela... É perfeita! Obrigada! – respondeu a menina. Sirius se aproximou dela e beijou-a. Após algum tempo, eles se separaram e Sirius sorriu.

- Eu não disse que tudo feito por mim era perfeito? Você mesma acabou de confirmar!

- Convencido! Mas é perfeito sim.

- Então, vamos jantar?

- O quê? – perguntou ela, confusa. – Agora?

- Amanhã é que não pode ser! – disse ele, sorrindo.

- E o quê vamos jantar, senhor Black? – perguntou ela, colocando as mãos na cintura. - Não estou vendo nada aqui além da mesinha, a não ser que goste de grama ao molho de rosas!

Nenhum dos dois agüentou, começaram a gargalhar, tentando abafar o barulho, para não acabarem acordando ninguém ou serem ouvidos. Quando pararam de rir e recuperaram o fôlego, Sirius continuou.

- E quem disse que não tem nada aqui?

- Eu ainda não estou cega, caso queira saber.

- Ah, é? Então sugiro que olhe de novo – disse ele, acenando com a varinha, fazendo um belo jantar aparecer na mesinha.

- Mas, como? – perguntou ela, confusa e, ao mesmo tempo, espantada. – Não é possível conjurar comida.

- Não conjurei nada, apenas apliquei um feitiço para que não ficasse visível...

- Nossa... – foi a única coisa que ela conseguiu dizer, frente àquele maravilhoso jantar.

Sirius foi até a mesa e acendeu as três velas que ali haviam, iluminando todo o espaço, pois a luz fraca que a lua nova emitia não era capaz de deixar tudo claro, e as velas davam um toque mais romântico, e Sirius sabia que Kely, apesar de nunca ter falado nada, gostava disso.

- Vamos comer, senhorita? – perguntou Sirius, fazendo uma pose de galã e puxando a cadeira para trás, para que ela pudesse se sentar.

- Claro! – respondeu ela, se sentando na cadeira. Sirius sem sentou em frente a ela, e, por alguns momentos, ficaram apenas se olhando.

- Então, podemos começar nosso jantar!

Eles se serviram e começaram a comer. Estava tudo quente, parecia que tinha acabado de ser feito, embora isso não fosse possível, Sirius deve ter arrumado isso há uma hora ou mais.

- Isso está ótimo, Sirius!

- Que bom que está gostando, Kely! Está realmente bom, eu concordo!

- Foi você que fez?

- Bem... eu... só fiz algumas coisas... – começou ele, mas Kely começou a rir.

- E os elfos fizeram o resto – completou ela, ainda rindo.

- Bem... é – respondeu ele, meio sem jeito.

Eles terminaram de comer e se sentaram na grama. Sirius abraçou a namorada e ficaram assim por um longo tempo... observando as flores, as nuvens no céu que ora encobriam a lua...

Kely acabou adormecendo nos braços de Sirius. Ele sorriu ao perceber isso. Decidiu que a acordaria em alguns minutos, para poderem voltar para o castelo e dormir, pois teriam aula em algumas horas, e não poderiam dormir ali, estava bem friozinho.

**

Harry foi de mãos dadas com Gina, ela o seguia, pois não fazia a mínima idéia de onde estavam indo, muito menos que ele tinha preparado alguma coisa para comemorar seu aniversário de namoro.

- Harry, onde estamos indo? – perguntou ela, ao se passarem dez minutos e nada de chegar.

- Já vai ver!

- Está me deixando curiosa! – disse ela, rindo um pouco.

- É por isso mesmo que não vou contar e é uma surpresa, se eu contar, estrago a surpresa.

- Ah, está bem! Mas, falta muito?

- Não, já estamos chegando.

Mais dez cinco minutos e a ruiva já estava impaciente.

- E aí? Vamos chegar hoje ou amanhã?

- Não se preocupe, chegaremos hoje! – respondeu Harry, rindo. – Chegamos!

- Aonde, exatamente?

- Olhe você mesma!

Eles estavam no alto de uma grande rocha. Gina foi até a ponta dela, para ver onde estavam. Era lindo. Abaixo da rocha, estava o lago, com suas águas frias mas de uma beleza inigualável, sua superfície lisa e brilhante, que refletia a fraca luz da lua. Na beirinha do lago havia pétalas de flores vermelhas espalhadas.

- É... lindo! – respondeu a ruiva, apreciando a bela paisagem.

