O feitiço Oppugno



Capítulo 26

O feitiço Oppugno



Tímidos raios de sol invadiam a escola àquela manhã. A neve ainda cobria os terrenos do castelo e ventos frios ainda faziam parte do cenário, mas agora era mais comum ver os alunos espalhados pelos jardins congelados, coisa que antes muitos queriam evitar o máximo que podiam. Já estavam na metade de fevereiro, e os treinos dos duelos estavam cada vez mais intensos. Harry e Rony estavam se desdobrando em mil para conseguirem dar conta dos trabalhos do Ministério e das aulas em Hogwarts. O ruivo era o que mais se esforçava para cumprir com suas obrigações. Seu trabalho no ministério estava cada vez mais intenso. O grupo de aurores que ele comandava estava em uma missão, e ele se via cada vez mais perdido para conciliar a papelada e as estratégias do trabalho, com os feitiços ‘inocentes’ e os planos de aula de Hogwarts, mas no final sempre dava um jeito.

O clima na escola estava cada vez mais tenso. Quem seriam os finalistas de cada casa? Ainda não era possível saber! A única coisa que todos tinham total certeza era que seja lá quem fosse ser o campeão, precisava dominar muito bem os feitiços ensinados durante os treinos e ter autocontrole. De fato, isso era o que faltava em muitos que se inscreveram, pois as técnicas todos já dominavam muito bem. Já não havia um dia que os alunos não comentassem sobre a expectativa de quem enfrentaria quem no duelo final, e eles nunca pediram tanto para que o mês de maio chegasse e eles pudessem finalmente acabar com essa agonia.

- Mas assim não dá! – McGonnagal perdeu o controle e gritou com os alunos do 4º ano, que a encararam assustados – Será que vocês poderiam fazer a gentileza de falar sobre esse bendito duelo nos horários vagos? Eu sei que é uma coisa muito emocionante, mas se continuarem assim fica impossível continuar a aula...

- Como se alguém aqui estivesse realmente interessado... – dissera Michael, um garoto baixinho e gordinho da Sonserina, em voz baixa, mas não tão baixa, pois Minerva escutou e disse:

- Acredite Sr. McPhee existem pessoas que realmente se interessam em estudar, ao contrário do senhor que tem um rendimento deplorável em minha matéria! A Srta. Weasley é um exemplo muito bom disso!

- Ah claro Professora! A Srta. Weasley é sempre o exemplo de perfeição não é mesmo? Quem sabe poderíamos montar um altar para glorificá-la e fazer uma prece todos os dias para a santa dos alunos nerds! – rebatera Michael e Rose virou-se para trás, vermelha de raiva.

- Escuta aqui seu ser desprovido de inteligência! Não tenho culpa se nessa sua mente limitada só passa coisas como “quadribol” ou “a última vassoura lançada”! – dissera a menina encarando furiosamente o sonserino.

- Srta. Weasley controle-se, e Sr. McPhee, menos 30 pontos para a Sonserina por intervir de maneira grosseira em minha aula. – a prof.ª voltara para frente da turma e recomeçou a falar – Como eu ia dizendo, a transfiguração de objetos de médio porte necessita da... – o sinal tocou, informando que o horário de aula já havia acabado, e Minerva liberou os alunos, mas não antes de pedir um trabalho enorme para ser entregue na próxima aula, com direito a detenção para quem não fizesse.

- Que ótimo! Graças a Weasley vamos ter que passar o final de semana fazendo esse trabalho nojento! – disse Michael atrás da menina que caminhava distraída, sem a companhia do primo. Ela se virou para encarar o menino, e disse:

- Ah claro! Como se eu tivesse poder suficiente para obrigar McGonnagal a passar deveres. E diga por você a parte de ficar todo o final de semana fazendo o trabalho, pois eu termino o meu ainda esta noite! – ela o encarava de forma desafiadora. Chad e outro menino que estavam no local, apenas acompanhavam a cena calados.

- Me desculpe por não ter um cérebro anormalmente ativo Weasley, e ser apenas um ser humano normal! – debochou o garoto, fazendo os demais rirem.

- Não, eu que peço desculpas por fazer você parecer um imbecil na minha frente! – rebateu a menina, e imediatamente as risadas sumiram. Michael ficou furioso com a resposta que a menina deu, cerrou os punhos de forma violenta, e começou a se aproximar de Rose ameaçadoramente.

- Repete o que você disse! – falou o menino de maneira furiosa.

