Kiss the Girl



Respondendo aos comentários:

Di-Luá~:Eu também amooo o Lino e suas narrações, fiz o melhor que pude para elas se parecerem com as de JK! E acho que agora Caroline Howd não vai incomodar por um tempo! ;D Obrigada pela força (Y)

Tay McKinnon: Obrigada pelo “narração à nível de JK”! Fico realmeente feliz que tenha gostado! E sim, a festa promete ;]

Lyla Garbo: É verdade, Lizie anda muito malvada com Dave! E ele defendeu ela brigando com o ruivo! Como vocêmesmo disse, é a forma que os garotos encontram de dizer "eu me importo se tem alguém te olhando e você dando moral" uaHSUahsuASHUashuASH ;D Espero que goste da festa!

Realmente, o capítulo ficou MEIO grandinho X_X mas acho que vale a pena! Boa leitura õ/



CAPÍTULO 14 - Kiss the Girl

Lizie e Dave encontravam-se debaixo de uma árvore próxima ao lago, o dia estava quente e agradável, o que era estranho porque estavam em pleno inverno de dezembro, mas Lizie nem ligou para a estranheza desse detalhe, o que importava agora é que ela estava com Dave.
- Lizie, eu... eu gosto muito de você... – balbuciou Dave, e a garota sorriu docemente. Mal podia acreditar no que estava acontecendo. O grifinório chegou mais perto de Lizie, o que fez seu coração acelerar loucamente. – Lizie Lohans, eu te amo... – sussurrou o garoto no ouvido de Lizie, que instantaneamente se arrepiou toda. Queria gritar, pular de alegria!
O coração de ambos acelerava a cada segundo, parecia estar prestes a pular pela boca, quando Dave se aproximou mais do rosto da bruxa... Ai meu Deus! É agora!... Pensou a grifinória quase eufórica.
Ele ia beijar a garota! Seus lábios estavam prestes a se tocar...
- Lizie! O que foi? Acorda! Você caiu da cama garota?! – veio de longe a voz de Alicia. Quando Lizie abriu os olhos, viu que se encontrava no chão do dormitório todo vermelho e dourado da Grifinória, embolada em seus cobertores. Levantou-se rápido, fazendo uma careta de dor, levando ás mãos ás costas doloridas por causa da queda... É claro, era um sonho, só podia ser um sonho... pensou a garota desanimada.
- Lizie, por que você caiu da cama? – repetiu Alicia, visivelmente fazendo força para não rir.
- Não, nada, eu estava sonhando... – a grifinória parou abruptamente, ficando corada. – Uma coisa boba... Deixa pra lá! Então Alicia, você vai com quem para a tal Grande Festa hoje?
- Ah, vou com Michael Clim... – informou Alicia, mas não parecia nem um pouco animada em ter Michael como par. – Você já sabe com quem vai duelar hoje?
- Duelar? Como... Ah, sim, o Campeonato dos Duelos, não sei ainda... E você também não, suponho? – perguntou Lizie, ainda lembrando do sonho do qual acabar de acordar... Por que ela tinha que cair da cama justo naquela hora?
- Então, é melhor irmos logo tomar café...Lizie! Alôô? Hoje é domingo! Campeonato dos Duelos...! Esqueceu já? Você está muito estranha... – insistiu Alicia, olhando preocupada para a colega.
- Pode ir descendo já, vou mais tarde, até depois. – avisou Lizie, ainda meio aérea.


Quando estava indo para o Salão Principal, escutou um barulho de passos ás suas costas. Era Jony Serpen.
- Ei, posso falar com você um minuto? – chamou o sonserino timidamente.
- Claro, diga. – concordou Lizie. O que será que ele queria? Da última vez que se falaram, ela tinha recusado o seu pedido para ir à festa de hoje, um tanto grosseira, mas também, já devia ter dado uns dez foras em garotos que ela nunca vira na vida! Não estava acostumada...
- Não, só queria saber... Hum, por que você não quis ir á festa comigo? A gente tava saindo, não estava?
- Ah, desculpe Jony, mas disse bem, a gente estava... Não estamos mais! – justificou Lizie séria.
- Bom, pensei, sabe, que gostasse pelo menos um pouquinho de mim, mas pelo visto você gosta daquele detestável do Warty! E com ele que você está saindo, não é? – disse Jony bruscamente.
- Não, não é não! Olha Jony, a gente é... Amigo! Nada mais. E se quer um conselho, convide Bella Monteiro para a festa! Soube que ela está doidinha pra ir com você! – acrescentou Lizie calmamente. Por um momento o sonserino parou, a encarando, como se ela tivesse dito alguma coisa realmente sem sentido, se esquecendo momentaneamente do fora. Será que ele ainda não tinha percebido que Bella gostava dele? Fala sério os garotos são tão lentos!
- Como assim? A Monteiro? Não! Ela nunca ia aceitar! – respondeu ele incrédulo.
- E por que você acha que não? – retrucou Lizie.
- Bem ela é, sabe...
- Faz o que eu to te dizendo! Convide ela! E boa sorte no duelo hoje, preciso ir! – aconselhou Lizie sorrindo, deixando o sonserino perdido em pensamentos.