- Por isso que te trouxe aqui! – disse Harry, se aproximando dela e abraçando-a por trás.

- Você é o melhor namorado do mundo, sabia? – perguntou ela, sorrindo e se virando para ele.

- Não, mas agora sei!

- Sabe do quê mais?

- O quê?

- Te amo! – disse a ruiva, passando os braços por trás do pescoço de Harry e beijando-o, longa e profundamente.

- Gostaria de me acompanhar em um pique nique, senhorita? – perguntou Harry rindo.

- Claro – respondeu Gina, rindo também. Harry foi até a ponta da rocha que dava para a terra e pegou ali uma linda cesta. Colocou a toalha vermelha no chão e os dois se sentaram. Harry tirava da cesta tudo o que se podia imaginar, desde bombas de chocolate e doce de leite até sorvetes que não descongelavam.

Enquanto comiam, ficaram conversando sobre o “futuro”, sobre o que poderia estar acontecendo agora, com todos... Eram somente suposições, pois não tinham a mínima idéia do que estava acontecendo a vinte e um anos à frente.

Quando terminaram de comer, Harry se levantou, tirou um pacotinho azul das vestes e entregou-o à ruiva.

- O... o que é isso? – perguntou ela, olhando o pacote.

- É meu presente para você! – respondeu Harry, sorrindo.

- Mas, achei que o presente fosse o passeio.

- Os dois são! Você merece.

- Obrigada! – agradeceu ela, sorrindo e começando a desembrulhar o presente. Quando terminou de abrir, e viu o que era, seu rosto se iluminou de felicidade. Ali dentro havia um colar de ouro com um pingente de cristal em forma de coração. Dentro do pingente estava escrito “Te amo!”. Era realmente lindo.

Harry foi até ela e colocou o colar. Gina virou-se para ele com os olhos brilhando e com um belo sorriso.

- Sabe, esse sorriso lindo faz com que você seja mais linda do que já é! – falou Harry, abraçando-a pela cintura.

- Obrigada senhor Potter! – disse ela, rindo. – E você é o namorado mais perfeito que eu poderia ter.

Eles se sentaram e ficaram por um tempo ali, namorando e observando o castelo de Hogwarts, o lago, o céu...

Depois de uma meia hora, decidiram que era melhor voltar para o castelo, com sorte não seriam pegos...

**

Tiago e Lily sobrevoaram toda Hogwarts, em direção a algum lugar em que Lily nunca havia estado antes. Estavam indo em direção às montanhas que cercavam o castelo.

A ruiva estava completamente confusa e com frio também, aquele vento batia em seu rosto, deixando-a quase congelada em cima da vassoura.

Durante a breve viagem, Tiago não falou nada e, assim como Lílian, estava com frio, mas não tanto quanto a ruiva.

Ele foi reduzindo a velocidade e a altura, até que pousou na terra fria e dura. Lily desmontou, com as mãos insensíveis por causa do frio. Ela olhou para os lados, mas não viu nada, além de uma floresta escura e fechada, que começava a lhe dar arrepios.

- Onde estamos? – perguntou ela, vendo somente a silhueta de Tiago na escuridão.

- Você vai ver, agora, me siga – disse ele, sorrindo e acendendo a varinha.

- Vamos ter que entrar nessa mata fechada?- perguntou ela, incrédula.

- Não se preocupe, já estive aqui antes, é só me seguir.

- Mas com certeza não esteve aqui nessa escuridão!

- Não, mas sei o caminho. Confia em mim, Lily? – perguntou ele, estendendo a mão, para ela segurá-la.

- Claro – respondeu ela, sem hesitar. Tiago sorriu e começou a andar. Lily não fazia a mínima idéia de onde ele estava levando-a, mas, mesmo assim, continuou atrás dele.

Estavam andando por quase dez minutos, e Lílian não via nada além de árvores e mais árvores, cada vez mais fechadas. Estava começando a desconfiar de que estavam perdidos e Tiago não queria falar nada. Quando ela ia dizer isso, ele parou. Estavam agora em uma parte mais aberta da floresta, mas não tanto quanto a clareira em que pousaram.

- Chegamos! – disse ele, sorrindo.

- Ah, onde? – perguntou a ruiva, olhando para todos os lados, mas a única coisa que via era um enorme buraco na parede rochosa a frente. Devia ter uns quinze metros de largura e cinco de altura.

