- Sem respostas... -
- Um vulto? – perguntou Tiago no café da manhã do dia seguinte quase em um sussurro para Sirius.
- Sim... Ele estava perambulando pelos terrenos da escola. – respondeu o outro em mesmo tom.
- E você o atacou? – havia brilho nos olhos de Tiago que sumiram ao ouvir a negação do amigo. – Por quê? Tudo bem que não sabemos todos os feitiços...
- Atacá-lo? E eu sei duelar, por acaso?
- Não quis dizer isso... Mas... AH! Esquece o que eu disse e continue a história.
Era a terceira vez que Tiago pedia para o amigo contar a história que se passou nas férias que haviam terminado. Contudo ele queria os vários detalhes sobre o vulto, o problema que houve com o professor e Lupin.
- Ainda não acredito que isso possa ter acontecido com William... Apesar de velho ele parecia forte! O que aconteceu mesmo?
- Ele desmaiou! – berrou Sirius já irritado fazendo várias cabeças virarem em sua direção, ele sorriu sem graça.
- Quem desmaiou? – perguntou Pedro que estava ao seu lado.
- Não interessa! Vê se volta a comer e não enche!
Pedro não deu mais um pio.
- Então... O trato que fizemos antes das férias ainda está de pé? – perguntou Tiago baixinho.
- Qual trato?
- Lupin...
- Ah! Sim. Tudo bem... Mas ainda não consegui descobrir nada... Nada mesmo!
- Ah! Nós descobriremos... Tenha certeza nisso! – Tiago voltou o olhar para o nada, parecia pensar muito no assunto.
Apesar de as pessoas terem voltado das férias energizadas, as aulas não foram das melhores... Principalmente História da Magia. O professor atravessara a parede como sempre e, antes de nada, começara a dar aula lendo seus apontamentos monótonos.
- E ele não muda...
- Pois é... Podia pelo menos falar um pouco sobre as férias... Perguntar como foram as férias de cada um... Mas pelo visto continua o mesmo!
Comentavam Sirius e Tiago, enquanto Pedro era cutucado por Lupin.
- Acorda!
O outro abriu os olhos devagarinho e continuou com a cabeça apoiada nas mãos, como se ainda não tivesse acordado.
- Esse também não muda... – comentou Sirius rindo e apontando para Pedro.
- Ah! Voltou a monotonia! E nada demais pode acontecer?! Seria pedir demais um pouco de ação? – reclamava Tiago depois da aula.
Murzim, que estava por perto, escutara o resmungo de Tiago e se aproximou com um sorrisinho. Ele cumprimentou Sirius, Pedro e Lupin e disse:
- Escutei você comentando sobre monotonia, sabe? – virou-se para Tiago. – Quer uma dica? Vá atrás da bruxa corcunda de um olho só... Por trás dela há algo fantástico, pena que descobri a pouco tempo... É o máximo que posso dizer! E quando você for do terceiro ano é que entenderá, se não descobrir antes – e se distanciou, deixando os quatro se perguntando sobre o que acabaram de escutar.
- Bruxa corcunda de um olho só? O que ela vai fazer? Me dar um chá pra relaxar? – perguntou ironicamente Tiago.
- Talvez ela use o feitiço da quebra-de-monotonia! – riu-se Sirius.
Talvez fosse coincidência os garotos estarem reclamando da falta de fatos que acabassem com o tédio, mas neste momento Pirraça passou sobrevoando os vários alunos que haviam chegado e se agrupado naquele corredor. Muitos soltaram gritos de susto quando o poltergeist derramou um líquido escuro e denso em cima de alguns, incluindo Sirius e Tiago.
- Bem... Não era exatamente isso... – reclamou ao ouvido de Sirius.
- Argh! O que é isso? – perguntou Pedro se debatendo para se livrar da substância. – Parece... Tinta!
- Nunca vi isso... É algo viscoso!
- NÃO! PIRRAÇA! – veio Apolíneo quase em uma corrida lenta, com seu passo manco. Ele, com a cara de buldogue contorcida, estava mais furioso do que nunca, e também estava coberto da mesma substância. – SLUGHORN! SLUGHORN!
- Será que isso é tão ruim? – perguntou Pedro cheirando a tinta que escorria pela sua cabeça. – Me lembra frutos do mar... Sabe, nas férias mamãe costuma fazer muitos!
- Por que Pringle está berrando o nome de Slughorn? – perguntaram alguns.
- Talvez seja porque isso que ele despejou na gente tenha sido afanado do estoque de ingredientes do professor Slughorn – concluiu Lupin ainda pensativo.
- De qualquer forma... O problema não é nosso...
- Esse troço não quer sair do meu cabelo! – começou a berrar Pedro, o mesmo estava acontecendo com outros alunos.
- Que cheiro forte é esse? Isso não estava com um cheiro tão ruim assim – perguntou Sirius.
- Deve ser tinta expelida por polvos, com o tempo ela sai... Vamos! Ou nos atrasaremos para a próxima aula!
