Oitavo Capítulo



Harry ficou parado na rua sem saber o que fazer. Hermione tinha ido embora há alguns minutos, mas ele ainda permanecia em choque com a notícia que ela tinha lhe dado.

Não podia acreditar que Hermione estava doente. Era simplesmente impossível! Hermione era jovem, alegre e solidária. Ela não podia estar morrendo.

Tomando uma decisão, foi andando o mais rápido que pode até o carro. Tinha que fazer alguma coisa pela namorada. Não podia deixar as coisas acabarem dessa maneira. Não agora que ele finalmente achou uma pessoa com que ele realmente se importasse!

Ligou o carro e seguiu em alta velocidade para a saída da cidade. Há muito tempo não ia visitá-lo, mas o caminho para sua casa ainda estava fresco em sua memória.

Depois de meia hora dirigindo, não parando para nada e não se importando com os radares de velocidade que tinha na estrada, Harry parou em frente a uma grande casa.

Saltou do carro e foi correndo até a pequena varanda, onde estava a porta. Bateu uma vez, mas ninguém pareceu. Começou a ficar desesperado e bateu na porta com mais força.

- Pai, abra a porta! – gritou, já batendo com toda a força que tinha. Desceu da varanda sem saber o que iria fazer agora. Escutou passos vindo de dentro da casa e a luz da sala acendendo. Um homem, um pouco mais alto, mas muito parecido com ele abriu a porta.

- Harry? – ele subiu a varanda novamente e parou na frente do pai.

- Preciso de sua ajuda! – disse com pressa.

- Você esta bem? – perguntou preocupado. Ele olhou o filho de cima a baixo, procurando algum sinal de machucado.

- Minha namorada, Hermione... – começou Harry. Ele engoliu em seco. Falar era muita mais difícil do que ele tinha imaginado. De alguma forma, parecia que a doença dela se tornava real - Ela tem câncer! – ele pegou no braço do pai e começou a puxa-lo - Eu preciso que você vá vê-la agora!

- Se acalme – pediu o homem, amarrando o roupão que vestia. Harry parou de andar e virou de frente para ele.

- Você pode me ajudar ou não? – perguntou irritado com a demora dele. Cada minuto perdido era crucial para a vida de Hermione.

- Não conheço o caso dela – explicou. Harry fechou os olhos. Ele sabia que isso ia acontecer - Eu tenho que falar com o médico dela. Eu sou cardiologista! – argumentou ao ver a feição do filho - Eu não posso...

- Eu sabia! – Harry largou o pai e voltou para o carro.

- Quer esperar? – pediu o homem, ao ver o filho entrar no carro - Harry, espere!

Harry não deu atenção ao que o pai dizia. Deu partida no carro e começou o caminho de volta para casa.

Ali sozinho no meio da noite, ele percebeu que não tinha mais nada que pudesse fazer para ajudar Hermione. Sentiu-se um inútil, por não poder ajudar a mulher que ele tanto amava e que o fez mudar.

Pensou em todos os momentos que tinha vivido com Hermione até ali. Momentos que ele iria guardar em seu coração para sempre! E pela primeira vez, desde que Hermione tinha contado sobre sua doença, algumas horas mais cedo, Harry chorou.

Chorou como nunca havia chorado. Chorou por saber que não podia fazer nada. Chorou porque ia perder Hermione. Chorou porque ele viveria sem ter ela ao seu lado. Sem ter o grande amor de sua vida!


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Harry estava em pé em frente ao lago que passava por detrás de sua casa. Nunca tinha imaginado que sua vida pudesse mudar como tinha mudado na noite passada.

Quando Hermione lhe contou o que tinha, parecia que seu mundo tinha acabado. E para falar a verdade, ele não parecia estar melhor naquele momento.

Pegou uma pedra e jogou com força na água. Escutou alguém se aproximando, mas não se virou para ver quem era. Rony parou ao seu lado e ficou olhando o amigo.