- Por quê ele me trouxe a uma caverna? – pensava Lílian, sem entender absolutamente nada. Ela devia estar com uma perfeita cara de ponto de interrogação, pois Tiago riu ao olhar para ela e, parecendo ter lido seus pensamentos, começou a falar.

- Está pensando por que eu te trouxe a uma caverninha sem graça?

- Eu... – começou ela, sem saber o que responder, então, optou por uma nova pergunta. – Como sabe?

- Imaginei – respondeu ele, simplesmente. – Além disso, já te disse que essas esmeraldas não mentem para mim!

- Então, pode me explicar por que me trouxe a essa caverna, senhor Potter?

- Não é uma simples caverna, querida Lily.

- Ah, não? Então é o quê?

- Me siga e verá! – disse ele, andando rumo à caverna. Ao chegar nela, a luz da varinha iluminou tudo o que havia ali dentro. Lílian ficou sem palavras, boquiaberta.

- É... maravilhoso! – disse ela.

**

- Está gostando do seu dia, Alice? – perguntou Frank, ainda abraçado à namorada, com as costas nos galhos da árvore, enquanto ela estava recostada em seu peito.

- Maravilhoso! Apesar de ainda ser noite – respondeu ela, rindo.

- É noite, mas só de estar com você, a escuridão desaparece, você me ilumina!

- Ah, que lindo, Frank! – disse ela, olhando no fundo de seus olhos.

- Estou falando a pura verdade! – respondeu ele, beijando a namorada.

- Eu acho melhor voltarmos – falou ela. – Já está muito tarde, se não levarmos uma detenção, juro que vou ficar espantada!

- Certo, vamos então. E temos aula em cinco horas...

Os dois se levantaram. Frank desceu da árvore e pegou a cesta, colocando-a no chão para ajudar Alice a descer. Depois disso, foram em direção ao castelo, toando o máximo cuidado para não encontrarem ninguém.

**

Sirius apenas observava Kely dormir encostada nele, mas decidiu que já era hora de entrar, senão ficaria muito tarde, não que ele se importasse com isso, mas estava esfriando mais do lado de fora.

Chegou bem perto de seu ouvido e chamou a garota. Nada. Por mais uma ou duas vezes chamou-a, mas ela continuava dormindo. Então, resolveu mudar de tática. Se aproximou de seu rosto e beijou-a com doçura.

A menina despertou, mas tinha os olhos quase fechados por causa do sono, e parecia não saber o que fazia ali.

- Onde estamos? – perguntou ela, esfregando os olhos.

- Fora do castelo, Kely – respondeu Sirius.

- Achei que tivesse sido um sonho – continuou ela, bocejando.

- Não, foi real, totalmente real!

- Que bom! Foi maravilhoso... – começou ela. Eles se olharam por um tempo, até que Kely pareceu “acordar” de verdade. – Que horas são?

- São... – disse ele, olhando o relógio. – Duas e dez, por quê?

- Está tarde, temos aula, vamos entrar?

- Claro – respondeu ele. Os dois se levantaram e começaram a andar para o outro lado do castelo, onde era a entrada. Antes de darem dez passos, Sirius segurou o braço de Kely, fazendo-a virar para ele. – Mas antes, queria te dar algo.

- O quê? – perguntou ela, ainda meio sonolenta.

- Meu presente! – respondeu ele, com um sorriso maroto, tirando a caixinha azul turquesa que recebera pelo correio das vestes e entregando-a a namorada.

Ela recebeu a caixa, olhando-a confusa. Abriu-a e arregalou os olhos, vendo o que havia nela. Não conseguia emitir nenhuma palavra que pudesse expressar o que estava sentindo. Com delicadeza, retirou o conjunto de jóias da caixinha.

Era um colar de prata, com pedras aqua marine em toda a volta. Era pedras raras, muito raras. O brinco também possuía duas delas. Eram um azul marinho lindo e transparente, que combinavam exatamente com os olhos dela.

Sirius pegou o colar e colocou na menina e ela, encaixou os brincos. Ficaram perfeitos. Ele sorriu ao ver o efeito que fazia em Kely.

- Está linda! – disse ele, se aproximando e beijando a garota.

- São lindos, Sirius! Obrigada! – agradeceu ela, ao se separarem, sorrindo.

- Vamos, agora? – chamou o maroto, dando o braço a ela, que recebeu e seguiram para o interior do castelo.