“Ótimo, Rose! Você não podia simplesmente ficar calada e ir embora? Não, é claro que não! Teve que abrir essa sua boca grande e agora tá na frente de um sonserino muito furioso e disposto a fazer ensopado de ruiva! Onde está o Alvo ou qualquer outro homem da família quando preciso? Onde? ESTÃO TODOS PENSANDO NO MALDITO QUADRIBOL!” – Pensava a ruiva enquanto encarava o menino a sua frente um pouco receosa. Queria simplesmente virar as costas e ir embora, mas seu orgulho falou mais alto, e disse de maneira firme:

- Qual parte? A de você ser incapaz de fazer o trabalho em apenas uma noite ou a parte que eu faço você parecer um imbecil na minha frente? – “Pronto, agora me dei mal! Tudo bem, eu deixo meus livros para a biblioteca de Hogwarts como herança!... Ei, espera aí! Eu sou uma bruxa, o que ainda faço parada encarando esse porco da índia?”, pensando nisso a menina encarou Michael e este por sua vez começou a andar em sua direção com muita raiva. Sem pensar duas vezes, ela sacou sua varinha, mentalizou um feitiço e quando o garoto deu por si, já estava levitando de cabeça pra baixo. – Isso, seu monte de bosta de dragão, é para você aprender a não enfrentar uma Weasley! – dizia a menina – E isso... – ela fez Michael voar para cima e para baixo de forma rápida, o deixando tonto –... É para você aprender a respeitar as pessoas! E isso aqui... – agora ela simplesmente ergueu o menino o mais alto que pôde e o soltou no chão, o fazendo cair com um baque estrondoso –... É por você ser burro e também porque eu não gosto de você! – Rose olhou para o menino que estava caído no chão e ainda a encarava com um olhar assassino. Deu uma gargalhada irônica e saiu do local muito satisfeita, indo para o salão principal almoçar, enquanto os amigos de Michael o ajudavam a levantar. Definitivamente ela sabia como acabar com um adversário.

Rose chegou à porta do salão principal, quando deu de cara com Scorpius, a espera dos amigos. Teriam treino de quadribol no tempo vago depois do almoço. O menino reparou que a ruiva tinha um sorriso malicioso no rosto, e estava com a cara de quem havia aprontado alguma. Aproveitou o fato de que todos estavam dentro do salão e falou com ela.

- Não sei não, sinto que eu conheço esse sorriso! O que você aprontou Rose? – disse o loiro sorrindo.

- Eu? Nadinha! Sou uma santa, você sabe! – a ruiva fez a maior cara de inocente, que convenceria qualquer um, mas como ele a conhecia como a palma de sua mão, não se deixou enganar.

- Aham, e eu sou a reencarnação de Merlin! Você aprontou alguma que eu sei! – disse o menino e os dois riram.

- Ok, digamos que seu amigo Michael não foi exatamente um cavalheiro comigo e eu fui obrigada a mostrar a ele o porquê não se deve mexer com uma Weasley! – Rose disse de maneira sombria, exibindo um sorriso sarcástico. Scorpius, ao ouvir as palavras foi andando lentamente, como se fosse para o corredor. – Aonde é que você vai? – disse a menina sem entender.

- A ala hospitalar, e mandar uma coruja aos pais do Michael! Há essa hora talvez ele queira fazer seu último pedido! – o loiro fingia seriedade, enquanto Rose tentava prender uma risada.

- Que exagero! Ele só deve ficar um pouco dolorido, mas nada tão grave!

- Nada tão grave? Vindo de você? Um balaço no meio da testa não é nada grave perto do que você possa fazer quando está furiosa! – Scorpius ouviu as vozes dos amigos, e disse rapidamente – Cinco horas, na sala precisa, hoje!

- Certo! – depois disso, a menina entrou pelo salão principal correndo, e Scorpius pôde admirar os cabelos dela esvoaçarem enquanto ela ia em direção a mesa da Grifinória. “É Scorpius, definitivamente, ela é sua menina!”, pensava o garoto.

- Cara, você não sabe o que aconteceu! – disse Chad, se aproximando de Scorpius, o retirando do transe momentâneo – Aquela nojenta da Weasley humilhou Michael!

- Sério? Alguma coisa ele deve ter feito! – respondeu Scorpius indiferente.

- Qual é? Tá do lado da Weasley agora? Aquele beijo afetou você foi? – disse Chad indignado. Scorpius se viu novamente na situação em que teria que encarnar a personalidade de seu pai para sair daquela pergunta acusatória sem deixar transparecer nada.

- Não! – disse o menino de maneira fria, e com a mesma voz arrastada que seu pai costuma fazer, o que fez seus amigos o olharem um pouco receosos, sabiam perfeitamente que quando ele utilizava esse tom era porque algo bom não estava por vir – Eu não costumo me afetar por pequenas coisas, já vocês parecem bastante incomodados por terem perdido para aquela ruiva! – ele cortava qualquer reação dos seus amigos apenas com um olhar frio e desdenhoso – Agora vamos almoçar, antes que eu caia em tentação e termine o trabalho que a Weasley começou! – o loiro terminou de dizer e se virou indiferente para a porta do salão, fazendo sua capa voar contra o vento, o que fez várias meninas suspirarem ao vê-lo entrar porta a dentro. Os amigos de Scorpius, sem pensar duas vezes o seguiram, e murmuraram coisas como “desculpa” e “foi mal, a gente não fala mais isso”.

