A noite na sala trancada

A noite na sala trancada



- O QUÊ? – perguntou a ruiva, desesperada. – Vou ter que passar a noite aqui? E, ainda por cima, com você? Não acredito nisso!

- Calma, Evans, por que está tão perturbada? – perguntou Tiago, já com medo que ela explodisse e recomeçasse a gritar com ele.

- POR QUÊ? Você ainda pergunta por quê? – perguntou ela, quase gritando. – Terei que passa a noite toda nessa sala, trancada com VOCÊ!

- Ei, ei, não tínhamos acabado de combinar que seríamos amigos? – disse ele, baixinho, tentando acalmá-la – Então, por que é que você está gritando?

- Me desculpe – murmurou ela, envergonhada. – É que...

- Já está tão acostumada a gritar comigo que não pensa duas vezes – respondeu por ela, sorrindo.

- Bem... é – respondeu ela, vermelha.

- Não tem problema – falou Tiago, com um sorriso reconfortante. - Mas um dia vai ter que se acostumar a não gritar. Já agüentei isso por muito tempo...

- Vou tentar – disse a ruiva ainda vermelha.

- Não precisa ficar vermelha, Evans – disse ele, rindo. – Estamos só nos dois aqui.

- É exatamente isso que me preocupa.

- Não precisa se preocupar, prometo que me comportarei, realeza – disse ele, se curvando e fazendo a ruiva rir. – Já fiz você rir, é um bom começo.

- Certo, vamos comer agora, estou com fome.

- Seu desejo é uma ordem – respondeu ele, fazendo-a rir mais uma vez.

Se sentaram nas poltronas à frente da mesinha e começaram a comer alguns petiscos que havia nela. Acabaram de comer e ficaram relembrando algumas brigas do passado.

- Lembra aquela vez que você brigou comigo por que achava que tinha sido eu que joguei bomba de bosta no corredor do terceiro andar, fazendo a gata do Filch feder?

- É, mas só fiz isso por que te encontrei um andar abaixo do “incidente”. Faz três anos, já.

- Pois é... e eu não tinha feito aquilo

- Não? – perguntou ela, surpresa.

- Não – respondeu ele. – Foi um garoto do quarto ano da Lufa-Lufa, Michael Karrien, se não me engano.

- E por que não me avisou? – perguntou ela, confusa. – Eu briguei com você enquanto era inocente? – e, vendo que ele começou a rir, completou – por que está rindo?

- E você acreditaria em mim? O arrogante e prepotente do Potter dizendo a verdade?

- Tem razão, não acreditaria mesmo – disse ela, como se estivesse pedindo desculpas.

- Não tem problema, pelo menos sabe que fui inocente de alguma coisa! – respondeu ele sorrindo, hipnotizando-a com aquele belo sorriso. Por um tempo, ela não falou mais nada. Estava pensando em quantas mais brigas sem razão eles tiveram em que ele havia sido inocente e ela nem deu ouvidos ao que ele tinha para dizer. Tiago, percebendo no que a ruiva pensava, acrescentou – não se preocupe mais com isso, é passado. O importante agora é que somos amigos.

- Certo... - respondeu ela, mas logo em seguida, completou – como sabe no que eu estava pensando?

- Já te disse que essas sua esmeraldas não mentem pra mim – respondeu, sorrindo mais ainda. Ela sorriu em resposta e ele olhou no relógio. – Caramba! Quase meia-noite! É melhor irmos dormir, amanhã é segunda, temos aula logo cedo.

- Certo, mas tenho duas perguntas a fazer.

- Diga!

- Primeiro: como vamos sair daqui amanhã cedo?

- Tenho certeza que os marotos vão vir antes das aulas nos tirar daqui.

- Como tem tanta certeza?

- Conheço eles como ninguém. Além disso – continuou, vendo que ela iria interromper. – se eles não nos soltarem, terão que se ver comigo depois! Eu pego eles! – disse sorrindo.

- Está bem, vou acreditar em você.

- Aleluia! – disse ele feliz. – Bem, agora, vamos dormir?

- Essa era a minha segunda pergunta. Vamos dormir juntos nessa caminha? – perguntou ela, apontando para uma cama perto da parede, maior que uma de solteiro e menor que uma de casal.

- Algum problema? – perguntou ele, confuso. – Se você quiser, durmo aqui mesmo na poltrona e você fica na cama.

- Se ficar aí, vai acordar com um tremendo torcicolo.