Mas, quando estavam na metade do caminho, Sirius parou e Kely virou-se para ele.

- O que foi?

- Vamos entrar?

- Mas é exatamente isso que estou indo fazer!

- Não, não por lá, por aqui! – respondeu ele, sorrindo e apontando para uma parte da parede.

- Ele está louco... – pensou Kely. – Definitivamente louco!

- Vamos? – chamou ele, mais uma vez, ao ver que ela não respondia.

- Caso você não tenha notado, eu não sou um fantasma e, portanto, ainda não tenho a capacidade de atravessar paredes! – respondeu ela, no que Sirius começou a rir.

- Não estou falando para você atravessar uma parede, estou falando disso – disse ele, empurrando a parede numa pedra que estava um pouco para dentro. No mesmo instante, ela se tornou uma porta, uma passagem. Sirius voltou a rir ao ver a cara de Kely.

- Como encontrou isso? – perguntou ela, boquiaberta.

- Sou um maroto, Kely, conheço esse castelo como a palma da minha mão. Vamos?

Ele entrou e Kely o seguiu. Sirius fechou a porta e murmurou:

- Lumus! – a varinha acendeu, iluminando todo o local onde estavam. Era uma espécie de câmara, em que não havia nada. Completamente vazia.

- Onde estamos? – perguntou ela, observando cada mínimo detalhe do lugar.

- É uma passagem secreta. Eu e o Tiago a descobrimos no nosso segundo ano. É perfeita e, como nunca ninguém passa por aqui, não corremos o perigo de sermos pegos.

Como Kely não sabia o caminho, ele seguiu na frente.

**

Harry e Gina estavam chegando no saguão de entrada quando ouviram alguém, parecia que vinha em direção a eles. Os dois apenas se olharam e se esconderam atrás de uma estátua. Logo viram quem era: Frank e Alice, voltando do passeio. Harry e Gina abriram um sorriso maroto e seguiram os dois, em completo silêncio.

Quando viraram um corredor, Harry pôs a mão no ombro de Frank e Gina, no de Alice. O susto dos dois foi tão grande que nem conseguiram gritar. Os dois gelaram e se viraram lentamente, assustados.

Quando viram que eram apenas Harry Gina, suspiraram aliviados.

- Que susto! – disse Frank.

- Querem nos matar? – perguntou Alice, colocando a mão no peito.

- Não, só queríamos dar um susto mesmo – respondeu Gina, num sussurro.

- E conseguiram! – responderam os dois, juntos, também sussurrando.

- Vamos? – perguntou Harry, ainda rindo um pouco. Os quatro seguiram em direção a torre da grifinória, mas quando estavam no corredor da Mulher Gorda, uma porta se abriu.

Eles estacaram, quase sem respirar, apenas olhando para a porta, que era aberta devagar. Mas... quem saiu de dela foram Kely e Sirius. Ele fechou a porta com cuidado para não fazer barulho, mas toda a cautela foi por água abaixo quando viu que estavam sendo observados. Com o susto, ele bateu a porta, fazendo um estrondo. A armadura que havia ao lado da porta caiu, fazendo mais barulho ainda.

Sirius olhou diretamente para o grupo, parado a mais ou menos dez metros deles. Mas não ficou olhando-os por muito tempo, pois, depois daquela barulheira toda, provavelmente o castelo todo teria acordado, e Filch devia estar a caminho, com sua gata atrás.

Kely pegou seu braço e saiu correndo em direção ao retrato da Mulher Gorda. Os quatro correram atrás. Kely disse a senha a ela, que já estava acordada, e de muito mal-humor, claro.

- Por que me acordaram a uma hora dessas!? – perguntava ela.

- Enigma da Esfinge! – disse Kely, pela terceira vez. – Anda, abre logo! – completou impaciente.

De cara feia, o retrato girou, permitindo a entrada deles na Sala Comunal da Grifinória.

Os seis entraram quase voando e se jogaram, ofegantes, nos sofás e poltronas. Não falaram nada enquanto recuperavam o fôlego.

- Cara, essa foi por pouco! – disse Frank, olhando para todos.

- É, mais um pouco seríamos pegos e levaríamos uma detenção daquelas! – falou Kely, embora risse.

No momento, todos se olharam e começaram a rir.

- Bela aventura! – disse Harry.

- É, não sabíamos que eram vocês dois, quando abriram aquela porta – continuou Gina.

