O caso Granger
Capítulo 3 – O caso Granger
Casa de Harry Potter
Madrugada
Harry chegou em casa depois das três horas da manha. Gina já dormia tranqüilamente e ele não quis perturbá-la. Trocou-se, colocou o pijama de cetim e tentou trazer o sono que não veio.
Depois de lutar muitos minutos com o travesseiro, resolveu colocar o roupão e levantar-se. Instintivamente, abriu uma fresta pela cortina branca para olhar a casa ao lado da sua. Nenhum sinal de movimento. A casa ao lado estava na penumbra, o jardim vazio e mal cuidado, bem diferente do seu. A diferença era que a casa ao lado era muito maior do que a sua.
Harry não reclamava. Seus honorários como auror e depois como chefe do departamento de aurores, mais a herança que havia ganhado de seus pais e da família Black deixaram-no em boas condições. Tentou viver alguns anos em Grimmald Place, mas a casa, mesmo depois de reformada, tinha lembranças ruins. Tão logo pôde, comprou uma casa bem bonita e arranjada a poucos metros d “A Toca”. Assim, Harry sempre podia visitar os sogros e os cunhados que tanto amava e, realmente, adorava fazer, finalmente, parte da família Wealey. Hermione também os visitava freqüentemente, quando não era ainda casada com Rony. Quando ela engravidou, os dois se casaram às pressas por orientação da Sra. Weasley que estava mais do que contente de ter uma das mulheres mais proeminentes da sociedade bruxa dos últimos anos na família. Quando Hermione enriqueceu, tratou logo de comprar uma casa ao lado da de Harry e muito perto d”A Toca”, talvez pelos mesmos motivos que Harry.
A vida era muito feliz naqueles tempos que haviam se perdido. Harry, Gina, Rony e Hermione sempre faziam coisas juntas no fim de semana e tudo parecia perfeito. Quando engravidava, Hermione sossegava em casa, mas não totalmente. Sem que ninguém soubesse, Hermione aproveitava o tempo em casa para escrever seus livros.
Tão cedo, podia, Hermione contratava uma babá trouxa para cuidar dos filhos, alguém de confiança e se lançava no mercado de trabalho bruxo, sempre se envolvendo com estudos de magia poderosa ou teorias antigas.
Rony detestava essa característica de Hermione, e as brigas começaram.
Muitas vezes, Harry de seu quarto, podia escutar as discussões que Rony e Hermione tinham, pois, o quarto do casal ficava em frente ao seu, com uma diferença de, no máximo, três metros.
Naquele instante, porém, o quarto de Hermione e Rony estava em completo silêncio e Harry perguntava-se se Hermione estaria ali.
Tudo o que havia acontecido há poucas horas haviam abalado Harry profundamente. Primeiro: por ter tido provas de que Hermione estava mesmo tendo um caso, mas não com Thomas Brade, como Rony suporá, mas com Draco Malfoy que sempre hostilizou Granger em Hogwarts e mesmo depois de já formados. Segundo: porque, pelo que Harry entendera, o caso dos dois era uma ameaça de Draco. Hermione parecia ter repulsa dele, mas permitia que ele a tocasse, bem, não naquela noite. Draco a ameaçou com a “destruição de Potter”. Talvez Draco tivesse algo contra ele. Devia ser algo muito importante para Hermione cair nas lábias dele. Mesmo assim, se fosse o caso, Hermione deveria questionar Harry antes, para saber se o que Draco usava para ameaça-la era verdade. Hermione era inteligentíssima. Certamente, faria isso. A não ser que tudo aquilo fosse uma armadilha para o próprio Malfoy. Harry viu quando Hermione catou um fio de cabelo de Draco. Também sabia que Hermione provavelmente o usaria para averiguar o seu DNA. Mas para que? Hermione não estava agindo como uma bruxa dessa forma, estava agindo como uma trouxa, uma agente trouxa. E assim, o que os jornais diziam sobre Hermione parecia ser verdade: Hermione estava sofrendo muita influencia dos trouxas e de Thomas Brade.
