A vida perfeita e seu fim
Se a vida acabasse ali, naquele momento ele, nem ninguém, poderia chamar de vida.
Uma vida perfeita para ele, antes, se resumia em: o emprego perfeito, uma namorada (ou noiva no caso) perfeita, o apartamento perfeito, amigos perfeitos...
Nunca soube dizer o por que das pessoas que viviam sem dinheiro dizerem que eram felizes. Não podiam comprar nada que traria a felicidade, só que sempre respondia a ele que “o amor não se compra”... O que era o amor? Por que trazia tanta felicidade fazendo as pessoas trabalharem feito desgraçados por esse sentimento que ninguém sabia da onde vinha ou onde acha-lo?
A vida ás vezes abre novas portas e uma delas pode saciar a sede de respostas de uns e conseguir aumentar as perguntas de outros...
Draco Malfoy uma vez passou por uma destas portas, e teve uma provação. Pela qual ele resolveu deixar suas convicções e aproveitar o que a vida traz de melhor para cada um, não importa a classe social, fisionomia ou qualquer outro padrão que a sociedade impõem, ela sempre tem algo de bom, só é preciso enxergar.
Draco Malfoy sempre se comparou a seus primos mais velhos (pois ele não tinha irmão), mas um em especial não o deixava ver o que ele mesmo tinha de melhor, esse era Robert.
Aos 4 anos de Draco, Robert entrou para a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Aos 5 anos de Draco, Robert chegou para as férias contando as novidades da nova escola, e ninguém perceberá que Draco havia aprendido a fazer magia involuntária (transformando copos em lagartos com uma cara que lembrava ligeiramente as feições do primo), bem, ninguém até o primo implicar com ele e ele transformar a cara do primo em uma fogueira difícil de se apagar.
Pulando um pouco... aos 11 anos de Draco, ele ganhara sua primeira varinha de verdade, e ainda entraria para a tão descrita escola que seus pais, primos, avós... e todas as outras pessoas da família freqüentaram; mas, como sempre seu primo estava no último ano e ganhara permissão de fazer magia em casa e aparatar para onde quisesse.
Enfim... ele sempre que se comparava a Robert via-se como um trapo.
Não agüentava mais isso e resolveu viver bem longe da família onde ele pudesse trabalhar numa empresa famosa e ainda que ele não precisasse ir as reuniões de família, onde cada um aproveitava tudo que fizera de bom para humilhar os outros.
Ainda não falei da família Malfoy, eles são como serpentes: vivem cheios de cautelas para não perderem a vida pelas costas (coisinha comum na família, também) e prontos para atacar sua preza (depois de calcular, ver se vale a pena...).
Draco tinha passado cinco anos exatos que ia a mansão de seus pais sem encontrar sua família toda reunida e no dia seguinte eles iam dar uma festa para “Celebrar a Benção da Vida Deste Malfoy” segundo o convite enviado por sua mãe (pois na realidade ele não queria ir, e estava sendo obrigado por ela).
A festa seria no dia seguinte, quinta-feira, no mesmo dia em que ele deixaria sua noiva Lolla, que era uma bonita alemã loira, no aeroporto pois ela era modelo bruxa e vivia viajando pelo mundo (uma coisa trouxa, porém como ela viajava para vários lugares diferentes poderia se perder ou aparatar no lugar errado, então a única opção válida era a de usar métodos trouxas para viajar).
“Ótima terça a minha amanhã, não?” ele pensou com raiva.
A sua tão almejada quinta chegou. O despertador-mágico o acordou mas o único movimento que ele fez foi desligar o despertador. Só acordou com Lolla gritando que eles iriam se atrasar.
Enfim ele acordou, tomou café se vestiu, e foi com Lolla até o aeroporto. Sempre que a levava eles iam num carro trouxa, com um motorista trouxa e andando por cidades trouxas para que os dois parecessem bastante normais à vista dos trouxas fofoqueiros. Segundo ele, essa era a pior parte de leva-la, ter de parecer um trouxa.
Quando isso acabou ele foi para o trabalho, afinal, ele virara há pouco tempo sub-gerente, um cargo demasiadamente alto pois a empresa era composta por um único dono e várias filiais com gerente, que eram ajudados por secretários e sub-gerentes, os últimos eram ajudados por secretário. Os pesquisadores, contadores e os outros bruxos que ocupavam outras funções eram consideradas de um nível razoável, por mais que exigissem um padrão alto de inteligência nos seus currículos.
Assim que a deixou no aeroporto mandou o motorista trouxa voltar e aparatou no trabalho. Queria que as horas demorassem a passar e Pitte, seu melhor amigo (que também fora convidado para a festa), não ajudava muito falando constantemente o horário.