- E nem nós, que eram vocês – falou Sirius.

- Deu para perceber! – exclamou Alice, sorrindo. – Se soubessem, não teriam feito toda aquela barulheira!

Eles ficaram na Sala Comunal por mais quinze minutos, até se recuperarem totalmente dos sustos e da corrida. Depois disso cada um seguiu para seu dormitório.

**

- É simplesmente lindo, Tiago! – disse a ruiva, ao ver o interior da caverna.

Era uma enorme gruta, com estalagmites e estalactites no chão e no teto dela, algumas formavam belos e curiosos desenhos. A gruta era uma descida, lá embaixo, tinha um enorme lago com a água extremamente azul. Ao contrário do lado de fora da gruta, seu interior era aquecido.

Tiago desceu, seguido pela ruiva, que olhava tudo maravilhada. A cor da água ia se tornando cada vez mais bela, conforme chegavam mais perto dela, um azul único, inigualável, perfeito... Chegaram na parte ao fim da descida, a beira da água. Um pouco mais para o lado, havia uma toalhinha verde esmeralda, com uma torta de chocolate, duas garrafas de suco de abóbora e uma bomba de chocolate grande.

Tiago pegou a mão de Lily e seguiram até ali. Se sentaram e saborearam os doces.

- Isso está maravilhoso! – disse a ruiva, radiante.

- Bem melhor do que você pensava comemorar seu primeiro aniversário de namoro, há algumas horas, certo? – perguntou Tiago, rindo.

- Com certeza! A três horas atrás eu pensava estar trancada numa sala escura e sozinha. Mas você apareceu...

- Para salvar o seu dia! – completou ele, sorrindo.

- Convencido! Mas tenho certeza de que foi tudo planejado, principalmente a parte da sala! Estou certa?

- Está.

Depois que terminaram de comer, Tiago mexeu no bolso das vestes e tirou um pequeno livrinho.

- O que é isso? – perguntou a ruiva, curiosa.

- É pra você! – respondeu ele, sorrindo e entregando-lhe o livro.

Ela pegou-o e abriu. Nele havia fotos dela com Tiago, no dia em que ficaram presos na Sala Precisa, quando ele dormiu no dormitório feminino com Lily, e havia uma foto de antes deles começarem a namorar, a vez que ele foi entrar na Sala Comunal, não viu o degrau que havia na passagem e levou um tombo daqueles, e, ainda por cima, Lílian caiu em cima dele, depois.

Ela riu ao ver as fotos. Cada uma lhe trazia ótimas lembranças...

- Gostou? – perguntou ele, se sentando ao seu lado.

- Não, na verdade, eu amei! – disse ela, com um lindo sorriso. – É ótimo!

Tiago não falou nada, apenas beijou-a.

- Então, vamos nadar? – perguntou ele, tirando a capa, e a camisa, enquanto a ruiva o olhava, espantada.

- Ficou louco? – perguntou ela, incrédula. – Vou congelar se entrar aí!

- Ah, não vai mesmo! – afirmou Tiago, tirando os sapatos e as meias.

- Essa gruta não recebe luz do sol tão freqüentemente, deve ser muito gelada!

- Tem certeza? – perguntou Tiago, começando a tirar o cinto.

- Sim – respondeu ela, e completou – pode parar aí mesmo, não quero te ver sem roupa!

- E vai fazer como depois que nos casarmos? – indagou Tiago, rindo.

- Não sei, mas trate de se vestir! – ordenou ela, corando mais a cada instante e tapando os olhos.

- Não se preocupe, ruivinha, estou de shorts – falou ele, rindo mais ainda. Ela destampou os olhos, mas, mesmo assim, continuou vermelha ao vê-lo só de shorts. – Qual o problema, Lily, está com vergonha de me ver assim?

- Eu... – começou ela, mas não soube o que responder. Tiago apenas riu e se posicionou para pular no lago. – Se você virar um cubinho de gelo, não vou conseguir te levar de volta!

- E quem disse que eu vou congelar?

- Não faça isso, por favor, está frio, vai congelar!

- Não mesmo! – disse ele, sorrindo mas, antes que a ruiva pudesse dizer mais uma palavra, ele pulou com tudo naquela água azul. Levantou a cabeça e olhou para a ruiva ali, sentada, com os braços cruzados. – Viu, não congelei!

- Mas isso deve estar prestes a acontecer.