- Então, o que sugere?

- Ah, posso até me arrepender, mas, dorme na cama também – disse ela, se encaminhando para a caminha.

- Você é quem pediu – disse ele. – Mas antes, tem que me prometer que não vai gritar comigo depois.

- Está bem – disse ela, revirando os olhos e foi se deitar. Tiago se deitou ao seu lado, cada um virado para um canto. Após algum tempo em silêncio, Lílian perguntou algo que, agora não saía mais de sua cabeça. A razão ela não sabia. – Potter? – chamou ela, para ver se ele ainda estava acordado.

- Sim? – respondeu ele, sinalizando que ouvia tudo.

- Você realmente gosta de mim?

- Não... – respondeu Tiago, fazendo-a ficar triste. Então, ele se virou para ela, chegou bem perto de seu ouvido e disse – Eu não gosto de você, eu te amo!

Essas palavras tiveram um efeito enorme sobre a ruiva, que estremeceu e disse:

- Se me ama, me dê provas – disse ela, sorrindo.

- Certo – respondeu ele, se levantando. – A primeira: esse ano, não fiquei com nenhuma garota, só penso em você.

- Só isso? – perguntou ela, se levantando também e olhando para ele, com os braços cruzados. – Como posso ter certeza de que só se cansou das garotas, já que ficou com todas de Hogwarts até hoje?

- Todas não, está se esquecendo de uma – respondeu ele, se aproximando da ruiva, fazendo-a recuar alguns passos, até encostar de leve na parede.

- Ah é? E quem estou esquecendo? – perguntou ela, com a voz fraca, sem conseguir desviar seus olhos verdes dos castanho-esverdeados do rapaz.

- De você, ruivinha – murmurou ele, roçando seu nariz no dela, fazendo-a tremer com aquelas palavras.

- O que está fazendo? – perguntou, num último esforço para se livrar de seus sentimentos, mas sem sucesso. Estava paralisada. Será que ele está certo? Será que eu gosto mesmo dele? Ah, ele está tão lindo... – pensava ela, enquanto continuavam se olhando.

- Uma coisa que quero fazer há muito tempo – respondeu ele, baixinho, sem desviar o olhar.

- E eu vou deixar? Quem disse que vou?

- Seus olhos me dizem ruivinha – disse ele. As pernas de Lily fraquejaram e ela agradeceu por estar encostada à parede, senão, com certeza, cairia no chão.

- Te amo. Nunca se esqueça disso! – disse Tiago, enlaçando-a pela cintura e trazendo-a para mais junto de si.

Tiago encostou seus lábios nos dela, sentindo a temperatura subir rapidamente. Lily não conseguiu, e não queria, se livrar de seus sentimentos, colocou seus braços em torno do pescoço do rapaz e correspondeu. Ele pediu passagem para aprofundar o beijo, que foi dada na mesma hora. Parecia que nada mais existia... Somente os dois...

Para eles, parecera que passaram vários minutos até se separarem. Tiago ainda estava de olhos fechados, rezando para que não tivesse sido um sonho.

- Tiago? – chamou ela, vendo que ele não se mexia. Mas, na hora em que escutou sua ruiva chamá-lo pelo primeiro nome, abriu os olhos na hora.

- Vo... Você me chamou pelo primeiro nome? – perguntou ele, espantado.

- Ora, claro que chamei – disse a ruiva, rindo do espanto dele. – E posso chamar mais mil vezes, se importa?

- Claro que não! – exclamou Tiago sorrindo. – Sempre quis te ouvir me chamando pelo meu primeiro nome, e agora... Posso te chamar assim também?

- Bem, só com uma condição – respondeu ela, se afastando, fazendo cara de séria e colocando as mãos na cintura. O sorriso de Tiago se desfez na hora

Tinha que ser, vai me pedir para nunca mais tentar fazer mais nada – pensava ele. – O que é, então? – perguntou, com medo da resposta.

- Que me dê mais um beijo! – disse ela sorrindo, fazendo a cara de Tiago se abrir num enorme sorriso, também, e ficou parado, meio que sem reação. – Vai ficar aí parado? – perguntou ela divertida.

- Não mesmo! – respondeu ele, galanteador, se aproximando mais dela. Mas, nesse momento, ela começou a correr pela sala.