Gina acordou cedo no outro dia e viu seu marido de pé, olhando pela janela para a casa de seu irmão e logo suspeitou:
- Brigas? – perguntou ela, mas ficou surpresa ao ver que o marido negava. – Então, o que?
Harry fechou as cortinas e enfiou-se no banho enquanto Gina desceu para preparar o café. Quando Harry desceu, Gina e Lily já o esperavam.
- Pai, pai, Thiago mandou uma carta especialmente para mim. Ele contou tudo! Sobre a viagem no trem, sobre os botes no lago, sobre as primeiras aulas de poções. Ele gosta muito de aula de poções.
- Bem diferente do seu pai, não é mesmo, Harry? – falou Gina com um sorrisinho, mas quando viu que Harry não respondeu a brincadeira, ficou preocupada. – Tudo bem, Harry.
- Tudo. – respondeu ele, simplesmente. Não gostava de falar com Gina sobre os seus negócios, não gostava de deixa-la preocupada o que não era difícil. Mas Gina, como Hermione, tinha esse talento de ler as pessoas pelas suas expressões menos perceptíveis.
- Anda, Harry, o que está acontecendo? Alguma coisa com a Hermione?
- Como sabia que era com Hermione? – perguntou Harry.
- Ora... todo mundo está falando de Hermione, ultimamente. Eu li o Profeta e Rony veio me falar umas coisas.
- Que coisas? – perguntou Harry, para ver se conseguia alguma informação de Gina.
- Rony botou na cabeça que Mione tem um caso com Thomas Brade, que idéia ridícula!
Harry agora sabia que era ridícula! Sabia que o caso era com Malfoy, mas porque Gina achava que era ridícula?
- Como assim, ridícula? Você sabe com quem ela está tendo um caso?- perguntou Harry, desatento.
- Então ela está tendo mesmo um caso? – perguntou Gina, lendo muito bem suas palavras. Harry tinha que ter cuidado. As mulheres tinham mesmo aquele dom. Podia ser um sexto sentido, a percepção feminina, sei lá. De qualquer foram, era um dom perigoso para ele que precisava de informações, mas não podia dá-las.
- Bem, não sei! – respondeu Harry, tentando parecer verdadeiro. – Rony pediu para que eu investigasse, mas Hermione não confessa nada.
- Por que provavelmente está provocando o pobre do Rony! Ela nunca teria um caso com Brade!
- Como tem tanta certeza? – perguntou Harry.
- Ora... ora... Harry... achei que os homens tivessem radar para essas coisas!
- Como assim? Do que está falando, mulher?
- Thomas é gay! – revelou Gina, com uma cara de quem revelava algo muito óbvio.
- Serio? – perguntou Harry. – Como é que você sabe?
- Você já olhou para ele? – Gina perguntou.
- Já. Acho que... bem... eu não fico reparando... mas ele parece ser um homem atraente para as mulheres, não? Digo, bem cuidado, elegante, clássico, inteligente...
- E gay! – disse Gina, abrindo os lábios num sorriso bonito. Os anos foram gentis com Gina. Depois de três filhos, com trinta e cinco anos, Gina ainda parecia uma beldade ruiva. – Você nunca reparou que ele usa base nas unhas? Brilho nos lábios? Gel no cabelo? Ta, tudo bem, no início achei que ele fosse um metrossexual. Metrossexual? Sabe... o tipo de homem que gosta de cuidar de si mesmo, mas aquela colônia com notas doces!!! Saquei na hora que era gay. Mas é claro, perguntei para a Mione e ela confirmou: gay. Ele tem um caso com o procurador público, que é casado e tem três filhos. Eu morreria se você me traísse com uma mulher e ser bem pior se fosse com um homem.
Harry sorriu.
- Eu não sou gay! – disse ele, ainda bem humorado, mas parou de sorrir quando viu uma expressão de preocupação no rosto de Gina – O que foi?
- Não era essa a resposta que queria! – disse Gina.
- Não estou entendendo, querida. – falou ele, verdadeiramente.
- Você deveria dizer que jamais me trairá! – disse Gina. – O que isso significa? Que você não exclui mulheres? Que pode me trair com uma mulher?
