Capítulo Quatorze - EDITADO



Cap.14


You might need time to think it over


você talvez precise de tempo para pensar


But I'm just fine moving forward


mas eu estou muito bem seguindo para o alvo


I'll ease your mind


vou clarear sua mente


If you give me the chance


se me deres a chance


I will never make you cry


 nunca te farei chorar


c`mon lets try.


venha, vamos tentar.”

Beatiful soul – Jesse Mccartney





Narrado por Remus Lupin

Sírius bateu tanto nas minhas costas, que ficaram vermelhas, segundo o que Jeanette disse.

Quando a Srta.Lambóglia chegou, elas ainda ardiam.



Passei o resto da tarde me esquivando de Carla, para tentar esquecer a brincadeira dela.


Impossível.


Saí do banheiro com uma toalha ao redor da cintura e usei outra para esfregar nos cabelos. Sírius entrou prara o banho logo após. James e Peter me esperavam sentados na minha cama.

“E aí?!” James começou.

“Quê?” eu respondi. Entrei no closet e peguei minhas roupas, vestindo-me rapidamente.

“O que vamos fazer agora?”

“Acho que a Srta. Lambóglia vai preparar nosso lanche, daí depois a gente vê o que faz.” Eu disse, ainda secando meus cabelos. Prongs fez uma careta descontentada e levantou-se, espreguiçou-se e disse para Peter e eu:

“Vou descer.Nos falamos depois.”

“Okay.” Peter disse. Segui Jay.


Ao chegar à sala de estar, deparei-me com algo inusitado:

Charles. Primo da Carla. Ele é sobrinho da sra.Lambóglia. Um rapaz de olhos azuis e cabelos castanho-escuros. Estava acompanhado de um rapaz alto e de rosto soberbo, com olhos e cabelos da mesma cor dos seus. James e eu avançamos timidamente para nos sentar-mos ao lado de Carla. Ela nos sorriu.

“Remus, James, esses são Chuck e Gianni, meus primos.”

“Olá.” Falou Gianni.

Eu acenei a cabeça na direção deles. Os dois tinham rostos sérios, como se tratassem de algo importante.

“A visita de vocês é inesperada...” Carly comentou. Seu rosto estava alegre.

“Hum... A nonna não sabe que viemos aqui.” Gianni respondeu. Usou o termo em italiano para avó. Seu inglês tinha ainda algum resquício do idioma latino.

Jeanette, que acabara de entrar, passou por trás de nós e sentou-se no encosto do sofá.

“E por que a Megera não sabe?” Carla endureceu a voz e fez um biquinho, cruzando os braços.

“Eu tinha esquecido como você fica linda quando faz essa cara...” Charles sorriu com o que disse. Carly corou.


Eu fechei a cara. Não gostei disso. Ele é primo dela, não pode sair cantando-a assim.

Gianni também não achou graça.


James me olhou assustado enquanto eu e o irmão mais velho de Charles nos encarávamos.

“Ela disse que nós não podíamos falar contigo, não é?! Sendo que Chuck convenceu a mim e aos outros primos a desobedecê-la. E agora eu estou aqui, representando todos eles, para dizer que você pode contar com agente. Que nós vamos tentar te trazer de volta pra casa.”

Há! Eu quis rir, mas segurei-me. Carla arqueou as sobrancelhas e deu um risinho debochado. Vi quando seu rosto ficou vermelho e os olhos lacrimejaram.

“Vocês são tão engraçados.” Ela foi irônica. Estava magoada com a lembrança de ser a ovelha negra. A loba.

“Não estamos brincando.” Gianni soou certo do que falava. Voltei a encará-lo.


“Hum... acho que temos que dar uma prova, certo?” Chuck disse.

Carla limpou os olhos com as costas da mão e encostou a cabeça em meu ombro.

“Não seria uma má idéia. Provar que seremos...unidos de novo.” Eu pude ouvir a flexão na voz dela. Ela estava experimentando a palavra, assim como fizera tantos anos atrás, quando Bruno perguntou a profissão de seu pai.

Então a Srta. Lambóglia entrou na sala de varinha erguida, levitando bandejas de prata maciça: uma cheia de sanduíches e outra com vários copos e uma jarra de suco.

“Trouxe lanche, miei amori.” Ela falou, enquanto deixava a comida sobre a mesa de centro que nos separava. Então virou-se, sorriu para os cobrinhos e para Carly e saiu, subindo as escadas.

Eu acompanhei todo o seu trajeto e voltei a mirar os primos de Carla, que pareciam concentrados em algo. Então Sírius e Peter desceram e pegaram os sanduíches.