- Vai ter que me pegar, se quiser – disse ela, correndo e rindo. Tiago não soube o que fazer naquela hora, mas, depois começou a correr atrás da ruiva. Ele era muito mais ágil que ela e, quando ela deu uma olhada para trás, para ver onde ele estava, bateu em alguma coisa que quase a fez cair no chão. Era Tiago, que segurou-a antes que ela caísse.

- Vai ter que aprender a ser mais rápida antes de me pedir esse tipo de desafio – disse ele, sorrindo e puxando-a para se levantar.

- Como fez isso? – perguntou ela, confusa.

- Isso o quê? – perguntou ele, em resposta.

- Estava atrás de mim agora mesmo, e de repente, estava na minha frente. Como é que passou sem eu ver? – perguntou ela, ofegando por causa da corrida.

- Truque de marotos, Lily, não posso revelar! – respondeu ele sorrindo.

- Não tem permissão para me chamar de Lily! – respondeu a ruiva, se fingindo de brava.

- Mas... –começou Tiago, mas Lily o interrompeu.

- Dei uma condição e você ainda não cumpriu! – disse ela, fazendo-o sorrir.

- Você manda, realeza! – disse ele, com uma irônica reverência, que a fez rir. Então ele se levantou e se aproximou dela, segurando-a pela cintura e beijando sua ruiva docemente. Após algum tempo, se separaram. – Quanto tempo quis que isso acontecesse... Que se tornasse realidade, e agora... – mas não terminou de falar pois a ruiva colocou um dedo em seus lábios, fazendo-o parar.

- Esqueça o que aconteceu... é passado – disse ela, ainda abraçada a Tiago. – Agora, vamos aproveitar o futuro! – e então, sem mais nem menos, beijou-o outra vez.

Já eram duas da manhã quando resolveram que, o melhor a fazer era ir dormir.

- Quem disse que vou deixá-lo dormir comigo? – perguntou ela, se fingindo de irritada.

- Mas, eu pensei que... – começou ele com cara de indignado.

- Não pensou nada, Potter – e então começou a rir.

- De que está rindo? – perguntou Tiago, mais confuso ainda.

- Da... Sua... Cara... – disse a ruiva, rindo mais que nunca.

- O quê? – perguntou ele, que não entendeu nada do que Lily havia dito, devido ao ataque de riso.

- Da sua cara quando disse que não iria dormir comigo – respondeu a ruiva, parando de rir. – Estava só brincando, venha, vamos deitar.

A noite, ou o resto dela, passou tranquilamente.

As sete da manhã, Sirius, Remo, Harry, Gina, Alice e Kely se levantaram e se encontraram no Salão Comunal. Alice e Kely ainda não sabiam do plano dos marotos (Gina e Harry já faziam parte deles), então, se mostravam preocupadas.

- Qual é o problema, fofa? – perguntou Sirius à Kely, que parecia a mais aflita.

- Lily não foi para o dormitório à noite e hoje pela manhã encontramos a cama dela do mesmo jeito que estava ontem – respondeu Alice, por Kely, que estava olhando à sua volta vendo se Lily estava no Salão. Os marotos se entreolharam e trocaram sorrisos, mas nessa Kely os viu.

- Por que estão rindo? – perguntou ela, irritada. – E... Onde está Tiago?

- É por isso que ela não está aqui – respondeu Remo.

- O que fizeram com minha amiga? – perguntou Kely, impaciente.

- Calma – disse Harry – só tentamos dar um “empurrãozinho” nos dois.

- Como assim? – perguntou Alice, confusa.

- Vocês verão – disse Sirius com um sorriso maroto. – Se funcionou, eu não sei, mas espero que sim. Sigam-me.

- O que, afinal, vocês fizeram? – perguntou Alice, novamente, enquanto andavam pelos corredores em direção à Sala Precisa.

- Estamos chegando – disse Gina.

- Falem logo! – pediu Kely. – Quero saber o que aconteceu com a minha amiga!

- Estamos chegando – falou Gina, quando entraram no corredor do sétimo andar.

- Agora, fiquem quietos, todos – disse Remo.

- E por que deveríamos fazer isso? – perguntou Alice.

- Por que, se estiverem dormindo ainda, vamos acordá-los – explicou Harry calmamente.

- Mas não é isso que viemos fazer aqui, acordar os dois? – perguntou Alice confusa.

- Sim – disse Sirius. – Mas queremos ver como estão!

- Como assim?

- Só há uma cama na sala – respondeu Sirius, com um sorriso maroto. – Agora, silêncio que eu vou abrir a porta.

- OK – concordaram todos.

