Capítulo Nove - EDITADO

Nono Capítulo



“Há segredos que devem permanecer assim.
Para o bem de todos.
Para o teu próprio.”

Halena Gomes – Lobo Alpha

 

Terceiro Ano

“EU SOU DEMAIS!” Gritou Oregon, enquanto se lançava nos braços de Carla e Nathan, que o encaravam assustados.

O moreno sorriu.

“E aí?!” Nathan olhou-o desconfiado. Oregon não parava de sorrir.


“Eu vou para a casa da Stephanie nas férias! Convenci meus pais a deixarem, e os pais dela liberaram também, e...”


“E nós?” Carla exclamou.


“Eu- nós vamos para sua casa. Não se preocupe. É só por um curto período de tempo...”


“Vai enfeitiçar os sogros dele, primeiro.” Steh falou, abraçando o namorado por trás. “Sério, Oregon, tem certeza que você quer conhecer meus pais?”

O moreno acenou positivamente.


“Okay, essa é nova pra mim!” Carla falou, abrindo as mãos num movimento de pare. “Oregon, você disse que aquilo ainda não tinha acont-”


“Está perto.” Ele disse, antes que ela terminasse, ele a olhou muito sério. Carla olhou para Stephanie contrariada e irritada, mas a loura nem percebeu, de tão concentrada que estava em babar o namorado. A morena balançou a cabeça de um lado para o outro, tentando dispersar maus pensamentos de sua mente. Então uma brisa bateu, e seu nariz e garganta arderam. Oregon fez uma careta e Nathan tossiu. Stephanie olhou para eles.

“Vocês estão O.K?”

“Não.” Oregon falou, respirando com dificuldade. Carla arregalou os olhos.


“Ory?”


“Madame Pomfrey!” sussurrou o garoto, correndo para a Ala Hospitalar. Stephanie fez um movimento para acompanhá-lo, mas Nathan a parou, virando-a de frente para si e olhando dentro dos olhos lilás da loura, penetrantemente.


“Não chegue perto dele até que diga que é seguro. Você vai ficar aqui, com Carla,” Ele olhou para a morena, que acentiu. Ela percebeu que ele segurava a respiração. “e fingir que Oregon só estava mal do estômago, certo?”


“Certo.” A morena respondeu, prendendo sua respiração também. O cheiro que fazia sua garganta e nariz arderem estava mais forte, agora. Seria Nathan o dono desse odor? Carla puxou a amiga para os jardins, enquanto o sol se punha. Lá, De Vallance respirou fundo algumas vezes, antes de se virar pra encarar Steh e Jeanette, que vinha na direção das duas.

“Hey!” Jeanette disse ao sentar-se ao lado de Stephanie.


“Hey!” responderam.


“Que foi?”


“Sei lá. O Oregon tava todo feliz. Então ventou e ele começou a passar mau.”


Jeanette olhou para Carla, que se fingia de desentendida.”Você sabe de algo!” ela acusou.


“Como assim?” fingiu-se de ofendida, a sonserina.


“Sua cara te entregou. Fala logo.”

“Eu não posso, Janny. Só o Oregon pode. Desculpe.” Então ela saiu correndo. As louras se entreolharam e foram atrás dela.





{...}






Remus estava sentado num dos bancos, lendo o volume de Transfiguração daquele ano, quando sentiu um cheiro muito familiar passar por si. Fechou os olhos e respirou fundo, captando o perfume. Quando abriu seus olhos, havia um brilho novo neles.

Jeanette e Stephanie passaram por ele, correndo. Remus arqueou as sobrancelhas.
Ele pigarreou e seguiu-as. Sabia, ou melhor, tinha a leve impressão, que sabia para onde elas iam.




{...}


A porta da Ala Hospitalar abriu com força e a sonserina entrou por ela, segurando a boca.

Madame Pomfrey mirou-lhe, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, a morena botou o almoço pra fora.

Nathan e Oregon trocaram um olhar preocupado. Lankford levantou-se e foi ao encontro dela.


“O que é isso?”


“Eu não sei!” ela guinchou, antes de sentar-se no chão e colocar a cabeça entre as pernas.


“Só o Oregon é que era pra estar assim” disse ele, pondo sua mão no ombro dela. Carla deu um tapa nela.

