Jogo Diferente



Cap. 32 – Jogo diferente


Depois que Lílian e Tiago voltaram da biblioteca, eles começaram a conversar sobre um assunto que acabou melhorando o humor dos dois.


- Então, o que vai fazer no natal esse ano, Pontas? – perguntou Remo.


- O de sempre, Aluado – respondeu Tiago, sorrindo.


- Do que estão falando? – perguntou Kely, sem entender nada.


- Todo ano fazemos uma apresentação na véspera do natal – explicou Sirius.


- Apresentação de quê? – indagou Gina.


- Música – respondeu Tiago, sorrindo.


- Não sabia que tocavam – comentou Kely.


- Eu toco guitarra – disse Sirius. – O Aluado, bateria e o Pontas guitarra e violão, cada ano, dependendo da música, ele toca um dos dois instrumentos.


- E quem canta? – perguntou Lily.


- Eu – respondeu Tiago.


- E o que vão cantar esse ano? – perguntou Harry.


- É segredo – respondeu Sirius, com um sorriso maroto.


- Pedro não está aqui esse ano, quem vai tocar o piano? – questionou Remo.


- Eu posso aprender, se quiserem me ensinar – sugeriu Harry.


- Perfeito! – exclamou Sirius. – Começaremos a ensaiar amanhã!


Ao meio dia, como de costume, Nina veio avisá-los que estava pronto. Durante o almoço, o assunto da briga de Lílian e Tiago acabou surgindo outra vez e os dois não falaram nada. Quando os amigos perceberam sobre o que estavam falando e viram a cara dos dois, pararam imediatamente e voltaram para “águas mais calmas”.


Terminaram de almoçar e, como sempre, voltaram à sala de estar.


- Cara, que tédio! – reclamou Tiago, do nada, sobressaltando todos. – Não temos nada para fazer e ainda é segunda-feira!


Eles foram dar uma volta nos jardins, mas começou a nevar e ventar, então decidiram entrar.


Estavam todos sentados no sofá da sala de estar, conversando, menos Lílian, que lia um livro e, ora ou outra, lançava um olhar assassino a Tiago.


- Sua prima vem esse ano para o natal, Pontas? – perguntou Remo.


- Vem sim, Aluado – respondeu Tiago.


- Mas por que o interesse, Aluado? – perguntou Sirius, com um sorriso maroto.


- Só para saber, Almofadinhas. E nem pense em besteiras, você sabe que eu estou namorando a Tonks – respondeu Remo.


- De quem vocês estão falando? – perguntou Kely, sem entender nada.


- Clara, a prima do Tiago – respondeu Sirius. – Ela sempre vem passar a semana do natal aqui.


- Falando nela... – disse Tiago, sorrindo, ao ver alguém abrir o portão da frente da casa.


Clara era uma garota de dezessete anos, também ruiva. Ela entrou na mansão e sorriu ao ver o primo e seus amigos. Largou a mala no chão, correu e abraçou Harry.


- Ah, que saudades, Ti! – disse a garota, quase sufocando Harry, enquanto todos gargalhavam. Sirius tinha escorregado do sofá para o chão de tanto rir.


- Qual o problema? – perguntou Clara, confusa, ao se separar do abraço e Harry respirou fundo.


- Se ainda não reparou – disse Remo, ofegante. – Ele não é o Tiago.


A ruiva olhou bem para Harry e corou ao ver que não era seu primo.


- Opa – disse ela, envergonhada. – Desculpa, mas é que... Cara, como você se parece tanto com o Tiago?


- Olá, prima – falou Tiago, ainda rindo.


- Olá Ti! – respondeu ela, abraçando o “Tiago verdadeiro”.


- Então, ia me trair com ele? – perguntou o rapaz, se fingindo de indignado e apontando para Harry, enquanto todos riam.


- E quem é ele, afinal? Nunca soube de nenhum irmão ou primo, ou sei lá o quê mais seu...


- É por que não sou primo nem irmão dele – respondeu Harry.


- Então é o quê? – perguntou Clara, confusa – não é possível esbarrar em um quase irmão gêmeo por aí, assim...