Depois do almoço os alunos do quarto ano tiveram um horário vago. Muitos foram para a biblioteca começar o trabalho de transfiguração, e outros foram ao campo de quadribol assistir ao treino do time da Sonserina. Rose que por um outro milagre operado por Merlin, não estava nem um pouco a fim de começar o trabalho naquele instante, foi assistir ao treino da sonserina, acompanhada por alguns colegas da Grifinória e da Corvinal. O treino já havia começado quando a ruiva chegou e se acomodou em um dos primeiros lugares espalhados no campo, olhando tediosa, os jogadores atirarem balaços e goles de um lado para o outro. Mas seu tédio logo desapareceu quando seus olhos azuis cruzaram com um outro par de olhos azuis que sobrevoava o campo com a goles na mão e estava prestes a marcar um gol. “Merlin, como ele consegue ficar mais lindo quando joga hein?!”, pensava a menina distraída, saindo apenas do transe quando o capitão do time dava uma bronca no batedor, que por pouco, não acertou a cabeça do goleiro com um balaço.

Scorpius se exibia não só para Rose, mas para todos que assistiam o treino. Não que ele quisesse realmente parecer um exibicionista barato, mas era impossível não notar a classe e a agilidade com que cortava o ar montado naquela vassoura. Seus movimentos eram rápidos e suas táticas incomparáveis. Rose já havia perdido as contas de quantos gols o menino havia marcado, e tinha certeza que se não fosse a grifinória contar com o talento herdado pela família Weasley e Potter, sua casa perderia de lavada. “Aquele jornalista estava certo! Scorpius realmente fará muito sucesso em um grande time quando terminar Hogwarts!”, pensava a menina orgulhosa. O treino logo acabou e todos os jogadores foram direto para o vestiário. Rose e os amigos retornaram ao castelo impressionados com o que viram, por mais que muitos detestassem admitir, a sonserina tinha um jogador com um talento incrível, e todos davam graças a Merlin por ele ser o único a ter toda essa habilidade.

***

Faltavam apenas 15 minutos para as 5 horas, quando Scorpius saiu da presença dos amigos e foi para sala precisa esperar pela amada. Já estava sem os trajes da escola, vestia apenas uma calça jeans, um casaco de moletom preto e calçava um tênis da mesma cor. Enquanto esperava a namorada, se jogou nas almofadas que estavam espelhadas pelo chão da biblioteca particular dos dois, e começou a ler um livro de quadribol.

Scorpius começava a ficar inquieto. Era 17h15min e nada de Rose chegar – “O que será que houve? Ela nunca se atrasa!” – pensou ele, mas logo suas preocupações sumiram, quando a ruiva entrou pela sala muito sorridente. Ele não pôde deixar de notar como ela ficava linda vestindo apenas uma calça jeans preta, um casaco branco, e calçando botas pretas, que estavam por fora da calça.

- Oi loiro! – disse a menina, tirando o namorado o transe.

- Oi ruiva! – ele se aproximou da menina, a beijou levemente e perguntou curioso – Onde você estava?

- Ah, desculpe o atraso... Eu estava saindo para vir pra cá, quando Hugo veio pedir explicação de um dever de transfiguração. Tentei despistar, expliquei rapidamente, e disse para que ele tentasse resolver sozinho, e que se não conseguisse, eu o daria aulas particulares... – ela contava tudo, enquanto Scorpius a observava sorrindo. Achava divertida essa mania que Rose tinha de contar tudo detalhadamente e gesticular enquanto o fazia – Depois, quando achei que tudo estava resolvido, me aparece a Lily e a Vic para falar sobre uma carta, que eu disse que não queria saber, mas elas me convenceram a ficar quando falaram que a carta era do Teddy. Ok, eu estou com saudades dele mesmo, quase não o vi nas férias, queria saber notícias! Então parei para escutar e...

- Espera aí! – Scorpius interrompeu o discurso de Rose sobre seu atraso, um pouco irritado – Quer dizer que você se atrasou por causa desse tal de Teddy? Afinal, quem é esse cara?

- Ô estressadinho! Teddy é namorado da Vic, afilhado do tio Harry, praticamente filho do meu pai! – a ruiva respondeu no mesmo tom irritado.

- Ah sim... Desculpa! Pode continuar...