“Eca, Nate, você está fedendo!”


“Impossível! Primeiro, que eu sou cheiroso! Segundo que tomei banho logo após o almoço. Ainda não soei e não tem cabimento-”

Então Oregon soltou um grito agudo, e um som rasgante foi ouvido. Ele se debateu na maca que estivera deitado segundos atrás. Um odor de ferrugem pôde ser sentido, e o barulho de um líquido batendo contra o chão. Escarlate.

Carla gritou, enquanto Oregon esperneava na maca, sob o olhar atônito de Madame Pomfrey.

Primeiro suas unhas ficaram maiores, tornando-se garras. Seus olhos flamejaram, amarelos e com as pupilas dilatadas, como as de uma águia.

Carla e Nathan ofegaram. Oregon tentou levantar-se. Então ele gritou mais alto e outro som foi ouvido. O rapaz caiu da maca no chão, de bruços, e os dois amigos e a enfermeira viram, estupefatos, as asas rubras de Falcon.

Nathan tentou parar Carla, que ia se aproximando dele com cautela. Oregon parecia estar consciente. A menina tremia, mas um sorriso brotou em seus lábios quando Oregon respirou fundo e admirou o próprio corpo, que refletia carmim. Até seus pés estavam diferentes. Grandes, fortes. Ele e os amigos se entreolharam. Então Nathan deu soltou uma gargalhada e Carla tentou tocar o peito do Ákila que estava em sua frente. Ele não recuou. Mas tremeu sob as mãos dela.


“Legal!” ela soltou, ao sentir que a pele dele tornara-se áspera e dura. Oregon estava tão maravilhado quanto ela. Nathan aproximou-se devagar. Nem parecia que Madame Pomfrey estava ali.


“Hey! Você sente cócegas?” disse o moreno-claro, quando as unhas compridas de Carla fizeram um caminho sinuoso do peito dele até abaixo do umbigo e Oregon não riu.

“Sinto, mas não muito. Minha pele parece, uhm... sei lá... uma casca grossa, eu acho.” Ele olhou para Carla, seguramente. Ela manteve o olhar. Depois, ele suspirou, desapontado.

“Que foi?” Madam Pomfrey perguntou. Carla e Nathan se assustaram, mas Oregon não disse nada, só a mirou.


“Eu gostaria de pedir-lhe que não comentasse nada com ninguém, Madame. Esse, é um segredo que inclui muitas pessoas. Seria imprudente que outros soubessem.”

“E-e Dumbledore?” perguntou ela, aturdida.


“Ele vai saber, quando eu sair daqui. Ou quando eles saírem.” Então bateram à porta levemente, e sob os olhos deles, Oregon voltou ao normal. Carla arregalou os olhos. Ele não tinha mais ferida nenhuma.

“Autocura” ele falou, como se lesse os pensamentos. Então, ela avaliou o corpo dele e corou, virando de costas. Ele olhou para o próprio corpo e puxou o lençol da maca para cobrir sua nudez.

“Extranho” ele comentou, quando Stephanie e Jeanette, seguidas de Remus, entraram na enfermaria muito pálidos, olhando para todo o sangue que havia no chão e nos tecidos.

McSweeney deu um grito e correu para o namorado, que ao ser abraçado, exitou. Ele mirou Carla, aturdido, e depois baixou a cabeça para olhar para Stephanie. Quando ela levantou a cabeça, ele pareceu surpreso.


“Oregon?” Stephanie falou. Ele sorriu e tomou os lábios dela num beijo alucinado. Carla segurou a respiração –de novo- e saiu da enfermaria, mesmo que ainda estivesse um pouco enjoada. Remus a seguiu, confuso, e Nate também, mas desgostoso; sua face estava contraída, meio com nojo ou algo parecido.


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Carla estava encostada no parapeito da Torre de Entrada, olhando lá de cima para Oregon e Stephanie, que conversavam um pouco distantes um do outro. Ele estava de pé, na frente dela. E ela sentada num banco. Um metro os separava.

Carla franziu o cenho quando um cheiro ácido entrou por suas narinas.

“Ele contou à ela?” a voz de Nathan era nada mais que um sussurro.