- É melhor se sentar – sugeriu Gina, sorrindo. Quando a garota se sentou, mais confusa ainda, Tiago e Harry ficaram lado a lado. Clara os observou atentamente e, por fim, disse:


- Cara, podiam fazer os sete erros com vocês dois que ninguém iria encontrar diferença alguma! A não ser os olhos...


- Clara, conheça Harry Potter, meu filho – disse Tiago, sorridente. A ruiva ficou paralisada de choque.


É uma brincadeira, com certeza! – pensou ela. – O garoto provavelmente é metamorfomago e eles resolveram pregar uma peça em mim!


- É verdade, Clara – disse Remo, sério.


- É impossível, Remo – disse ela balançando a cabeça. - Só se ele engravidou uma bebezinha na maternidade! – exclamou ela, fazendo-os rir de novo.


- Veado desde que nasceu, Pontas? – brincou Sirius, rachando de rir.


- É cervo, seu pulguento, C-E-R-V-O! – reclamou Tiago.


- Ainda continua sendo impossível – falou Clara, rindo da própria piada.


- Não, não é – disse Lily. – Ele veio do futuro.


- Quê? – perguntou a garota, certa de que ouvira errado.


- É isso mesmo que ouviu – disse Harry. – Vim de vinte e um anos a frente.


- Para quê? – indagou ela, arqueando uma sobrancelha.


- Voldemort matou meus pais – respondeu Harry. – e eu vim para tentar impedir isso de acontecer.


- Seu pai é o Tiago – disse a ruiva, lentamente. – E sua mãe...? – perguntou e, nesse momento, Lílian cruzou os braços e bufou. – Há, não acredito, estão pregando uma peça em mim e eu estou caindo direitinho, não é? É mais provável que o Sirius virasse ministro da magia do que a ruiva que o Tiago tanto fala desde que era pirralhinho sair com ele.


- Ai! Essa doeu, doeu mesmo, aqui dentro! – falou Sirius, fazendo uma perfeita encenação de que estava levando uma punhalada no peito.


- Não está falando sério, não é? – questionou ela, procurando um sinal de que tudo fosse brincadeira.


- Ai, meu Merlin, vai ser difícil! – exclamou Lílian, respirando fundo. – Eu sei que é difícil acreditar, eu mesma não acreditei, mas, por tudo o que ele disse e fez até agora, eu acredito.


- Mas, só pelo jeito que todos falavam de vocês dois... – começou ela, se lembrando quando os marotos falavam dos gritos da ruivinha. – Nunca pensei que um dia pudessem ser amigos, muito menos casarem!


- E quem disse que eu vou casar com ele? – perguntou Lily, com a cara fechada, lançando a Tiago um olhar de dar medo. Ainda não acreditava em Tiago, que ele não tinha feito aquilo com ela...


- Mas o Harry disse... – começou Clara, agora, sim que ela não estava entendendo mais nada.


- Vai ter que achar outra garota para ser sua esposa, Potter, quem sabe aquela menina da Corvinal, que você beijou... – falou ela, fingindo não se importar, mas não teve sucesso.


- Eu já disse que não a beijei! – disse Tiago, pela milésima vez. – Foi ela!


- NÃO MINTA PARA MIM, POTTER! – gritou Lílian. Vermelha de raiva. – EU VI! E NADA QUE VOCÊ DISSE PODE MUDAR ISSO, ESTÁ GRAVADO NA MINHA MENTE E NÃO VOU ESQUECER NUNCA!


- Eu já disse que eu não... – tentou começar a falar, mas foi interrompido pelos gritos da ruiva, outra vez.


- NÃO ADIANTA! VOCÊ CONTINUA SENDO UM GALINHA! TANTO QUE NÃO AGUENTOU NEM DOIS MESE NAMORANDO, AGARROU AQUELA GAROTA, NÃO CONSEGUIU FICAR MAIS DE DOIS MESES SEM AGARRAR UM BANDO DE MENINAS!


- Lily... – começou Kely, mas a ruiva nem ouviu, de tanta raiva que estava.


