Colo de Mãe



No jardim, estavam Molly, Arthur e Neville começando a decorar o local da cerimônia, Ron pegou um rolo de fita branca para ajudar a enfeitar as cadeiras. 
Podia com certeza usar magia, mas ele queria apenas se distrair e esquecer a cena que acabara de presenciar na cozinha. A mulher que amava estava chorando e um trouxa estava parado à sua frente falando de um objeto pifado que estava a quilômetros de distância em vez de abraçá-la e fazê-la parar de chorar. 
Pensou em voltar para dentro, pensou em aninha-la em seus braços fortes, pensou em mandar o tal de Andrew de volta, pensou em humilhar-se para poder amá-la. Mas não. Não queria ir contra tudo o que passava em sua cabeça, contra seu orgulho, ela o desprezou, oras! Por culpa dela ele passara uma noite inteira embaixo de uma árvore sob a mais fria tempestade de neve que vira em todo o tempo que esteve em Hogwarts. Ou será que foi mais frio porque ele estava ali chorando pela decepção de não poder ter Hermione? Nem ele saberia dizer.

A tarde passou sem ninguém notar que ja era a hora do jantar. Ron havia enfeitado todas as cadeiras que ali estavam e ainda coloriu os passarinhos que seriam soltos na hora do sim de sua irmã. Como já era previsto, todos se sentiram esrtranhamente incômodos. Até que Hermione não agüentou.

- Chega! Não aguento mais isso.
- O que foi, minha linda?!
- Problema meu, Andrew!! 
- Olha Ronald... não vim aqui para causar desconforto para sua família. Se quer que eu vá embora...eu... - tomou um grande gole de vinho - eu vou.

Ron não expressou reação alguma, não teve tempo.

- Hermione...
- O que é Andrew??
- Você não pode beber!
- Porque não?? É meu pai agora? Tenho 26 anos, Andrew, faça-me o favor.
- Porque o resultado chegou lá em casa no instante em que eu partia para cá.

- Que resultado? 
- Não se meta, Ronald!

Hermione abriu o envelope, de onde tirou duas páginas. Em uma delas estava o que ela mais temia: a palavra "positivo".
Ela estava grávida. Grávida de um homem que ela nem sabia se amava. Não, ela não amava. Ela amava e sempre amou o ruivo que estava corado e com lágrimas nos olhos, diante a ela. 
Andrew como sempre não notou o que estava acontecendo, abraçando sua noiva, tentava beijá-la em vão, Hermione encarava Ron e chorava mais uma vez. Não contendo as lágrimas, Ron se levantou da mesa e aparatou.

Andrew foi até o jardim para ligar para seu pai e seu irmão. Molly continuou na mesa enquanto os outros iam realizar suas próprias tarefas. Hermione que não parava de chorar, sentou-se no colo da Sra. Weasley e derramou suas lágrimas em seu ombro.

- Minha pequena... Sinto muito que isso aconteceu.
- Não sei o que estava pensando em namorar um trouxa!
- Mas Sra. Weasley... eu não tinha outra escolha...
- É claro que tinha....
- Eu... -soluço- ...sei. Sou uma burra estúpida...
- Pare com isso. Enxugue essas lágrimas. Olhe para o lado bom... você tem um bebêzinho lindo crescendo aí dentro da sua barriga...
- Mas ele não é seu neto...
- Minha querida...lógico que é.
- Não, não é... não é um Weasley... não é do Ronald...
- Sabe porque que é meu? Porque você é uma filha pra mim, isso não te alegra um pouco então?
- Acho que sim...
- Espero que essa criança nasça com a sua carinha, porque se ela nascer com aquele nariz de Andrew...

As duas riram e Hermione sentiu o cansaço pesar em seus ombros. Ainda com Ron no pensamento, ela foi se deitar.

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