O plano



O Plano

Harry seguiu para o Salão Principal. Ao chegar lá, avistou os marotos e as quatro meninas, esperando ansiosamente por algo. Chegou à mesa e se sentou. Ao olhar para frente, viu que todos o olhavam.

- O que foi? – perguntou ele.

- Ora,ainda pergunta! – disse Sirius, rindo abertamente.

- Fala logo o que aconteceu! – falou Tiago.

- E por que demorou tanto – disse Lílian. – Pensamos que tinha acontecido algo a vocês.

- E estão certos – respondeu Harry calmamente, se servindo de empadão de frango e pudim de carne e rins. – Realmente aconteceu algo imprevisto.

- E o que era? – perguntou Remo preocupado.

- Havia alguém na casa – respondeu Harry.

- E... Quem era?- perguntou Kely, curiosa.

- Voldemort – respondeu Harry, olhando para todos.

- O quê? – gritou Gina, incrédula. Todos estavam assustados.

- Silêncio, ou vão nos ouvir – disse Remo quando várias caras curiosas se viravam para eles.

- Concordo com o Remo... –disse Sirius, preocupado. – Se escutarem isso, estamos ferrados!

- Quando acabarmos de almoçar, vamos até a Sala Precisa que eu conto tudo – repreendeu Harry. – Agora, silêncio.

A tarde foi tranqüila, apesar da chuva furiosa que teimava em não parar. Foram para a Sala Precisa, onde Harry repetiu toda a aventura que passara pela manhã. Ao terminar, começaram uma discussão sobre onde possíveis locais em que poderiam estar as outras Horcruxes, mas não chegaram a conclusão alguma. Quando viram o relógio, perceberam que já passara da hora de ir dormir.Saíram em duplas da Sala, rumo à torre da Grifinória. Os últimos a saírem foram Tiago e Sirius. Um pouco antes, saíram Remo e Lílian, que, como eram monitores, podiam andar pelos corredores até mais tarde que os outros alunos.

Virando um corredor, Lily viu a professora McGonnagal vindo em direção a eles. Então se lembrou de que Tiago e Sirius ainda estavam atrás deles e ela, com certeza, os encontraria e daria uma detenção. Foi de encontro à professora, determinada a fazê-la mudar seu rumo.

- Professora! – chamou a ruiva.

- Sim? – perguntou ela.

- Que bom que te encontrei antes de ir dormir! – exclamou a menina. Remo estava sem entender nada, mas, depois, percebeu o que tinha em mente e resolveu ajudar.

- E o que é tão importante assim?

- Bem... é que – começou, pensando em uma boa desculpa.

- Queríamos saber se hoje ou amanhã é o nosso dia de patrulhar os corredores – disse Remo e Lily ficou satisfeita que ele tivesse pensado numa desculpa tão rápido. – Como ninguém nos disse nada e também não perguntamos, ficamos na dúvida.

**

Tiago e Sirius pegaram o Mapa do Maroto para ver se o caminho estava livre. No início, estava tudo bem, mas viram McGonnagal entrar bem no corredor onde iriam virar, e ser parada por Lília e Remo. Ao chegar mais perto, ouviram a voz da professora.

- ...Não, o dia da patrulha de vocês será na terça-feira – respondeu ela. – Agora, me desculpem, mas tenho que ir.

Tiago olhou para Sirius e os dois saíram em disparada pelo corredor para encontrar um lugar que pudessem se esconder. Entraram num armário de vassouras e, pouco tempo depois, ouviram a professora passar. Saíram de seu esconderijo e foram para a Sala Comunal. Ao chegarem lá, viram que ela estava vazia, afinal, já era quase meia-noite. Somente seus amigos continuavam acordados.

- Pensamos que a McGonnagal tinha pegado vocês! - exclamou Lily.

- Somos marotos, Lily, não seríamos pegos tão facilmente! – respondeu Sirius, com o Mapa guardado no bolso.

Como já era tarde, resolveram ir dormir. No dia seguinte continuariam conversando.