- NEM SEI SE FORAM OS DOIS MESES, PODE TER AGARRADO VÁRIAS ENQUANTO ESTAVA NAMORANDO COMIGO! QUEM SABE SE EU NÃO FUI ENGANADA?


Tiago não agüentava mais ouvi-la gritar. Resolveu por um fim nisso logo de uma vez.


- Olha só, se não quer acreditar em mim, não há mais nada que eu possa fazer. Eu já te dei todas as provas possíveis de que não beijei a garota. Os marotos estavam comigo e já falaram o que realmente aconteceu.


- É claro que eles iam falar a seu favor, não é? – disse ela, ainda nervosa. – São seus amigos.


- Seus também, Lily – disse Remo, com sinceridade, mas, nem assim a ruiva acreditava.


Tiago se virou e foi para o quarto, não suportava mais vê-la gritando com ele. Parecia que aqueles dois meses que passaram namorando, em paz, dois meses perfeitos, já faziam tanto tempo...


Ele entrou no quarto, fechou a porta e se jogou na cama. Ficou pensando... Pensando em todos os momentos felizes que tivera com a ruivinha, mas ela não acreditava, não confiava mais nele... E ele já tinha feito tudo o que era possível para ela acreditar, mas nada funcionava.


Por quanto tempo ele ficou deitado ele não fazia idéia.


- O jantar está pronto, Pontas – avisou Sirius, abrindo a porta do quarto, sem fazer nenhuma brincadeira com o amigo. Quando viu que Tiago não respondia, entrou e se sentou na cama. – Você sabe que vai ser difícil, Pontas. Ela não viu o que nós vimos.


- Não dá mais, Almofadinhas, eu já fiz tudo o que podia, ela não acredita e, sinceramente, eu não agüento mais ouvir seus gritos, depois de ter escutado sua voz doce ao meu ouvido por tanto tempo... Não agüento mais os olhares assassinos que ela me lança, depois que eu recebi olhares calmos e felizes por tanto tempo... Não posso mais sentir seus tapas, mesmo que não sejam tão forte, depois que senti seu toque suave por tanto tempo... Sentir seu perfume, senti-la passando ao meu lado e não poder beijá-la...


Enquanto Tiago desabafava, Sirius estava olhando-o com cara de assassino tedioso. E ele deve ter percebido isso, pois parou de falar no mesmo instante.


- Acabou sua declaração? – perguntou Sirius, respirando fundo. – Você devia falar isso para a ruiva, não para mim, veado! – brincou Sirius, não conseguia passar um minuto ao lado do amigo sem zoar com ele.


- Como se ela fosse me ouvir! – disse Tiago. – Eu acabaria na piscina se fosse falar com ela. O quarto que ela está fica bem de frente para a piscina...


- Então iria ser um veado encharcado! – exclamou Sirius, gargalhando.


- Já falei que é cervo, CERVO! – disse Tiago, tacando um travesseiro que acertou em cheio na cara de Sirius, que estava ocupado demais rindo para perceber que um travesseiro saíra viando em sua direção. E, logo depois desse, vieram mais três. Isso fez com que Sirius caísse com tudo de bunda no chão.


- Ah, é guerra, não é? – disse ele, pegando dois travesseiros de uma vez, e tacando em Tiago, que desviou deles por um triz.


- Vai ter que fazer melhor que isso para acertar o melhor apanhador da Grifinória, Almofadinhas! – exclamou Tiago, já mais animado.


Depois de alguns minutos, penas voavam por todo o quarto, parecendo neve e os dois riam de se acabar deitados no chão. Até que alguém entrou no quarto e Sirius acabou engolindo algumas penas e se engasgando.


Clara estava parada à porta, com uma cara furiosa. Entrou no quarto, batendo os pés e parou na frente dos dois. Tiago engoliu em seco e Sirius,  o resto das penas.


- Eu. Não. Acredito. Que. Vocês. Estão. Fazendo. Uma. Guerra. De. Travesseiros! – disse ela, pausadamente. – E não me chamaram! – terminou, pegando os restos dos travesseiros e jogando nos dois.