Sirius destrancou a porta e abriu bem devagar, sem fazer nenhum barulho. No momento em que a porta foi totalmente aberta, permitindo que todos vissem o interior da sala, Alice e Kely sussurraram:

- Que fofo!

Os dois estavam dormindo em forma de conchinha, na cama não muito grande. Tiago estava com uma mão na cintura de Lily e a outra embaixo do travesseiro. A ruiva estava com uma mão em cima da de Tiago e a outra, também embaixo do travesseiro.

- Vamos acordar os dois? – murmurou Harry, para os outros.

- Esperem – pediu Kely, sorrindo marotamente. – Antes quero tirar uma foto deles. Até que enfim deu certo, não quero perder isso! - Todos concordaram e ela tirou a foto. – Agora, vão em frente!

- Levantando!!! – gritou Sirius, entrando na sala, batendo palmas e fazendo o maior barulho. Atrás dele, os outros fecharam a porta e começaram a bagunçar também.

- Quê? – perguntou Lily sonolenta, tentando abrir os olhos.

- Já são sete e quinze e temos aula as oito – respondeu Alice, rindo.

- Qual é o problema? – perguntou a ruiva, confusa. – Por que estão rindo?

- Parece que a noite foi boa! – respondeu Kely, também sorrindo. – Nem voltou para o dormitório!

- Alguém trancou a porta ontem, quando fomos sair – falou Lily.

- E o que, afinal, estava fazendo aqui, mocinha? – perguntou Kely, autoritária, com as mãos na cintura.

- Tiago me chamou aqui porque precisava dizer alguma coisa, eu vim e na hora que fomos sair, estava trancada.

- Espera aí! – falou Alice, assustada. – Tiago? Você chamou ele de Tiago?

- Sim, qual o problema?

- Nenhum... – começou Kely ironicamente. – O que aconteceu com “Potter”, como sempre o chamou?

- Nada... – respondeu a ruiva, vermelha.

- A ruiva ficou vermelha! – disse Sirius fazendo biquinho, deixando-a mais vermelha ainda. Ela se levantou, pegou um travesseiro e tacou em Sirius que, como estava ocupado demais, rindo, não viu a chegada dele, fazendo-o acertar em cheio a cabeça do garoto.

- Ei! – reclamou ele. – Isso não vale!

- Ah, é? – perguntou ela pegando outro travesseiro.

- Vamos parar os dois, senão vamos nos atrasar para a aula – advertiu Remo.

- Está bem – disse a ruiva. – E, onde está Pedro?

- Já foi tomar café... – respondeu Harry. – Do jeito que ele é, não perderia isso por nada.

- Bem, vamos, então? – perguntou Lily.

- E o Tiago, vai deixá-lo aí? – perguntou Gina, apontando para Tiago, que dormia como se nada tivesse ocorrido na sala.

- Está bem! – concordou Lily e foi até a cama, acordar o rapaz. Tentou de tudo: cutucá-lo, sacudi-lo, jogar um travesseiro, mas nada adiantou.

- Nunca vai conseguir acordar esse dorminhoco assim! – disse Remo, rindo. – Ele só perde para o Sirius!

- Ei! – reclamou Sirius. – Eu não sou tão difícil assim!

- É o que você pensa – respondeu Remo. – Não é você que tenta te acordar por mais de meia hora!

- Vamos parar de discutir e acordar ele? – falou Alice, tirando os meninos da discussão. Os dois concordaram e Remo foi até a cama.

- Agora, vou te ensinar como acordá-lo – disse Remo, olhando para Lílian e rindo. – Olá, Lily, sabia que está muito bonita hoje?

Na hora, Tiago abriu os olhos, se sentou e olhou para os lados.

- Cadê ela? – perguntou, procurando-a, enquanto todos os outros riam gostosamente e Lily corava furiosamente. Avistou a ruiva e, de mau humor, completou – Por que fizeram isso?

- Porque é o único jeito de te acordar, Pontas! – respondeu Sirius, quando parou de rir.

- Então, quer dizer que, finalmente, rolou alguma coisa entre vocês? – perguntou Kely, segurando o riso, enquanto Lily corava ainda mais e Tiago abria um sorriso.

- Quem disse? – perguntou a ruiva, em resposta, tentando disfarçar tudo o que tinha acontecido na noite anterior.

- Não precisa dizer – disse Gina, pegando a foto que Kely havia tirado dos dois dormindo. – Aqui está a prova!