**

- Acorda seu veado! – ria Sirius tentando acordar Tiago.

- Não... Me deixa dormir mais um pouco, mãe – respondeu ele, ainda dormindo.

- Se me chamar de mãe de novo, eu te azaro! Acorda logo, veado! Hoje é domingo, dia de colocar nosso plano em prática!

- Nunca vai acordá-lo assim – disse Remo, rindo e acordando com os gritos de Sirius.

- Eu quero dormir! – falou Frank Longbottom, o namorado de Alice, que dividia o dormitório com os marotos. Harry já estava acordado e apenas assistia a cena, rindo.

- Estou com fome! – disse Pedro.

- Conta uma novidade! – exclamaram todos, menos Tiago, que continuava a dormir.

- Se não consigo acordar ele assim, Aluado, faça você! – respondeu Sirius.

- Olhe e aprenda, Almofadinhas! – disse Remo se levantando e chegando bem perto do ouvido de Tiago. – Você está parecendo uma princesa, Lily, querida.

- Sai de perto dela! – falou Tiago, acordando completamente, pegando sua varinha e apontando para os amigos, enquanto todos riam tanto que Sirius caiu no chão apertando a barriga. Ao ver que era só brincadeira, acrescentou – eu ainda pego vocês!

- Estou falando que ele é um veado! – falou Sirius. – Já está até querendo nos pegar!

- Olha quem fala, seu cachorro pulguento! – retrucou Tiago de cara amarrada, se dirigindo para o banheiro e batendo a porta.

- Eu acho que ele esqueceu que hoje é dia do plano... – começou Remo. – Se lembrasse estaria muito feliz.

- Pois é... Vamos descer, esperamos ele lá embaixo – disse Pedro. – Estou com fome!

- E quando não está, Rabicho? – perguntou Sirius.

Os cinco desceram para a Sala Comunal e viram Gina, Alice e Kely já esperando, meio afobadas.

- Olá meninas – disseram eles.

- Bom dia! – responderam elas. - Tudo pronto?

- Claro – responderam eles sorrindo.

- Então, vamos? – perguntou Gina.

- Um minuto, Tiago já deve estar descendo – disse Remo. – E, cadê a Lily?

- Já está vindo, olha – disse Alice, apontando para a porta do dormitório feminino, que se abria e uma garota ruiva saía dele.

- Tiago também está vindo – disse Gina vendo que Tiago saía do dormitório masculino.

- Vamos? – perguntaram os dois, que chegaram ao mesmo tempo ao pé da escada. Se olharam e completaram – o que foi? – quando viram todos olhando e dando risada.

- Estão até falando juntos. Isso é um sinal do amor – disse Kely, rindo.

- Aff! Eu odeio o Potter! – disse Lily, mal humorada.

- Mas ao se esqueça que vão se casar! – disse Alice.

- Não sei como. Acho que ele vai me enfeitiçar! – disse Lily séria.

- Como você pode dizer uma coisa dessas? – perguntou Tiago, se fingindo de ofendido. – Mas, eu sei que você me ama, meu Lírio! – acrescentou sorrindo e passando as mãos no cabelo, bagunçando-os mais ainda.

- Eu. Te. Odeio. Potter! Não. Sou. O. Seu. Lírio! – disse ela pausadamente, vermelha de raiva. – Será que é tão difícil de entender?

- Sim, porque eu sei que não é verdade – respondeu ele, simplesmente, o que fez com que ela o olhasse ameaçadoramente.

- Ops! Acho melhor irmos... – começou Sirius. – Aí vem briga.

Todos concordaram e estavam saindo de fininho quando Lily começou com seus típicos gritos.

- TE ODEIO! TE ODEIO MIL VEZES! – berrou ela. – SAI DAQUI OU... Arrrrrrrrrrrrrrrrrrrrreee!