- E agora vamos continuar a segunda fase do Campeonato dos Duelos! Com vocês... A maravilhosa, a inacreditável, a linda... Lizie Lohans, 5°ano, Grifinória! Contraaa o veterano Mike Crossway, 7°ano, Corvinal! – anunciou Lino Jordan com entusiasmo, sua voz magicamente ampliada ecoando na antecâmara do Salão Principal, que estava anormalmente cheio de estudantes de Hogwarts, mesmo sendo que iria se realizar o Campeonato ali, mas na verdade o Clube dos Duelos nunca foi tão popular! E pelo jeito Jordan deve ter achado o mesmo, porque comentou:
- Será que o Clube dos Duelos ficou tão famoso assim para quase toda Hogwarts vim assistir ao Campeonato... Ou todos querem dar uma boa espiada em Lizie Lohans? Calma professor Flitwick... Foi só para descontrair! Então... O duelo vai começar! E é um, dois e é... Três!
As mãos de Lizie estavam enregeladas por causa do frio, era o primeiro duelo em que ela ficava ao menos um pouco nervosa, sempre fora muito confiante, mas Crossway era bom... Decidiu começar por uma coisa simples e executou uma azaração do tropeço, mas o corvinal Mike bloqueou o feitiço da grifinória com um gesto displicente da varinha. Muito bem, vamos ver do que esse garoto é capaz... pensou Lizie esboçando um sorriso maroto.
A garota executou uma série de gestos complicados e murmurou alguma coisa inteligível, em seguida três raios de luz dourada voaram em direção de Mike... Todos fizeram um “Ohhh!!”, e Crossway bem que tentou bloqueá-lo, mas só conseguiu parar um dos raios dourados; os outros dois o atingiram em cheio no peito e ele voou para trás e só parou quando colidiu com a parede da arena de duelos, á uns três metros de distância.
- Uau! E Lizie está mostrando do que é capaz! E Crossway tenta estuporar Lohans, e... Ahh! Passou raspando agora! Mas não tem jeito... A Lizie é demais!
Dave observava de longe o duelo de Lizie e Mike, realmente a garota era incrível! Olhe só como ela duelava! O grifinório ainda não tinha visto Caroline Howd desde que terminara com ela... Ainda bem! Maldito dia que eu fui consolar ela...Foi da última vez que Lizie estava duelando... Pensou Dave amargurado, mas aliviado. A sonserina não tinha ficado nada satisfeita mesmo.
- Dave! Dá pra pelo menos disfarçar, parar de olhar pra Lizie? – sussurrou Bob sorrindo marotamente, aparecendo de repente ao lado do grifinório. – Nossa! Ela sabe duelar mesmo, não é? Eu não gostaria de estar na pele do Crossway, mas... Cara, você deve estar muito feliz mesmo! Não tira esse sorriso bobo do rosto! A melhor coisa que você podia ter feito era ter terminado com a Howd mesmo! Cara, eu não suportava ela! Então... Já sabe com quem vai pra festa de hoje? Não vai convidar a Lizie não? Você tem que se mexer rapaz!
Bem nessa hora, Mike lança um raio de luz verde berrante contra Lizie, que cambaleou, mas se recuperou rapidamente, em tempo de lançar um feitiço paralisante no corvinal, em seguida arrumando o cachecol vermelho e dourado no pescoço, sorrindo enquanto os alunos aplaudiam entusiasmados.
- Relaxa cara, ela vai ficar bem, ela sabe o que faz! Mas então? Com quem vai?
- Eu sinceramente não sei! Tá certo que eu e a Lizie fizemos ás pazes... Mas acho que ela vai com aquele metido do Tanner! Soube que eles estão indo juntos, se pelo menos ele ainda não tivesse convidado ela... - respondeu Dave com amargura.
O duelo não estava muito fácil... E Lizie ficou decididamente nervosa quando viu que Brad Tanner assistia ao duelo bem perto da arena, ela procurou ansiosa por Dave, mas não o viu, e nem podia se distrair procurando garotos na platéia!
Decidiu que ia acabar logo com esse duelo com Mike Crossway, agora mesmo, chega de brincar... disse a si mesma, e já sabia como... Crossway era esperto, mas ela só precisava de uma distração...
- Expecto Patronum! – e da varinha de Lizie saiu planando um enorme dragão envolto de uma luz prateada radiante, algumas garotas gritaram, e instantaneamente começa a correr um burburinho de excitação pelos alunos, apontando entusiasmados para o dragão. Mike Crossway parecia esperar qualquer coisa vindo de Lizie... menos aquilo!
E a distração provocada pelo seu magnífico patrono deu tempo para a garota gritar “Estupore!”, e em seguida o corvinal do sétimo ano cai estuporado no chão. Seu dragão rabo-córneo húngaro abre suas imensas asas novamente e sobrevoa a antecâmara - que parecia de repente ter ficado muito menor - se exibindo, arrancando aplausos entusiasmados dos estudantes de Hogwarts.
- Lizie Lohans, 5°ano, Grifinória vence de maneira espetacular! E que patrono Lizie, que patrono! Os que não vieram vão lamentar ter perdido tudo isso! E com esse duelo fantástico, Lizie Lohans já deve estar classificada para as quartas de finais! E agora.... Jony Serpen, 5°ano, Sonserina contraaa Alicia Timpson, 5°ano também, Grifinória!... Tomara que Alicia acabe com esse Serpen...
- Lizie! Nossa, você foi incrível mesmo! Aquele seu patrono... Eu já tinha visto aquele dia na aula de Defesa contra as Artes das Trevas, logo quando cheguei, mas agora... Foi diferente! Cada vez mais eu me surpreendo com você! E cada vez mais gosto de você! – elogiou Brad sorrindo, levando Lizie para longe da algazarra, enquanto as manchas rosadas no rosto sorridente da grifinória se intensificam.
- Lizie! Lizie! Parabéns! – ofegou Dora, que parecia ter aparatado ao seu lado. De onde ela tinha vindo? A lufana arrasta Lizie pelo braço para longe dali, a “salvando” do ruivo, que ficou ali no meio da multidão de alunos que faziam uma bagunça enorme.
Quando as duas amigas chegaram num corredor do segundo andar, a lufana desatou a falar:
- Lizie, eu não acredito que você vai com esse Tanner! Você não pode ir com ele! Sabe o por quê?
Você por acaso sabe? É uma grande notícia, uma ótima, maravilhosa notícia! O Dave terminou com a Caroline! O Dave terminou com ela! E vocês não estão mais brigados! Isso é perfeito!– a lufana fez uma pausa para respirar, tinha dito isso tudo muito rápido. Lizie não sabia se ficava quieta para ouvir o que a amiga dizia, ou se gritava, pulava de felicidade. De repente, seu coração começou a bater mais rápido, enquanto uma euforia a invadia.
-... Lizie, você ama o Dave e eu sei disso! Esquece essa história de Brad Tanner e vai com o Dave! E... Eu tenho quase certeza, não, não, eu tenho certeza que ele também gosta de você! Enquanto você duelava, eu vi, ele mal tirava os olhos de você! E aposto que você anda até sonhando com o Dave!
- Como é que você sabe? – interrompeu a grifinória, lembrando do sonho do qual acordara. Como é que Dora poderia saber... Saber que praticamente todas as noites ela sonhava com ele... Saber que ela quase beijara o grifinório em seu sonho?
- Viu só o que eu disse? Você até sonha com ele! E eu soube que ele não convidou ninguém ainda... E que está tentando tomar coragem pra te convidar! Então vê se não faz nenhuma besteira! – ralhou Dora.
- Como é que você sabe? – repetiu Lizie boquiaberta
- Oras, esqueceu que eu sou a namorada do Bob? Esqueceu que Bob Taylor é o melhor amigo de Dave Warty? – disse a lufana simplesmente, dando de ombros. – Mas a questão é: você vai com o Dave, não é?
- Dora! Você sabe muito bem como eu queria... Mas também sabe que eu não posso! Eu já disse pro Brad que vou com ele... Ele é tão legal, mas...
- ... mas você gosta é do Dave! – completou a lufana com impaciência.
- Mas eu não posso agora simplesmente dizer: “Ah Brad, não vou mais com você! Eu vou com aquele garoto que você brigou, que te deixou de olho roxo, sabe, o Dave Warty!” – interpôs Lizie começando a se zangar. Parecia que queria convencer mais a si mesma do que convencer a amiga.
- Ah, desisto! Eu bem que tentei... Mas afinal, nunca se sabe o que pode acontecer numa festa dessas...

O dormitório estava vazio exceto por uma garota de cabelos castanhos e olhos muito verdes que lembravam o oceano. Ela usava um vestido violeta até os joelhos muito bonito, aberto nas costas, com detalhes pretos, usava também diversas pulseiras de prata brilhantes. Lizie estava na frente do espelho, arrumando freneticamente o cabelo. Finalmente optou por deixá-lo solto, e prendeu algumas presilhas de prata. Viu que faltava alguma coisa... Então lhe veio á mente o colar que D.A.L. lhe dera. Não fará mal algum usá-lo... Ninguém vai perceber que é tão valioso! Verificou outra vez só para ter certeza se não tinha mais ninguém no dormitório, e vasculhou seu malão, e achou, bem lá no fundo, escondido, o colar.
Abriu o feixe da fina corrente de prata e o prendeu em seu pescoço. Por um momento, o pingente de estrela de sete pontas brilhou mais que o normal, e depois votou ao brilho de sempre.
A garota examinou atentamente a sua imagem refletida no espelho, e então sorriu, satisfeita. Ela tinha que admitir que tinha ficado realmente linda, ela que nunca tinha se achado grande coisa! O colar ficava realmente muito bem nela! Parecia... feito para ela! Caminhou até a porta do dormitório, perdida em reminiscências, abrindo-a vagarosamente, se lembrando que da ultima vez que estava indo para uma festa, Dave era seu par, e tinha ficado esperando na porta... Lizie sorriu ao se lembrar da cara que o garoto tinha ficado quando ela abriu a porta...

