Sem volta
Disclaimer: Harry Potter e afiliados pertencem à J.K.Rowling, à Warner Brothers e às editoras em que os direitos autorais forma concedidos.Ou seja, nada aqui é meu, somente a idéia e o escrever da história.
ATENÇÃO: Essa fan fic possui spoilers de "Harry Potter and the Deathly Hallows".Não é aconselhável lê-la caso não tenha lido o livro.
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Capítulo 1 – Sem volta
O já-não-tão-pequeno Teddy Lupin descansava na cadeira ao lado da dela, os muitos fios de cabelo turquesa roçando na blusa branca que ela usava. Contudo,seus olhos escuros e espertos continuavam bem abertos.Aos onze anos,o garoto já possuía uma postura um tanto quanto austera para a idade e parecia profundamente entediado.
- Ginny – disse, sua voz de criança entre os ruídos variados do aeroporto.
Ela não respondeu.
- Ginny – repetiu e a encarou pela primeira vez nas curtas e angustiantes horas de espera.
- Sim.
Ele não deixou de encará-la. E não era para menos.Havia algo certamente curioso sobre ela naquele dia,ele só não conseguia atinar o que.Os cabelos rubros continuavam os mesmos,assim como os olhos castanhos,as sardas e o meio sorriso nos lábios rosados.Mas já não era o mesmo sorriso.Esse era diferente.
- Vai demorar muito?
- Acho que não – respondeu ela, sem desviar o olhar.
Espera. Uma palavra terrível,eu diria,uma das mais.Todos ali,esperando por alguma coisa que talvez nem chegasse a findar...
Longos minutos se passaram até que algum deles ousasse falar novamente:
- Por quê? – era Teddy.
- É preciso – a resposta escapara da boca dela, pronta, quase que ensaiada.
Ainda assim, Ginny Weasley sabia que Teddy perguntaria então “Por quê?”. Felizmente ou não,não houve tempo.O painel acima deles indicara que o vôo para Berlim estava pronto.Restava saber se eles estavam.
Ginny e Teddy se levantaram, carregando as pequenas três malas que levavam nas mãos suadas. Os outros também o fizeram.Era uma viagem sem volta,e todos sabiam disso.
Mais tarde, já no avião, Ginny adormeceria,assim como Ron,mas sem seus altos e incômodos roncos. Hermione leria qualquer livro que tivesse trazido. Bill, Fleur, Gabrielle, Victorie e a pequena Dominique se entreolhariam constantemente e talvez tentassem pensar que seria melhor assim. Charlie e Andromeda Tonks também, provavelmente. Mas Teddy teria muito mais o que fazer. O meio sorriso diferente de Ginny, gravado em suas retinas, não sairia de sua cabeça nos próximos meses, e disso ele já tinha certeza.
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Lois amava quando todos se reuniam na sede da Resistência. Embora isso possa parecer estranho (afinal,ninguém gosta de um bruxo metido a “das trevas” à solta), era a mais pura verdade.Na sede, ela tinha a mãe quase todos os dias. Hal também.Via Leo e Kurt quase na mesma freqüência, mesmo que esse primeiro nem tanto.Mas era só nas reuniões gerais que via Harry.
Não o culpava, contudo.Ele era um dos únicos membros que não residia na sede e ainda tinha o trabalho que ele tanto gostava. A menina de quase doze anos não via muita graça em ser advogado, mas ele parecia ver.
Os dois eram bastante próximos.Lois sabia que fora amigo de seu pai, John.Harry sempre a tratava com um cuidado um tanto excessivo,mas era compreensível,visto todos os horrores naquela cidade.Culpa,obviamente dele.
Conhecia a todos ali desde bebê.Mesmo que não soubesse de tudo sobre a Resistência, sabia dos fatos mais importantes. Aliás,tinha uma pequena coleção deles:
1) Era,basicamente,uma organização onde todos lutavam contra uma mesma coisa: o saukerl (1) daquele que se intitulava “bruxo das trevas”.
2) Havia diferentes tipos de pessoas nela.Curioso notar que a maioria vinha um canto do mundo.Ela,a mãe Jane e Kurt eram alemães.Hal,líder deles,australiano.Harry viera da Inglaterra e Leo do Brasil.Isso para não falar de todos os outros.
3) A base ficava no subterrâneo de um conjuntinho sujo de apartamentos de uma viela comum de Berlim.
Parou,então.Os dedos longos repousaram nas teclas gastas da velha máquina de escrever.Por alguma razão,via uma necessidade constante de escrever tudo que lhe interessava.
Ela se levantou, quase hesitante, e passou as mãos alvas e frias nos fios curtos e castanhos de seus cabelos. Afastou a franja dos olhos muito azuis pela enésima vez, como sempre o fazia. Então suspirou levemente e fechou os olhos suavemente, bocejando novamente em um muito curto período de tempo. A noite anterior não fora das mais fáceis,assim como as que vieram antes.
- Louise! – um grito alto vindo da cozinha.Tinha certeza de que era a mãe.Quando esta,enfurecida,gritou novamente,Lois saiu do quarto improvisado e foi ao encontro da honorável “gangue” da Resistência.
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Teddy não gostava do frio,definitivamente.Lembrara-se disso quando chegara em Berlim,mais tarde naquele mesmo dia estranho.Segurou com firmeza a mão quente da avó e saiu caminhando,rumo ao futuro incerto que os aguardava saudoso.
À sua frente, Ginny, os cabelos ruivos dançando conforme a melodia doce do vento, e em sua face uma expressão dura e intensa. A mesma que ele e outra pessoa de quem Teddy não se lembrava sabiam reconhecer tão bem.
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(1) saukerl (pronúncia /zauker/): xingamento alemão que significa algo como "porco imundo".Tirei de "A menina que roubava livros", mas existe de verdade.
(N/A): Certo.Sei que esse capítulo também foi curto,mas é só uma introdução.Os próximos serão maiores.
Logo saberão mais de Harry, Ginny, Teddy, Lois e a Resistência.E que se conste: Lois não é meu alter ego.Só gosto do nome,oras.Mesmo que eu também adore essa menina.
Agradeceria MUITO se comentassem.
Beijo grande a todos
Lois Peverell
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