- Não. Eu não vou te trair nunca, está bem? Era essa a resposta que queria?
Gina não falou, mas franziu o cenho.
- Bem, voltando a falar sobre Hermione... – continuou Harry. – Você acha que ela pode ter um caso com alguém? Ela é sua amiga, não é? Você saberia? Ela te confidencia coisas?
Gina deu um muxoxo.
- Harry... não me interrogue. Interrogue a si mesmo! – falou Gina, usando aquelas frases que Harry mal compreendia. Pensava se isso também não era uma característica das mulheres. Falar em metáforas ou em sublinhas!
- Como assim, Gina?
- Eu posso dizer que sou uma amiga de Hermione. Algumas vezes saímos juntas, compramos enxoval uma para a outra, e tem aqueles finais de semana que sempre fazíamos juntos. Mas enquanto eu contava minha alma para ela, Hermione mal dava pistas de seus sentimentos. Não digo que ela não os tenha. Ela chora, sorri, fica de mal humor, fala um bocado, às vezes. Mas nunca fala de si mesma. Nunca. Mesmo em Hogwarts, o único assunto sobre o qual Hermione falava era você.
- Eu? – perguntou Harry, sentindo um aperto no coração.
- Sim, você. Eu morri de ciúmes as vezes, mas Hermione sempre disse que você era como um irmão para ela. Mas era demais: Harry isso, Harry aquilo. Estou preocupada com Harry, preciso ajudar Harry, Rony precisa ficar do lado de Harry, Harry vai precisar disso. Uma vez questionei ela sobre isso e ela me respondeu que ela sabia o que estava por vir e que tinha que se preparar para você! Por que você poderia usa-la quando a hora chegasse. E usou, creio. Até hoje Rony tem ciúmes do tempo em que você e ela ficaram vagando por aí, escondidos na tenda, procurando pistas das horcruxes. E eu também.
- Não aconteceu nada entre nós dois. Sempre fomos amigos. Sempre amigos... como irmãos. – respondeu Harry, mas sua voz não pareceu tão firme quanto queria que parecesse.
- Eu sei, Harry. Mas, sobre o caso de Hermione, você acha que ela está tendo mesmo um caso, pode falar para mim, não vou contar para o Rony.
- Com quem você acha que Hermione teria um caso, se ela tivesse tido um caso?
Gina levou muitos minutos para responder:
- Lembro que Longbottom gostava dela. Acho que seria com ele, se não fosse... bem... com você.
Harry sorriu, tristemente, e pensou: “Nem uma coisa, nem outra”. Mas a idéia de Gina lembrou-lhe de uma coisa: Longbottom e Maria Risolda tinham algo em comum: eram inimigos. Mas é claro que Longbottom jamais seria capaz de mata-la. Mas, fosse o que fosse, o que acontecia com Hermione tinha a ver com o caso do Aniquista, o que sugeria uma investigação.
Departamento de Aurores
Sede do Ministério da Magia, Londres
Minutos depois
Bem não abriu o elevador para Departamento de Aurores e Roselva Hilton apareceu, com os olhos esbugalhados e a respiração acelerada.
- Sr. Potter, os ministros estão esperando-o em sua sala.
A frase no plural, usada por Roselva, assustou Harry um pouco, porque aquilo significava problemas. O primeiro ministro da magia e o primeiro ministro da Inglaterra se encontraram poucas vezes durante os dezenove anos após a morte de Voldemort e esse súbito encontro só podia significar alguma coisa terrível.
- Não estou para ninguém, srta. Hilton, para ninguém mesmo. Mesmo que o papa quiser falar comigo, você vai dizer que estou ocupado, está bem? Conhece o procedimento, não?
Harry entrou em sua sala e levou um susto, pois além de Quim Shakebolt e Eduard Olavo, o primeiro ministro dos trouxas, Thomas Brade o esperava em sua sala e não aparentava muito bem naquela manha: tinha o ombro e o braço esquerdo engessado e apoiado numa tipóia.