Lily olhou a foto e ficou ainda mais vermelha, se é que era possível. Tiago olhou, logo em seguida seu sorriso se abriu mais ainda. Então, lançou um olhar misterioso para a ruiva, que sorriu discretamente para ele, sinalizando que entendera.

- Não é verdade – falou Lily, tentando, com sucesso, parecer sincera.

- Pai? – perguntou Harry, olhando para Tiago, tentando ver a verdade.

- Ela está certa – respondeu Tiago, abaixando a cabeça com a intenção de segurar o riso. O sorriso de todos se desfez.

- Então, como explicam essa foto? – perguntou Gina, levantando uma sobrancelha.

- Sei lá, mas o Potter é muito atrevido para fazer isso! – respondeu Lily, fingindo estar irritada.

- Mas Lily... – começou Tiago, ainda com a cabeça baixa, escondendo o sorriso, mas ela o interrompeu.

- É Evans pra você Potter, EVANS! – respondeu ela.

- Aí vem briga, é melhor irmos – murmurou Sirius e todos concordaram. Estavam saindo de fininho quando foram chamados de volta, pelos dois.

- Onde pensam que estão indo? Voltem aqui já!

- Opa, fomos pegos – murmurou Kely, parando de andar.

- Se não tivessem mostrado a maldita foto, isso não estaria acontecendo! – disseram Lily e Tiago.

- Desculpem, se soubéssemos, não teríamos feito – respondeu Alice.

- Mas fizeram! – exclamaram os dois. E Tiago completou – estaria tudo bem entre eu e Lily sem essa foto!

- Potter! É Evans pra você!

- Desculpem, está bem? – disseram Gina e Harry, juntos. – Não queríamos que isso acontecesse! - mas, nesse momento, Tiago e Lílian começaram a rir compulsivamente e tiveram que se sentar na cama para não caírem.

- Do que estão rindo? – perguntaram Remo e Sirius, juntos.

- Da... Da cara... De... Vocês! – respondeu a ruiva em meio a risos.

- Mas, afinal, o que é que está acontecendo? – perguntou Kely, quando os dois pararam de rir, se levantaram da cama e estavam lado a lado.

- Isso responde a sua pergunta, senhorita? – perguntou Tiago, virando-se para Lily, jogando-a para trás, dobrando seu corpo sobre o dela e dando-lhe um beijo de cinema.

Parecia que todos tinham levado uma bofetada bem na cara. Ficaram parados, sem saber o que fazer nem o que falar, depois que os dois se afastaram.

- ACORDEM! – gritou a ruiva, fazendo com que todos saíssem do transe em que estavam. – Até que enfim!

- Podem me explicar o que está acontecendo? – pediu Remo, confuso, assim como todos.

- Nos acertamos – falou Tiago, simplesmente.

- Pareceu bem mais do que isso – disse Gina, rindo e fazendo com que Lily corasse.

- Que bom que se acertaram – falou Alice. – Agora, vamos logo, senão perdemos o café e as aulas.

- Certo – concordaram e seguiram para o Salão Principal. Hoje, Harry e Gina começariam a freqüentar as aulas. O material dos dois havia chegado na noite anterior. Tomaram o café-da-manhã tranquilamente e foram para a primeira aula do dia: Defesa Contra as Artes das Trevas.

Como o professor ainda não tinha chegado quando eles entraram na sala, aproveitaram para conversar sobre os fatos recentes, ou seja, Tiago e Lílian. Não fez nem um minuto que começaram a falar e o professor Danny Ralpher entrou na sala.

- Vai nos contar tudo direitinho, mocinha! – disse Alice, enquanto se levantava e ia para a sua mesa.

- Na Sala Comunal – respondeu a ruiva, que se sentava com Remo, como sempre.

- Bom dia, turma! – disse alegremente o professor Ralpher.

- Bom dia! – respondeu a classe, em uníssono.

- Hoje, vamos praticar todas as contra-azarações para as azarações que aprendemos na aula passada. Formem duplas e tentem lançar a contra-azaração para a azaração que sua dupla lançar. Sem falar, serão feitiços não-verbais – disse o professor, e todos obedeceram.

Estava sendo realmente difícil lançar contra-azarações não verbais, se não se sabe qual a azaração que a dupla lançava. Os que melhor estavam se saindo eram, é claro, Tiago e Sirius, pois treinavam na casa de Tiago durante as férias, agora que tinham dezessete anos.