“Sim.” Carla respondeu no mesmo tom. Ela parecia chateada com algo. Seus braços estavam cruzados sobre o peito. O suéter verde oliva fazia dobras graciosas sobre o cós da calça jeans. Nathan manteve uma distância segura dela. Pouco mais de um metro.

“E como ela está reagindo?”

“Ouça por si só!” ela sibilou. Ele a olhou, estranhando a reação de De Vallance, e então concentrou-se para ouvir o que o amigo e McSweeney conversavam.



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“Então... você é um animago,” Oregon abriu a boca para responder, mas Stephanie levantou a mão, silenciando-o, enquanto o rosto do moreno adquiria uma expressão impaciente. “mas, não é um animago, é isso? Quero dizer, você disse, que é um... Ákila? é assim que fala?”


“É.”


“Certo. Uhn... Mas, Oregon, eu não entendo... como você pode ser bruxo?”


“Eu também não sei. Como qualquer humano pode ser, imagino que as Criaturas também possam, já que, até o momento que há a transformação, elas, nós, somos ‘humanos’. E é perigoso.” Ele olhou para Stephanie como se ela fosse uma Deusa, e ele estivesse lhe adorando.


“Por quê você está me olhando assim?” a loura estava assustada com tanta atenção.


“Eu estou... ah... como te explicar isso, Sté?” Oregon estava frustrado. Ele passou as mãos pelos longos cabelos castanhos, então olhou-a nos olhos, adorando-a novamente. “Você é minha alma-gêmea, Stephanie McSweeney. É uma ligação tão forte. Eu já te amava antes. Mas agora...” Ele balançou a cabeça, em sinal de descrença. “Eu morreria por você, Sté. Eu-” ele prendeu a respiração. “Okay. Sei que somos novos, e tal... mas, quando acontece a transformação, a idade não conta muito, sabe. Eu vou começar a crescer, agora. Acho que vou ficar com aparência de dezoito a vinte anos, no auge do desenvolvimento... Posso me casar quando quiser... E, você pode me recusar, mas saiba que sempre vou estar ao seu lado. E, se me aceitar... Se aceitar minha espécie, Stephanie, seremos tão felizes. Farei você a mulher mais feliz do mundo! E assim que terminarmos Hogwarts podemos, sei lá, fugir, casar, fazer o que você quiser. É só me dizer, que eu te seguirei, Sté.” Ele alisou o rosto dela com a ponta dos dedos. Parecia que ele estava pegando fogo, de tão quente.

 Ela estremeceu, olhando para a mão dele. Então, num lampejo, ela olhou para a Torre e viu Carla e Nathan, inclinados na direção deles. Mirando-os.

“Eu aceito você, Oregon. Porque eu te amo. Porque eu também morreria por você.” Ela suspirou forte e sorriu. Então levantou seu olhar para o topo da torre. Carla estava furiosa e Nathan estava inexpressivo. Stephanie não entendeu. Então voltou-se para o namorado.

“Por que Carla e Nathan não parecem satisfeitos com nosso relacionamento? Desde que começamos a namorar, Carla está...distante. Irritada.”

“Na família dela, nós temos que casar entre a nossa espécie.” Ele analisou a expressão da namorada.

“Puro sangue” Stephanie murmurou, mirando o chão.


“Exato. Ela acha que eu deveria ter me vinculado à uma pessoa da minha sub-espécie.”

 Stephanie piscou.


“Carla faz parte da sua família? Ela é um Ákila??” ela exclamou, confusa. Oregon prendeu a respiração. Ele levantou o olhar para a torre, como Steh fizera antes, e encontrou o olhar mais que mortal de Nathan. Carla não estava lá. Segundos depois, ela estava ao lado dele, fulminando-o. Stephanie olhou para a amiga.


“Carla...” ela falou, em tom de súplica.


“Stephanie, se você não quiser ver a coisa que eu vou me transformar na sua frente, é melhor para a sua sanidade que você vá embora daqui agora!” ela disse entre dentes.

A loira correu para baixo do castelo a tempo de ouvir um baque surdo e ver Oregon cair estatelado no chão, pela força do ataque.

 

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n.a.: Nossa, esse capítulo foi relativamente curto, não?

Percebi só agora. Hahah

Bem, mais um capítulo editado, finalmente!

Beijos, Mira.

22.07.2012

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