*Início do Flashback*
Lizie estava terminando de arrumar os cabelos castanhos com algumas presilhas, e ouviu batidas impacientes á porta do dormitório.
- Qual é Lizie! Estamos atrasados!- berrou a voz conhecida de Dave. Ela sabia que ele não estava realmente bravo, e sorriu divertida. Enquanto caminhava em direção á porta ajeitou seu vestido lilás, e abriu a porta com um puxão que quase fez o bruxo cair.
- Pronto senhor apressadinho, eu já estou aqui. - brincou a grifinória, enquanto o garoto a olhava boquiaberto.
Dave achou que a garota parada a sua frente era uma miragem, Lizie estava realmente muito bonita, não se podia negar. Seu vestido se ajustava perfeitamente a seu corpo, era lilás com detalhes pretos, e os braços da garota estavam cobertos de pulseiras de prata, com um lindo colar pendurado em seu pescoço com um pingente de estrela. Os cabelos castanhos estavam soltos, com presilhas roxo brilhantes.
- Não era você que estava com pressa? O que foi, você foi petrificado é?- perguntou Lizie, abrindo um lindo sorriso.
- Não, não é nada, é só que, eu, eu, vamos logo! Você está realmente linda!- disse o garoto baixinho, e as palavras custaram-lhe a sair da boca, isso foi o melhor que pode fazer. Lizie corou furiosamente, e apenas intensificou seu sorriso.

*Fim do Flashback*


Será que Dave tinha convidado alguém? Pior... Será que ele ia com Caroline Howd? E se eles voltassem na festa? Era bem possível... Definitivamente, Dave não tinha ido com a cara de Brad Tanner, e a coisa tinha ficado muito pior quando soube que o ruivo e Lizie estavam saindo! Já estava começando a se arrepender de ter aceitado ir com Brad! E a garota se lembrou, que momentos antes de subir para o dormitório para se arrumar para a festa, tinha encontrado, bem, esbarrado com Dave.

*Início do Flashback*
- Oi Lizie, como é que vai? – perguntou o grifinório com um sorriso que fez a garota se arrepiar toda. Ele parecia realmente muito feliz, e se lembrou do que Dora havia lhe dito “O Dave terminou com a Caroline!”. Será que essa felicidade toda era por causa disso?
- Ah, desculpe, não estava olhando pra onde ia...Mas, oi Dave! Estou bem na medida do possível! – disse Lizie, sorrindo também. Como era possível ficar tão abalada com aquele sorriso? Era, irresistível...
A garota notou que ele parecia um pouco nervoso, ansioso. O que será que ele quer?Conheço ele, está tentando tomar coragem pra fazer alguma coisa!
- Você não parece muito feliz com a festa. – observou Dave.
- Nem você. – replicou Lizie, agora sorrindo. Aonde ele queria chegar? Mas que pergunta boba, é claro que ela sabia, muito bem, onde ele queria chegar.
- É verdade. Estou feliz é por outro motivo. – suspirou o grifinório com um sorrisinho. A garota sorriu em resposta. Ele só podia estar falando do fim do namoro com a Howd. – Bem, Lizie, ah... – hesitou ele. O coração de ambos acelerou instantaneamente, será que ele ia fazer o que Lizie estava pensando?
- Sim? – incentivou ela esperançosa.
-Ah, Lizie, eu... Você... – engrolou Dave nervoso. Caramba, como isso é difícil! Seja corajoso! Pensou ele, tentando olhar diretamente para Lizie, que o observava com um ar indagador, parecendo um pouco nervosa também. – Você quer...
- Pode falar Dave. – tranqüilizou-o Lizie sorrindo, ao ver que ele silenciara novamente. O estômago do garoto deu uma reviravolta quando ela sorriu.
- Não, não é nada não, esquece. – murmurou Dave, corando. – Vou indo, talvez a gente se encontre na festa! – despediu-se Dave, forçando um sorriso.
- Mas o quê... –Lizie deixou a frase morrer. Ele já tinha ido.

*Fim do Flashback*


Bem, é claro que Dave devia estar indo com outra garota! Apesar de Lizie ter quase certeza que ele estava tentando convidá-la para a festa... Bem, depois ele devia ter convidado outra! Não iria sozinho... Deve ter achado uma que quisesse ir com ele bem rápido. Afinal, ele deve ser um dos garotos mais populares e assediados pelas garotas em Hogwarts! Não devia ter encontrado dificuldade alguma em achar um par!
Brad iria se encontrar com ela na porta do Saguão de Entrada, mas a grifinória sentia cada vez menos vontade de ir para essa tal Grande Festa! Com quem será que o Dave está indo?
Os pensamentos da garota foram interrompidos quando ela viu uma figura solitária caminhando lentamente logo a sua frente. Não precisou de nem um segundo para ver quem era. Cabelo loiro comprido e meio ondulado, olhos castanhos, nariz empinado, um vestido rosa com babados exagerados... Essa ela reconheceria á quilômetros de distância. Só podia ser...
- Tonkson! Você por aqui... Á quanto tempo, não? – saudou Lizie com um sorriso zombeteiro. A sonserina se virou rapidamente, como se esperasse por um ataque, e olhou furiosa para a grifinória.
- Lohans, você não tem medo...? – perguntou a sonserina sorrindo maldosamente.
- Medo? Oras, medo eu tenho... Todo mundo tem medo! Ahh! – disse Lizie teatralmente, fazendo de conta que finalmente entendera uma coisa realmente difícil. – Ah, por acaso você deve estar falando medo de você? Bem, de você eu não tenho não!
- Pois deveria ter. Você vai me pagar por aquele dia na biblioteca! Estu...
- Expelliarmus! – interrompeu Lizie antes que a sonserina pudesse completar o seu feitiço, e a varinha da loira voou longe. Gabriela já mergulhava no chão para recuperar sua varinha quando a grifinória disse “Accio varinha!”, fazendo esta voar para a sua mão automaticamente.
- Me devolva já a minha varinha Lohans! Ou se não... – exigiu Gabriela furiosa.
- Ou se não o que? Ah, poupe-me Tonkson, você é patética! Já estou cansada de você. Agora vamos ver... Incarcerous! – disse Lizie com a voz entediada, e da sua varinha saem cordas que amarram firmemente a sonserina, incapacitando-a de se mexer. “Mobilicorpus!”, e Tonkson é levantada alguns poucos centímetros no ar. Com um aceno displicente da varinha, Lizie abre a porta do armário de limpeza do Filch que estava próximo dali, e levita a sonserina para dentro do armário cheio de aranhas, que cheirava fortemente á mofo.
- Ah, ia me esquecendo! Travalíngua! Pronto, só para garantir não é mesmo? Agora vou indo para a festa... Pena que você não vai poder ir! Talvez amanhã o Filch te encontre aqui... Tchauzinho! – se despediu Lizie com um sorriso malvado no rosto, batendo a porta do armário com tudo, e em seguida murmurou “Colloportus”, e com um ruído de esmagamento, a porta do armário mofado de limpeza de Filch se lacrou magicamente, deixando Tonkson ali amarrada, trancada, muda e sem meios de sair dali tão cedo.
Sorrindo, a grifinória deu ás costas para o armário, cantarolando alegremente. Olhou para os lados, o corredor estava deserto, e depositou a varinha de Gabriela num antigo vaso ilustrado com cara de nojo, e rumou para o Saguão de Entrada, alisando seu vestido violeta. Foi quando foi interrompida novamente, dessa vez o que a fez parar foi uma voz conhecida.
- Lizie! Como é que vai? Nossa, eu queria te agradecer, por ter me dado aquele conselho de convidar a Bella! Ela ficou realmente feliz, e eu também, e aceitou na hora! – agradeceu Jony exultante.
- Não esquenta! Aquilo não foi nada! Foi bom ajudar. – disse Lizie sinceramente. Realmente, não sentia mais nenhuma mágoa de Jony. Tá, tá! Talvez um pouquinho! Uma pontinha de raiva só... Se Jony não tivesse agarrado ela naquela festa, quem sabe o que poderia ter acontecido. Hoje ela poderia estar indo com Dave, eles poderiam estar juntos...
- Ah, tenho que me apressar, a Bella deve estar me esperando! Só quero que saiba que estou muito arrependido do que fiz á você! – justificou Jony como se tivesse lido seus pensamentos. – Acho que eu finalmente percebi! E a Bella contribuiu bastante para isso! Sabe... Eu acho que não gostava de você realmente, acho que queria apenas competir com aquele Warty! Você sabe que não somos, bem, amigos, entende. Não que eu não goste de você! Você é uma garota realmente incrível... Mas você entende, bem, desculpe por “atrasar” a sua vida! E por favor, não me azare! Eu ainda tenho uma festa para ir!
- Eu sei, entendo! Acho que agora tá tudo bem. E não se preocupe, não vou te azarar... Só se você me der motivos. – acrescentou Lizie sorrindo, dando uma piscadela. – É melhor você ir! A Bella está te esperando, lembra?
- Muito obrigado Lizie! Boa festa! – se despediu o sonserino alegremente, enquanto já corria pelo corredor.