- Por que o tempo parece que passa mais rápido quando nós não queremos –disse Draco quando Pitte lhe informou que há meia hora eles voltariam para sua casa para se arrumarem para a festa.
- Para mim o tempo ta passando até devagar sabe. Você tem certeza que aquela sua prima loirinha, baixinha e gostosa que tava na foto que você trouxe outro dia ainda está solteira? –perguntou Pitte ansioso.
- Não, ela ta casada, tem três filhos morenos e vive para o marido –respondeu Draco.
-Tem certeza –disse Pitte num tom que não podia se definir entre surpresa e desapontamento.
-Não. Lógico que não, eu não vejo o resto da minha família desde que o Potter venceu Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Todos se separaram depois que ajudamos na Ordem – falou Draco num tom de quem explica que 2+2=4 a uma criancinha.
- Ta, não precisa ser grosso.
- Draco, o sr. Willians precisa falar com você, na sala dele? – disse um dos secretários do gerente.
-Claro – disse Draco sem saber, mas sem demonstrar, que não fazia idéia do que ele queria falar.
Foi rápido, devia ser algo relacionado a sua promoção a sub-gerente.
- Boa noite Draco. Espero não ter lhe atrapalhado – disse o sr. Willians assim que Draco chegou em sua sala.
- Claro que não – disse Draco agradecendo por ele o ter chamado já que se não ele poderia acabar matando Pitte.
- Então, sente-se. Como você sabe um sub-gerente deve ter uma secretária. Já achei a sua... Ela chama-se Ginevra, aqui tem uma pasta com o currículo dela -disse entregando lhe uma pasta.
- Ótimo... – ele disse pegando a pasta, sabia que nunca a leria, na realidade, só se não gostasse dela.
- Mas não foi, especificamente, esse motivo pelo qual pedi-lhe para vir aqui. O dono de nossa empresa quer um novo sub-gerente para a matriz de nossa empresa que como você já sabe fica em Nova Iorque. Indiquei você!- disse Willians sério.
- Mas e o Pitte? Ele é sub-gerente há mais tempo!E há pessoas mais talentosas que eu aqui, não? - disse Draco sem se conter de felicidade. “Droga, estou super feliz e ainda quero dar uma de ‘Bom Samaritano’, se ele me escolheu o Pitte e qualquer outro tem que tem que concordar com essa decisão.”
- Percebi que você é mais talentoso que todos os outros! Mas não crie esperanças! Todas as filiais estarão indicando seus candidatos. Mas confio em você! Não me decepcione rapaz!
- Vou tentar – disse Draco seguindo até a porta e pensado que até fora bom ele ter acordado aquele dia.
- Já ia me esquecendo! Minha cabeça anda muito atolada. Essa secretaria é a melhor da empresa! Trabalhe com ela e vai apreder muitos truques de como trabalhar em na grande matriz... Ela trabalhava sendo secretária do nosso dono e eu pedi que ela viesse o ajudar. Não a faça achar que ela está perdendo seu tempo!
Então voltou ao seu escritório para pegar suas coisas e ir embora pois encontrará Pitte no meio do caminho correndo dizendo que eles deveriam ir naquele instante ou se atrasariam.
Sem ânimo, pegou sua maleta e seguiu em direção a sua casa (que ele dividia com Pitte).
- Se atrasou de novo, assim não dá, quando preciso ir algum lugar com você, você se atrasa – disse Pitte pronto na porta.
- Sim querida, já me arrumo. Nem um beijinho de boas vindas? – brincou Draco.
- Háháhá, me fez rir, ta legal? Agora, VAI SE ARRUMAR...
Ele não tinha mais escolhas... Foi se arrumar e quando deu por si estava na frente da casa de seus pais, com Pitte tocando insistentemente a campainha.
- Boa noite querido. Foi bem pontual, heim? E esse deve ser Pitte, prazer – disse Narcisa, a mãe de Draco.
- Boa noite, mãe. Sim esse é o Pitte. E... alguém mais chegou – perguntou esperando que seus parentes tivessem morrido no caminho até aquela casa.
- Todos já estão aqui – disse Narcisa muito feliz.
- Draco, meu filho você chegou? – disse Lúcio, pai de Draco, num tom bem formal.
- Sim pai – disse Draco infeliz.
Assim que entrou no salão viu que Robert era o centro das atenções. Assim que foi se aproximando do tumulto o novo centro das atenções virou o aniversariante, ele.
- Olá aniversariante – disse Robert para que não parecesse perdido por não ser aclamado por todos, mas Draco percebeu que estava.
Depois de receber os cumprimentos pela data, os presentes, e ouvir as histórias dos parentes foi procurar por Pitte.