- Muito bem sala! – disse o professor. – Chega por hoje! Tenho que dar meus parabéns ao senhor Potter e ao senhor Black, que foram os únicos a não sofrerem nenhum arranhão! Estão dispensados.

Na saída da sala, Sirius começou a falar com Tiago.

- Então, fala logo! – pediu, impaciente. – Como foi lá na sala ontem?

- Ah, Almofadinhas, ainda tenho contas a acertar com você por me trancar naquela sala! – falou Tiago.

- Ei, espera aí! – reclamou Sirius. – Te ajudei, não foi?

- Foi, mas quase que ela me mata, pensando que eu que tinha trancado a porta! Ainda te pego, Almofadinhas!

- Ah, mas deu certo, veado! – exclamou Sirius, com um sorriso maroto, correndo para não ser pego por Tiago.

- É cervo! C-E-R-V-O! – exclamou, correndo atrás de Sirius.

Por causa da correria, chegaram à próxima aula antes de todos. Se sentaram e ficaram conversando até os alunos começarem a chegar. Na hora que Kely entrou, ao lado de Alice, que estava com Frank, e Sirius ficou observando-a.

Como ela é linda! – pensava ele. – Será que ela gosta de mim? Às vezes percebo que ela olha pra mim, mas quando viro, ela desvia o olhar...

- Almofadinhas, acorda! – disse Tiago, passando a mão na frente do rosto do amigo tentando fazer com que ele voltasse à realidade. Então percebeu para quem ele tanto olhava e sorriu marotamente. – Está gostando da Kely Stann, senhor Almofadinhas?

- Ela é linda! – falou Sirius, ainda olhando para Kely, que se virou e, quando viu Sirius olhando-a, ficou vermelha.

- E ela também gosta de você, hein, Almofadinhas! – disse Tiago, rindo.

- Não se esqueça de que ainda tem que me contar direitinho tudo o que aconteceu a noite, Pontas!

- Na Sala Comunal. Agora, vamos prestar atenção na aula, animagia é a matéria que eu mais gosto! – respondeu Tiago, vendo que a professora Minerva entrava na sala.

O dia se passou rapidamente e, de repente, já era noite, e todos estavam na torre da Grifinória, sentados nas confortáveis poltronas de Chintz, perto da lareira.

- Então, meninos – disse Lily a Harry e Gina. – O que acharam do seu primeiro dia?

- Ótimo – responderam os dois.

- E, Lily, conta logo! – pediu Alice.

- O que? – perguntou a ruiva, se fingindo de desentendida.

- Sabe muito bem, mocinha! – falou Kely, puxando Lily para o dormitório feminino, sendo seguidas por Gina e Alice.

Chegaram ao dormitório e logo Lily começou a contar toda a noite às três. Houve apenas algumas interrupções em que Alice e Kely exclamavam “Que fofo!”.

**

Enquanto isso, Tiago também contava a noite que teve para Remo, Sirius e Harry. Pedro havia sumido desde o jantar, mas nenhum deles se importou muito, agora que sabiam que, por culpa dele, Harry não teria seus pais, e tentavam fazer de tudo para Pedro desgrudar deles. Enfim, estavam conseguindo.

Terminaram de narrar a história ao mesmo tempo. Então, Tiago entrou em outro assunto, aproveitando que as meninas ainda estavam no dormitório.

- Então, Almofadinhas, quando vai chamar a Kely para sair? – perguntou, com um sorriso maroto.

- O que? – perguntou Remo, com uma cara confusa. – O Almofadinhas está gostando da Kely?

- Isso mesmo Aluado – respondeu Tiago, pelo amigo. – E então, Almofadinhas?

- Não sei Pontas. Não tenho certeza que ela realmente gosta de mim.

- Ora, é claro que gosta, Almofadinhas! – disse Harry e todos olharam surpresos para ele.

- Como sabe disso? – perguntou Sirius.

- Pelo jeito que ela te olha, acho que só você ainda não percebeu – respondeu Harry, calmamente.

- Está bem – disse Sirius. – Convido ela para ir à Hogsmeade comigo, no próximo passeio que tiver.

- Então se apresse, Almofadinhas, o próximo passeio é nesse sábado – falou Tiago.

- E você, Pontas, vai chamar sua ruiva? – perguntou Remo, rindo.

- Mas é claro, meu caro Aluado – respondeu Tiago. – Quem mais poderia chamar? A Murta-Que-Geme?