Brad a esperava na porta do Saguão de Entrada, parecendo muito ansioso.
- Nossa Lizie! Você está realmente... Maravilhosa! – ofegou o ruivo sorrindo, meio que sem ar. Ele vestia um terno formal, preto e simples, e também estava muito bonito, com seus cabelos ruivos caindo elegantemente sobre seus olhos azuis brilhantes. Um grupinho de aproximadamente seis garotas que estavam ali perto suspiraram coletivamente ao ver o garoto sorrindo.
- Hum, obrigada! Então, vamos indo? Já são quase sete horas, já vai começar! – agradeceu a garota corando, mudando de assunto rapidamente. As garotas ali perto lhe lançaram olhares de profunda inveja quando Lizie segurou o braço que o ruivo lhe oferecera.
A porta do Salão Principal estava fechada, com Filch a guardando pelo lado de fora. Lizie não ouviu qualquer vestígio de som vindo do Salão, e conclui que a porta devia estar imperturbável.
- Hum, você é de que ano? Já vou avisando, se for mais uma pirralha sem par querendo entrar na festa... – resmungou Filch mal-humorado como sempre. Mas só depois que foi ver Brad.
- Sou do quinto ano, e posso muito bem entrar na festa com ou sem par. – retrucou Lizie corajosamente.
Filch fez cara de quem engolira um remédio realmente ruim, ia retrucar, mas pareceu pensar melhor ao ver que Brad era um dos alunos do intercâmbio, e apenas abriu lentamente a enorme porta de carvalho do Salão Principal, com uma cara realmente feia, se é que é possível, mais feia do que o normal.
Lizie e Brad prenderam a respiração ao mesmo tempo ao contemplar o Salão. Imediatamente, um barulho ensurdecedor de uma música animada invadiu seus ouvidos.
O teto encantado do Salão estava todo estrelado, com uma lua cheia magnífica, e a iluminação do Salão vinha principalmente dessa lua e das estrelas. No fundo, onde era para ter a mesa dos professores, agora encontrava-se um palco, onde um grupo de bruxos e bruxas tocavam animadamente. Só haviam algumas velas distribuídas pelo Salão, suas chamas variavam de cor, vermelhas, azuis, verdes, douradas...Estavam principalmente nas mesinhas de quatro lugares, que estavam amontoadas num canto, o que fazia com que o salão ficasse um tanto escuro.
O que mais chamava a atenção era a pista de dança, onde se encontrava a maior concentração de alunos, que emitia luzes coloridas berrantes. Decorando o salão inteiro, havia estátuas de sebes em forma de leões, cobras, texugos, corvos, unicórnios... E havia vários banquinhos de dois lugares espalhados pelo salão inteiro, perto das estátuas de sebes. Bonitas árvores estavam espalhadas pelo lugar, flores de todos os tipos... O Salão Principal parecia um imenso jardim decorado para uma festa daquelas, e Lizie até se esqueceu de que estava dentro do castelo!
- Uau! Não fazem festas assim lá na Pensilvânia! – admirou-se Brad boquiaberto. – Vamos dançar então?

- Olha só pra isso! Nem parece o Salão Principal que a gente vê todo dia! – elogiou Bob, olhando espantado para o local. – Tem certeza que não quer ficar com a gente cara? – dirigiu-se a Dave.
- Não, não vou ficar aqui segurando vela... Vou deixar vocês em paz! – agradeceu Dave sorrindo.
- Por que você não convidou ninguém Dave? – perguntou Dora sorrindo, lhe lançando um olhar do tipo “Eu sei que é por causa da Lizie”, do qual o garoto retribui com um sorriso do tipo “Acertou em cheio”.
- Vou ali com o Punkin e outros garotos sem par... A gente se vê! – se despediu Dave, indo se juntar a um grupo compacto de garotos que tinham vindo sozinhos, entre eles, Paulo Punkin, o apanhador da Grifinória, enquanto olhava ansioso para os lados, na esperança de ver Lizie.
- Sabe, a gente devia fazer alguma coisa pra juntar esses dois... O Dave e a Lizie! – comentou Dora, olhando de esguelha para o grifinório, que parecia um pouco desanimado.
- É, mas como vamos fazer para o idiota do Tanner largar do pé da Lizie? – perguntou Bob, assumindo um ar pensativo que poucas vezes era visto.
- Isso a gente pensa depois! Vamos dançar! Eu adoro essa música! – chamou Dora sorrindo, lhe dando um beijo apaixonado, enquanto arrastava o loiro pelas mãos para a pista de dança.
- O que é isso Dave? O famoso, popular capitão do time da Grifinória veio sozinho? – debochou Punkin sorrindo.
- É, não achei nenhuma garota interessante pra vir. – respondeu ele friamente, pensando em Lizie e na sua tentativa fracassada de convidá-la para a festa.
- Mas e a Howd? Não estava namorando com ela não? – se intrometeu um corvinal moreno.
- Não, eu terminei com ela. – respondeu Dave, já ficando aborrecido com as perguntas dos outros. Esses aí são mais fofoqueiros que as garotas!