A aula de defesa contra as artes das trevas do dia seguinte fora a pior de todas até o momento. O professor estava muito cansado e de vez em quando tinha um acesso de tosses, ele mal conseguia falar direito.
- Professor, o senhor está bem? – perguntou Lupin.
- Estou... Não é nada... – escondia e continuava a explicar a matéria tentando mudar de assunto.
Por vezes parecia que ele iria cair ali, morto, diante de todos. Sirius estava começando a sentir pena do professor, ele passara por algo terrível nas férias as quais pouco aproveitou por ter ficado a maior parte do tempo na enfermaria.
E a cada dia que se passava o professor assumia uma pior aparência, estava mais magro ainda com os olhos saltados na órbita. Ainda ia diariamente à enfermaria tomar um remédio, sendo que um dia ou outro parecia até melhor. Ele tentava usar seus últimos suspiros para dar sua aula. Era realmente uma situação delicada a qual se encontrava...
Tiago aproveitou a aula de Poções para pregar mais uma peça em Snape, mas ele fazia o possível para ser o mais discreto. Sirius sempre tomava conta e dava o sinal de alerta quando ele poderia realizar o plano.
- Hoje vamos rever as poções que vimos até agora para aquecer suas cabeças depois de umas férias bem frias! – começou o professor após todos os alunos terem sentado em suas mesas.
Tiago e Sirius haviam sentado juntos, como Snape e outro garoto sonserino e Lílian e Maria McDonald. Após o professor pedir para fazerem uma poção que já até tinham aprendido, todos voltaram sua atenção para seus ingredientes e caldeirões.
- Muito bem... Eu vou ficar vendo até quando ele vai fazer a poção para conseguir levar a minha antes, aí irei ver se a barra está limpa para você fazer aquilo que andou planejando... Mas só com meu sinal? – sussurrou Sirius.
- E ele será?
Sirius inspirou fundo e deu um baita de um espirro, logo depois de um pedido irônico de desculpas.
- Certo... – concluiu Tiago voltando-se para sua poção. – Mas para isso precisamos terminar a nossa antes dele.
- É só me ajudar a entender para que misturar asfódelo com pó de chifre de bicórnio...
Os dois trabalharam juntos para tentar terminar antes de Snape, porém houve um equívoco.
- Professor, terminei minha poção! – exclamou o garoto sentado no fundo da sala.
- Muito bem, Sr. Snape, traga a poção até aqui.
Sirius pegou sua própria poção ainda não terminada e encheu um frasco. Também disse ao professor que havia terminado antes de mais nada, e este pediu para que viesse até a mesa dele. O garoto apressou o passo para passar a frente de Severo e, depois de ver que cada aluno ainda estava concentrado em suas devidas poções, simulou um espirro em cima de Snape.
- Ah... Desculpe-me... Ih... Voou catarro. – fingiu arrependimento.
No mesmo instante, Tiago havia preparado a varinha, apontado para o frasco de Snape e murmurou algo. TECK! Com um estalo, o frasco se rompeu e o conteúdo foi despejado no chão. Como todas as vezes que algo dava errado, Snape não berrou, ficou púrpura. Sirius simulou mais espirros para parecer mais real e esconder o riso e acabou derrubando seu próprio frasco, mas não se mostrou muito surpreso por saber que aquela poção estava errada.
- Droga! Vou ter que fazer mais... – resmungou voltando ao seu lugar.
Snape ainda estava parado no mesmo lugar, sua coloração passara para um vermelho-esverdeado. Ele apontou a varinha para o chão e a poção sumiu, no instante seguinte voltava para a sua própria mesa, parou novamente ao olhar o conteúdo de seu caldeirão.
- AH! – berrou o mais alto que pode.
- O que houve? – perguntou o professor se aproximando.
- Alguém estragou a minha poção... DE NOVO! – apontou para o caldeirão com uma poção rosa. – Antes de eu me levantar ela estava azulada!
- O senhor pode ter acrescentado algum outro ingrediente a mais sem querer...
- Não acrescentei! Foi alguém!
- Oras, você não pode culpar alguém assim do nada!
- Eu sei quem foi! Foram aqueles dois! – e apontou para Sirius e Tiago.
- Se foram eles o seu colega pode dizer, ele não saiu do lugar... Sr. Ghoal – disse o professor voltando-se para o aluno que estava do lado de Snape. – Você viu o Black ou o Potter virem até aqui e derramarem algo na poção de Snape?
O garoto encarou o professor com horror no rosto. Ele não abriu a boca.
- Eu te perguntei... Não vai responder ao seu professor? – indagou o professor no mesmo tom calmo de sempre.
- Fui eu... – balbuciou o garoto, ele estava branco. – Eu estava fazendo minha poção e acabei esbarrando em um dos ingredientes do Snape que caiu no caldeirão dele...
- Viu, Sr. Snape? Para que por a culpa nos outros sem motivo? Refaça sua poção... – apontou a varinha para o caldeirão de Severo e ordenou: Limpar.
Sirius ainda estava rindo em silêncio.
- E eu pensei que você que havia estragado a poção de Snape... – comentou Sirius ao ouvido de Tiago que soltou uma risada aguda.
