Rosas Perfumadas



Capítulo 1 - Rosas perfumadas

Caminhando graciosamente pelo corredor espaçoso do edifício mais alto da cidade canadense, Hermione se considerava uma jovem mulher de sorte. De tanta sorte que dava até medo de acordar do mundo pacífico do qual vivia e perceber que tudo não passava de um sonho intermitente. Mas, para uma mulher no auge da vida, que desejava apenas o continuo sucesso de sua profissão, que ambicionava em exagero pela própria liberdade e almejava uma boa amizade, seu sonho feminil era um pouco incomum. Talvez não tão incomum assim, quando, na realidade, seu trabalho exigia um ponto de vista diferente sobre a vida contemporânea.
Hermione trabalhava na área da advocacia, habilidosa nos casos de separação ou, por outras palavras, com o divórcio entre um casal. Ora aí estava o principal objetivo excluído de seu futuro: o casamento. Por quê? Quem sabe por que, dentro de sua função de advogada, tivera de aprender a lidar com os mais diversos episódios repugnantes e desprezíveis numa vida cônjuge fadada ao fracasso. Coisas mínimas que induziam a coisas máximas e imperdoáveis. Era detestável ouvir uma mulher ou um homem lacrimejando sobre seu passado ao mesmo tempo ainda tão presente. Hermione nunca se esquecera das expressões que os muitos olhares lhe transmitiam do outro lado da mesa, em seu amplo consultório. Desde a dor à vingança. Da amargura à felicidade de se livrarem de algo, agora, inoportuno.
Obviamente, aquilo mexera com suas emoções e seu estado de espírito nos primeiros dias de trabalho, deixando-a com uma péssima impressão acerca do matrimônio, apesar dela absorver qualquer informação de forma impassível e profissional. A solução fora não pensar em seu casamento e se compendiar a ajudar seus clientes do melhor modo possível.
E, Hermione sabia, o aumento do divórcio servia somente para confirmar que um casamento feliz não durava para sempre, como nos contos de fadas. Entretanto, essa opinião já persistia desde a separação de seus pais, quando pequena, e estes fatos da sociedade atual só fortaleciam ainda mais seu padrão de julgamento quanto à história de duas pessoas casadas. Nunca se casou e jamais se casará.
Com um suspiro, ela parou diante dos elevadores de tonalidade cinzento-prateada e pressionou o pequeno botão no meio das duas portas automáticas, enquanto aguardava pela rápida descida de um dos largos cubículos espelhados e a abertura silenciosa de sua porta com um ligeiro plim. Atrás de si, o límpido piso de mármore, repleto de plantas verdes bem cuidadas e de tamanhos desiguais, deixara de emitir o sucessivo eco de seus saltos altos.
Seu apartamento, na Oceanic, localizava-se no penúltimo andar, sendo esse o vigésimo oitavo andar. Era um dos melhores que se podia encontrar no edifício moderno, com três suítes magníficas e três panoramas magníficos da cidade farta. Mais além, Hermione conseguia até apreciar o mar vasto e azulado. À noite, a paisagem não tinha comparação sequer. Luzes brilhantes dominavam as rodovias desertas, iluminavam os jardins envoltos em flores e árvores coloridas, e nos dias mais frios, a neve cobria de um jeito particularmente belo todo o cenário glamoroso.
Não… por quão incrível parecesse, ela não morava sozinha naquele apartamento grande e maravilhoso. Mas também não morava com o pai ou a mãe, irmã ou irmão, aliás, Hermione era a única filha dos Granger, assim como seu companheiro era o único filho dos Potter.
Harry James Potter, melhor amigo de infância e até então. O Deus Grego com quem ela partilhava o domicílio sofisticado. Matéria confusa e contraditória? Dois seres de sexos opostos que nunca se tocaram em um beijo casto, não têm nada de comprometedor. Era como se tivessem o mesmo sangue de família circulando em cada veia. Harry nada tinha de ameaçador para atacar Hermione!
Hermione adentrou no elevador e esperou pacientemente pela sua subida. O espelho alto oferecia boa parte de seu caráter, ela refletiu, mirando o próprio reflexo. Morena e sinuosa, a jovem mulher de vinte e sete anos trajava um longo sobretudo preto com a gola subida no pescoço, uma bolsa pendia sobre seu ombro direito e levava ainda uma pasta preta debaixo de seu braço. “Só faltam os óculos!”, Hermione pensou divertida “De aro retangular!”, concluiu.
Com óculos ou sem óculos, ela era a irrepreensível advogada de Vancouver. A solteirona Srta. Granger, como a apelidavam pelas costas. Pois continuariam pronunciando esse apelido até o dia de sua morte!, pensou Hermione, de repente mal humorada.
Feia? Não… ela não era feia nem em sombras! Excêntrica? Muito menos! Ela era Hermione Jane Granger, a jovem mulher advogada que se opõe ao casamento. Que tem isso de excentricidade? Porque se tiver, então, há muitos excêntricos por aí fora, à solta.
Mas nem a hipótese de existirem inúmeras pessoas contra o casamento melhorou o repentino mau humor de Hermione, enquanto enfiava a chave na fechadura da porta escura, abrindo-a.
As luzes da sala de estar brilhavam acesas e o aroma de Lasanha pairava no ar.
Harry cozinhava que era uma loucura, portanto, não era de admirar que seus dotes culinários pudessem fazer magia com o estado de espírito de Hermione, ela, que já se deliciava com o cheirinho gostoso, se esquecendo por completo de seus antigos problemas.
Mulheres, sem dúvida, muitas mulheres o desejavam, e ela, Hermione, a mulher que não queria casar, a mulher solteirona, ela, Hermione Jane Granger, o tinha debaixo de seu teto há dois anos. Afetada, sorriu, os olhos cor de avelã cintilando. Harry era um bom amigo.