- Pelo o que eu ouvi falar, ela é louca por você! – exclamou Harry, rindo e fazendo Tiago fechar a cara.

- E você e a Gina, Harry? – perguntou Sirius. – Estão namorando?

- Não – respondeu Harry desanimado. – Já namoramos, mas acabei terminando com ela, porque tinha medo que Voldemort tentasse usá-la para me atrair, como fez no meu segundo ano.

- E o que está esperando para pedi-la em namoro de novo? – perguntou Tiago, sorrindo.

- Uma oportunidade – respondeu Harry, sorrindo também. – E o passeio à Hogsmeade será a oportunidade perfeita!

- Por que está tão calado, Frank? – perguntou Remo.

- Domingo eu e Alice faremos um ano de namoro – respondeu ele.

- Que legal! – disse Tiago. – E o que vai fazer para comemorar?

- Estava pensando numa coisa, mas não tem um lugar que possa levá-la sem ninguém ver... – respondeu Frank, enquanto os marotos trocavam sorrisos.

- Será que devemos falar da nossa sala perfeita? – perguntou Sirius.

- Não sei... – respondeu Tiago, calmamente. – Ele só precisa prometer que vai nos conceder a sala quando precisarmos, porque vai gostar tanto que não vai mais querer sair!

- Eu prometo! – disse Frank, animado. – Agora, me falem que sala é essa!

Os marotos explicaram tudo sobre a Sala Precisa, e Frank ficou impressionado com ela.

- Pois é... – começou Remo. - Parece que esse fim de semana vai ser dos casais!

- E você, Aluado, gosta de alguma garota? – perguntou Harry, sorrindo marotamente, fazendo Remo corar. – Fala logo!

- Bem... Eu... É... – começou ele, mas não conseguia terminar.

- Aluado gosta de alguém! – disse Sirius, rindo. – Quem é?

- Eu acho que eu já sei! – disse Tiago, sorrindo.

- Quem é? – perguntaram Sirius, Frank e Harry.

- Ninfadora Tonks! – respondeu Tiago, no que Remo ficou mais vermelho ainda. – Acertei, Aluado?

- Não precisa nem responder. A cor dele já responde! – falou Frank se levantando e indo para o dormitório masculino, deixando os marotos rindo, menos Remo.

- Então, o que está esperando para convidá-la? – perguntou Sirius.

- Você sabe... – murmurou ele, acenando discretamente para Harry, que percebeu. – Não posso.

- Só porque tem um “probleminha peludo”, não quer dizer que não possa se apaixonar! – respondeu Harry, tranquilamente, fazendo com que os três o olhassem, assustados.

- Ei! – exclamou Sirius. – Só eu e o Tiago falamos isso!

- Co... Como... Vo... Você sabe... Disso? – perguntou Remo, espantado.

- Bom, você foi professor de Defesa Contra as Artes das Trevas quando eu estava no terceiro ano e, bem, houve uma noite, a noite em que Sirius reapareceu, que você se transformou... Por isso sei sobre seu “probleminha” – respondeu Harry.

- Mais alguém sabe? – perguntou Remo, já branco.

- Gina – disse Harry e, vendo que ele ficara mais branco, acrescentou – mas fique tranqüilo, tenho certeza que ela não vai contar a ninguém, já conversamos sobre isso.

- Obrigada – agradeceu Remo.

**

Enquanto isso, o mesmo assunto era discutido no dormitório feminino.

- Então Kely, vá em frente! – falou Lily, animada. – Eu já fui, agora falta você!

- Do que está falando? – perguntou Kely, se fazendo de desentendida.

- E eu é que estava me fazendo de desentendida! – disse Lily, revirando os olhos. – Sabe muito bem que estamos falando de um certo maroto, o qual está apaixonada, senhorita Stann.

- Está bem – disse Kely. – Vocês venceram! Gosto dele sim, e daí?

- Ha! Eu sabia! – exclamaram Alice, Lily e Gina, juntas.

- O que está esperando para investir nisso, Kely? – perguntou Gina. – Que chegue outra e acabe pegando ele?

- Não – respondeu Kely. – Vou esperar. Tem um passeio à Hogsmeade no próximo sábado, vou ver se ele me convida. Se convidar, investirei nisso, senão, deixa pra lá – e, vendo que elas iam protestar, acrescentou – esperem, ok?

- Você é quem sabe – disse Lily. – E você e o Harry, Gina?

- O que é que tem? – perguntou ela, em resposta.