- Não... Foi coincidência mesmo... Mas até que em parte ajudou! – e abriu um sorriso de inocência.
Apesar de não saberem, estavam sendo vigiados pelos olhos flamejantes de Lílian. Esta esperou até o fim da aula, quando todos haviam saído para chegar perto de Tiago e dar o sermão de sempre.
- Sorte sua aquele retardado da Sonserina ter estragado a poção de Snape! Pois eu sei muito bem que você que rompeu o frasco do garoto. Não dá pra deixá-lo em paz pelo menos uma vez? Ou eu vou ter que começar a entregar você?
Tiago não conseguiu responder, apenas a encarou. Ao não ouvir resposta, a garota virou as costas e saiu da sala.
- Só há um jeito de acabar com estes sermões dela... É tentando convencê-la de que me curei! Como se isso fosse doença... – disse sarcasticamente.
Tiago utilizou o mesmo esquema de Sirius, ambos ajudavam Remo e começaram a fazer amizade com ele. O garoto realmente estava feliz, sendo que os três passeavam muitas vezes pelos campos baldios do colégio, muitas vezes seguidos por Pedro.
Os três faziam deveres de casas juntos e, muitas vezes, eram Sirius e Tiago a copiar as respostas de Lupin. Principalmente em Astronomia e História da Magia.
Em Transfiguração e Feitiços, os três se esforçavam muito. Sirius e Tiago estavam conseguindo obter os melhores resultados nos desafios propostos pelos professores.
- Muito bem, Sr. Black! Dê outra demonstração! – esganiçou-se Flitwick, aproximando-se de Sirius para vê-lo romper uma colcha. – Ótimo! Agora quero que os outros também consigam! Vamos lá! Energia!
Sirius já conseguira até transfigurar uma lata de sardinhas em um cálice de cristal. A professora estava alegre por ver que seus alunos estavam tento um maior desempenho e, conseqüentemente, um maior rendimento.
- Quase lá... Só falta ser de cristal... – comentava a professora ao passar pelas mesas.
As aulas de astronomia pioravam cada vez mais. A professora passava suficiente dever de casa para os alunos passarem o final de semana dentro do salão comunal.
- Ah! Não vou terminar não! O problema é dela! – disse Sirius irritado.
E nem mais estavam prestando atenção na aula de História da Magia...
- Do jeito que vocês andam vão acabar sendo reprovados em História da Magia. – comentou Lupin olhando os dois que discutiam outro assunto que nada tinha haver com a aula.
- Não tem importância... Na hora a gente inventa algo! – retrucou Tiago para o olhar de decepção de Lupin.
Pedro estava novamente babando sobre seu caderno, e Sirius não perdeu a chance de acordar o garoto com um susto. Como sempre, a expressão de pânico no rosto de Pedro e o salto que deu, fazendo a cadeira virar e os dois, ele cair no chão, chamou a atenção de todos, inclusive o professor.
- O senhor está bem, Sr. Pedigriu? – perguntou quando viu o garoto se levantar e sentar de novamente no banco.
- Sim... Professor... – completou rapidamente.
Tiago fez o possível para guardar o riso.
Aos poucos, eles (Sirius, Tiago e Lupin) foram criando um verdadeiro vínculo de amizade... Talvez tivessem esquecido os seus verdadeiros objetivos (descobrir o segredo de Lupin)... Mas agora pareciam verdadeiros amigos. Ambos sentavam perto nas aulas de transfiguração, defesa contra as artes das trevas e feitiços. Sendo que Lupin era acompanhado de perto por Pedro que sempre estava confuso com as explicações dos professores.
Já haviam até marcado o próximo jogo de Quadribol da Grifinória: Grifinória e Sonserina. O que foi um dos melhores jogos vivenciados pelos espectadores. Todos os grifinórios estavam agitadíssimos com a grande vantagem sobre a Sonserina.
No dia do jogo, Sirius desceu mais cedo para tomar o café da manhã, até antes do que Tiago ou Pedro. Depois da refeição foi caminhar um pouco pelos gramados, e algo o chamou a atenção: Andrômeda, sua prima, vinha ao seu encontro. Ela parou diante de Sirius, um pouco longe dos demais alunos, e o cumprimentou, sentando-se no gramado do colégio.
- Desculpe-me não poder falar com você antes, Sirius. – disse sem graça.
- Tudo bem... – respondeu o primo sentando-se ao lado de Andrômeda.
- Sabe, Sirius, o sétimo ano é o pior ano. O ano mais difícil que você enfrentará. O ano com mais sacrifícios. O ano com menos tempo livre. – e sorriu. – Logo, logo, prestarei os N.I.E.M.s.
- Nenhum insolente está maduro suficiente – disse Sirius ironicamente.
- Lembro-me bem de Bela falando isso quando ela prestou os N.I.E.M.s dela... E realmente há um que de verdade... É o ano em que você decide sua vida. As provas são as piores. Não é à toa que são denominados Níveis incrivelmente exaustivos em magia – e riu. – Mas... Como está sendo seu ano, primo?