– Cheguei! – anunciou depois de entrar na cozinha, pousando a bolsa e a pasta sobre uma cadeira.
Perto do fogão, Harry lhe piscou um olho e, brincalhão, lambuzou a ponta do nariz de Hermione com molho de tomate.
Tinha até as melhores boas-vindas que se podiam obter de um amigo.
– Acho que você fica mais atraente desse jeito – Harry riu, aquela gargalhada que dava gosto a qualquer ouvido feminino e contragosto a todos os masculinos.
Tinha até o melhor riso que se podia escutar de um amigo.
– Fica menos séria, sabe?
Hermione colocou as mãos na cintura e sacudiu a cabeça, os cabelos castanhos deslizando em ondas fascinantes pelos peitos redondos e perfeitos. Harry notou que nem o sobretudo conseguia disfarçar sua beleza corporal, feminina, suave... Ok, sequer deveria estar notando certos pormenores delicados e… privados.
– Exijo um pedido de desculpas! – Hermione falou o mais sério quanto podia.
Sem demonstrar qualquer perturbação, Harry voltou a se aproximar. Gentilmente, começou a lhe desabotoar o sobretudo, botão a botão.
– Seu pedido de desculpas está ali – apontou para o fogão –, bem quentinho – terminou, sua voz meio rouca.
Quente estava ela a ficar, pensou Hermione, contrariada com a reação de seu corpo à proximidade do amigo, que continuava com sua tarefa, pelo visto, muito deleitosa.
Desejando desanuviar a mente, Hermione inspirou profundamente, mas se arrependeu logo de seguida, pois a fragrância máscula de Harry simplesmente se emaranhara em suas narinas. Maldito!
Hoje deveria ser uma daquelas noites de lua cheia, com o céu repleto de estrelas faiscantes, estrelas-cadentes, burburinhos de harpas a soar… Uma daquelas noites em que ficava demasiado sensível ao toque, gesto, som...
– Então vá buscar – ela disse, por fim. Então, mais lúcida e capaz de agir com ótimos reflexos, ela roçou o nariz na camisa branca de Harry.
Uma vingançazinha que lhe sairia cara…
– Vou perdoá-la por isso… mais tarde – as palavras dele foram como uma promessa, mas óbvio que Hermione não entendera as entrelinhas de seu melhor amigo, tão ocupada agora em tirar seu sobretudo, revelando a camisa também branca, porém mais justa.
Harry retirava a forma do forno quando a campainha começou a tocar.

– Eu vou! – a morena avisou, se dirigindo ao hall de entrada.

Um grande buquê de rosas encarnadas e brilhantes, entre as quais havia um pequeno cartão de letras prateadas, jazia nos braços de Hermione quando ela pisou o chão da sala de jantar, onde Harry já se encontrava sentado, à sua espera, a cabeça ligeiramente inclinada para o lado da janela.
O perfume exótico inundou o ambiente e Harry franziu a testa.
– Que cheiro é…? – ele parou de falar abruptamente, olhando para o monte de rosas formosas que ocultavam o rosto de Hermione.


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VOLTEI! EEEEEE! Tudo bem, gente?? Espero que sim.
Me perdoem a ausência sem aviso… Sério. Não voltará a acontecer, prometo!
Quanto aos novos endereços, isso se deve ao seguinte: eu não consegui acessar no outro cadastro por que já faz tempo que lá não entro, então, me esqueci da senha. Ainda tentei lembrar, mas nem me atrevi mais ao fim de umas quantas tentativas frustradas. O melhor era fazer outro cadastro. E agora aqui têm as fics, ligeiramente modificadas.
Agora, vamos ao capítulo… Se repararem, ele sofreu ligeiras modificações… acho que ficou mais compreensivo e com alguns rastros que não havia no outro capítulo (o antigo). Que vocês me dizem? Irão comentar? Por favor? Please? Preciso de apoio e opiniões.
Para os que forem novatos na fic, sejam bem-vindos e espero que gostem.
Então, é só isso. Comentem, por favor. E me perdoem… Beijão.

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