“E aí?!” Sirius falou, sorrindo convencido. Gianni olhou meio assustado e Chuck franziu o cenho.

“E aí...” Chuck respondeu.

“Gianni, Chuck, estes são Sirius Black e Peter Pettigrew.”

“Prazer” responderam os quatro, ao mesmo tempo. Carla e Jeanette caíram na gargalhada.

Gianni fechou a cara mais ainda e suspirou.
“De qualquer forma, Carla, você já sabe que pode contar conosco, hã?”

“Sim, claro.” ela sorriu, respirando fundo para recuperar o fôlego.

Os dois primos se levantaram, seguidos de Carla, que os acompanhou até a porta enquanto falavam rapidamente em italiano com ela. Ouvi-a abrir a porta e então as vozes de Charles e Gianni:

“Até logo, pessoal!”



“Até!” nós respondemos. Lá de cima, os saltos finos da mãe de Carly foram ouvidos e ela desceu as escadas que nem um furacão. Quando apareceu, tentava colocar um par de brincos e possuía um colar nas mãos. Suas roupas eram conservadoras.

“Vou com vocês!” ela disse. Então não se ouviu mais nada além dos resmungos de Carla:

“Já sei, mamma....Tudo bem, mamma... não se preocupe, mamma... può andare, mamma! Affrettatevi!”

Segundos depois a porta bateu com um baque e pudemos ouvir as risadas histéricas dos três bruxos do lado de fora.

Carla voltou para a sala principal. Depois que ela olhou para mim e Jeanette de forma mais demorada, foi que abriu um sorriso –lindo, por sinal- e disse bem calma:

“Que acham de subirmos para a sala de TV e assistirmos a um filme?”

Peter foi o primeiro a levantar do sofá.


“Sim, estou dentro!” e começou a subir as escadas.


Eu peguei um sanduíche e depois a bandeja com os sucos, seguindo Carla até o terceiro andar da construção, onde estava a biblioteca, a sala de TV e a sala de Ginástica que mais parecia uma academia de exercícios dada a quantidade de aparelhos que tinham lá... sem contar um ringue que provavelmente era onde Carla praticava seus ‘soquinhos’.


A sala onde iríamos assistir ao filme era bem no meio do corredor, com sua porta à direita. Carla entrou primeiro que eu, passando pela espreguiçadeira enorme de camurça branca e foi direto para a Tv, que se encontrava numa estante de tons avermelhados e laranjas, com alguns detalhes brancos. Havia várias caixas de som espalhadas pelo aposento e também uma bancada de vidro que contornava todo o quarto. E várias almofadas em tons quentes.

“Qual filme?” ela perguntou com a voz um pouco lenta. Vi que ia pegar logo no sono. Postei a bandeja num dos lados da bancada de vidro e deitei-me na espreguiçadeira conjunta.


 Sírius sentou-se reencostado nas costas da espreguiçadeira, ao meu lado, e James ao lado de Sírius. Jeanette estava deitada no tapete felpudo que cobria todo o chão do cômodo e abraçava uma das várias almofadas.


“Sei lá, põe um de ação...” Sírius disse, enquanto pedia para Peter, que estava comendo o terceiro sanduíche, um outro para si. Peter pegou a bandeja e estendeu-a para nós quatro, enquanto Carla analisava a estante com vários filmes, ouvindo Jeanette dar palpites.

Então ela decidiu:
“Vamos assistir... Gotzila”

“Sei não...” eu disse, esse daí não ia deixar ninguém dormir...

“Deixa de ser chato, Remy!” Jeanette falou como se fôssemos muito íntimos. Eu a mirei, estranhando-a. Ela sorriu de volta, sem graça. “Remus. Desculpe.” e deu de ombros.

Começamos a ver o filme, depois de muita briga para decidir qual ia ser. Depois de quase  quarenta minutos de filme,Carla se levantou do meu braço da espreguiçadeira e já ia sair quando eu a puxei pelo braço d’uma vez e ela caiu por cima de mim. Sírius reclamou um pouco, mas não deixou de prestar atenção no filme. Nenhum deles prestou atenção a nós.

Carla arregalou os olhos e eu sorri meu melhor sorriso maroto.

“Dá pra me soltar?” ela sussurrou. Nossos rostos estavam tão perto. Os lábios dela são tão convidativos... Eu segurei seu rosto com minha mão esquerda enquanto a direita acariciava sua cintura. Ela estava nervosa, com a respiração mudando e parecia que começava a hiperventilar. Carla fechou os olhos levemente quando selei meus lábios nos dela. Senti um calor louco percorrer meu corpo e a segurei com mais força, mas ela se afastou gentilmente de mim e sorriu.

