Transformações e soluções



2. TRANSFORMAÇÕES E SOLUÇÕES

Draco estava sentado na sala comunal da sonserina, quando ouviu alguém chamar seu nome, com uma voz manhosa e até mesmo irritante. Pansy. De fininho, fingindo que ouviu o chamado, o loiro se levantou da poltrona e caminhou apressadamente até seu quarto de monitor. Ela não o seguiu, pois já caíra em si e percebera que ele não queria nada mais sério com ela. Bem, ela também não queria, mesmo que ele fosse Draco Malfoy, o rapaz por quem sempre fora apaixonada. Mas há muito tempo que isso não vinha acontecendo mais. Mesmo assim, tinha que cuidar do que era seu, pelo menos enquanto fosse.

Sentou-se onde Draco estivera sentado anteriormente, e ali ficou, pensando na vida. Até que se lembrou que tinha dever de Trasfiguração para fazer. Tinha trocado de trabalho com a Weasley, e a professora já a havia informado disso. Contou a ela que tinham trocado os papeis numa simples trombada, e a professora deu mais uma chance para as duas lhe entregarem o trabalho no dia seguinte. Pegou uma pena e um pergaminho e começou a rabiscar em um pergaminho o que se lembrava do feitiço estudado. Era um feitiço de transformação animal, sem poderes em seres humanos, a não ser que unido com outro de igual potência.

Segurando o pergaminho nas mãos, ela tentava puxar pela memória as palavras usadas no encantamento, mas não conseguia. Sem ter mais o que fazer e decidida a procurar no dia seguinte antes da aula pelo que ainda faltava, Pansy começou a mexer em sua mochila, olhando alguns pergaminhos antigos e os jogando no lixo. De repente, pegou algo que não conhecia, e logo percebeu que deveria ser o trabalho da Weasley. Bem, não custa ler, não é?

“ENCATAMENTO FILLINUS

Criado por Jonathan Fillinus, o objetivo do Encantamento Fillinus é a transformação de uma espécie de animal em outra, assim como o Encantamento Sismen, em um nível mais avançado de magia. As palavras desse encantamento são:

DE UMA FORMA OU DE OUTRA
TRANSFORMAÇÕES ACONTECERÃO
NESSA VIDA OU NA PRÓXIMA
ORDENO ESSA TRANSFIGURAÇÃO”

Engraçado... Essas eram justamente as palavras de seu trabalho, sobre o Encantamento Sismen. Segurando o pergaminho da grifinória na mão esquerda, Pansy escrevia calmamente o encantamento em seu próprio pergaminho, enquanto o lia em voz alta.

-Ordeno essa transfiguração.

Depois que terminou de ler o encantamento, não conseguiu nem ao menos acabar de escrever. Sua cabeça começou a dar voltas de repente, como se ela estivesse bebido, e muito. Sua vista ficava embaçada, e pelo jeito não era só sua cabeça que dava voltas, mas sim o mundo todo. Sentia como se algo estivesse sendo tirado de dentro de si, algo que somente ela poderia ter. E por fim adormeceu, sem saber que algo só seu estava realmente sendo tirado dela.

***

Gina estava em frente à lareira da Sala Comunal grifinória, reescrevendo seu trabalho de Transfiguração. Havia trocado de trabalho com a Parkinson, e a professora McGonagall lhe dera mais um dia para entregar o trabalho. Precisava terminar logo, pois já estava morrendo de sono. O problema é que ela não conseguia se lembrar das palavras usadas no encantamento.

“Bem, o trabalho da Parkinson ainda está comigo e é sobre o Encantamento Sismen, totalmente ligado ao Fillinus, então... Acho que ele pode me ajudar!”

A ruiva revirou sua bolsa, até achar o pergaminho da outra. Começou a lê-lo, sem muito interesse, até que achou exatamente as palavras certas para o seu trabalho. Começou a copiar furiosamente, tentando não dormir em cima do pergaminho. Para impedi-la de fazer isso, começou a falar as palavras em voz alta, ditando para ela mesma:

-De uma forma ou de outra, transformações acontecerão, nessa vida ou na próxima, ordeno essa transfiguração.

Ao falar isso, Gina sentiu a cabeça ficar pesada, os olhos doerem e parecia que o mundo girava ao seu redor. Sentia sono, muito sono. Muito mais do que já passou em toda a vida. Não sentia suas pernas mais.

“Será que alguém colocou alguma coisa no meu suco de abóbora?!” foi o último pensamento da ruiva antes de cair em um sono profundo e sem sonhos.