Logo não tinha mais nenhuma pena no que eram travesseiros, alguns minutos atrás e o quarto estava branquinho, parecia feito de algodão, de tão grande era o número de penas. E agora eram três rindo no chão. Quando mais alguém entrou no quarto. E não era uma pessoa só. Eram cinco: Harry, Gina, Remo, Pedro e Kely. Lily havia ficado na sala, lendo um livro.


- Viemos ver por que os dois não desceram para jantar – disse Remo, que se dividia entre o riso e o olhar sério. Decidindo, por fim, pelo riso, sendo seguido por todos.


Sirius fez um feitiço convocatório, trazendo mais oito travesseiros para o quarto, um para cada um. Agora sim, que começou uma verdadeira guerra. A porta foi fechada com um estrondo, pelo impacto de um travesseiro jogado por Harry.


Depois de depenarem os oito travesseiros, se sentaram no chão para recuperar o fôlego. Foi quando a porta se abriu mais uma vez.


 - O que estão fazendo? – perguntou Lílian, com os braços cruzados e um olhar parecido com o da mãe de Tiago.


- Ora... Guerra de travesseiros – respondeu Clara. – O que mais pode ser?


- Lily, agora você está parecendo a tia Sara! – exclamou Sirius, rindo.


- E, podem me dizer como vão limpar tudo isso?


- Magia – responderam todos juntos.


- Vocês não têm jeito! – disse ela, se virando e saindo do quarto, enquanto eles voltavam com a guerra de fronhas, não mais de travesseiros, pois eles não passavam de panos, agora.


Meia hora depois eles não agüentavam mais tacar fronhas um no outro e acabaram cada um deitado em um canto do quarto, atrás da cadeira, cama, embaixo dela, até com a porta do guarda-roupa aberta, para se proteger dos ataques.


- Cansei – disse Clara, depois de recuperar o fôlego.


- E não era para cansar? – perguntou Remo, rindo.


- Faz uma hora que estamos aqui! – completou Gina.


- Tacando travesseiros e fronhas sem parar – continuou Kely.


- Acho que uma guerra de travesseiros nunca durou tanto assim – disse Sirius.


- Pelo menos rimos e nos divertimos bastante! – exclamou Harry, com a voz abafada, pois tinha uma fronha na cabeça, obra de Tiago.


- Senhor, a janta está pronta – avisou Nina, pela fresta da porta.


- Obrigado, Nina, já estamos descendo – disse Tiago e ela se retirou.


- A janta? – perguntou Sirius, se sentando.


- Esqueceu que já almoçamos, seu pulguento? – zoou Tiago.


- E o café da manhã que não podia ser – completou Harry, fazendo todos rirem.


- Não é isso, seu veado! – rebateu Sirius e continuou antes que Tiago o interrompesse. – Começamos nossa guerrinha eram umas cinco horas, e já são quase oito... Então, faz mais de duas horas que estamos aqui!


- Não parece – disse Clara.


- Quando nos divertimos o tempo passa rápido – falou Kely.


Eles se levantaram e pegaram as varinhas. Fizeram o mesmo movimento e disseram as mesmas palavras, fazendo as penas retornarem aos travesseiros e tudo ficar limpo de novo.


- Eca! – reclamou Sirius. – Ainda estou sentindo as penas na minha garganta!


- Quê? – indagou Gina, rindo.


- Engoli algumas penas quando Clara entrou no quarto – respondeu ele, pigarreando, enquanto os amigos rachavam de rir.


Embora Tiago e Lily ainda não estivessem se falando, o jantar foi bem mais animado àquela noite, pois Clara se divertia e divertia a todos fazendo piadas e palhaçadas na mesa.


Cansados, em razão da guerra de travesseiros travada durante a tarde, que durou mais de duas horas, eles terminaram de comer e foram para a sala. Se largaram no sofá e se espalharam.


- Estou cansado – disse Remo.


- Também, não é para menos – respondeu Harry, rindo.


- Depois de tudo isso, te daria um prêmio se não estivesse cansado – falou Tiago.


- Eu estou morto! – exclamou Sirius, de olhos fechados.


