Terceiro Capítulo
Harry estava indo para a aula de teatro. Como não conseguia dirigir ainda, Rony o estava levando no carro dele.
- Não sei qual é o problema, a senhora Liman tem seios legais! – brincou Rony tentando animar o amigo.
- Mentira! – respondeu Harry rindo do amigo. Ele saiu do carro e bateu a porta.
Harry parecia entediado só por estar ali. Rony estava tentando fazer o amigo encarar aquilo como uma brincadeira.
- Quero te ver de maquiagem, vai se legal!
- Volte daqui a uma hora e não fure. – respondeu Harry, andando em direção a entrada do colégio.
- Ok. – Rony gritou em resposta ao amigo e arrancou com carro.
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- O musical deste ano é sobre paixões febris e metralhadoras. Escrito por Eddi e com letra e musica de Hermione Granger. É sobre a ascensão e queda de Tommy “metralha” da lei NY seca. – A senhora Liman parecia muito emocionada ao falar da peça que seria apresentada. Mas parou seu discurso quando viu Harry chegando na sala - Senhor Harry, antes tarde do que nunca! Queria se juntar a nós.
- Claro – ele foi andando com o apoio das muletas até uma cadeira vazia.
- Muito vem, vejamos. – a senhora Liman voltou a falar depois que Harry sentou-se - Hermione será nossa Alicia, a cantora de clube misteriosa, Sally será Carolaine e Harry será Tommy.
Harry que até então não estava prestando muita atenção no que era dito na sala, ganhou um susto quando escutou seu nome.
- Como? – ele se virou para a senhora Lamin - Eu não planejo ser ator!
Mas isso não mudou a decisão da professora. Harry seria perfeito para o papel e ela não ia dar para outra pessoa.
Harry teve que se conformar e aceitar. Pelo menos seria apenas uma apresentação, talvez ninguém fosse assistir.
Eles se reuniram em uma roda e foram fazer a primeira leitura quente do texto. Eles iam ficar sentados, lendo o texto, mas interpretando.
- “Quando você soube Tommy?” – Harry estava contracenando com Sally nessa cena. Ele perdeu algum tempo tentando lembrar se já tinha visto ela alguma vez na sua vida. Achou que não.
- “Soube o que?” – perguntou ele visivelmente entediado.
- “Que estávamos apaixonados”.– Sally estava animada. Ela tinha ganhado um dos papéis principais e ainda ia atuar ao lado de Harry Potter. Aquilo era o sonho de qualquer garota!
- “Apaixonados? Querida, não queira se apaixonar por um cara como eu.” – Harry revirou os olhos. Aquela tal de Sally parecia muito animada.
- “Tarde demais, eu estou louca por você. E você?”
- “Eu não sei o que estou bebendo, querida, mas se isso é amor, eu quero que... encha o meu copo?” – Harry terminou de falar com desdém. Aquela peça era ridícula demais.
- Senhor Potter, você esta tentando fazer mal? – perguntou a senhora Lamin irritada.
- Não, sai naturalmente. – respondeu ele zombando.
A senhora Lamin contou até dez. Não podia perder a paciência e se arrepender da decisão que tinha tomado ao por Harry naquela peça.
- Ok, vamos passar para o final. – disse ela tentando manter a calma.
Harry estava do lado de fora. A aula de teatro já tinha acabado e ele estava esperando Rony voltar para levá-lo para casa.
- Você morreria se tentasse? – Hermione parou ao seu lado.
- Sim e eu sou jovem para morrer. – respondeu ele grosseiro.
- Você não gosta das aulas, mas gosta da escola porque faz sucesso e nunca mais o fará de novo. – disse Hermione fazendo uma análise dele.
- Isso é muito previsível. – respondeu ele se lembrando do que ela tinha dito.
- O seu show só funciona com platéia. – Hermione saiu do lado dele e foi para o carro dela. Harry pensou por um instante no que ela tinha dito.
Olhou para frente e nem sinal de Rony. Sabia que o amigo tinha dado um bolo nele. Ele tinha que ir para casa e para isso tomou uma decisão.
Hermione girou a chave no carro e olhou para a frente. Harry estava parado ali, olhando para ela. Ele deu a volta com as muletas e parou do lado da janela dela.
- Quer fazer uma caridade?
Hermione consentiu e concordou em levar Harry em casa. Ele entrou no carro e ela deu partida no carro.
- O cinto! – disse ela para Harry, que até agora não tinha posto o cinto.
Como eles não estavam conversando, ela resolveu ligar o rádio. Já estava na estação que ela escutava, então deu atenção novamente ao volante.
Harry se inclinou e trocou de estação no rádio. Hermione olhou para ele e colocou a estação que ela estava escutando antes. Harry se inclinou e trocou a estação novamente.
- Desisto. – disse ela.
- Obrigado. – Harry ficou olhando para a janela.
- Quarenta e dois. – comentou ela.
Harry se virou para ela curioso.
- Quarenta e dois? O que é quarenta e dois?
- Quarenta e dois é ajudar alguém que eu não gosto. É uma lista de coisas para fazer na minha vida. – respondeu ela calmamente.
- Para assumir outra personalidade? – zombou dela.
Hermione ignorou o comentário dele e começou a dizer alguns itens de sua lista.
- Fazer uma descoberta médica, estar em dois lugares ao mesmo tempo, fazer uma tatuagem...
- Qual é o numero um? – ele não pode evitar essa pergunta.
Hermione olhou para ele e deu um meio sorriso.
- Eu te contaria, mas eu teria que te matar!
Harry achou que aquilo era muita doideira concentrada numa pessoa só. Voltou a olhar pela janela e viu Rony parado com o carro, numa lanchonete que eles costumavam ir, com Draco e Gina.