“Eu volto já.” E saiu como um foguete corredor afora.

Passaram-se cinco minutos e eu não aguentei. Tive que ir atrás dela.

Desci pelas escadas e dobrei à direita, passando pelas portas de madeira de laranjeira.Então, veio a mesa de mármore, e a pia, o fogão, a geladeira e o Freezer. E uma porta de madeira já bem velha que dava para adega... e ela estava aberta. Desci por um corredor escuro, que terminava numa grade já enferrujada; depois, mais escadas.


Lá embaixo, havia uma lamparina acesa e Carla encontrava-se de frente para um armário enorme onde, provavelmente, encontrava-se a safra de vinhos mais antiga. Eu a abracei pela cintura e ela fungou audivelmente. Depositei meu queixo em seu ombro direito.

“Por que chorar?” o nariz dela, arrebitado e bem delineado, estava vermelhinho.


“Qual o por que deles me quererem de volta, Remy?”

“Talvez...porque tu és uma pessoa maravilhosa, com muita inteligência e personalidade contagiante?” tentei soar divertido. Ela deu um risinho e fungou de novo. Eu simplesmente acho que eles a amam tanto quanto eu, e que sentem a falta dela. Mas dizer isso não vai mudar nada. Ela só irá acreditar menos.

Eu a virei pra mim, olhando profundamente em seus olhos cor de folha.

“Remus, Eu... Estou confusa” ela testou a palavra de novo.


“Só uma chance. É tudo o que eu peço.” Meu coração martelava desesperado no meu peito.


“Eu-“ não podia ouvir mais nada de descrédito dela própria. Cortei seu fôlego.


“Não vou te fazer sofrer. Eu prometo!”


“Okay...” soou muito incerta. Mas eu continuei olhando para as pupilas dela.


“Hmmm” como ela pode ter olhos tão lindos, eihn? Inspirei e mirei seus lábios rosados. A curiosidade de testar o sabor deles mais uma vez me consumiu.

Estava quase a beijando quando a escada rangeu e nós nos separamos de repente. Eu alisei o cabelo e Carla voltou-se para uma mesa com a safra mais recente, que ainda estava sendo guardada por sua Mutti, a Srta.Lambóglia. E o Sírius apareceu no topo da escada, rindo. Ele vê que estamos lá e pára de rir. Eu o fuzilo.

“Foi mau!”

“Espera até subirmos e você TERÁ POR QUE PEDIR DESCULPAS, SEU NOJENTO!” subi correndo atrás dele, enquanto o idiota se dirigia de volta para a Sala de TV. Rindo. É. Ele estava rindo.Estragou a minha chance com a Carla. O idiota. E ainda sai rindo!!!


No meio da correria, olhei para trás.


Carla vinha cabisbaixa. Ela sentou-se ao lado de Jeanette, enquanto o filme ia entrando em seus momentos finais, e deitou-se no colo da amiga. Não lembro que aconteceu depois, só sei que ficou muito quieto.







Acordei ainda na sala de Tv. E me sinto um completo idiota. Levantar a cabeça já está sendo bem difícil. Imagine fazer isso com o corpo todo! DEUS! Canso só de imaginar.

A porta abriu e ouvi barulhos de metal.

“Oi.” A voz dela é como música para meus ouvidos. Se eu a tiver ao meu lado, não preciso do Paraíso...

“Oi”



“A gente te deixou dormir aqui porque não conseguimos te levar.” Ela sentou-se ao meu lado na espreguiçadeira e sorriu. Mostrou-me uma bandeja com o meu café da manhã.


“Sua mãe já voltou?” Fiz uma força enorme para me sentar e depois reencostei-me no divã, aceitando o copo com suco de maçã que ela me oferecia.


“Sim. Eu a deixei dormir, parece que voltou tarde...”


“Quem fez o meu café?”


“Eu!” Então eu cuspi o suco de volta no copo. Não sabia que ela cozinhava. Estava surpreso. Mas não parecia ruim, tudo cheirava muito bem. Os ovos, o pão com presunto e queijo... o suco de maçã recém colhida do pomar, tão madura, que não precisa de açúcar.

Ela esperou calada até que eu terminasse de comer.

“Cadê Jeanette?”

“Dormindo, ainda, eu acho.Ela ficou até tarde lá embaixo com o Sirius e o Jay, conversando. O Peter foi dormir cedo e eu fui malhar um pouquinho.”


“Você é muito nova para malhar,Carla.” Lembrei a ela. Na verdade ela só fazia uns abdominais e quick-boxing, mas e daí?!
Ela deu de ombros.