Ninguém soube o que ela iria dizer, pois quando olhara para trás, caíram na gargalhada. Era impossível não rir. Lily começara a andar, sem se lembrar de que ainda estava no último degrau da escada. Pisou em falso e, para não cair, se agarrou em Tiago, que foi pego desprevenido e não conseguiu se segurar em nada. Resultado? Os dois estatelados no chão, Lily por baixo, já que tinha começado a cair antes, e Tiago por cima, pois havia sido puxado para o chão.

- Te amo, nunca se esqueça! – disse Tiago, antes de se levantar. E, quando ajudou a ruiva a se levantar, completou – um dia você vai perceber que também me ama.

Isso deixou-a totalmente vermelha, igual aos seus cabelos e agradeceu que todos estavam ocupados demais rindo e não viram sua cara, exceto Tiago.

- Por que está vermelha, Lily? – perguntou ele.

- Não interessa! – respondeu ela secamente.

- É por causa do que eu disse?

- Já disse que não interessa!

- Está bem, você é quem manda – respondeu ele.

- Ótimo! Vamos logo – disse ela, autoritária.

Todos pararam com a crise de riso e seguiram para o Salão Principal tomar o café da manhã. O tempo já estava menos chuvoso, com o céu um pouco mais claro do que no dia anterior. A manhã passou com todos fazendo seus deveres. Tinham combinado que, pela manhã, estudariam e pela tarde, fariam... Bem, o que quisessem.

Por tanto, a manhã se arrastou, afinal, não havia nada que demorasse mais do que fazer deveres. Harry e Gina, também estavam ajudando, pois, afinal, teriam que saber qual o assunto que estava sendo estudado já que começariam a freqüentar as aulas no dia seguinte. Quando o relógio já marcava meio dia e meia foi que eles terminaram os deveres e foram almoçar.

Pela tarde, Sirius puxou Tiago para um canto e perguntou:

- Tudo pronto?

- Pronto pra quê? – perguntou Tiago, confuso.

- Ora, Pontas, não vai dizer que esqueceu do nosso plano – disse Sirius.

- Almofadinhas, eu esqueci totalmente! – respondeu Tiago, batendo a mão na testa.

- Certo, então faça o que tem que fazer agora mesmo! – disse ele, exasperado.

- Fui! – falou Tiago e saiu correndo em direção ao dormitório. Lá, pegou um pedaço de pergaminho em branco e uma pena e começou a escrever. Terminou a carta e a leu. Não, definitivamente estava péssima. Jogou aquele pergaminho para um canto e começou a escrever em outro. Terminou e leu.

Minha amada, ruivinha, Lily ou simplesmente Evans, se você preferir,

Tenho algo muito importante para falar com você. Será que poderia me encontrar na Sala Precisa as sete?
Prometo que não é para pedir para sair comigo, embora eu queira, é claro. Por favor, não deixe de ir.
Estou te mandando uma coisa neste embrulho para não ser pega. Espero ansiosamente sua resposta.

P.S.: Pode mandar a resposta pelo Eddy mesmo.

Agradeço desde já,

Tiago Potter.

Parecia bom. Chamou Eddy, que logo chegou. Amarrou o embrulho leve, que continha a Capa de Invisibilidade nele, à perna da coruja, deu à carta a ela, disse que esperava uma resposta ali mesmo e deu a ordem para ir.

Poucos minutos depois, quando Tiago já estava desesperado, ouviu um farfalhar de asas entrando pela janela do dormitório, sinalizando que Eddy estava de volta. Pegou a carta dela, deu-lhe alguns petiscos e a liberou por aquela noite. A resposta não era grande.

Potter, eu não sou sua amada nem ruivinha! Mas, voltando à carta...

Está bem, não faço idéia sobre o que tem para me falar, mas realmente espero que não tenha nada a ver com encontros, senão, irá se ver comigo. Estarei lá as sete.

Lílian Evans.

Cinco para as sete, Tiago já estava dentro da Sala Precisa, esperando por Lily. As sete horas em ponto, a porta se abriu. De início, Tiago não viu nada, mas depois, ela retirou a Capa de Invisibilidade. A Sala havia se transformado numa sala-quarto. Havia algumas poltronas, como a que Tiago estava sentado e uma cama, não muito grande a uma canto, com uma mesinha de centro e alguns petiscos.