Ele não podia deixar que seus amigos o vissem no carro com Hermione Granger. Ele se agachou no banco, fazendo Hermione olhar do que ele estava se escondendo.
Hermione não pode deixar de rir. Harry Potter ia ser para sempre Harry Potter.
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Harry estava na varanda da casa dele, tentando ensaiar suas falas com Rony. Ele estava começando a ficar nervoso, pois estava percebendo que decorar aquelas falar seria muito mais difícil do que ele tinha imaginado.
- “Vim ver se está pronto” – começou Rony.
- “Olha moça, só estou pronto para a morte” – Harry andava de um lado para o outro.
- “Olhe dentro de seu coração, Tommy, suas palavras foram ouvidas, não só por mim.”
- “Quando você entra... Droga! – Harry errou a fala e se irritou, eu nunca conseguia acertar essa frase - Quando você saiu da chuva e encontrou no meu clube, não foi só coincidência, não é?”
- “Nada é coincidência” – respondeu Rony desanimado. Ele largou o texto que ele estava segurando e encarou Harry.
- Vamos cara! Só tenho três semanas para decorar isso. – Harry tentou incentivar o amigo a ajudá-lo, mas Rony tinha desistido.
- Nem que você tivesse três meses! – Rony riu do amigo - Nem DeNiro faria essa droga ficar funcionar.
- Não fui eu que escrevi. – disse Harry tentando se justificar.
- Não, mas você vai fazer papel de idiota na frente da platéia, da escola, dos seus amigos... – Rony enumerou as pessoas nos dedos.
- Eu não tenho alternativa. – explodiu Harry - Pode me ajudar por favor?
Rony parou de brincar. Sabia que aquilo so estava acontecendo porque Harry foi pego na fábrica.
- Só estou te enchendo. – disse ele com sinceridade - Vou estar lá na platéia, na primeira fileira... – ele sorriu para o amigo - Com tomates!
Harry riu para o amigo e o abraçou. Sabia que podia contar com Rony à hora que ele precisasse.
- Valeu, cara! – respondeu Harry se afastando dele.
Lílian tinha acabado de chegar do supermercado e parou o carro em frente a casa.
- Harry, pode me ajudar com as compras? – gritou ela para o filho. – Oi, Rony!
- Olá senhora! Vamos lá ajudar sua mãe.
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No dia seguinte, no colégio, Harry tinha pensado numa pessoa que podia ajudá-lo com as falas. Na hora do intervalo, onde todos os alunos estavam no pátio ou na lanchonete, ele foi atrás de Hermione.
Ele a encontrou arrumando o armário. Chegou perto dela e a cumprimentou.
- O que você quer Potter? – ela se virou e olhou para ele - Eu te conheço e você nunca me cumprimenta.
- Eu preciso de ajuda com as falas. – disse ele rispidamente.
- Harry Potter está me pedindo ajuda? – Hermione fechou o armário e começou a andar. Não podia negar que estava se divertindo.
- Sim. – respondeu ele um pouco grosso.
- Ok. – ela parou de andar e voltou a olhar para ele - Eu vou rezar por você. – ela começou a andar de novo e Harry parou na frente dela, impedindo que ela continuasse.
- Hermione, sério... – começou ele.
- É obvio que você nunca pediu ajuda a alguém, não é? Para um pedido com esse, você precisa implorar, se humilhar... – respondeu ela segurando os livros - Não tem que ser só por você. Tem que ser pelo bem de todos!
- É pelo bem de todos. O Eddi merece o melhor. Por favor! – Harry não reparou, mais ele estava implorando para ela ajudá-lo. Hermione ficou surpresa por isso.
Ela olhou para ele e resolveu ajudar. Se ele tinha problemas, quem era ela para negar a ajudá-lo?
- Esta bem, mas com uma condição.
- Qual? – perguntou ele esperançoso.
- Você tem que prometer que não vai se apaixonar por mim! – disse séria.
Harry se segurou para não rir na cara dela. Será que Hermione se achava tão atraente que ele seria capaz de se apaixonar por ela? Ela estava ficando louca se algum dia pensou que ele fosse se apaixonar por ela.
- Não será problema. – respondeu ele ainda segurando o riso.
- Certo, nos vemos depois da aula. – disse ela decidida e convencida.
- Tudo bem.
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Hermione estava lavando a louça e seu pai estava ajudando-a. Ele era muito rígido quanto as regras em sua casa. Afinal ele era o pastor da cidade.
- Harry Potter está vindo aqui? – perguntou o pai da garota - Depois do que ele fez? – disse se referindo ao acidente na fábrica com Neville.
- Pai e o perdão? Achei que tínhamos conversado que eu decidiria o que fazer com o meu tempo e a minha vida.
- É nele que eu não confio, não em você.
Hermione ia dizer alguma coisa, mas a campainha tocou. Ela olhou para o pai. Largou os pratos que ela estava enxaguando e foi abrir a porta.
Quando a aula acabou, Harry foi para casa almoçar e depois foi para a casa de Hermione. Ela tinha dado o endereço para ele na escola. Harry ficou aliviado ao perceber que nenhum dos seus amigos morava perto de Hermione, assim nenhum deles ia ver que ele estava indo para a casa dela.
- Olá – disse educado, quando Hermione abriu a porta.
- Oi.
- Vai me deixar aqui fora a tarde toda? – ele brincou, fazendo Hermione dar um sorriso.
- Entre.
Harry entrou na casa. Esperou Hermione fechar a porta de novo e olhou para ela.
- O meu roteiro está no quarto, eu já volto. – Hermione subiu as escadas - Fique a vontade.
- Meio impossível. – Harry comentou para si.
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