- Certo! Como eu ia dizendo, depois de ler a carta do Teddy, saber que está tudo bem com ele e com a tia Andrômeda, eu segui meu caminho rumo à sala precisa. Mas, como nem tudo é fácil, fui parada mais uma vez, agora pelos companheiros de quadribol do Alvo, que queriam saber onde ele e Tiago estavam!... – ela foi interrompida mais uma vez.

- Os companheiros de quadribol do seu primo se resumem ao Peter e o grupinho de amigos dele, estou certo? – ele viu a menina fazer um sinal afirmativo e continuou – Não gosto deles! Principalmente desse Peter... Cara idiota! Sempre cheio de segundas intenções pro seu lado!

- Ei, calma! Não precisa ficar nesse mal-humor todo! – retrucou Rose.

- E quer que eu fique como? Sorrindo? Esse Peter não presta, tá sempre dando um jeito de se aproximar de você! E caso tenha esquecido, ele ia te azarar pelas costas no clube dos duelos.

- Eu não tenho uma memória fraca, claro que lembro! Mas ele tava nervoso também né...

- Ótimo! Agora vai defender ele! – Scorpius encarava a menina um pouco furioso, afinal, por que esse Peter tinha que importunar sua namorada?

- Não estou defendendo ninguém! Você reclama, mas não olha a sua volta! Todas as meninas da escola praticamente se atiram a seus pés! Acha que é fácil ver isso todo dia? NÃO! – Rose falava com a voz embargada de choro, mas tentava se permanecer firme na frente do namorado – Agora você se preocupa com um cara que veio me perguntar do meu primo!

- Como se fosse só do seu primo que ele quisesse saber...

- Se era só isso que queria não sei, mas foi o que ele me perguntou! – ela disse finalizando o assunto – Cansei! Não quero mais brigar com você! Nos falamos amanhã quando estivermos mais calmos... – ela se virou para ir embora, quando sentiu a mão do menino pousar em seu ombro.

- Desculpa... Eu não queria brigar! Mas é que só de imaginar esse cara perto de você meu sangue ferve! – Scorpius falava atrás da menina. Estava arrependido de ter agido daquela forma.

Rose, que ainda estava de costas para o loiro, respirou fundo e respondeu:
- Tudo bem... Mas não precisava ficar bravo desse jeito!

Scorpius se aproximou mais da ruiva, a abraçou por trás, e falou próximo ao ouvido dela, a fazendo estremecer:
- Eu sei, mas sabe... É impossível não sentir ciúmes da menina mais linda do mundo.

- Diz isso só para eu não ficar zangada! – Rose disse sorrindo.

- Não! Digo por que é verdade... Você é a menina mais linda do mundo e a única que me interessa. Nem que toda parte feminina de Hogwarts se jogasse a meus pés daria importância, e sabe por quê? – ele viu a ruiva fazer sinal negativo com a cabeça e disse num sussurro, dessa vez, mais próximo ao ouvido dela – Porque eu te amo! – depois de falar essas palavras, ele beijou suavemente o pescoço da ruiva, que instantaneamente se rendeu. Sem pensar duas vezes, a virou de frente e tomou os lábios dela, num beijo quente. Segurava firme a cintura da ruiva e a pressionava contra seu corpo, para senti-la mais perto.

Rose sentia seu coração disparar mais, a cada toque do loiro. As mãos dele brincando em suas costas, os lábios dele a beijando com intensidade, sentia um frio na barriga e ao mesmo tempo um calor em volta deles.

Scorpius entrelaçou seus dedos nos cabelos da menina e puxou, com certa força, a cabeça dela pra trás. A ruiva não conseguiu prender um suspiro, que deixou o loiro mais louco. Logo ele começou a beijar o pescoço da menina, alternando entre beijos suaves e leves mordidas provocantes. Rose tinha um cheiro tão bom, o sabor de sua pele e de seus lábios eram viciantes, não queria se separar dela. Mordeu levemente a orelha da ruiva e sentiu as mãos dela pressionarem suas costas com toda a força, que naquele momento, ela conseguia reunir. A encarou por alguns segundos e em seguida voltou a beijá-la com todo o amor e intensidade. Começou a caminhar para trás, ainda beijando Rose, quando sentiu uma mesa atrás de si. Virou-a, deixando ela encostada na mesa, e pouco tempo depois, a ergueu, colocando-a sentada sobre o móvel.

Rose beijava o loiro de uma maneira que nunca havia feito antes. Amor, paixão, ciúmes, desejo, tudo se revelava naquele beijo tão novo para ela. Puxava os cabelos do namorado, enquanto explorava os lábios que a deixavam louca.

Scorpius, enquanto a beijava, passeava pelas costas e cintura da menina com suas mãos, até que, sem querer, encontrou uma brecha no casaco que vestia, e pela primeira vez tocou na pele da ruiva, e sentiu, imediatamente, ela se arrepiar. Suas mãos geladas pelo frio, tocando a pele quente da menina, era uma sensação única. Permitiu-se acariciar a cintura da menina com uma mão, sentindo sua pele macia e delicada, enquanto a outra segurava a cabeça dela, aprofundando ainda mais (se é que isso fosse possível), o beijo dos dois.