- Bom dia, Sr. Potter – disse Thomas levando a mão direita para cumprimenta-lo. Só então Harry reparou que as unhas do sr. Brade eram lixadas e pintadas, assim como seus cabelos eram cobertos de gel e seus lábios de brilho. Também não pode deixar de notar que a sua colônia tinha notas doces demais para uma colônia masculina e os trejeitos do chefe do departamento de casos sobrenaturais da Interpol pareciam ser graciosos demais para Harry. – Sua secretária não sabe que estou aqui, pois vim pela sua lareira e deve continuar assim. Avise-a para não entrar em seu escritório.
- Já lhe dei essa instrução. É o procedimento que usamos quando temos a visita do primeiro ministro dos trouxas. Aparentemente, essa visita pode causar um certo pânico na comunidade bruxa e por isso a mantemos em sigilo, tem sido assim desde antes do meu antecessor no cargo de chefe do departamento de aurores.
- Muito bem – continuou Thomas. – Pois precisamos conversar sobre um impasse que ocorreu num dos meus casos: o caso do “Aniquista” e precisamos conversar também sobre a sra. Hermione Granger.
Harry empalideceu. Sentia toda a cor saindo de sua face sempre que lhe desse permissão para isso. Tentou demonstrar frieza e clareza de pensamento e mandou os três homens sentarem-se na frente dele enquanto sentava-se em seu habitual lugar.
- Pois bem, o que aconteceu de tão grave para que o ministro dos trouxas fosse involvido.
- Bem, Sr. Potter. – falou Eduard Olavo com um sotaque meio carregado – Eu não queria mesmo estar aqui, mas o fato de termos um assassino em serie operando como trouxa para matar bruxas não nascidas bruxas, torna as relações entre o seu mundo e o meu mundo bem tensas, não acha?
- Contudo, não vejo quais relações isso tenha com a sra. Weasley! Segundo o relatório que ela me trouxe, o caso está no departamento de Homicídios da Interpol e não no Departamento de Casos Sobrenaturais onde Hermione trabalha no cargo de conselheira apenas.
- Sr. Potter. – continuou Thomas Brade. – O senhor não viu os noticiários de trouxas, hoje pela manhã?
- Não, não vi. – revelou Harry, - sentindo bastante humilhado. – Temos nossos próprios noticiários. Você sabe disso!
- Se chamar o Profeta de noticiário, talvez. – agulhou Thomas. – Mas se tivesse visto o noticiário da manha dos trouxas teria sabido que Draco Malfoy foi preso hoje pela manhã pela Interpol acusado de ser o Aniquista, o senhor Thomas Brade foi dado como desaparecido pela família!
Harry franziu o cenho quando não entendeu a última frase. Bem, talvez nem a primeira frase ele tenha entendido. Demorou muito para processar e os três, em silencio, na frente dele, não o estavam ajudando.
- Malfoy foi preso como o aniquista? – foi tudo o que Harry conseguiu perguntar, depois de um longo período.
- A Sra. Granger foi uma grande aquisição para nós, Sr. Potter. A Interpol estava muito feliz com a inteligência de Hermione. Ela era muito mais do que uma conselheira. Ela estava à frente das investigações do “Aniquista”, junto comigo, é claro! – falou Brade. – Encontramos ontem à tarde, no corpo da Maria Risolda um fio de cabelo louro. Muito louro. Eu mesmo fiz o teste de DNA e o comparei com a nossa base de dados, mas não encontramos ninguém que combinasse, ninguém! Quando Hermione viu o cabelo, logo disse que tinha um suspeito e me falou de Draco Malfoy. Ela disse que Malfoy fazia campanhas contra “sangues-ruins”. É quem não nasce bruxo, Olavo, e se torna bruxo depois. Bem, continuando. Segundo ela, tínhamos o motivo para achar que Malfoy era o culpado. Ela disse que poderia conseguir um fio de cabelo e que era para eu esperar naquela noite no laboratório de criminologia da Interpol. Conforme prometido, Hermione chegou por volta da meia noite no laboratório, onde eu esperava sozinho. Fiz o teste na frente da Sra. Granger. Expliquei para ela todo o procedimento e ficamos esperando o resultado. Quando o DNA de Malfoy não bateu com o DNA que tínhamos do “Aniquista”, Hermione teve um acesso. Ela enlouqueceu, sr. Potter. Disse que tinha que ser Malfoy... que Malfoy era o assassino. Eu tentei controla-la, mas Hermione me atacou. Acredito que ela deva ser melhor com varinhas do que com uma .38. Ela deu dois tiros, um no ombro e outro no meu braço direito. Eu me fingi de morto e ela, na sua inexperiência, nem conferiu para ver se eu estava mesmo morto. Deitado numa posição desagradável, Sr. Potter, eu vi Hermione inserir os dados de Malfoy no lugar do DNA que tínhamos anteriormente. Vi ela escondendo o cabelo do verdadeiro aniquista na bolsa, mas não pude fazer nada. Quando ela saí, eu liguei para Olavo, pois já fomos companheiros de futebol e lhe reportei tudo o que falei agora e me certifiquei de tirar os vídeos de segurança do laboratório. Se quiser, posso lhe mostrar as fitas agora mesmo. Verá que não estou mentindo.