***

O dia seguinte amanheceu sem sol. Nuvens carregadas cobriam o céu todinho quando Gina despertou. Ela notou que dormia no Salão Comunal da sua casa, que estava vazia àquela hora. Ainda eram seis e meia, mal tinha amanhecido.

Subiu correndo as escadas que levavam ao dormitório feminino do sexto ano, e abriu a porta mais do que cuidadosamente, para não acordar as colegas de quarto. Foi até o banheiro, tomou um banho e se enrolou na toalha. Caminhou lentamente até o espelho, e não pôde deixar de gritar ao ver o reflexo refletido no espelho. Não, aquela definitivamente não era Gina Weasley!

***

Pansy acordou mais ou menos no mesmo horário que a ruiva da Grifinória. A Sala Comunal da Sonserina não estava totalmente vazia, mas não se podia contar muito com a presença de Blaise, o maior dorminhoco da escola. Viu que amassara todo o seu trabalho de Transfiguração, assim como os outros trabalhos que teria que entregar naquele dia. Teria que refazê-los, mas não sem antes tomar uma ducha bem quente.

Caminhou a passos largos até o dormitório dos sétimos anos sonserinos, sem encontrar ninguém durante o caminho. Seu quarto estava vazio, assim como deveria estar. Entrou no banheiro e começou a se despir. Não, havia algo errado com ela. Pansy não tinha pêlos vermelhos nas pernas, e nem cabelos tão longos. Olhou-se no espelho, e um grito escapou de sua garganta. Aquela não era ela, mas sim a pequena Weasley!

***

“Não, essa não sou eu! É... É a Parkinson! Eu estou igual a Parkinson!”

Gina estava desesperada. Any, sua colega de quarto batia insistentemente na porta, e a ruiva temia que a garota abrisse a porta com um feitiço e a visse assim. Não, ela tinha que fazer alguma coisa para reverter a situação. Pegou sua roupa do chão e a vestiu rapidamente, colocando bem colocado seu capuz, para cobrir o rosto. Respirou fundo e abriu a porta, olhando para baixo para que Any não percebesse a diferença.

-Tudo bem Gina? – perguntou a garota, preocupada.

-Tu... Tudo – ao perceber que sua voz também mudara, Gina se apressou em sair dali, deixando uma perplexa Any para trás.

O que havia acontecido?! Como ela poderia estar igual a Pansy Parkinson?! E por que, de todas as garotas de Hogwarts, ela tinha que ter se transformado justamente em Pansy Parkinson?! Mal sabia ela que certa sonserina estava se perguntando a mesma coisa...

Pansy ainda não acreditava que estava vendo Gina no espelho. Não, ela estava transformada na Weasley-Fêmea! Isso não era uma coisa muito boa, ser pobre e ruiva e tudo mais... Mas precisava esclarecer essa história. Saiu do quarto e caminhou rapidamente até seu guarda-roupa, onde pegou a primeira roupa que viu pela frente, ocupada demais para ver se estava bem ou não.

Ao mesmo tempo, Gina saía de seu dormitório, segurando o capuz para que ele não caísse. Bem, não poderia existir duas Pansy Parkinson (pelo menos na aparência) e também não poderia haver um sumiço de Gina Weasley. Não, elas precisavam resolver isso. Juntas.

***

Caminhando apressadas, Pansy e Gina chegaram juntas até a gárgula dourada que dava acesso ao escritório de Alvo Dumbledore. A ruiva (agora morena) olhava surpresa para a garota na sua frente, enquanto que a morena (agora ruiva) fazia o mesmo. Era como se olhar no espelho, exceto pelo fato de que um espelho não tem movimentos próprios.

-Eu troquei de lugar com você – disse Pansy, espantada.

-Acho que temos que falar com o Dumbledore para resolver esse assunto – disse Gina, retirando seu olhar do seu próprio corpo, agora com a personalidade de Pansy.

-Certo...

As duas ficaram olhando a gárgula, tentando imaginar a senha. Como Harry já lhe dissera, as senhas para o escritório de Dumbledore eram sempre doces.

-Sapos de chocolate – tentou Gina. Nada aconteceu.

-Que tipo de pessoa colocaria uma senha dessas?! – perguntou Pansy, sem entender por que a outra tentara aquela senha.

-Alvo Dumbledore, Parkinson. Pense em um doce e me ajude com isso.

-O.k... Feijõezinhos de todos os sabores.