Rose, estremecia a cada toque de Scorpius em sua pele. Sentia um misto de medo e de vontade, a cada beijo e carícia que ele dava. Sabia que o loiro não a obrigaria a nada, e também não ultrapassaria nenhum limite se não deixasse, mas será que ela conseguiria se controlar? Sentiu a mão do menino subir mais um pouco pelas suas costas, e foi aí que por um impulso, conseguiu se afastar dele, para recuperar o fôlego e parar com aquela cena.

- Eu... Eu tenho que ir! – disse Rose, ainda sem fôlego, enquanto descia da mesa.

- Rose, é... eu... – ele não teve tempo de completar a frase, pois no segundo seguinte a ruiva saiu do local correndo, sem olhar para trás, o deixando completamente confuso.

Rose saiu da sala precisa e desatou a correr pelo castelo sem saber realmente onde estava indo. Estava assustada com o que havia acontecido há pouco. Não culpava Scorpius por isso, a culpa era inteiramente sua por não saber como reagir àquela situação. Estava se sentindo a “menininha assustada do papai” naquele momento. Precisava de alguém para conversar, e esse alguém era o Alvo. Mas onde estava aquele “clone do tio Harry” quando ela mais precisava? Saiu pelo hall de entrada da escola a procura do primo, agora tinha lágrimas nos olhos de desespero. Não sabia exatamente o porquê, mas aquela cena tinha mexido com ela. Começou a correr pelos jardins da escola, a procura do menino, até que trombou com alguém que ela não queria ver tão cedo. Peter a olhava de maneira estranha, como se tivesse analisando a menina por completo.

- Rose, aconteceu alguma coisa? – o moreno perguntou.

- É Weasley pra você! Se aconteceu ou não, isso não é da sua conta ok?! – a menina respondeu grosseira e fez menção de sair de perto do rapaz, quando sentiu a mão do mesmo segurar firmemente seu braço.

- Escuta aqui Weasley, você já me fez passar por inúmeras humilhações. Primeiro no salão comunal, todos ainda riem de mim pelo fora que levei!...

- Bem feito! Isso que dá ser um conquistador barato! – ela interrompeu Peter, que ignorou completamente e continuou.

- Depois no Clube dos Duelos, e agora aqui! Eu não vou deixar mais você me fazer de idiota!

- É só parar de me perseguir que tudo fica certo!

- Ah, qual é! Pára de se fazer de difícil... Por que não unimos o útil ao agradável? Você é a menina mais bonita da Grifinória, isso se não for a do colégio inteiro... Eu sou o menino mais desejado da Grifinória, e...

- Engano seu se pensa ser o mais desejado! – Rose respondeu, encarando o rapaz a frente com desdém – Pro seu governo, Tiago é o garoto mais bonito da Grifinória, todas as meninas morrem por ele, embora tenha aquele jeito totalmente atrapalhado do meu pai. E Alvo vem logo atrás dele! Vai me dizer que nunca reparou nas esmeraldas que ele tem no lugar dos olhos? Isso chama bastante atenção sabia? Agora me larga antes que eu arme um escândalo aqui!

Algumas pessoas já haviam parado para observar a cena. Nenhuma delas atrevia-se a chegar perto do local, com medo de ganhar uma azaração graças a intromissão. Scorpius, que havia saído da sala precisa e estava a procura de Rose, corria pelo castelo e parou na porta de entrada para observar a cena que acontecia entre sua namorada e aquele verme do Peter. Ele tinha razão, aquele garoto estava não só com segundas intenções, mas também com terceiras, quartas, quintas, quem sabe até milésimas. Peter estava muito próximo e ele precisava fazer alguma coisa.

- Me larga logo seu imbecil! Eu tenho mais o que fazer do que gastar saliva com um trasgo como você! – Rose falava alterada, enquanto tentava se soltar das mãos de Peter, que apenas sorria sarcástico.

- Quem vai me obrigar? Seu primo não está aqui, e aquelas pessoas parecem muito interessadas em ver algo mais que uma discussão. – Peter disse, se aproximando mais de Rose, até que...

- Oppugno - Scorpius sacou sua varinha e lançou um feitiço sobre Peter. Imediatamente uma revoada de pássaros começou a bicar o moreno, fazendo-o gritar e correr feito uma criança. Todos ali caíram na gargalhada, enquanto Peter tentava a todo custo se livrar daquelas aves. – Isso é para você aprender a ter respeito com as pessoas Peter. – Scorpius disse entre risos e se aproximou de Rose, que colocava a mão na barriga de tanto rir – Você tá legal Weasley?