- Por que me fez vir até aqui, Potter? – perguntou ela, sem nem mesmo esperar ele começar.

- Calma, Evans – respondeu ele, dando ênfase ao sobrenome da ruiva.

Eu ouvi direito? O Potter me chamou de Evans?Mas ele nunca fez isso, por que agora? – pensava ela. – Isso é estranho, deve ser algo realmente importante.

- Evans?- chamou Tiago. – Você está bem?

- Hein? O quê? – perguntou ela, aparentemente perdida em seus pensamentos. Tiago sabia sobre o que sua ruiva estava pensando, e começou a rir. – O que foi?

- Nada, não – respondeu ele, parando de rir.

- Então, vai me dizer logo por que me chamou aqui, ou vai ficar enrolando? – perguntou ela, pondo as mãos na cintura.

- Vou sim – respondeu ele, prontamente.

- Pode começar!

- Bem, é o seguinte... – começou ele, sem saber realmente por onde começar a falar. – Bem, você se lembra de quando o Harry disse que nós somos os pais dele?

- Lembro, mas não me venha com o papo de que temos que começar a sair, etc.! – disse ela, começando a se irritar.

- Calma, Evans, não é nada disso – respondeu ele calmamente. “Evans de novo? O que ele quer?- Sabe, é que acho que poderíamos começar a nos falar como pessoas civilizadas...

- ESTÁ DIZENDO QUE EU NÃO SOU CIVILIZADA??? – gritou Lily, já com raiva.

- Não foi isso que eu disse, é por que, toda vez que tento falar normalmente com você, Evans, você me responde de maneira seca, ou grita comigo – disse ele, dando ênfase ao sobrenome da ruiva.

- Está bem, me desculpe – disse ela envergonhada.

- Sem problema – respondeu ele, sorrindo e se aproximando dela. Estendeu a mão e completou – Amigos?

- Claro – respondeu ela, apertando a mão do garoto. Mas no momento que Tiago iria sair da Sala, percebeu que a porta estava trancada.

– Eu não acredito!

- Qual o problema? – perguntou ela e, ao ver que a porta estava trancada, pensou que Tiago tinha armado tudo. – Eu devia saber! Era bom demais pra ser verdade. Nunca tinha que ter confiado em você, Potter!

- Mas, Evans, você viu que eu já estava aqui quando você chegou e não me mexi até agora, não poderia ter trancado a porta.

- Então que fez isso? – perguntou, sendo forçada a acreditar nele.

- Não sei... – começou ele, mas, de repente veio à cabeça que os marotos poderiam ter feito isso.

- E agora, o que fazemos? – perguntou ela, desesperada, indo até a porta e tentando destrancá-la por magia. Não funcionou. Tiago, então, ouviu um riso do outro lado da porta, que reconheceu ser de Sirius.

- Abra essa porta agora, Almofadinhas! – exigiu ele.

- Fica quieto! – ralhou Remo.

- O que vocês fizeram? - perguntou Tiago.

- Quem é Almofadinhas? – perguntou Lily, que não tinha ouvido as vozes de Remo e Sirius, pelo fato de estar mais longe da porta.

- Uma longa história. Teria que contar várias coisas que não posso – mas ao ver que ela olhava desconfiada, completou – tenho certeza que um dia descobrirá.

- Ops, Pontas, temos que ir – falou Sirius do outro lado da porta.

- Não me deixe aqui! – pediu Tiago.

- Tem professores vindo pra cá! – respondeu ele, desesperado. – Estou vendo pelo mapa... Volto pra soltar vocês pela manhã, agora não dá tempo, você ficou com a capa, fui!

Tiago, então, escutou passos correndo para longe. Agora seria inútil chamar de novo. Então, virou-se para Lílian, que brincava com uma almofada da poltrona.

- Teremos que passar a noite aqui – disse ele.

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