- Normal... Nada demais.
- Sei, sei... Você está sempre com esta cara de santo, mas eu tenho certeza de que não é tão santo assim – e riu novamente. – Seus pais não ficaram nada felizes com a casa em que você caiu, não?
- Pelo menos é o que parecia no berrador.
- Não se preocupe, não há porque eles te torturarem apenas por você ter sido selecionado para a Grifinória...
- Me torturar? – Sirius a encarou sério.
- Foi uma brincadeira. E eu entendo nossa família, eles realmente não ficariam felizes com algo deste tipo – olhou o céu. – Podemos soar como estrelas brilhantes do universo, mas não somos. A maioria possui o pior dos corações negros... Não posso ficar te protegendo, entende, Sirius? Já vou me formar, provavelmente terei logo meu emprego. Eu também não gosto muito da nossa família, mas família é algo que a pessoa tem e não pode mudar.
- Pois é... Vamos então só nos ver nas férias mesmo...
- Espero que sim... Acho que você é o primeiro grifinório da nossa família! Que eu saiba, todos os outros foram ou são sonserinos. E nós, sonserinos, temos uma rixa com os grifinórios. Mas, desta vez, eu vou torcer pela Grifinória, só para contrariar. Mas não deixe ninguém saber, muito menos Narcisa! – cochichou em seu ouvido. – A rixa também é um motivo de eu não ter podido falar com você antes.
- Tudo bem, eu entendo.
- O tempo passa... Daqui a pouco tem jogo... É melhor eu ir, antes que pensem qualquer coisa... Até, Sirius.
Andrômeda deixou Sirius ali, solitário no gramado. Sempre gostou daquela prima. Em sua opinião ela e seu tio Alfardo eram os melhores parentes que já conhecera. Ficou a observando se distanciar, seus cabelos longos e levemente ondulados e negros balançando pelo vento. Sorriu ao saber que pelo menos poderia contar com sua ajuda...
O jogo em si, começou dez minutos atrasados, porém foi o mais ansiado por todos os alunos, até os das demais casas que não estavam disputando naquele instante.
“E lá vai o nosso capitão atrás do pomo! Vai! Você consegue, Justino! AH! Que golpe baixo... Esses sonserinos são terríveis! Deveriam tê-los... Bem... E o Jogo prossegue” – reboou a voz de Lance pelo estádio, e o garoto teve que se corrigir sobre o olhar severo de McGonagall.
Justino passou voando rapidamente pelo estádio, muitas garotas gritaram o nome dele. O time da Sonserina estava de cara fechada, pareciam muito irritados. O placar estava setenta a trinta para a Grifinória.
O artilheiro sonserino derrubou uma grifinória com um chute e esta caiu com um baque no chão. Os grifinórios xingaram.
“Isso é um absurdo! Como ele pode fazer isso?” – berrava Lance, descontrolado. “E lá vai aquele imbecil do Hudge atrás de Justino! Se eu fosse o Justino eu... Desculpe-me, professora Minerva. Prometo que não faço mais isso...” – desculpou-se desconcertado.
Justino fez uma cambalhota incrível no ar e mergulhou contra o pomo, que logo se debatia em sua mão.
- Agora é só ganharmos da Lufa-Lufa, a Lufa-Lufa ganhar da Corvinal, e esta ganhar da Sonserina... Aí nós ganharemos a taça! – Tiago comentava o jogo sem parar para qualquer um que aparecesse na frente deles.
Lupin, que no dia andara de cabeça baixa, já até estava mais animado com a vitória dos grifinórios.
O dia vinte e sete de março se iniciou de algum modo que Sirius não soube explicar. Acordou com Tiago sentado em sua cama cantarolando, estava cheio de presentes em volta de sua cama. A dedução que chegou foi rápida: era o seu aniversário, e ele não havia comprado nada para o amigo.
- Feliz aniversário, Tiago! – cumprimentou Sirius ainda com um leve bocejo.
- Ah! Obrigado! – respondeu o outro com um sorriso largo.
O dia passou bem rápido, em comparação a outros, sendo que era segunda, dia o qual tinham dois tempos seguidos com o professor Binns. Poucos sabiam que era aniversário de Tiago, mas ele pouco se importou, fez o máximo para aproveitar seu dia.
- Só porque é seu aniversário, não é pra ficar de pernas para o alto na aula! – reclamou Remo enquanto o outro cantava uma música alegre, com o caderno todo rabiscado de planos para arruinar a vida de Snape.
A aula de transfiguração do dia foi uma das mais produtivas, quase todos os alunos conseguiram realizar o feitiço com perfeição antes do final da aula. Tiago foi pego pela professora, enquanto desenhava uma garota em seu caderno.
- Interessante, Sr. Potter... Vejo então que o senhor já deve ter dominado o feitiço com sucesso. Dê uma demonstração, então.
Tiago ficou sem saída: foi pego desprevenido; teve que fazer o que a professora pediu, e acabou errando no feitiço que mal havia praticado.