- A sua mãe ligou – disse preocupado. Eles tinham se afastado um pouco depois do incidente que Harry e Draco tiveram, mas Rony nunca deixou de considerar Harry como seu melhor amigo. Harry ficou calado, observando o horizonte - Fala comigo cara! – implorou Rony preocupado.

- Sobre o que? – sua voz saiu fraca e sem empolgação.

- Sobre você, sobre a Hermione – pediu. Harry virou o rosto e olhou para o amigo.

- Falar o que? Ela é a melhor pessoa que eu já conheci! – ele virou novamente.

- Eu não entendia – começou Rony, tentando justificar sua reação diante o namoro de Harry e Hermione.

- Tudo bem cara – ele bateu no ombro do amigo e continuou olhando para frente - Ta tudo bem – ele se abaixou e pegou mais uma pedra, jogando-a no lago.

Eles ficaram ali vendo o sol se pôr. Trocaram poucas palavras durante o tempo que ficaram juntos, logo escureceu e Rony foi embora.

No dia seguinte, Harry saiu cedo de casa em direção a floricultura mais próxima. A florista estranhou a atitude dele, pois Harry comprou várias dúzias de diferentes tipos de flores.

Depois de comprar tudo o que queria e achar que era o suficiente, ele guardou tudo na mala. Seguiu em direção a casa de Hermione, com a certeza que aquela era a melhor decisão que ele podia tomar.

Estacionou o carro e olhou para a janela que era do quarto de Hermione. Ainda era cedo, e ele suspeitava que a garota devia estar dormindo. Cuidadosamente, mas ágil, ele carregou todos os buquês até a varanda da casa dela.

Tinha acabado de por o ultimo e estava voltando para o carro, quando viu o pai de Hermione parado na calçada, observando seus movimentos. Harry se aproximou decidido.

- Harry... – começou o pastor, mas Harry o interrompeu.

- Não vou abandona-la! – disse olhando firme para o homem a sua frente - Diga isso a Hermione! – o pastor deu um fraco sorriso concordando. Harry deu uma ultima olhada para a janela do quarto dela e seguiu para o carro.


Ficou o resto do dia em casa, mexendo no seu carro. Tinha que arrumar alguma ocupação, senão ele ficaria maluco.

Lílian tentou por várias vezes, conversar com o filho, mas Harry não queria falar sobre o assunto. Tinha a sensação que se ficasse falando o tempo todo sobre a doença de Hermione, ela poderia piorar. Era besteira pensar isso, ele sabia, mas mesmo assim, todo cuidado era pouco.

Tinha acabado de por água no carro, quando viu Hermione na entrada da casa.
Ela parecia hesitar em se aproximar, mas logo depois começou a vir em direção a ele. Harry largou a garrafa de água no chão e limpou as mãos num pano.

Hermione parou na frente dele e eles ficaram se olhando. Ela parecia nervosa, arrependida. Harry estava ansioso e com medo.

- Eu sinto muito – disse Hermione depois de longos minutos em silêncio - Eu queria ter te contado antes! – falou rápido, mexendo com as mãos num movimento frenético.

Harry deu um passo para frente e pegou em suas mãos.

- Você esta com medo? – perguntou olhando nos olhos dela.

- Morrendo – brincou. Os olhos de Harry brilharam de tristeza – Não fique assim! – consolou ela, passando a mão no rosto dele. Harry fechou os olhos enquanto sentia o toque macio de Hermione.

- Não tem graça – disse abrindo os olhos.

- Tenho medo de não ficar com você! – admitiu. Harry pegou numa mecha do seu cabelo e enroscou no dedo.

- Isso jamais vai acontecer – disse firmemente, olhando-a nos olhos - Vou estar ao seu lado! – ele soltou o cabelo dela e a trouxe para si, não contendo mais o desejo de beija-la.


Ficou a tarde toda na companhia de Hermione. Queria aproveitar todos os momentos ao lado dela, pois sabia que aquilo não ia ser para sempre. Quando começou a anoitecer, Hermione foi embora e Harry entrou em casa.