- Não vai acreditar em mim e entrar logo?

- Não.

- Então, já que não vai por livre e espontânea vontade, vai por livre e espontânea pressão! – disse ele, saindo da água, enquanto Lílian se colocava um passo para trás.

- Ah, não, você não vai me congelar junto!

Ele abaixou e pegou-a no colo e, ao contrário do que ela imaginava, ele não estava gelado. Encaminhou-se até a beira da água e pulou com tudo, antes que a ruiva pudesse falar mais alguma coisa.

Ela estava pronta para uma água fria, mas sentiu uma água quente sobre o corpo. Eles voltaram à superfície, Tiago ainda segurando Lily no colo.

- Ei! Não me disse que a água era quente! – protestou ela, embora sorrisse.

- Você não perguntou – respondeu ele, dando ombros.

- Está uma delícia! Como é que essa água pode ser tão quente?

- Ela vem de um lençol freático a mil e quinhentos metros abaixo daqui.

- Uau! Dessa eu não sabia!

- E a água desse lençol tem mais ou menos trinta graus.

- É tão gostoso... – disse ela, jogando os braços para trás e encostando a cabeça na água.

- Sabia que iria gostar, por isso planejei esse passeio – respondeu Tiago, sorrindo.

- Você é o melhor namorado que eu podia ter! – disse ela, com um sorriso de dar inveja no sol. Tiago também sorriu e beijou a namorada.

- Poderia me por no chão? – pediu ela, após se separarem. Tiago soltou-a e ela colocou os pés no fundo. Era de pedra, o que dava um aspecto ainda mais belo à gruta. A ruiva tirou a capa e os sapatos e jogou-os na beira da água. Deu um mergulho e levantou a alguns metros de Tiago. – Consegue me alcançar? – provocou ela.

- Claro que consigo! – respondeu Tiago, mergulhando atrás dela. Ficaram assim por alguns minutos, até que Tiago pegou-a pela cintura e deu um sorriso vitorioso. – Eu disse que conseguiria!

Tiago puxou-a mais para perto com uma das mãos e a outra ficou a acariciar-lhe o rosto molhado. Eles ficaram se olhando, Tiago via o brilho intenso naquelas lindas esmeraldas...

- Você é o meu sol, minha razão de viver, sem você eu não iria sobreviver, meu mundo seria frio como o gelo, mas você veio para acabar com o inverno que se instalara nele, derreter todo o frio e aquecer meu coração. Eu te amo, Lily. Te mo para sempre!

Ao ouvir toda aquela bela declaração de Tiago, Lily sorriu mais ainda e começou a beijá-lo apaixonadamente. Tiago começou a tirar sua blusa, deixando-a de saia e sutiã. Após algum tempo, os dois, se separaram, ofegantes.

- Te amo como nunca amei ninguém – disse ela, ainda com os olhos fechados. – E não quero te perder.

- Não vai – respondeu Tiago, recomeçando a beijá-la. Assim, começaram a se deslocar pelo lago quente. Estava tudo perfeito e nenhum deles queria sair dali. Depois de meia hora entre carinhos e beijos, resolveram que era melhor retornarem ao castelo, teriam o dia inteiro ainda para fazer o que quisessem.

Os dois saíram, sentindo o frio que estava fora da água. Tiago pegou a varinha e secou as roupas dos dois. Tiago chegou por trás dela e abraçou-a.

- Sabia que você fica linda assim?

- Assim como?

- Assim, de sutiã, só pra mim! – disse ele, fazendo a ruiva ficar tão vermelha que podia ser confundida com seus cabelos. – Ainda está com vergonha? – sussurrou ele, em seu ouvido. Ele deu um beijo rápido nela e foi colocar sua roupa, enquanto ela fazia o mesmo.

Depois de devidamente arrumados, Tiago recolheu as coisas que havia levado mais cedo e retornaram para a floresta. Estava extremamente frio lá fora.

Chegaram na clareira onde deixaram a vassoura, montaram e voltaram para o castelo. Por segurança, para não serem pegos, Tiago voou direto para a torre da Grifinória. Abriu a janela e eles entraram.

Cada um foi para seu dormitório, afinal, teriam somente três horas e meia para dormirem e já teriam que levantar para ir para as aulas.

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N/A: Esse capítulo é bem grande, é um dos maiores, mas espero que tenham gostado =) Posto mais um amanhã. Beijos!

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