- Ah, Brad, não gosto muito dessa música! Vamos lá pegar uma cerveja amanteigada. – propõe Lizie, arrastando o ruivo para longe da pista de dança, enquanto olhava discretamente para os lados, para ver se encontrava Dave. Com quem será que ele tinha vindo?
- Psssiu! Olha só Peter, a Lohans! Ei! – provocou um garoto loiro, cutucando seu amigo. Lizie apenas respirou fundo, e não deu atenção aos garotos.
- Ei linda, não quer dançar comigo? – chamou novamente o loiro. A grifinória arriscou um olhar de esguelha para o ruivo ao seu lado, ele parecia conter sua raiva, ou melhor, tentava.
- Psssiiuu! Gata... – mas o garoto não pode terminar; pois Brad tinha acabado de acertar um soco no rosto do garoto, ao mesmo tempo em que Lizie tinha sacado sua varinha e tinha realizado um feitiço silenciador nele. Mas ficou chocada quando viu que o loiro não tinha caído apenas por causa de um soco... Mas por causa de dois. E era Dave quem tinha dado o outro soco.
- Tanner, se veio com a Lizie, precisa cuidar melhor dela. – provocou Dave sorrindo. Lizie reparou que ele estava sozinho. Será que ele não tinha vindo com ninguém?
- Não me diga o que fazer Warty. – vociferou Brad zangado. Aquele garoto loiro e seu amigo já tinham desaparecido dali.
- Que bom vê-la Lizie! – saudou Dave, ignorando a presença do ruivo, e sorriu, fazendo Lizie sentir aquele frio na barriga. A garota não teve outra opção a não ser sorrir em resposta.
- Vamos então Lizie? – chamou Brad impaciente, lançando um olhar furioso para o grifinório. Mal esperou a resposta, e se enfiou no meio de duas bruxas que conversavam animadas, puxando a garota de leve pelo braço. Lizie acenou sorrindo para Dave e sumiu entre as bruxas, também. Ele não veio com ninguém! Pensava a bruxa exultante.
Lizie e Brad tinham sentado em um dos banquinhos perto de uma escultura de sebes em forma de leão para tomar suas cervejas amanteigadas, o ruivo ia começar a falar, quando apareceram nove de seus amigos da Academia de Magia da Pensilvânia.
- Ei Brad, se junte é nós um pouco! – chamou um deles animado, olhando de esguelha para Lizie.
- Você se importa? – perguntou o ruivo baixando a voz, de modo que somente Lizie pudesse ouvi-lo. – Juro que não demoro, daqui uns dez minutos eu volto, ok?
- Não me importo! Acabei de ver umas amigas minhas ali, pode ir! –mentiu a grifinória. Não tinha visto amiga nenhuma, e logo os outros alunos do intercâmbio arrastaram Brad para longe dali, desaparecendo atrás de um grupo de convidados importantes de Slughorn.
Esticou o pescoço, para se certificar se Brad não estava por perto, e se levantou rapidamente, caminhando na direção do palco. O grupo musical estava começando a tocar uma música trouxa que ela realmente gostava, então sentou-se numa mesa próxima á pista de dança. Começou a tamborilar os dedos em cima de uma mesa, ao ritmo da música, balançando o pé.

There you see her, sitting there across the way
Você a vê lá, sentada no meio do caminho
She don't got a lot to say, but there's something about her
Ela não tem muito a dizer, mas ela tem algo especial


Dave tinha acabado de se livrar de um grupo de quartanistas risonhas, quando a viu. Lizie estava sentada numa das mesas, e observava as chamas azuis da vela. Ela estava sozinha. Mal pode acreditar na sorte que tinha! Sem hesitar caminhou até a mesa.
- Quer dançar senhorita? – perguntou Dave formalmente, lhe fazendo uma reverência. A garota levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram. Lizie abriu um largo sorriso.
- Dave! Você me assustou! – ralhou Lizie, fingindo se zangar. O garoto sorriu, e estendeu sua mão para ela.
- Então, vamos dançar? – insistiu Dave, olhando fixamente nos olhos verdes da grifinória. Ela hesitou, mordeu o lábio, e finalmente confirmou com a cabeça, pois duvidou que conseguisse dizer alguma coisa. Sorrindo, aceitou a mão oferecida pelo grifinório e eles foram para a pista de dança.

And you don't know why, but you're dying to try
E você não sabe por que, mas você está morrendo de vontade para provar
You wanna kiss the girl
Você quer beijar a garota


Dave passou um de seus braços em torno da cintura da bruxa, o que fez o coração de ambos acelerarem incrivelmente. Eles estavam tão próximos, que o garoto sentia a respiração ofegante de Lizie em seu ouvido. Ele respirou fundo e sentiu o perfume de rosas da garota, nem conseguia acreditar no que estava acontecendo. Não importava mais se não tinha conseguido convidar Lizie, agora nada mais importava.
Lizie fechou os olhos, e acariciou a nuca do grifinório, se fosse um sonho, ela não queria acordar nunca...
- Dora! Olha só isso! Acho que não precisamos mais fazer nada! – sussurrou Bob no ouvido da namorada, apontando discretamente para Dave e Lizie, que dançavam próximos deles. Ambos sorriram ao contemplar os dois, dançando extremamente próximos.

Yes, you want her, look at her you know you do
Sim, você a quer, olhe para ela, você sabe que quer
Possible she wants you too, there's one way to ask her
Possivelmente ela quer você também, existe um modo de perguntar a ela
You don't say a word, not a single word, go on and kiss the girl
Não precisa de uma palavra, nem uma simples palavra, vai lá e beije a garota


- Dave, eu realmente queria ter vindo com você... – admitiu a grifinória no ouvido de Dave, o que fez o garoto se arrepiar inteiro. Não conseguiu pensar em nada pra responder. Por que ele, Dave Warty, um garoto extremamente extrovertido, principalmente com as garotas, tinha que ser tão tímido em relação á Lizie Lohans?
- E sabe, agora acho que finalmente entendi... – mas ela se calou no final da frase, e encostou a cabeça no ombro de Dave. Pouco se importava que tinha vindo com o Brad. Se viu desejando intimamente que o ruivo fosse embora, para deixá-la em paz.

Sha la la la la la, my oh my, looks like the boy too shy
Sha la la la la la, meu Deus, parece que o garoto é muito tímido
Ain't gonna kiss the girl
Não vai beijar a garota


- Lizie, e o Brad? – perguntou Dave sem pensar, e logo se arrependeu. Oras, por que falar dele numa hora dessas? A garota retirou a cabeça de seu ombro, e o encarou.
- O Brad? Por mim, os explosivins poderiam devorar ele que eu não me importaria. – brincou a grifinória sorrindo, e o garoto se viu forçado a sorrir também, com a resposta da garota. Por um momento, pensara que tinha posto tudo a perder. Faça alguma coisa! Você é um grifinório ou o quê? Dave se aproximou do rosto da bruxa, com o coração acelerando barbaramente, e encostou sua testa na dela.

Sha la la la la la, ain't that sad? Isn't the shame?
Sha la la, não é triste? Não é uma vergonha?
Too bad, you gonna miss the girl, go on and kiss the girl
Que ruim, ele vai perder a garota, vai lá e beije a garota


Os dois dançavam ao som da música com as testas encostadas, com os corpos praticamente colados. Lizie estavam num estado de euforia contida, com o coração dando fortes marteladas. Fechou os olhos, ainda com a testa encostada na dele. Se ela bem conhecia o grifinório, ele já teria feito alguma coisa, ele já teria a beijado... Mas parecia que Dave era... Diferente com ela. Não que ela não gostasse disso. Mas pare de pensar nessas coisas! Agora você está aqui, dançando com ele, tá reclamando do que? Era o que uma voz na sua cabeça dizia. Era engraçado como essa voz lembrava a da Dora! O grifinório apertou mais seu abraço em torno da cintura de Lizie. O estômago da garota deu uma guinada, aquele frio na barriga...