- E como ainda está respirando e falando? – brincou Clara.


- Tinha que ser você, não é? – rebateu ele, sorrindo.


- Por quê? – perguntou a garota, mesmo já sabendo a razão.


- Para fazer esse tipo de brincadeira – respondeu ele.


Mas, passados quarenta minutos deitados ou sentados no sofá, já não agüentavam mais ficar ali, e estavam completamente acordados.


- O que aconteceu com todo aquele cansaço que estávamos alguns minutos atrás? – indagou Gina.


- Não faço idéia – respondeu Kely. - Só sei que não agüento mais ficar parada!


- O que vamos fazer? – questionou Sirius, e uma bela discussão começou, para decidirem qual seria a próxima aventura.


Somente Lily não participava ativamente da conversa. Embora ela estivesse com o livro aberto, parecia não ler e prestava atenção no que estavam falando.


A discussão começava a aumentar, todos queriam falar e dar suas idéias ao mesmo tempo, até que Clara resolveu dar um jeito nisso.


- CHEGA! – gritou ela, no meio da sala, sobressaltando a todos, que pararam imediatamente de discutir. – Obrigada!


- Como é delicada! – exclamou Sirius.


- Conheça minha prima! – respondeu Tiago, rindo. – Só tem aparência de calma.


- Nem isso! – rebateu Remo, rindo também.


- Hey! Isso é um complô contra mim? – perguntou ela, se fingindo de ofendida.


- Agora falou igual ao Sirius – disse Kely.


- Também, convivendo com essa coisa por tantos anos, acaba-se pegando algumas manias, não é, seu cachorro? – respondeu e perguntou ela.


- Fazer o quê? – questionou Sirius. – Esses seres só sabem me copiar, já que sou lindo e perfeito!


- Convencido! – exclamaram Kely e Gina, e depois começaram a rir.


- Então, pode dizer por que gritou?- pediu Harry.


- Ah, sim, tinha até me esquecido disso.


- Memória! – brincou Tiago.


- Agora que pararam de gritar... – começou ela, mas foi interrompida por Sirius.


- Mas isso já faz, mais ou menos, dois minutos. Não paramos agora.


- Vocês entenderam! – retrucou ela. – Continuando. Agora que pararam a discussão, vamos ter uma conversa mais calma. Cada um fala a idéia que tem e escolhemos uma por democracia. Kely, comece.


- Poderíamos fazer algum jogo – sugeriu ela.


- Certo, Sirius é o próximo – disse a ruiva.


- Poderíamos entrar na piscina.


- Gina – continuou, apontando para cada um, quando era sua vez de falar.


- Sinceramente, não sei.


- Harry?


- Também não.


- Tiago?


- Tenho duas opções. Podemos jogar verdade ou desafio, ou algum jogo bruxo.


- Lily?


- Por mim tanto faz, estarei lendo meu livro – respondeu a ruiva, voltando a “ler” o livro.


- E você, Clara? – perguntaram todos juntos. As idéias dela eram sempre ótimas e divertidas.


- Eu tenho o jogo perfeito! – disse ela, com m sorriso maroto nos lábios, muito parecido com o de Tiago.


- Então, fala logo! – pediram Sirius e Tiago, sorrindo.


- Chama-se jogo das cordas – respondeu Clara.


- Jogo de quê? – perguntaram Gina e Kely.


- Cordas – explicou Clara.


- E como se joga isso? – perguntou Harry.


- Nunca ouvi falar desse jogo – comentou Remo.


- Joguei isso com meus amigos, quando passamos as férias na casa da Luana – continuou ela. – Não sei quem inventou, mas é muito engraçado.


- Então explica logo! – exclamou Sirius, empolgado.


- O jogo é feito em pares – começou Clara. – Cada pessoa fica unida a outra por cordas invisíveis, mas podemos senti-las. Se passamos o limite de distância, elas nos puxam de volta. Também atravessam paredes, mas só se for o caso de usar o banheiro, e pessoas também. Assim não há perigo de alguém acabar passando por outra pessoa e dando nó na corda ou derrubando-a.