Quando o encontrou ele estava levando o maior fora de sua vida com um leve sorriso esboçado no rosto. Pelo que Draco entendeu da gritaria da prima: ele a beijara a força. Isso fez Draco ter que encontrar uma mesa para se sentar, se não ia acabar morrendo de rir do seu melhor amigo. Por mais que odiasse algumas de suas brincadeiras, ele era um amigão.
Quando achou um lugar e sentou-se logo veio Robert implicar com ele:
- Olá aniversariante. Como está a Lolla? – isso poderia até ser considerado um cumprimento formal, se não fosse por dois detalhes: nada que viesse de Robert não vinha com segundas intenções, e ele caçoara do sotaque de sua noiva. Mesmo assim, Draco resolveu tentar ser cortês, afinal, era sua festa de aniversário.
- Ela vai bem. E a sua? – ele disse com um tom educado.
- A Steffany, terminamos. Agora estou noivo da Priscila – ele disse.
- E como ela vai? – repetiu a pergunta.
- Bem. E você sabe quando vai ganhar sua promoção a gerente. Eu sou dono da minha própria firma agora, sabe... o antigo dono aposento-se e já que eu era o gerente mais experiente, ente... – disse querendo se gabar.
- Então, meus parabéns. Você conseguiu! Ganhou uma promoção melhor, uma casa melhor, uma empresa melhor... e me chateia melhor do que ninguém! Estou cansado de você! Para mim essa festa acabou! – disse bem alto. Ele não iria mesmo ter paciência com seu primo naquele dia.
E saiu sem dar explicações, era seu aniversário e pelo menos nesse dia ele não queria ouvir seu primo perfeito, falar de sua vida perfeita bem quando ele havia recebido a notícia de sua indicação.
- Eu fiz algo de errado, tia? – perguntou Robert a uma de suas tias que vira tudo acontecer.
Passara horas caminhando sem rumo (e sem conhecer nada) por ruas trouxas. Estava farto da sua família : fingidos, asquerosos e convencidos. Resolveu dar uma passada pelo Beco Diagonal, afinal, há muito tempo que não ia lá.
Chegando no Caldeirão Furado ele ouviu umas pessoas dizendo que o local havia baixado seu nível com a nova “atração”. Draco ficou louco para saber de que “atração” as pessoas estavam falando, mas não demorou muito a encontrar.
No meio do Beco havia um mendigo gritando profecias. E Draco achou graça da cena já que haviam profetas bruxos por todo canto, e agora não precisavam mais ficar se exibindo. Mesmo assim resolveu falar com o mendingo:
- Boa noite, senhor. O senhor sabia que seu dom é muito comum hoje em dia e não precisa fazer esse alarde todo por ele? – pergunto Draco educadamente
Então o mendigo-profeta desceu do banco que ficava em pé profeciando. Draco não se sentiu muito à vontade por estar tão bem vestido na frente de um mendingo tão imundo.
- Draco, não – perguntou o mendingo, e Draco fez que sim com a cabeça – bem eu vejo muitos fatos como : time vencedor, nascimento, vida e etc. Mas eu vejo e falo.
- E cobra – completou ao perceber um chapéu flutuando cheio de dinheiro - Bem, como todos os profetas, não? – perguntou Draco querendo parecer indiferente.
- Eu caí numa poção, que ninguém sabe para que servia, quando criança. Olho para uma pessoa e tenho “flashes”, que nem sempre estão ligados a própria pessoa.
- Como? – disse Draco que não entendera muito bem.
- Você odeia seu primo Robert – “Mas todos sabem disso, pode ser algum conhecido meu querendo me pregar uma peça se for o Pitte tentando me dar uma lição de moral mostrando que ‘meu ódio está visível até para um desconhecido’, eu juro que o mato” pensou Draco- que na Loja Olivaras vai explodir uma varinha daqui a pouco e... você vai morrer na próxima quinta. Desculpe, não controlo o que vejo –disse ao ver a cara do rapaz.
Só podia ser uma brincadeira. Draco odiaria saber quem fora (pois poderia cometer um crime, como um... assassinato), mas essa sua precipitada conclusão sumiu quando a Loja Olivaras começou a pegar fogo e seu dono disse que era porque um garoto tentara usar uma varinha e ela incendiou. O garoto saiu com as vestes todas chamuscadas e a cara cheia de fuligem.
N/A: Esperem, a Gina já aparece. A J. K Rowling deu uma entrevista e falou que o verdadeiro nome da Gina é Ginevra (seria bem mais bonito Virgínia, mas como eu não sou a autora...). O Draco tava bem chateado para sair por ruas trouxas, mas vocês verão que ele continua odiando trouxas e amantes deles. Estou tentando adaptar tudo do filme para o mundo bruxo, por isso quem viu o filme e estava esperando outra coisa só tenho uma coisa a dizer: sorry. Mandem e-mails dizendo o que acharam e eu escrevo logo o segundo capítulo. Beijinhos, Katrina.
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