E dái eu reparei no que ela estava vestindo.
Bem...não sei se era adequado para uma garota da idade dela, mas na Carla, qualquer roupa fica perfeita.





Narrado por Carla de Vallance



”Some times you Just wish it might be truth.
Às vezes você só deseja que talvez seja verdade.


Some times you Just doubt it.
Às vezes você só duvida disso.


Some times you can trust it.
Às vezes você pode confiar.


And that’s how I feel about you.
E é como eu me sinto sobre você.


About us.
Sobre nós.”

Carla Morgana




Questo cosa!!!! O que diabos o Remus tá fazendo olhando para as minhas pernas???
Eu expirei com força e ele levantou seus belíssimos olhos cor de ouro para mim, de forma curiosa.


“Obrigado pelo café, Leelee” eu sorri. Esse apelido fica tão fofo na boca dele! E pensar que foi o Blöter quem o inventou... ECA!

Peguei a bandeja de volta e já ia me levantar quando ele segurou meu braço. Eu levantei meus olhos para ele. Remus sorriu como se pedisse desculpas e retirou a bandeja de minhas mãos.



Então ele me beijou.



Mas não foi o beijo que ele havia me dado antes dele dizer que gostava de mim. Talvez tenha sido esse beijo que ele tenha preparado para ser dado lá na adega. Não sei como ele não pensou que eu iria recusar. É claro que não, mas...continuo confusa. Eu tenho um dever para com Remus e não posso ser nada mais que uma amiga, Posso? Terei que perguntar ao papai quando ele vier nos pegar, em três dias.
Não senti nada mais que um fogo simplesmente intenso dentro de mim. Gritando para que eu o segurasse com mais força e não o deixasse escapar nunca. Mas parece que minha mente, ou pelo menos a parte lúcida dela, estava contra mim, e o separou devagar. Em seu rosto havia uma expressão derrotada.

“Desculpe.” Ele murmurou.


Já ia se levantar, mas eu peguei a bandeja por ele e beijei-lhe a travinha, como quando fazia quando éramos menores. Ele sorriu de lado e eu selei nossos lábios levemente. Então, mais rápido do que é possível para um humano, saí da Sala de Tv.

Deixei a bandeja na cozina, em cima da bancada de mármore e subi para o meu quarto. Topei com Jeanette no caminho. Ela até se assustou. Coitada, está dormindo, ainda.

“Tô com fome,vamos comigo na cozinha?”

“Ah...eu não sei cozinhar muito bem.”

“Não precisa saber, Leelee, eu só quero beber água e comer biscoito de chocolate.”

É. De chocolate. Do mesmo jeito que meu vício é limão, o da Janny é chocolate. E o do Remmy é castanha e o do Sírius é mulher e o do James é... bem...Pistache. Eu aprendi isso ontem, quando estávamos conversando enquanto subíamos para a Sala de Tv.

Nós descemos e eu servi água e peguei uma pacotão de biscoitos de chocolate que minha mãe trouxe ontem da Suíça. Janete ficou olhando para minha roupa. Assim como o Remus.

“Posso saber o por que de você usar shorts e camiseta com um tênis se nem vai caminhar?”

“Bem...eu vou correr na floresta aqui perto daqui a pouco. Estava já de saída.” Então, de repente eu precisava contar para ela. Afinal, ela era minha melhor AMIGA! “Janny, eu e o Remus nos beijamos!” sussurrei, enquanto sentava ao lado dela. Jeanette sorriu radiante e disse:

“Então?”

“O quê?” perguntei confusa.



“O que você achou do beijo dele? É melhor que o do Mulciber?”

“Mulci tem pegada, Janny. Remus é tímido.” E eu GOSTEI SIM!!!!


E...

“Eu gostei do beijo, sim, Janny.” Admiti, um pouco corada.

“Ah, Carla, eu sempre soube que vocês ficariam juntos, sabe?” ela falou com simplicidade. Como se estivesse falando de uma bobagem.

“Não sei, não...” completei. Ela não sabia do meu segredo. O único que eu escondia dela e da Stéh.

“Vocês, Carla, não vêem o que nós, observadores externos, vemos. É óbvio, que iriam ficar juntos.” Então ela se inclinou para mim de frente. “Carla, o Remus te ADORA! Ele é louco por você, amiga! O jeito como ele te olha... como se não existisse mais nada no Universo além de ti... e quando você olha para ele, desculpa, Carla, mas é como...Bem, eu não sei explicar. Parece tão perfeito, tão absoluto...”

Engraçado, eu nunca reparei que fazia isso!



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n.a.: Capítulo editado!
Mira,
20.07.2012 

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