- E desde quando você se preocupa com ela, Sr. Malfoy? – uma terceira pessoa apareceu ali, e fez os dois gelarem dos pés a cabeça, e não era pelo frio que fazia.

- Pa... Papai? – Rose se virou assustada e deu de cara com seu pai parado atrás dela, com os olhos azuis vivos semi-cerrados, encarando Scorpius.

- Bom Sr. Weasley, uma coisa que eu sempre aprendi com meus pais foi ter educação! E por mais que eu não suporte sua filha, pelo fato de ser uma sabe-tudo irritante e chata, eu não podia ver aquele idiota Grifinório abusar dela. – o loiro disse friamente.

- Escuta aqui sua miniatura de doninha, sabe-tudo irritante é a sua...

- Ele queria abusar de você Rose? – Ron interrompeu a discussão dos dois, com os olhos faiscando.

- Ele queria me beijar a força! Pra ser sincera faz algum tempo que esse Peter me persegue, e isso tem me incomodado bastante! Ele não sabe levar um NÃO! E eu já disse isso de todas as formas possíveis. Então hoje, enquanto eu corria alegremente atrás do Alvo, que por sinal desapareceu e ele vai me pagar por isso, esse projeto de trasgo me parou e começou a dizer coisas esquisitas! Daí do nada ele me prendeu e tentou me beijar, quando a mini Polly ali me ajudou! – Rose contou tudo a seu pai com uma expressão séria e ao mesmo tempo inocente, livrando assim a cara do namorado – Preciso admitir que se ele não tivesse chegado a tempo, eu não ia conseguir me safar!

- Foi só isso que aconteceu? – Rony perguntou e em seguida puxou a filha para um abraço – Merlin, minha anãzinha quase foi atacada! – ele afagava os cabelos ruivos da filha, que estava praticamente sufocando com o abraço – E você rapaz! Eu detesto admitir, mas dessa vez é preciso. Obrigado por ajudar minha filha, mas não pense que com isso vai ganhar minha simpatia.

- Pode deixar professor, isso jamais passou pela minha cabeça! – disse Scorpius de forma calma – Agora se me derem licença, vou atrás dos meus amigos! – ele saiu do local, deixando pai e filha para trás.

- Engraçado... – Rony disse, ainda esmagando a filha entre seus braços.

- O ê engado apai? – perguntou uma Rose sufocada.

- O que filha? Repete que eu não entendi! – perguntou Rony ainda sem consciência do esmago, até que sua filha deu leves tapas em seus braços, indicando que precisava respirar – Ah sim princesa, me desculpe!

Rose respirou aliviada, já estava quase roxa pelo abraço. Precisava admitir que tantos anos convivendo com sua avó, seu pai aprendeu bem a técnica do abraço de urso.

- O que é engraçado papai? – perguntou a menina que agora tinha recuperado o fôlego.

- Ah sim, eu me referia ao feitiço que o “projeto de Draco” lançou sobre aquele garoto!

- O que tem o feitiço? – ela perguntou confusa – Foi um “Oppugno” se não me engano!

- Foi esse mesmo!

- Então, o que há de engraçado nisso? – a menina franziu o cenho e perguntou ainda mais confusa que antes.

- Engraçado que anos atrás, sua mãe lançou o mesmo feitiço sobre mim, quando estava com ciúmes da Lilá! E preciso confessar, aqueles bichos são completamente irritantes. – ele respondeu simplesmente.

- É sério?

- Aham, ele usou o mesmo feitiço que sua mãe, com a diferença que ela sentia ciúmes e ele agiu apenas por educação! – Rony disse e em seguida se abaixou para dar um beijo na bochecha da filha – Bom, agora eu vou lá para minha aula e aproveitar para dizer umas coisinhas para aquele rapaz tarado! Depois volto para me despedir de você e do seu irmão! Te amo anãzinha!

- Também te amo papai! – ela respondeu sorridente, embora odiasse o apelido “anãzinha”, seus pensamentos naquele instante não se preocupavam com isso. Scorpius havia usado o mesmo feitiço que Hermione quando estava com ciúmes, e Rose achava isso tão... Fofo! Os olhos da menina brilharam naquele momento. Ele era perfeito, e ainda a defendia de tudo e todos sempre! Como ela o amava...



***




A noite chegou e todos os alunos da Grifinória estavam reunidos na sala comunal. Rose ainda tinha o pensamento naquilo que seu pai lhe falou “Ele usou o mesmo feitiço que sua mãe, quando estava com ciúmes da Lilá!” . Ela foi tirada de seus devaneios, apenas quando um grupo de Weasley e um único Potter se reuniu em volta de um garoto. Logo ficou de pé para ver de quem se tratava.