- Entendi – disse Sirius, com um belo sorriso maroto, já pensando em como aquele jogo poderia ajudar a fazer Tiago e Lily se acertarem. – Por quanto tempo isso dura?


- O tempo que os participantes quiserem.


- Eu gostei – falou Sirius.


- E vocês, o que acharam? – perguntou Clara.


- Legal – disse Tiago.


- Eu topo, mas, quem vai escolher os pares? Nós mesmos? – perguntou Gina.


- Não. Há uma magia para fazer isso.


- E você sabe como usá-la? – perguntou Remo, receoso. E se acabasse dando tudo errado?


- Sei, minhas amigas me ensinaram, não é difícil. Então, todos topam?


- claro – responderam, menos Lily.


- Lílian, você aceita? – perguntou Clara, virando-se para a ruiva.


- Não sei... Não me agrada a idéia de ficar amarrada vinte e quatro horas por dia com alguém – respondeu ela, já pensando nas possibilidades de com quem ficaria.


- Ah, vamos, por favor, Lily! – implorou Kely, que sabia muito bem como convencer as pessoas. – Se você aceitar, dará certo, oito pessoas, quatro pares, mas se não, vai ficar ruim... Por favorzinho!


- Não sei... – respondeu ela, pensando muito bem, pois poderia acabar se arrependendo de sua decisão.


- Vai, por favor! – pediu Gina, também.


- Ah, está bem! – respondeu ela, ainda muito receosa, mas acabou aceitando a pedido de suas amigas.


- Ótimo! – exclamou Clara, já com o plano formado em sua cabeça. – Vou à biblioteca, só verificar se o feitiço está certinho, para não ter nenhum erro.


- Vou com você – disse Sirius. – Vem, Kely? – perguntou Sirius, já fazendo um sinal para que Kely os acompanhasse.


- Claro – respondeu a garota, percebendo o sinal. Eles se levantaram e seguiram a ruiva até a biblioteca. Quando entraram, ela fechou a porta e se virou para os dois.


- Sabem por que estamos fazendo isso, não?


- Claro – responderam os dois, sorrindo. Ela sorriu, em resposta, e foi direto para uma estante de livros mais afastada. Em segundos voltou com um livro pesado nas mãos. Colocou-o na mesa e os três se sentaram.


Ela abriu o livro e começou a folheá-lo, à procura do feitiço. Não demorou muito a achá-lo.


- Aqui está ele! – disse ela, em tom de vitória, mostrando o feitiço aos dois. – Algum dos dois sabe usá-lo?


- Mas você não disse que sabia? – perguntou Kely, arqueando uma sobrancelha.


- O que eu sei é outro, e pode não dar muito certo – respondeu ela.


- Como assim não dar muito certo? – perguntou Kely, desconfiada.


- Por causa dos pares, meu amor – respondeu Sirius.


- Ah, entendi! – falou Kely.


- Eu sei usar esse feitiço – disse Sirius, sorrindo. – Posso fazê-lo, se quiser.


- Ótimo! – exclamou Clara, sorrindo marotamente. Ela guardou o livro e os três retornaram à sala, onde os amigos os aguardavam.


- E então, está tudo certo? – perguntou Remo, assim que se sentaram.


- Certíssimo – respondeu Clara.


- Podemos começar, então? – indagou Gina.


- Claro, preciso apenas de um pergaminho em branco – disse Clara e logo Tiago entregou-lhe o que foi pedido. – Sirius, pode fazer.


- Por que ele? – perguntou Tiago.


- Acho melhor ele fazer – respondeu Clara, simplesmente, dando de ombros.


- O feitiço formará as duplas para o jogo. Então, saibam que ninguém aqui escolheu isso por si próprio, foi a magia que o fez – explicou Sirius. – Então, ninguém, por favor, reclame que eu que fiz as duplas, eu escolhi.


- Certo, podemos começar? – perguntou Clara, entregando o pergaminho a Sirius.


- Claro – respondeu o garoto, recebendo a folha e tirando a varinha do bolso. Apontou-a para o pergaminho em branco e murmurou o feitiço. Como se estivessem sendo escritos por algo invisível, logo o nome das duplas começou a aparecer no pergaminho.