- Não. Não quero ver. – respondeu Harry, tentando processar tudo aquilo. Simplesmente não podia acreditar naquilo tudo. Hermione, tentando matar uma pessoa? Tentando incriminar Malfoy? Bem, motivos ela tinha para isso! – Mas se o senhor foi atacado, se tem provas disso, porque não a prendeu? Por que estão aqui? O que querem que eu faça?
- Bem, senhor Potter – continuou Thomas. – O que quero é investigar tudo isso e saber porque Hermione fez o que fez e sabemos que o senhor está envolvido. O senhor Malfoy e a Sra. Granger são ricos e bem resolvidos, Sr. Potter. O senhor, apesar de ter uma boa vida, ainda precisa de seu trabalho e sua reputação para viver. Colabore conosco e nos diga o que sabe!
- Ei, espere aí! – falou Harry, sorrindo nervosamente. – Como assim, eu estou envolvido? Não estou envolvido em porra nenhuma, com o perdão da palavra!
- Ah, Sr. Potter, por favor, sejamos honestos. Acabou. – continuou Thomas, com um ar zombeteiro.
- Eles te gravaram ontem, Harry. – falou Quim, parecendo cabisbaixo, triste e envergonhado. – Eles tem um fita na qual Hermione entra num hotel de trouxas. Você a segue até o hotel e veste a capa da invisibilidade bem em frente ao hotel e Malfoy entra minutos depois.
- É... mas eu não entrei no hotel. – mentiu Harry. – E como eu estava invisível, a câmera não pode dizer que eu entrei, pode?
- A câmera mostra a porta do hotel se abrindo sozinha e se fechando sozinha. A porta do hotel tem os detalhes em aço e pesa mais de vinte quilos. Não pode se abrir sozinha, nem com um vendaval. – continuou Thomas. – Mas não se preocupe, Harry, não podemos prender você por isso. Não é intenção do Ministro revelar conteúdos bruxos para a população trouxa. Mas se não contar que merda estava fazendo com Hermione, vai ter que passar um tempinho com os Dementadores em Azkaban.
- Nenhum tribunal trouxa ou bruxo pode me prender por ter entrado invisível num hotel onde Hermione e, casualmente, Malfoy estavam. – respondeu Harry, irritado. – Esqueceu que sou um auror? E que Hermione me deixa bem informado das leis criminais trouxas? E afinal de contas, sou acusado de quê? De cumplicidade? Não estava presente quando Hermione realizou os crimes que? Ah? Que crime ela realizou? Ah! Esqueci, ela atirou em você o que deveria ser considerado um bem para a sociedade...
- Tudo bem, Potter... você é espertinho. – falou Thomas, fuzilando-o com o olhar. – Sabe que não tenho nada contra você além de um vídeo que não posso usar em lugar nenhum, mas antes que se ache tão confiante, você devia saber porque mandei um agente seguir Hermione com uma câmera. O marido da Sra. Granger procurou-me ontem a tarde, em segredo. Conteu-me acerca de sua desconfiança, a de que Hermione estaria tendo um caso comigo o qual achei muito engraçado...