Now's your moment, floating in a blue lagoon
Agora é seu momento, flutuando numa lagoa azul
Boy, it's better to do it soon, no time will be better
Garoto, é melhor você beijar logo, não haverá momento melhor
She don't say a word, and she won't say a word
Ela não diz uma palavra, e ela não dirá uma palavra
Until you kiss the girl
Até você beijar a garota


Dave fechou os olhos, também, tentando tomar coragem. Por que aquilo era tão difícil? Nunca fora tão difícil com outra garota. Mas é que Lizie é especial, e Dave sabia disso. Nunca tinha sentido nada igual com outra garota! Ele sentiu uma coisa esquentar no seu peito, e quando abriu os olhos, viu que o pingente de estrela que Lizie usava estava esquentando e brilhando. E como brilhava! Nunca tinha visto nada igual. Era lindo, e lembrava estranhamente Lizie! Por um momento, se distraiu observando a estrela de sete pontas.
Mas parece que a garota também sentiu a estrela esquentar, e abriu os olhos, e fitou a estrela preocupada. Sempre soubera que a estrela tinha algum poder, e parece que ele estava se manifestando agora. Uma preocupação a deixou subitamente alerta. Uma coisa estava prestes a acontecer, e não era boa. Mas tentou varrer a preocupação de seus pensamentos, quando viu que Dave a fitava preocupado. Ela apenas sorriu tranqüilizando-o.

Sha la la la la la, my oh my, looks like the boy too shy
Sha la la la la la, meu Deus, parece que o garoto é muito tímido
Ain't gonna kiss the girl, sha la la la la la, ain't that sad?
Não vai beijar a garota, sha la la, não é triste?
Isn't the shame? Too bad, you gonna miss the girl
Não é uma vergonha? Que ruim, ele vai perder a garota
Sha la la la la la, don't be scared, You've got be prepared
Sha la la, não tenha medo, você já tem o clima preparado
Go on and kiss the girl, sha la la la la la, don't stop now
Vá lá e beije a garota, Sha la la, não pare agora
Don't try to hide it now, you wanna kiss the girl
Não tente se esconder agora, você quer beijar a garota
Go on and kiss the girl, kiss the girl
Vá lá e beije a garota, beije a garota


Lizie viu que Dave parecia estar, visivelmente, tentando tomar coragem para alguma coisa, e tinha uma boa idéia do que. A garota apenas sorriu; por ele, poderia esperar. O tempo que fosse preciso. Dançando no ritmo da música, a bruxa encostou sua cabeça no ombro do grifinório novamente, acariciando sua nuca. A música estava acabando, e Dave olhou discretamente para os lados, preocupado, para ver onde estava Brad. Era sua última chance. Por que era tão difícil beijá-la? Kiss the girl...
Mas então Lizie se afastou contra a própria vontade do grifinório, que por sua vez, parecia relutante em soltá-la. A música tinha acabado. A garota o fitou profundamente nos olhos, e sorriu. Com o coração aos saltos, se aproximou lentamente do rosto do garoto, e o beijou na bochecha. Sem dizer uma palavra, Lizie se afastou sorrindo radiante, deixando o garoto parado, com o olhar vidrado e com a mão na bochecha onde Lizie o beijara, atordoado.
Lizie ainda não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Mas achou melhor se afastar de Dave, antes que Brad a visse com ele. Apesar de que, agora, não se importava tanto com o que Brad achava, ou acharia. Fora realmente difícil deixar Dave ali, depois disso. Nunca mais se esqueceria dessa música. Sentou-se em um dos banquinhos, ainda relembrando o que acabara de acontecer, se abanando com uma das mãos, quando percebeu que o seu pingente de estrela de sete pontas começava a esquentar novamente, brilhando com mais intensidade ainda. Seus sentidos pareceram se aguçar, e ela percebeu que dois garotos conversavam encostados numa estátua de sebes em forma de corvo, bem perto dali. Alguma coisa parecia lhe dizer que ela realmente deveria escutar a conversa dos dois. Ela se esgueirou para trás da estátua, para escutar melhor a conversa dos dois.
-... nunca vi o Lorde das Trevas tão preocupado. Mas não sei o por quê de tanta preocupação, nem sei de quem se trata! Parece que até milorde não sabe realmente a extensão dos poderes dele... – ela reconheceu a voz que sussurrava como a de Draco Malfoy, aquele sonserino loiro extremamente arrogante, do sexto ano. Lizie escutava mais atenta do que nunca, a estrela de sete pontas esquentava cada vez mais, e emitia um brilho prateado tão intenso que a garota teve que escondê-lo com sua mão para não ser vista.
- Mas ele já esta tentando descobrir o máximo de informações sobre ele á séculos! E você sabe, ele até enviou um comensal da morte do seu circulo íntimo para essa festa hoje para descobrir mais informações sobre esse que ameaça o próprio Lorde das Trevas! – sussurrou o garoto amigo de Malfoy, um moreno também da Sonserina, que Lizie não sabia o nome, mas que vivia andando com Draco. Ficou subitamente mais alerta ainda. Havia um comensal da morte esta noite, aqui, na Grande Festa? Um arrepio lhe percorreu a espinha. Lord Voldemort, comensais da morte? E como Malfoy sabia de tudo isso?
- É, você sabe por que ele esta preocupado não é? Está com medo. Esse que ameaça o Lord, é muito mais poderoso que ele. Ele está com medo de ser derrotado. Pela primeira vez. – continuou Malfoy.
- Eu ouvi falar que é por causa de uma profecia, não é? Feita a mais de mil anos... E o que tudo indica, ele vai voltar, o mais breve possível. O próprio Lord sente isso. Você-sabe-quem é bonzinho perto dele. – murmurou o garoto moreno, parecendo aterrorizado.
- Queria saber como ele sabe de tudo isso! Pelo que eu ouvi dizer, tem alguma coisa a ver com essa profecia, na verdade tem tudo a ver com ela, daria minha vassoura pra saber exatamente o que se diz nessa profecia! – sussurrou Malfoy, os olhos brilhando de ambição. – Mas vamos parar com essa conversa, é muito perigoso, e se alguém nos ouvir?
Os dois se afastaram dali, conversando normalmente. O coração de Lizie estava mais acelerado do que nunca. Á poucos minutos atrás, dançara com Dave e quase o beijara, e agora ouve toda essa conversa de Lord das Trevas, comensal da morte na festa, esse tal que o próprio Lord Voldemort teme mais do que tudo... Quem será? Ou o quê? Sentiu sua estrela de sete pontas começar a esquentar novamente. Uma sucessão de imagens em alta velocidade passou por sua cabeça. Lembrou-se de D.A.L., da estranha carta de D.A.L. Lembrou-se daquela estranha e misteriosa senhora Melody e de suas enigmáticas palavras, naquela visita a Hogsmeade em que ela fora com Jony...