 


Harry e Gina


 


Sirius e Kely


 


Remo e Clara


 


Tiago e Lílian



- Ah, não – disse Lílian, não acreditava no que via escrito no pergaminho. – Tenho certeza de que escolheram com quem cada um ficaria, está na cara!


- Não escolhemos não, Lily – disse Sirius, sério. – Foi tudo pelo feitiço, nós não fizemos nada.


- Acredite, Lily – disse Kely. – Eu vi o feitiço usado no livro.


- Isso não pode ser verdade! – reclamou ela, com a cara fechada.


- Mas é, e vai ter que aceitar – falou Clara, com um enorme sorriso.


- Clara, você daria uma ótima marota! – disse Tiago, rindo.


- Eu acho que ela já é uma! – comentou Remo, fazendo todos rirem.


- O jogo começará às nove horas – avisou Clara.


- E como vai acontecer? – perguntou Harry.


- Vai aparecer uma pulseira no braço de cada dupla, ligando-os pela corda invisível.  Pulseira é prateada.


Dito e feito, dois minutos depois, as pulseiras começaram a aparecer no braço de cada um. Nos meninos, surgiu no pulso direito e, nas meninas, no esquerdo. Mas, essa aparição foi seguida de um acontecimento muito engraçado.


Lily, que estava bem distante de Tiago, foi puxada por algo invisível, tropeçou com o tranco e caiu no colo de Tiago.


- É claro, Tiago é mais forte, e vocês estavam muito separados – disse Gina, gargalhando juntamente com todos, exceto Lílian, que estava vermelha, não se sabe se de raiva ou vergonha.


- Vamos dormir, Potter – chamou a ruiva.


- Se você quer assim – disse ele, dando ombros e seguindo-a. – Boa noite a todos.


- Se preparem – avisou Sirius.


- Por quê? – perguntou Harry, confuso.


- Quando ela perceber que a corda não permite que os participantes durmam em quartos separados, mesmo estando lado a lado... – explicou Sirius.


- Lá vem os gritos – disse Kely.


- Tapem os ouvidos – sugeriu Remo.


- Cinco, quatro, três – Gina começou a contagem regressiva. – Dois, um...


- POTTER! – gritou Lílian, e isso foi ouvido claramente na sala de estar. – VOCÊ E NINGUÉM MAIS ME DISSE QUE TERÍAMOS QUE DORMIR NO MESMO QUARTO! – uma pausa, provavelmente Tiago estava falando alguma coisa. – EU SEI QUE SIM, MAS NÃO É A MESMA COISA! – outra pausa, dessa vez mais longa. – NÃO ACREDITO NISSO!


Agora os gritos pararam.


- Ou ela se cansou de gritar ou matou o Pontas ou deixou-o surdo – disse Sirius.


- Aposto na terceira opção – respondeu Harry.


- É, ela nunca se cansa de gritar com o Tiago – falou Kely.


- Vamos subir para ver se ele está vivo? – questionou Remo e todos concordaram. Ao entrarem no quarto, de mansinho, viram Tiago encostado à porta do banheiro com uma expressão indefinível.


- Você está bem, sem arranhões, hematomas, surdez, ou alguma coisa parecida? – perguntou Sirius.


- É claro que sim, Almofadinhas – respondeu Tiago.


- Ela não fez mais nada além de gritar? – perguntou Remo, espantado.


- Não, mas ela ainda não sabe de tudo... – disse Tiago, e os amigos entenderam o que ele qis dizer com “tudo”.


- O que ela está fazendo? – perguntou Kely, indicando o banheiro.


- Tomando banho – respondeu Tiago.


- Conte para a gente o que você disse – pediu Harry.


- Como assim o que eu disse? – indagou Tiago, confuso.


- Nós ouvimos tudo o que a Lily falou, ou melhor, gritou a plenos pulmões, mas, nas pausas que ela fez você deve ter dito alguma coisa – explicou Gina.


- Ah, sim – disse Tiago, entendendo.