Lílian estava no sofá lendo algum dos seus romances. Ele chegou perto da mãe e parou na sua frente. Lílian abaixou o livro, assim que percebeu que Harry estava querendo falar alguma coisa.

- Mãe pode me fazer um favor? – perguntou apreensivo.

Lílian arqueou as sobrancelhas surpresa. Harry nunca fora de pedir nada a ninguém, nem mesmo quando era pequeno. Sempre dava seu jeito de resolver as coisas.

Mas nada poderia prepara-la para escutar Harry pedindo para que ela o ensinasse a dançar. Aceitou com prazer a difícil tarefa e se dedicou o resto da noite, para que o filho aprendesse.


No dia seguinte, Harry apareceu na casa de Hermione com um rádio na mão e um cd na outra. Eles foram para a sacada da casa e enquanto Hermione pegava alguma coisa para eles comerem, Harry preparou o som.

Hermione não pode deixar de ficar surpresa, ao perceber que Harry tinha gravado a mesma música que eles tinham dançado no restaurante, mas com a diferença que Harry dançava muito bem dessa vez.

Aquela tinha sido uma das melhores noites de toda sua vida.


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Harry estava colocando no carro o telescópio de Hermione. Ele tinha planejado fazer um telescópio maior, para ela poder ver o cometa Hyakutake, que iria passar pela Terra daqui a algumas semanas.

Estava indo pegar o suporte do telescópio quando viu um carro chegar e parar do seu lado.

Draco saiu do carro e caminhou com as mãos nos bolsos até ele. Harry ficou esperando que o garoto dissesse alguma coisa.

- Então... - começou Draco. Ele parou de olhar para os lados e olhou para Harry, que o observava desde que ele tinha chegado - Eu falei com o Rony – Harry entendeu o que ele estava fazendo ali. Sabia que Draco era muito parecido com ele e também sabia o quanto era difícil para o amigo pedir desculpas a alguém. Deu um meio sorriso para o garoto, mas foi o suficiente, pois Draco se encorajou - Precisa de ajuda com isso ai? – ele apontou para o equipamento no chão.

- Claro – aceitou. Draco pegou de um lado o suporte do telescópio e Harry pegou do outro.

Ficou feliz por não estar brigado mais com Draco, que era seu amigo há anos. Ele ajudou Harry a arrumar o aparelho no carro e se despediram.

Harry seguiu para a casa de Hermione, onde armou uma mesa no quintal e começou a trabalhar no novo telescópio da garota.

Hermione acordou com um estranho barulho vindo do quintal. Levantou-se da cama e ficou tonta. Balançou a cabeça e foi andando até a janela, se apoiando nas paredes.

Afastou um pedaço da delicada cortina e viu Harry trabalhando no seu quintal. Deu um sorriso fraco ao observar o namorado cortando um grande tubo bege.

- Hermione, o que esse rapaz esta fazendo no nosso quintal? – perguntou o pai dela entrando no seu quarto. Hermione fechou a cortina e olhou para o pai. Este se assustou ao ver a cara pálida da filha e se aproximou - O que foi? – Hermione deu um passo para frente e caiu em seus braços, desmaiando.

Ele a segurou firmemente e gritou pela ajuda de Harry. Olhou mais uma vez para o rosto da filha. Ela não podia ir morrer agora! Não agora!



Não é por ser um adaptação, que essa fic é a mais fácil de se escrever! Pelo contrário, é uma das mais complicadas de se fazer!
E tenho que admitir que esse capítulo foi um grande desafio para mim! Escrever as reações do Harry foi bem complicado! Mas acho que dei um jeitinho e me sai bem, o que vocês acharam?
Esse é o penúltimo capítulo! Decidi que só vou escrever mais um, poderia tentar esticar a história, mas assim os capítulos seriam menores do que já são!
Enfim, espero que vocês tenham gostado do cap, porque fiz com todo carinho e cuidado! Até a próxima!
Beijos para todos, especialmente a Nick que sempre lê minhas fics,
Binks




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