- Menos cinco pontos para a Grifinória pela indisciplina do Sr. Potter. Portanto, da próxima vez, espero que você não perca seu tempo desenhando, e preste atenção na aula! – e com um toque de varinha no papel desenhado, este desapareceu.
Pelo menos ele e Sirius se divertiram na aula de vôo, vendo Snape cair da vassoura. Tiago fez uma incrível apresentação, Sirius tentou o mesmo duas vezes, tendo caído as duas, preferiu não tentar novamente.
- Vire mais a vassoura quando ela estiver a oitenta e cinco graus do chão... – começou o amigo.
- Ah... Não obrigado... Senão depois de fazer isso eu terei que levar trinta segundos e oito milésimos para dar o lupim e depois aterrissar no chão – ironizou Sirius.
- Sr. Snape, levante-se e tente novamente, sei que o senhor consegue! – exclamou a professora para Severo que estava emburrado com a própria vassoura e todo machucado por causa dos tombos.
- Desisto!
- Que isso, rapaz... Conheço sua mãe, ela é uma boa jogadora, sei que você consegue fazer como ela.
Snape parecia não ter gostado de ouvir aquilo, pois depois ficou muito calado.
- A mãe dele é jogadora de quadribol? Profissional? Qual deve ser o time? – perguntou Tiago curioso ao ouvido de Sirius.
- Não faço a mínima idéia, deve ser o time que está rebaixado... Por isso a professora disse que ele conseguiria fazer igual a mãe dele.
O dia acabou como outro qualquer, muitos ficavam no salão comunal até altas horas da noite, enquanto outros dormiam serenamente em seus devidos dormitórios.
Dois dias depois, como das outras vezes, perceberam o desaparecimento de Lupin. Isso foi suficiente para os dois retornarem a comentar planos para descobrir o segredo de Lupin. Isolaram-se em um canto do salão comunal apenas para discutir sobre isso.
- Procurar na biblioteca? Já não fizemos isso?
- Mas ainda há a seção reservada... – sussurrou Tiago. – Você procurou lá?
- Não! Isso é para nos obrigar a ir a biblioteca?! – indignou-se.
- É para descobrir a verdade! Ou prefere ficar escutando que ele só fica doente uma vez por mês? Ou que o cachorro dele morreu? Ou que o papagaio do irmão do sobrinho do vizinho da sua mãe teve um enfarte!
Os dois riram.
- Precisamos de autorização e...
- Não se fizermos uma visita noturna... – e pigarreou alto voltando sua atenção para a lareira, deixando Sirius pensativo.
Ficou muito tempo pensando em como realizar a invasão e por vezes lançava olhares para algum canto da sala, como se esperasse que o Lupin estivesse ali e desmaiasse naquele instante.
Bem... Podemos tentar... Afinal, que diferença fará se ele for pego novamente? Pro inferno com normas! Foi a conclusão a qual chegou.
- Certo! E sem pedir autorizações. Senão os professores podem desconfiar da gente. – concluiu Sirius aceitando a proposta.
Eles não tardaram a realizar o plano. Cinco dias depois, antes mesmo do jantar, os dois foram para a biblioteca. A primeira coisa que fizeram foi procurar em livros comuns mais para passar o tempo, até Madame Pince avisar que o horário da biblioteca havia acabado. Sirius se escondeu na brecha de uma estante e a parede por ser bem magro, enquanto Tiago iria argumentar com a professora para tentar fazê-la esquecer de revistar a biblioteca.
Sirius ficou muito tempo calado, aprecia ter passado quase meia hora quando foi possível se ouvido passos leves.
- Psiu! Sou eu... Aproveitei para enrolá-la com um livro que eu peguei emprestado ontem e que eu o havia perdido, ela disse que iria até o escritório dela conferir a lista de alunos e pedidos e que amanhã eu voltasse com o livro, senão poderia me arrepender... Ela acabou de sair... Vamos!
Sirius sentiu um alívio ao sair daquele lugarzinho, os dois caminharam o mais silencioso o possível, pularam a corda que separava as sessões. As estantes eram muito mais altas e tudo tinha um tom tenebroso, também por estar escuro.
- Como era mesmo aquele feitiço que você achou naquele livro?
- Acho que era lumos... Coisa assim...
De repente, um estalido rompeu o silêncio e Tiago apareceu com uma luz proveniente de um fósforo aceso.
- Cadê a vela?
- Vela? Que vela?
- Aquela que você combinou de trazer, Tiago!
- Ops... Ah! Eu tenho uma caixinha de fósforos!
Os dois conversavam em um sussurro quase inaudível, mas era fácil adivinhar que tinha alguém ali pelo repentino cheiro forte de fumaça.
- Isso não vai dar certo com um fósforo...
Sirius já havia se adiantado para um livro que conseguira enxergar ao aproximar a luz do fósforo. Ele preferiu devolver o livro ao ver que se tratava de magia de altíssimo nível. Voltou-se para o amigo com o segundo fósforo aceso e desembainhou a varinha.
- Vamos tentar o feitiço... Se não for lumos é melhor desistir! – pigarreou. - Lumos! – exclamou, e nada aconteceu. – Eu li isso nas férias também...