Ah, maldito Rony. Por que foi bater com a língua nos dentes? Não disse que eu cuidaria desse caso.
- Ele me deu um recibo e me acusou de manter um caso com Hermione. Eu, querendo me livrar daquele chato, disse a ele que investigaria a mulher dele. Que gravaria um vídeo para dar-lhe provas de que não era eu o amante de Hermione. E o que eu achei? Você e Malfoy. Hermione não é bonita, mas deve ser muito sexy, não é mesmo? É, você continua não entendendo até onde eu quero chegar, mas logo vou dizer: eu posso não ter nada para usar contra você, mas já percebi que os Weasleys são muito ciumentos. O que a Sra. Gina Potter pensaria se visse o seu marido seguindo a mulher conhecida como “a parceira de Harry Potter” e entrando no hotel escondido atrás dela, durante a noite? Você tem álibe, Potter? A que horas chegou em casa, ontem? A que horas chega em casa todos os dias? Não é de hoje que sua mulher é desconfiada. Você sempre chega em casa tarde? O que anda fazendo?
- O que quer que eu faça? – perguntou Harry, engolindo o orgulho e a raiva.
- Por agora... – continuou Thomas, evidentemente vitorioso - Resolvemos que o melhor era fazer Hermione trabalhar para nós, até descobrir o que ela sabe sobre o Aniquista e porque ela quer incriminar Malfoy. O que você sabe sobre o caso, Sr. Potter? O que vocês fizeram ontem no hotel? Ignore os detalhes... bem... sexuais.
- Você está enganado se pensa que eu tenho um caso com Hermione. Eu segui Hermione a pedido de Rony, meu melhor amigo, porque ele queria investiga-la. Eu achei que ela tinha um caso com VOCÊ, Sr. Thomas. Eu a segui até o quarto, mas como estava invisível,não consegui entrar e não queria que ela descobrisse que eu estava por ali, forçando a entrada. Ela sabe que eu tenho a capa e se percebesse o vento ou algo roçando a sua pele, saberia que eu estava ali. Eu fiquei do lado de fora do quarto quando vi Malfoy entrar e esperei até que ele saísse. Malfoy saiu muito rápido. Não creio que eles estivessem bem... você sabe. – Harry deu as informações que pensava que poderiam satisfazer Thomas que por certo estava levando o caso pelo lado pessoal. Não queria ter que incriminar Hermione mais do que ela já estava incriminada, por isso resolveu omitir o restante. – Mas peço que essas informações não sejam dadas à minha mulher ou a Rony Weasley.
- Eu não me interesso pela sua vida pessoa, Sr. Potter. Eu sou um agente da Interpol. Interesso-me unicamente pelo caso.
“Com certeza”, pensou Harry, carregado de cinismo.
- E como o agente que sou, tenho que averiguar a verdade. Para isso, eu conto com o senhor, Sr. Potter. Quero que me ajude nesse caso. A Srta. Granger estará aqui daqui a poucos minutos, então eu quero que o senhor utilize uma escuta e tente extrair de Hermione todas as informações que conseguir sobre o caso.
- E se eu me recusar? – perguntou Harry, preocupado com o que aquilo iria significar.
- Harry... você precisa concordar em ajudar... a coisa já está muito feia para o seu lado! – falou o Ministro, tão pálido quanto podia estar.
- Se você se recusar a usar uma escuta, ou se usar e mesmo assim denunciar a escuta para a Srta. Granger, ou se evitar as questões que possam nos dar informações nesse caso, Sr. Potter... eu terei que prender a Srta. Granger e ficaremos sem descobrir quem é o aniquista. Mas se me ajudar, eu posso conseguir um acordo para a senhorita Granger. Pelo que ela fez, ela pode conseguir até 10 anos de cadeia. Posso transformar isso em 5, com condicional em dois anos. É um ótimo acordo.
- Eu preciso pensar a respeito... – começou Harry, preocupado com o horário. Hermione muito provavelmente já estava no prédio.
- Agora ou nada feito! – pressionou Thomas.
Uma gota de suor escorreu pela testa de Harry. O que fazer naquela circunstancia? O que seria melhor para Hermione?
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