- E aí pessoal, o que vocês querem? – perguntou o garoto. Já imagina o que eles queriam, mas tinha fé que eles não iriam começar a gritar e ameaçar azará-lo como havia feito Rony. A voz do ruivo ainda ecoava em sua mente.

- Falar com você é claro! – respondeu Tiago, com os punhos cerrados.

- Escute aqui Peter, que história é essa de tentar agarrar a minha irmã? – Hugo estava tão vermelho quanto seus cabelos e demonstrava uma raiva jamais vista antes.

- É isso mesmo, trate de se explicar cara! – disse Alvo.

- E sem enrolações... – completou Fred.

Rose sentia um misto de orgulho e medo dos rapazes a sua frente. Orgulho por ver que eles a protegiam de uma forma linda, e medo do que eles poderiam fazer com o garoto.

- Bom... Eu... É... – Peter gaguejava.

- Escute aqui seu aproveitador, você pode mexer com qualquer uma que quiser, mas não pense que isso funciona com essas meninas aqui! – Tiago se aproximou ameaçadoramente de Peter, e apontou para as primas e para irmã – Nunca mexa com essas garotas, pois elas são nossas, e quem quiser ter algo com elas precisa de nossa aprovação primeiro! Não é porque você é nosso amigo, que tem o direito de se aproximar dessa maneira tão ridícula da minha prima! Tá entendendo? – ele perguntou e viu Peter balançar a cabeça afirmativamente. O rapaz estava pálido e temporariamente sem voz – Agora, só para você se lembrar do que dizemos – o filho mais velho dos Potter ergueu o punho e deu um soco em cheio na cara do rapaz. Os outros que ali estavam seguiram o exemplo e distribuíram socos, tapas e chutes no menino.

- Nunca mais mexa com alguém da nossa família, ou você não terá que ir para ala hospitalar e sim para o Santo Mungus! – disse Hugo, recebendo aprovação dos demais e saindo de perto do Peter.

Rose olhou tudo boquiaberta. Queria impedir o ato de brutalidade, mas a vontade de ver Peter pagar por ter mexido com ela foi maior, e apenas acompanhou a cena com um sorriso no rosto. Como adorava ser daquela família! Eles eram perfeitos! Logo correu para os primos e irmão e os abraçou com todo amor que tinha. Aqueles quatro cabeças-duras eram simplesmente tudo para ela.



***




Na manhã seguinte Rose se levantou muito cedo. Não havia falado com Scorpius sobre tudo que aconteceu e isso a fez ter uma noite inquieta. Levantou-se, tomou seu banho, vestiu seu uniforme e em seguida desceu para a sala comunal que estava vazia. As chamas da lareira já estavam apagadas, restando apenas brasa. Suspirou e em seguida saiu pelo buraco do retrato, seguindo para fora do castelo. Não sabia bem o que fazer, ainda era cedo para tomar café e não tinha vontade de estudar naquele instante. Decidiu então ir até a árvore que fica em frente ao lago negro, onde várias vezes se encontrou com seu loiro. Caminhou lentamente até o local, e se viu bastante surpresa ao perceber que Scorpius estava ali sentado, com os braços apoiados no joelho, olhando fixamente para o horizonte.

- Vejo que não fui a única a perder o sono! – Rose disse sorrindo, despertando assim o menino de seu “transe” – Posso? – ela apontou para o chão, pedindo permissão para sentar ao lado do loiro.

- Claro que sim! – ele disse gentilmente, e em seguida ela se sentou – Não dormi bem essa noite, sabe... Muitos acontecimentos num mesmo dia! – Scorpius parecia ter lido a mente da menina, que pensava em fazer essa pergunta a ele.

- Hum, eu também não dormi muito bem. – ela disse simplesmente.

Os dois não se encaravam. Apenas observavam o lago, como se houvesse algo realmente especial naquelas águas, ou como se do nada, as respostas para as suas perguntas fossem surgir ali, escritas claramente para ambos.


- Sobre ontem na sala precisa, eu queria dizer que... – Scorpius quebrou o silêncio, mas foi interrompido por Rose.

- Ontem na Sala Precisa eu acabei me assustando um pouco. Mas não foi sua culpa. Aliás, não houve culpados... Exageramos um pouquinho, e eu fiz isso parecer uma catástrofe quando saí correndo feito uma louca desnorteada! – ela sorriu timidamente e finalmente se virou para encará-lo – Não precisa se preocupar!

- Ainda não é a nossa hora, eu sei! – Scorpius se virou para encará-la e acariciou o rosto da menina – E eu vou esperar o tempo que for para que quando esse momento chegar, seja perfeito! – ele se aproximou da menina e deu um selinho nela.

- Quando for a nossa vez vamos saber! – Rose disse sorrindo e fez com que o loiro a sua frente sorrisse também.