- Você leu? Pra quê?
- Fui trancado no quarto... E procurei o feitiço que fosse a minha saída de lá.
Pense... pense...
- Lumos! – um feixe de luz irrompeu da ponta de sua varinha iluminando o local. – Funcionou! Agora pode apagar os fósforos...
Tiago assoprou o fósforo e deixou a caixinha no chão, acendendo a sua própria varinha também e indo procurar em outra parte da biblioteca.
Foi possível então ver os livros. Muitos pareciam banhados em sangue, outros possuíam títulos em outra língua e alguns nem título possuíam.
- Olha isso aqui... Combatendo as trevas quando elas estão dentro de você! Que estranho... Se a pessoa é mesmo do mal, acho que não...
- Cala a boca! – exclamou Sirius indicando os lábios.
Escutara sussurros vindos de algum lugar. Então percebeu que vinham do livro que estava diante dele, ainda fechado, em suas mãos. Ousou abrir o livro e algo invisível o empurrou para trás, algo vindo do livro. Ele caiu de costas com um baque no chão com a visão borrada, a varinha havia apagado e voou de suas mãos.
Passos começaram a ecoar... Eles cada vez se aproximavam mais...
Sirius se levantou com a ajuda de Tiago e os dois se viram em uma terrível cilada. Era adentrar mais ainda na biblioteca ou sofrer as conseqüências.
- Quem está aí?
Tiago puxou Sirius para outra sessão da biblioteca. Foram se espremendo cada vez mais entre as estantes até virem que já estava mais seguro.
- O que é isso? – soou a voz de Pringle. – Que livr... Alunos fora da cama! Vou pegar vocês!
Os passos se aproximaram cada vez mais. Sirius rezou para nunca ter esquecido aquele livro no chão, era a pista clara da existência de alguém naquele lugar. Sirius fechou os olhos, até sentir algo que parecia arrancar seus cabelos de seu couro cabeludo.
- Venha aqui, moleque! – e logo fora arrastado para fora daquela brecha entre duas estantes. – Vocês dois! Venham comigo ou usarei a força bruta, apesar de não podermos castigar alunos do primeiro ano... Há as detenções!
Sirius e Tiago tiveram que seguir o zelador até a sala da professora Minerva. Pringle carregava com si o livro que achara largado no chão da biblioteca. Sirius se perguntou o porquê de ser a Minerva! Não poderia ser outra pessoa? Daria tudo para não ouvir mais sermão...
- Pronto... A partir de agora... – Apolíneo abriu a porta da sala da professora de transfiguração ao chegar. – Professora... Alunos fora da cama!
Os olhos da professora se arregalaram ao ver os dois alunos calouros de sua casa... de novo! Ela se levantou sem dar um pio e se encaminhou até os dois.
- Os dois estavam na sessão reservada... E isto – estendeu o livro carregado consigo -, estava largado no chão.
A professora assentiu com a cabeça e o zelador foi se afastando. Minerva virou seu olhar severo para os dois. Estava muito séria com o mesmo tom de desapontamento o qual viram na primeira vez que entraram em sua sala.
- De... NOVO! Alunos do primeiro ano da Grifinória, sendo que já até receberam uma detenção antes do Natal por estarem perambulando pelo corredor depois do horário permitido... Então será mais uma detenção! E para que fique bem claro: NENHUM aluno pode ir à sessão reservada da biblioteca sem a AUTORIZAÇÃO de um professor! E... Eu gostaria de saber o significado disso... – e deixou o livro em cima da mesa um título havia aparecido: As maldições o esperam.
- É... Um livro... – respondeu Sirius sem graça.
- Mais respeito, Sr. Black! Eu quero saber o que vocês pretendiam com este livro!
Não havia resposta, havia pegado aquele livro pelo acaso do destino. Nunca pensara em ler um livro daqueles, queria saber sobre o problema de Remo, não sobre maldições. Sabia que aquilo seria a gota d’água, Minerva não mais acreditaria neles.
- Professora, eu peguei este livro sem querer – disse sem hesitar na mais pura sinceridade. – Não tive a intenção de pegar este livro.
- Por acaso? E por acaso pegou um dos piores livros? – perguntou fuzilando-o com o olhar.
- Acho que sim – ainda estava firme, e tinha certeza de que nada iria desmenti-lo.
- E o senhor sabe o que é este livro? Viu a prateleira em que ele estava? Acesso permitido apenas para alunos do sétimo ano... Muitos morreram por causa da maldição que receberam deste livro. Este livro é para estudar o primordial dos pirões feitiços para saber como realmente combatê-los. Apenas para quem segue o caminho dos aurores... Cem pontos a menos para a Grifinória! Como vocês podem fazer isso com a sua própria casa? Nossa casa! Estou muito desapontada com os dois... – ajeitou o pequeno coque que sempre usava para prender o cabelo. – Detenção para o sábado dia oito de Abril. Para os dois! Lustrar todas as armaduras do colégio... E limpar as estátuas! – e, virando as costas para os dois, ficou muito calada. – Vou escrever à família dos dois!