*Início do Flashback*
-Você não tem idéia, senhorita, o seu destino, com certeza é muito interessante... Não preciso de bolas de cristal ou qualquer outra coisa para saber disso. Você terá que passar por provações terríveis... Mas vejo no final uma grande glória... E felicidade. – disse ela repentinamente, Lizie achou incomodo aqueles olhos profundos fixos nela, desejava que a velha parasse de olhar para ela... Mas o que ela estava dizendo? Que ela tinha um destino terrível, e que teria grande glória... Para não encarar a velha, fingiu estar interessada em um manual de Adivinhação, de aspecto muito velho, como tudo na loja.
- O quê? Hãm, me desculpe, mas o que isso significa? Não consigo entender como a senhora sabe dessas coisas assim. – contrapôs Lizie, o mais educadamente possível.
- Não posso lhe revelar, mas se eu te contasse você acreditaria? Ora, as coisas são muito mais complicadas do que parecem, senhorita Lohans. Já sei disso á muito tempo, e quando pus os olhos na senhorita, soube que era sobre você, esses sonhos que me atormentam á anos... Sei do seu destino muito antes de você nascer, ou saber que era sobre você... – disse a velha enigtimaticamente, com um sorriso misterioso nos seus lábios finos. Isso cada vez ficava mais confuso, talvez aquele aroma de ervas na loja ajudassem a confundir também.
- Olha, desculpe, senhora... Melody não é? – a velha confirmou. – Eu lhe agradeço a atenção, mas... Como a senhora sabia o meu nome? – parou Lizie de repente, encarando a velha. Ela lhe deu mais um sorriso misterioso e sussurrou:
- Sei mais sobre você do que imagina. Mais do que você própria sabe sobre você.
- Eu preciso ir. Adeus. – se despediu Lizie, agora decididamente assustada com tudo isso, e sai o mais rápido que pode dali, esperava que a velha fosse impedi-la. Já com a varinha na mão, mas ela não fez qualquer sinal de que iria impedi-la, e a deixou sair dali.

*Fim do Flashback*


Ao lembrar das palavras dela, ainda sentia calafrios. Mas de repente, tudo pareceu se ligar, uma luz iluminou seu cérebro, ela não sabia como, mas sabia que D.A.L., as palavras da Sra. Melody, o ataque dos dementadores, esse colar e esse que é pior que Lord Voldemort tinham alguma ligação. Ao concluir isso, a estrela em seu peito brilhou novamente, satisfeita. Lizie a fitou, desconfiada e assombrada ao mesmo tempo. Definitivamente, esse não era um colar normal. Por um momento se esqueceu de que estava no Salão Principal que parecia um imenso jardim, não escutava nada, além dos seus próprios pensamentos. Sua cabeça estava á mil, quando foi interrompida.
- Lizie! Estava te procurando! O que foi? Você tá estranha. – perguntou Brad Tanner, lhe lançando um olhar extremamente preocupado. Olhou para o ruivo aparentando surpresa, e só depois foi se lembrar que ainda estava na festa, no meio de uma multidão de alunos, e que tinha vindo com Brad.
- Oh, não foi nada não! – suspirou Lizie, tentando aparentar tranqüilidade, mas não conseguiu disfarçar, ela ainda parecia muito perturbada, e não era pra menos! Será que deveria avisar algum professor de que havia um comensal ali na festa? Descartou a professora McGonagall na hora, lembrando-se daquela vez em que a Sala Comunal da Grifinória foi invadida por Diabretes da Cornualha, e a diretora da Grifinória não acreditou. Mas pensando bem, que professor acreditaria?
- Venha, agora vamos dançar! – convidou o ruivo sorrindo, mas ainda parecendo desconcertado com o estado dela, puxando a grifinória pelas mãos para a pista de dança, enquanto a banda bruxa tocava uma música animada.


Do outro lado do Salão, um garoto e uma garota estavam sentados em um dos banquinhos, longe da maioria dos alunos, procurando tranqüilidade, meio escondidos atrás de uma das estátuas de sebes, sob a luz da lua cheia e das estrelas.
- Então foi a Lizie que te deu um toque pra você me convidar, é? – perguntou Bella Monteiro sorrindo, inclinando-se mais para o lado de Jony Serpen.
- É, foi sim... Mas não que eu não tivesse pensando nisso antes! Mas é que, bem... Você é tão bonita e popular, pensei que nunca iria aceitar! – admitiu o sonserino corando, com os olhos fixos na bela corvinal á sua frente.
- Garota esperta essa Lizie! Tenho que lembrar de agradecê-la por isso! Pensei que nunca iria me convidar! – comentou Bella, com um sorriso insinuante. Os longos cabelos negros da corvinal caíram sobre seu rosto, lhe ocultando os olhos azuis piscina. Jony pareceu ter hesitado um momento, e então levou a mão até o rosto da garota e colocou uma mecha de cabelos atrás da orelha, e deslizou sua mão pela pele macia da corvinal.
Bella fechou os olhos, sentindo um arrepio enquanto a mão do sonserino acariciava seu rosto. Com o coração aos saltos, se aconchegou mais perto de Jony, enquanto tateava á procura da outra mão do sonserino. Seus dedos se entrelaçaram, eles chegaram mais perto... E então Jony a beijou. Bella mal podia acreditar no que estava acontecendo, e beijou ele de uma forma que nunca tinha beijado outro garoto, apaixonada.