- Não vão voltar a namorar? – perguntou Lily, sorrindo. – Pelo que me disse, vocês já namoraram, e sei que ele ainda gosta de você!

- E como sabe disso? – perguntou Gina, espantada.

- Ora! Sou a mãe dele, esqueceu? Tenho que conhecer muito bem meu filho, e isso é uma das coisas que percebi!

- Farei igual à Kely, vou esperar o passeio à Hogsmeade e ver no que vai dar!

- E você, Alice, como está com o Frank?- perguntou Kely.

- Muito bem! – respondeu ela, animada. – Domingo faremos um ano de namoro!

- E o que vão fazer para comemorar? – perguntou Gina, sorrindo.

- Ainda não sei, Frank me disse que seria uma surpresa, então, não fiquei insistindo muito.

As garotas desceram e ficaram todos conversando. Após algum tempo, todos foram dormir, afinal, teriam aulas no dia seguinte, além dos treinos de quadribol de Tiago e Sirius. E combinaram que, no domingo, fariam um pequeno jogo, em que Harry e Tiago seriam os apanhadores, Sirius e Frank os batedores, Gina, Alice, Kely e uma relutante Lily, as artilheiras.

Lily se recusava a jogar, pois nem numa vassoura sabia montar direito, mas acabou aceitando depois que Tiago se ofereceu para ensiná-la a voar.

Sirius e Tiago, em vez de dormirem, pegaram o Mapa do Maroto e o abriram.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom! – disse Sirius dando um toque de varinha no mapa, que começou a revelar Hogwarts inteira todos os seus habitantes. Localizaram Snape. Estava no corredor do terceiro andar. Os dois abriram um sorriso. Tiago pegou a Capa de Invisibilidade e cobriu os dois.

Seguiram para o corredor do terceiro andar, sempre olhando para o Mapa, para ver se Snape não mudava de direção. Então, ele desceu para o segundo andar e os marotos o seguiram. Snape estava no início do corredor, enquanto os dois estavam no fim. Aproveitaram isso e tiraram a Capa. Snape ainda não percebera a presença deles.

- Olá, Ranhoso – disse Tiago, sorrindo e assustando Snape, que estava perdido em seus pensamentos.

- Saiam daqui! – ordenou ele, nervoso.

- Isso são modos, Ranhoso? – perguntou Sirius, também sorrindo.

- Dêem o fora! – exclamou, pegando sua varinha nas vestes, mas Tiago era mais rápido. Lançou um feitiço não-verbal em Snape, que não teve tempo de revidar. Foi pego de surpresa e virado de ponta cabeça.

- Vocês ainda me pagam! – disse com raiva, tentando se livrar do feitiço.

- Há quanto tempo diz isso, e nunca conseguiu faze nada conosco, Ranhoso? – perguntou Tiago.

- Pois é, Pontas – concordou Sirius. E, acenando com a varinha, fez as vestes de Snape mudarem de preto para rosa choque e seus cabelos se prenderem em duas marias-chiquinhas. E isso não foi tudo. – Irrita ele, Pontas – sussurrou para Tiago.

- Nunca vai lavar os cabelos, Ranhoso? – perguntou Tiago, a fim de irritar Snape e ver o que mais Sirius tinha feito.

- Cala a boca, seu idiota! – disse Snape, ficando com mais raiva ainda, mas, em vez de ficar vermelho, começou a brilhar num tom amarelo fosforescente. Tiago e Sirius não se agüentaram em pé. Tiveram que sentar no chão de tanto rir.

- Esse feitiço vai durar um bom tempo, Ranhoso! – falou Sirius, ainda rindo um pouco. – Até mais! Vamos Tiago.

Os dois saíram para o lado oposto que Snape estava e, quando chegaram ao fim do corredor, livraram Snape do feitiço e Tiago acrescentou.

- Tchau lanterninha!

Ainda rindo, colocaram a Capa de Invisibilidade e seguiram para a torre da Grifinória, sempre entrando nas passagens secretas quando viam, pelo Mapa, algum professor se aproximar.

Chegaram à torre da Grifinória e foram direto para o dormitório pois teriam aula no dia seguinte.

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Aline, mais pra frente vai ter mais H/G sim, só que como não é o shipper principal, não vai ter tanto quanto T/L...

Ana Potter, fico muuito feliz que esteja gostando da fic!

Amanhã eu posto mais um capítulo mais ou menos as seis, sete horas...
Beijos e obrigada pelos coentários!

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