- Mas professora... Não queríamos pegar aquele livro... – começou Tiago.
- Não tem mas, Sr. Potter! Sabe muito bem que após esse acontecimento, a veracidade dos fatos incrimina os dois! E que isso não se repita! Ou vou tomar medidas ainda mais severas! – interrompeu-o a professora.
- Tudo bem... – respondeu Tiago de má vontade, desviando o olhar.
- Ah! Ela nos entenderia se soubesse a verdade! – reclamou depois de terem saído da sala de McGonagall e estavam fora do campo auditivo de qualquer um que aparecesse pelo caminho.
- Eu sei lá! Ela é severa demais... Pelo menos é apenas uma detenção...
- Ela vai escrever para nossos pais!
- E daí?
- Os seus não ligam?
- Eu poderia morrer e eles não ligariam... – respondeu Sirius quando estavam quase chegando à entrada para o salão comunal da Grifinória, apenas viu a cara de espanto de Tiago depois de entrar, indo direto para o dormitório.
No dia seguinte tiveram aula monótona do professor Binns, que a cada dia parecia mais chato. Mas o que mais o impressionaram foi a aula de defesa contra as artes das trevas na tarde: o professor não estava lá esperando-os.
Logo após todos estarem sentados e conversando, um homem de estatura mediana , com rosto largo e barbado, entrou na sala. Carregava junto de si um livro grande. Deixou-o em cima da mesa e passou a fitar os alunos. Não faziam a mínima idéia de quem era, estavam até sem graça.
- Bem... O professor Gorgeus não poderá dar aula nestes próximos dias, e eu irei substituí-lo nesta incrível matéria! Ele me deixou um pedacinho de papel dizendo em que parte da matéria parara e...
- Onde ele está?- perguntou Muliphen interrompendo o novo professor.
- Isso eu não posso dizer, mas informo que está sendo cuidado e tenho certeza que ele estará bem logo... Bem... Meu nome é Aluísio Marco. Mas antes de começar a aula gostaria de uma breve apresentação de vocês!
E foi breve mesmo, não chegou a tomar sete minutos de sua aula.
- Muito bem. Agora que todos estamos apresentados, quero que todos abram o livro na página trezentos e vinte e sete, por favor.
Uma mão se estendeu no ar. Era de Lupin.
- Fale.
- Tudo bem que o senhor não possa dizer, mas acho que todos nós gostaríamos de saber a verdade sobre o que está acontecendo com o professor Gorgeus.
- Eu já disse que isso está fora de questão, mas ele está melhor no momento...
- Então vão começar a nos omitir o que acontece na própria escola, é? – perguntou Sirius, levantando a voz.
- As decisões da escola não são da sua conta, garoto!
- Eu acho que é sim! Já que somos alunos! – Tiago também entrou na história.
- Eu já deixei bem claro que não falarei sobre o que aconteceu com William! Abram o livro na página trezentos e vinte e sete...
- Mas professor...
- Página trezentos e vinte e sete, por favor!
- O professor Gorgeus não nos aparentava tão bem, então...
- Quantas vezes terei que pedir para vocês abrirem os livros na página trezentos e vinte e sete?! Ou vou ter que começar a descontar pontos da Grifinória? Hein? – disse enrubescendo.
De mau humor, todos abriram seus livros. O professor explicava os assuntos até demais, não atendia os alunos que perguntavam sem estender os braços, e ignorava as perguntas mais óbvias.
- O que você tem que entender, Sr. Pettigrew, é que eu os vampiros irlandeses utilizavam um método diferente para obter o sangue humano. Lá havia uma terrível discriminação contra estes seres... E não os vampiros de sótão! Se você prestasse atenção na aula, iria para com estas perguntas! E isso seria realmente um favor!
A partir daí, Pedro não fez mais perguntas, levava as dúvidas para Lupin resolver. O professor explicava a matéria até rápido demais para alguns entenderem e acabava por deixar dúvidas não esclarecidas em todos.
- Como é o lance da diferença entre vampiros irlandeses e os de Gales? – perguntou o próprio Lupin confuso.
- Tem a ver com as olheiras e a formação dentária... Coisa assim... Os de Gales são muito mais perigosos! – respondeu Sirius no final da aula.
O professor não esqueceu de deixar uma boa quantidade de dever de casa, o dever era fazer um resumo da aula dele em um rolo de um metro de pergaminho. Sendo o que ele dizia quase não era citado no livro.
- Detalhes demais... – comentou Tiago. – Eu acho que o irritamos... – e riu-se, enquanto caminhava pelo corredor para outra aula.
- Acho que até foi melhor... William mal conseguia se manter em pé, mas isso em parte me preocupa. – comentou Sirius.
Os quatro (Sirius, Lupin, Tiago e Pedro) andavam pelo corredor, tentando manter um papo em voz baixa para ninguém mais os ouvir, mas logo se calaram ao ouvir a voz do professor Slughorn dizer em quase um sussurro:
- Não acredito! Outra decaída? O que Papoula diz sobre o caso dele? Parece-me cada vez pior, Alhena.