A gárgula moveu-se, e Gina apenas lançou um olhar de “eu não disse?” para Pansy, como Hermione fazia quando sabia de uma resposta numa aula importante. Pansy foi em direção a escada, e Gina fez o mesmo logo em seguida. Caminharam em silêncio o restante do caminho para a sala do diretor. Bateram na porta, que se abriu imediatamente para elas, e entraram. Dumbledore estava sentado atrás de sua mesa, observando uma Parkinson com uniforme da Grifinória e uma Weasley com uniforme da Sonserina. Mas ele não parecia espantado.

-Sentem-se meninas.

As duas apenas se olharam e se sentaram nas cadeiras me frente à mesa, olhando o diretor. Dumbledore estava em silêncio, e Gina logo entendeu o recado e começou a contar:

-Bem, nós temos um problema.

-Um grande problema – adicionou Pansy.

-Nós não somos nós mesmas – ao ver que Dumbledore arqueou uma sobrancelha, Gina apressou-se a explicar – quero dizer, nós não estamos em nossos corpos certos.

-Eu imaginei – disse ele, depois de um tempo – Não é tão comum ver uma Sonserina e uma Grifinória juntas, exceção de problemas, é claro.

-Nós precisamos urgentemente de uma solução para esse problema – disse a morena (agora ruiva), num tom que beirava o desespero.

-Creio que não haja solução alguma, Srta. Parkinson.

-O QUÊ?! – gritaram Gina e Pansy juntas.

-Pelo menos não por enquanto – explicou ele – eu acho que é algum feitiço de Transfiguração, não?

-Acho que sim... – murmurou Pansy, se lembrando do seu trabalho da mesma matéria.

-Nós estávamos trabalhando com os Encantamentos Sismen e Fillinus. Magicamente ligados.

-Não juntas – apressou-se a explicar Pansy, negando com as mãos, veemente.

-A professora McGonagall havia me citado seus nomes ontem à tarde. Disse que vocês fizeram uma pequena troca dos trabalhos dela.

-Sim – disse Gina, que assim como Pansy, assentia com a cabeça para Dumbledore.

-Mas... Diretor, muita gente estava lendo esse encantamento, por que eu fui trocar de lugar justamente com ela?!

-Ainda não sei, Srta. Weas... Parkinson, Srta. Parkinson.

-Mas o que vamos fazer? Quando poderemos voltar aos nossos respectivos corpos?

-Quando a Poção de Reverter ficar pronta. Pedirei hoje mesmo para que Severo comece a prepará-la.

-Quanto tempo ela demora para ficar pronta? – perguntou Pansy, o mais rápido que conseguiu.

-Duas semanas, mais ou menos.

-DUAS SEMANAS?! – exclamaram as duas juntas, de boca aberta com a demora.

-Duas semanas.

-E enquanto isso? O que nós vamos fazer?

-Vão ficar assim.

-Mas, eu não posso andar assim pela escola... – exclamou Pansy, mostrando para o corpo que deveria ser de Gina, e recebendo um olhar extremamente metralhador da mesma.

-Mas terá que fazê-lo, Srta. Parkinson. E o fará como se fosse Gina.

-Quer dizer que eu vou ir pra Grifinória?!

-Sim. E Gina irá para Sonserina.

-O QUÊ?! – exclamaram as duas juntas.

-Uma vai viver a vida da outra enquanto a poção no fica pronta.

-Eu não vou pra mesma casa do Potter! – disse Pansy, e Gina teve vontade de pular em seu pescoço para defender o amigo.

-E eu vou ter que agüentar o Malfoy e... Ai Meu Merlin! Eu vou pra Sonserina!

-Nós não podemos – declarou Pansy, e pela primeira vez, Gina teve que concordar com ela.

-Eu creio que essa troca fará muito bem a vocês, se querem saber o que eu acho.

-Bem?! Quer dizer que eu vou estar bem se for pra Sonserina?! Que eu vou ficar bem indo pro covil das serpentes?!

-Não fale assim da minha casa! – defendeu Pansy, sentindo-se ofendida.

-Acho que vocês irão achar coisas muito boas na vida uma da outra. Tenho certeza disso – declarou Dumbledore, sorrindo de uma maneira extremamente misteriosa.

Gina apenas concordou, assim como Pansy. As duas sabiam que, com Alvo Dumbledore, não se podia discutir.

“Ah, Merlin! Me salve! Uma Weasley na Sonserina!”

“O que é que eu vou fazer no meio de um bando de grifinórios?! E o que alguém pode encontrar de bom entre eles?! Ah, droga!”



N/A: e aih gostaram?? comenta gnt dizendo c sim ou c nao! aceito criticas tbm, ok??

Bjx



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.