- É verdade, não vamos nos preocupar com isso agora! Afinal, ainda vamos fazer 15 anos! – ele puxou a menina para perto de si, a fazendo encostar a cabeça em seu peito.

- Você vai fazer 15 anos, pra mim ainda falta um pouco ok?! Ainda não vou ficar velha! – a ruiva disse divertida.

- Heeeeeeeei! – o loiro protestou – Está me chamando de velho Srta. Weasley?

- De velho não, só de um pouco mais maduro! – ela ergueu a cabeça a fim de encará-lo.

- O que dá no mesmo! – o loiro disse e os dois riram.

- Ahhh, antes que eu me esqueça! – Rose se sentou novamente e encarou o garoto com um brilho nos olhos sobrenatural – Você se lembra do feitiço que usou ontem para espantar o Peter?

Scorpius fez uma careta ao ouvir aquele nome. Como odiava aquele rapaz, tinha vontade de azará-lo pelo resto da vida.

- Sim eu lembro! Foi o “Oppugno”... Mas, o que tem ele? – o garoto perguntou confuso.

- Ontem papai me contou que você usou o mesmo feitiço que a mamãe, quando ela sentiu ciúmes dele com a ex-namorada Lilá!

- É... É mesmo? – Scorpius perguntou surpreso. Sem saber, havia agido exatamente como sua sogra há anos atrás.

- Uhum! Só que papai acha que você fez isso para “Salvar a Pátria” sabe? – ela disse sorrindo.

- Merlin, estou convivendo muito com você! – Scorpius falou um pouco sério, o que fez a ruiva franzir o cenho sem entender – Veja bem, antes a única clone da minha sogra era você! Agora até eu estou agindo igual a ela, de forma inconsciente, mas estou agindo! – ele completou rindo e Rose acompanhou caindo numa gostosa gargalhada.

- Quando a mamãe souber, se prepare, ela vai te bajular demais! – Rose disse e encostou novamente a cabeça no peito do namorado.

- O que será ótimo! Conquistei a filha e a sogra de uma vez só! Sou ótimo nisso, fala sério!

- Eu já mencionei que você é convencido? – Rose ergueu novamente a cabeça.

- Já, mas eu ignoro isso, afinal de contas se eu fosse de outro jeito você não se apaixonaria por mim! – o loiro respondeu de forma simples e com um daqueles sorrisos que deixavam Rose totalmente perdida.

- Eu disse convencido? Eu quis dizer muuuuuuuuuito convencido!

Scorpius riu do comentário de Rose e em seguida a puxou para um beijo longo e carinhoso. Ficaram ali em frente ao lago negro até a hora de irem para o café e seguirem para suas aulas. Com certeza o dia deles seria perfeito e não haveria ninguém que fosse capaz de estragar tamanha felicidade. A única coisa que ainda passava pela mente de Scorpius enquanto estavam ali em frente o lago negro era “Oppugno... Usei o mesmo feitiço que a Sra. Weasley... Não resta dúvidas, eu realmente sou muito ciumento e amo essa ruiva!”



***




Mily:

Oieeee! Bom, eu havia dito que o capítulo desse sábado iria atrasar, mas consegui conciliar estudo com o tempo no pc, e finalmente ele saiu.

Não sei se vocês vão gostar do capítulo, maaaaaaas eu tentei fazer o melhor que podia. Depois de quase 3 dias sem inspiração, consegui terminar o capítulo hoje e vim direto postar.

Eu sempre digo que vou atrasar com as postagens e acabo dando um jeito de vir aqui, mas infelizmente, o capítulo do próximo sábado realmente vai atrasar. Amanhã começam as provas e eu ainda não escrevi uma linha do capítulo 27. Preciso me preocupar agora com a terrível semana de provas, para então conseguir ter paz para voltar. Sabe, escrever sobre esse casal requer muita calma e inspiração, eles dão muito trabalho hauahauahuaahu

Se Deus quiser e no sábado que vem eu estiver viva depois da maratona de tensão, eu tento fazer o capítulo e posto durante a próxima semana, ou quem sabe, se por um milagre enorme eu estiver meeeega inspirada, no domingo mesmo o capítulo aparece! Se quiserem dar sugestões, sintam-se a vontade.

Ahhh, eu tinha prometido responder os comentários essa semana, mas infelizmente não vou ter tempo! Mas prometo que da próxima eu faço o possível para isso!

Meus caros leitores, torçam por mim, pois essa semana eu vou precisar de toda sorte e pensamento positivo hein! Hermione vai ter que encarnar em mim HAUAHAUHAU

A todos que comentaram, muitíssimo obrigada! Espero que esse capítulo tenha satisfeito a expectativa de vocês. Continuem comentando hein!!!

Amooo todos!!!

Bjinhos e até a próxima

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