- Já nem sei mais, Horacio... Nem sei mais... As tosses dele estão saindo com pus agora, e ele está cada vez mais pálido... – soou a voz da professora Felwood.
- Ontem abriu uma ferida na coxa dele que sangrava sem parar, isso foi na hora do almoço, só de madrugada começou a cicatrizar... Acho que não estamos lidando com algo... AH! Olá, crianças! Daqui a pouco terá aula de poções! – exclamou o professor ao ver os alunos, e então passou a cochichar no ouvido de Alhena.
- Hum... Ele realmente está mal! – concluiu Lupin. – O que será? Nunca vi algo igual... Feridas, tosses freqüentes onde é expelido pus e sangue, sendo eliminada boa parte do ferro, o que o deixa anêmico, por isso a palidez... Mas nunca ouvi falar de algo de igual intensidade...
- Muito menos eu – Pedro parecia realmente confuso.
- Você nem sabe o que é pus, como vai saber a doença do cara? - a ironia de Tiago abafou a voz de Pedro de voltou a ficar em silêncio.
Nenhum dos três esqueceu aquela conversa tão cedo. Sirius chegou a sonhar com William à beira da morte bem diante dele, todo ferido, com os olhos vidrados e sem vida, deitado serenamente em seu leito de morte. Não conseguiu dormir direito, tendo o mesmo sonho várias vezes seguidas na mesma noite.
O que realmente surpreendeu Sirius foi ele ter recebido uma carta logo pela manhã, de quem ele menos esperava receber: seus pais. Até desdenhou no começo, pensou que a carta iria explodir logo ali, diante dele, como faziam berradores, porém aquela era uma carta comum, pelo menos era o que aparentava. Abriu atentamente o envelope pálido, e retirou a carta particularmente pequena, sob o olhar atento de Tiago e Lupin.
Sirius,
Papai e mamãe estão tão estressados que nem ao menos viram a carta que uma tal de McGonagall enviou, eu a peguei, como falava mal de você, sobre que você foi pego em uma biblioteca e recebeu detenção por isso. Preferi esconder dos dois e acabei queimando-a. Mas veja pelo lado bom, recebi outra da mesma mulher dizendo que tenho uma vaga em Hogwarts para mim! Espero que tudo esteja bem,
Regulo.
P.S: Mamãe e papai ainda estão estressados sobre o que você fez.
Esperava alguma bronca, mas o fato de ter sido seu irmão a interceptar a carta, ele estava certo que escapara de mais uma enrascada. Ficou até feliz em ver o recado sobre a vaga dele em Hogwarts, e se engasgou com suco ao ler o pós-script. Não imaginou que os pais ainda se lembrassem do castigo, enganou-se. Sentiu-se um pouco mal por ter se esquecido do aniversário do irmão.
Lupin arregalou os olhos ao ler a carta.
- Como vocês não me contaram que foram pegos? Ou ao menos que estavam atrás de um livro das trevas! – exclamou baixinho.
- Não estávamos atrás de um livro das trevas! Fomos pegos com ele quando estávamos atrás de um livro sobre... sobre... sobre estas terríveis pestes mágicas, sabe? – improvisou o Tiago. – Para ver o que realmente está acontecendo com o professor Gorgeus.
- Ah tá! Mas vocês devem ter perdido no mínimo uns cem pontos para a Grifinória! Vocês não pensam nas conseqüências não?! Poderiam até ser expulsos! Pegos com um livro das trevas! – inconformado, Lupin dava seu sermão em vão, pois os outros dois estavam com a atenção desviada para outras coisas.
- O que vocês estão falando sobre o livro das feras? – perguntou Pedro se intrometendo na conversa, deixando o doce de nozes para o lado.
- Estávamos atrás de uma fera suficientemente assustadora para te infernizar... – disse Sirius. – Calma, cara! Foi uma brincadeira! – completou ao ver Pedro se encolher.
Naquele exato momento, uma coruja-de-igreja pousou diante deles, derrubando o copo com suco de abóbora de Tiago que soltou uma exclamação. A coruja encarou o garoto que retirou a carta presa na sua perna. Ele ficou analisando aquela carta, mal encostara o dedo no selo para abrir e escondeu-a debaixo de si. Foi apenas possível ouvir a voz masculina dizendo: “Iago! Cê ebrou ergras, esper ê a rofessora enha ado ma errível etenção...”
Tiago chegou a lançar olhares para trás como se não fosse com ele. Depois deu um salto do banco.
- Explodiu... Ah! Finalmente... Bem... É isso. – e começou a assoviar para tentar tornar tudo mais natural, tentando abafar os risos de Sirius e Pedro. Lupin ainda lançava seu olhar de desapontamento. – E olha que meus pais não são de brigar comigo! Isso é porque eles devem achar isso realmente sério... De qualquer forma... Me passa o doce de nozes? – perguntou logo mudando de assunto, antes do comentário de qualquer um.
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Notas do autor:
Há mudanças neste capítulo.
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