 


Flash Back


- Vamos dormir, Potter – chamou a ruiva.


- Se você quer assim – disse ele, dando ombros e seguindo-a. – Boa noite a todos.


Os dois subiram as escadas, Lily à frente, quase puxando o garoto.


- Lily, eu queria... – começou ele, mas foi interrompido.


- Evans! – disse ela, com pouca paciência.


- Está bem. Evans, eu queria te contar uma coisa.


- Se for começar a contar a mesma história, de que não foi culpado e etc., esqueça!


- Não, não é isso – disse ele, meio nervoso, ao chegarem no corredor.


- Pois fale, então – disse ela, secamente.


- Bom, você sabe que a corda não vai permitir que... – falou ele, já aflito, a entrarem no quarto dela.


- Quê...? – insistiu ela.


- Que possamos... – continuou Tiago e a ruiva já começou a ficar vermelha de raiva ao fechar a porta do quarto, entendendo o que ele queria dizer, mesmo antes que terminasse.


- POTTER! – gritou ela, lançando a ele um olhar assassino. – VOCÊ E NINGUÉM MAIS ME DISSE QUE TERÍAMOS QUE DORMIR NO MESMO QUARTO!


- Mas, Evans, você já dormiu no mesmo quarto que eu, na mesma cama até – tentou Tiago, mas não estava dando muito certo.


- EU SEI QUE SIM, MAS ISSO NÃO É A MESMA COISA!


- Por que não? Eu sei que não me odeia, pois a garrafa enfeitiçada no verdade ou desafio comprovou isso. Vai ter que se conformar.


- NÃO ACREDITO NISSO!


- Mas vai ter que acreditar, você aceitou jogar.


- Ninguém me avisou sobre isso – reclamou ela, sem gritar, mas não estava mais calma.


- Nem a mim – respondeu ele. – Só percebi quando disseram que a corda não se alongaria, a não ser para tomar banho e usar o banheiro.


A ruiva pareceu se convencer um pouco sobre isso, mas ainda tinha uma expressão assassina.


- Vou tomar banho! – disse ela, se virando e puxando Tiago para mais perto do banheiro. Ela entrou e bateu a porta, mas, logo depois saiu para pegar uma roupa limpa. Depois disso retornou ao banheiro e Tiago se recostou à porta, para esperá-la. 


Não se passaram nem trinta segundos e seus amigos e sua prima entraram no quarto.


 


Fim do Flash Back 



- Achei que ela tivesse te deixado surdo – comentou Sirius, rindo.


- Acho que ele já se acostumou com os gritos – disse Kely.


- E eles não fazem mais efeito – completou Remo, rindo também.


- E, como vai contar a ela a outra parte do jogo? – perguntou Clara. – Por que sei que você já descobriu o que é...


- Não sei – respondeu Tiago, pensativo. – Se ela já gritou assim só por saber que teremos que dormir no mesmo quarto, imagina quando souber do resto!


- Quer uma sugestão? – perguntou Sirius.


- Ajudaria muito – disse Tiago, embora estivesse meio receoso do que receberia como resposta.


- Use um tampão de ouvido – respondeu Sirius, arrancando risadas de todos.


 Cada dupla foi para um quarto, tomar banho e se arrumar para dormir. Meia hora depois, Lily saiu do banheiro, vestindo sua camisola verde esmeralda.


- Pode entrar – disse ela.

 


- Só preciso pegar minha roupa – respondeu ele e os dois foram até o quarto de Tiago, que pegou seu pijama e retornaram ao quarto da ruiva pois, enquanto ele tomaria seu banho, ela secaria os cabelos.


 Depois de ele sair do banheiro, resolveu contar a outra parte do jogo a ela. 


- Evans, preciso te contar mais uma coisa – falou ele, sério, já preparando seus ouvidos para os gritos.


 - Ai meu Merlin, mais uma não – disse ela, suspirando. 

**
N/a: Bruna Suely, obrigada pelo comentário! Aqui está o novo capítulo... Há muito tempo eu não postava aqui pois não havia leitores, mas se você continuar lendo, eu atualizo pra você =) Beijos!

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