Thomas Brige era um monitor extremamente certinho da Lufa-Lufa que não era muito popular, e que tinha uma queda desastrosa pela sua companheira de casa, Dora Dilys que nem lhe dava bola mesmo quando ainda nem namorava um corvinal metido e popular. Ele caminhava desolado entre as pessoas alegres e felizes da festa, procurando sua amada Dora. Ele não tinha vindo com nenhuma outra garota para a Grande Festa, na esperança inútil de ainda conseguir dançar com Dora, de conseguir sair com a lufana que ele gostava á séculos. Ele estacou, com os olhos negros e profundos vidrados na cena á sua frente.
Havia um casal se agarrando encostado numa estátua de águia, aparentemente nem ligando de estarem numa festa no Salão Principal lotada de gente. Mas o lufano não teria ligado pra isso, mas o problema era que esse casal era Dora Dilys e Bob Taylor. Seus olhos faiscaram ao ver o corvinal loiro com Dora.
Bob viu por cima do ombro de Dora que o lufano tinha estacado ali, os observando. E se afastou delicadamente da namorada, os olhos com um brilho maroto.
- Qual é Brige? Nunca viu não? Por acaso eu e minha namorada estamos dando um show pra você ficar assistindo? – provocou Bob. Sabia que o monitor ficava pegando no pé de Dora. O lufano continuou em silêncio, e engoliu em seco. Se desse pra matar com o olhar, certamente Bob já estaria morto.
- Que patético! Cadê o seu par? Ainda tem esperanças de roubar a minha namorada é? Então vai sonhando monitorzinho! Ela é minha mané! – debochou o corvinal. Thomas não disse nada, encarando Bob com um olhar mortífero.
- Bob, deixa ele em paz! – gemeu Dora ao ouvido do namorado. Não gostava dessa história. Não queria machucar o sentimento dos outros, sabia que Thomas gostava dela, mas ela gostava de Bob, e o máximo que poderia fazer era não deixar o lufano se sentindo mal por causa dela.
- O que foi Dora? Defendendo esse otário? – protestou Bob furioso, em voz baixa para só a lufana ouvir.
- Não to defendendo ele! Só não gosto que você fique fazendo isso, arrumando encrenca! – corrigiu e lufana veemente.
- Você por acaso gosta dele, é? – insinuou o corvinal com desprezo.
- Não Bob! Eu nunca disse isso! Você sabe que eu gosto de você! – esganiçou-se Dora suplicante, com os olhos verdes brilhando, com lágrimas ameaçando cair. Bob desviou sua atenção da briga silenciosa, pronto para continuar a provocar o monitor, mas ele já tinha ido embora.
- Vou ir beber alguma coisa. – bufou Bob, sem olhar para a lufana, e desapareceu entre um bando de alunos barulhentos. Dora sentou num banquinho, abraçando as pernas, deixando as lágrimas escorrerem, sem saber ao certo porque chorava. Bob mal tinha ido embora, quando a lufana percebeu que alguém sentara ao seu lado. A lufana olhou para o lado, secando as lágrimas disfarçadamente, quando viu que quem sentara ao seu lado era Lizie. Sem pensar, Dora se jogou sobre a amiga e a abraçou, soluçando.
- O que foi dessa vez Dora? – perguntou Lizie suavemente, confortando a amiga.
- Foi..foi o Bob! – soluçou Dora, se afastando da amiga. – Ele...ele ficou com ciúmes do Thomas e... e a gente brigou, e ele me deixou aqui! Tenho medo que ele possa fazer uma besteira! Eu sinto que ele vai fazer alguma besteira!
- Você sabe o jeito que o Bob é! Não fique assim por causa dele! E se acalma, ok? Anda, vamos lavar esse rosto! – exclamou Lizie, levantando a amiga pelas mãos, e a arrastando para o banheiro. Odiava ver a amiga assim, triste.
- Onde o Brad tá? – quis saber Dora, já um pouco mais calma.
- Hum, ele tinha ido pegar alguma coisa pra gente beber, mas sem problemas, eu vou com você!
Dora ia dizer alguma coisa, mas de repente emudeceu, parando repentinamente. Lizie viu que a amiga não lhe acompanhava mais, e olhou para trás. Dora estava parada, petrificada, observando alguma coisa á sua esquerda, com um ar de desamparo e desespero, aparentemente sem saber o que fazer. A grifinória voltou, preocupada, e olhou também para a esquerda. Então ela viu também.
Bob estava atracado com uma garota morena do quarto ano, a beijando sem se importar com os outros á sua volta. Lizie também os encarou, perplexa. Como é que Bob podia fazer uma coisa dessas? A grifinória olhou imediatamente para a amiga, preocupada. Lágrimas não derramadas lhe enchiam os olhos, mas a lufana não conseguia desviar seus olhos da cena, e viu que ela não ia fazer nada, não ia reagir. Ela parecia petrificada. Uma raiva, incontrolável, imensa, despertou dentro de Lizie. Não ia deixar Bob fazer isso com a sua melhor amiga. Ele ia pagar caro. Muito caro, ia se arrepender de fazer aquela lufana sofrer.
Lizie sacou a varinha, nem precisou pensar no feitiço, já sabia que iria fazer. – Riddikulus! – bradou a grifinória furiosa, a varinha apontada para Bob e a quartanista. Um segundo depois, o feitiço atingiu seu alvo. A azaração para rebater bicho-papão atingiu os dois; Bob e a garota. Eles voaram para trás com a força do encantamento, e colidiram com uma mesinha de quatro lugares.
Lizie se aproximou deles, com uma satisfação maligna, e foi verificar os efeitos. Ficou satisfeita com o que viu. Bob e a quartanista estavam cobertos no rosto e nos braços e pernas de coisas enormes e horríveis, parecidas com bolhas, pústulas gigantes e nojentas, e gemiam de dor, nos escombros do que era uma mesa. Rapidamente, várias pessoas se juntaram em torno deles, observando e apontando curiosos para os dois, rindo.
Dora se aproximou, estupefata. Por um momento, Lizie pensou que ela ia rir, mas o rosto da amiga se contorceu numa careta e ela se meteu bruscamente no meio de um grupo de curiosos e desapareceu, chorando descontrolada. Lizie observou mais uma vez suas vítimas. Não ia demorar muito, e ia aparecer um professor, e ela estaria realmente encrencada. A grifinória se meteu também no meio do grupo, que reclamou do empurrão, e saiu no encalço da amiga. Sabia que Brad devia estar procurando ela agora, mas ela tinha uma coisa muito mais importante para fazer. Não conseguia acreditar, Bob com outra?
Alcançou a amiga debaixo de uma densa árvore, sentada no banquinho, se acabando de chorar.
Lizie não sabia o que dizer, então simplesmente sentou-se ao lado da amiga, abraçando a lufana ternamente, em silêncio. As duas devem ter ficado ali minutos, horas, dias, abraçadas enquanto Dora chorava de raiva, de tristeza...
- Como...como esse idiota po...pode fazer isso comigo? – lamentou-se Dora, se soltando da amiga. A grifinória ficou em silêncio. Sempre gostara muito de Bob, mas não achava que ele seria capaz de fazer uma coisa dessas com sua melhor amiga! Sentia raiva por Dora, sentia tristeza por Dora... Agora a amiga tinha parado de chorar, mas tinha os olhos vermelhos e inchados, e estava com uma expressão determinada e dura, que poucas vezes Lizie via no rosto da amiga, o que a preocupou. Boa coisa ela não ia fazer.
- Depois a gente se vê Lizie, obrigada por tudo. – despediu-se ela com a voz embargada, porém dura, enquanto ia na direção da pista de dança, secando os olhos, parecendo determinada. Lizie nem viu um vulto se aproximar, distraída em sua preocupação com a amiga.
- Lizie, peguei cerveja amanteigada pra você. – avisou Brad, que tinha acabado de avistar Lizie, sentando ao seu lado, lhe passando a cerveja amanteigada.
- Obrigada Brad. – agradeceu ela. O americano sentou-se bem perto dela, o que fez seu coração acelerar.
Ah, de novo não! Eu não gosto dele! O que eu tenho é no máximo uma queda pelo ruivo. E pouco tempo antes ficara provado que ela realmente gostava de Dave!
- Tem alguma coisa preocupando você? – quis saber o americano desconfiado.
- Ah, tem sim, mas não é nada demais, obrigada pela preocupação! – despistou ela. Pelo contrário, tinha coisa demais a preocupando, mas não ia contar nada para o garoto.
Eles já tinham terminado de tomar suas cervejas amanteigadas, e ainda estavam sentados no banquinho á sombra da árvore, num silêncio incômodo. Até que Brad passou um de seus braços em torno da cintura da bruxa, fazendo seu coração acelerar loucamente. Lizie apenas ficou observando a lua cheia magnífica, corando, com o braço do americano em torno de sua cintura. Foi então que Brad começou a se aproximar, a distância entre seus rostos ia diminuindo, o estômago da grifinória deu uma guinada, não podia fazer nada para impedir, não queria fazer nada para impedi-lo de beijá-la...
Mas então sua estrela de sete pontas começou a esquentar, e eles ouviram uma gritaria ali perto, gritos cheios de medo, pânico. O rosto de Lizie e do americano estavam a pouco mais de milímetros de distância, mas então Lizie se levantou abruptamente, fazendo com que o ruivo caísse praticamente de cara no chão, ao ouvir novamente os gritos, agora acompanhados de um barulho de gente correndo.
- O que foi isso? – sussurrou Lizie preocupada, tentando avistar a origem do tumulto.
- Não deve ter sido nada demais. – protestou o americano aborrecido, se levantando do chão e limpando o terno com as mãos, parecendo inconformado com o fato de ter levado com um corte daqueles, sendo que estava tão perto de ter beijado a garota pelo qual ele estava apaixonado desde que saiu da Pensilvânia e colocou os pés em Hogwarts, e em vez disso, quase ter beijado o chão.
- Olha, esta acontecendo alguma coisa ali. – teimou Lizie, indiferente ao ruivo. Uma preocupação a invadiu novamente, mais forte do que nunca. Correu para a origem do tumulto, mais para o final do Salão Principal, deixando Brad debaixo da árvore. Encontrou Alicia no caminho, desesperada.
- Alicia! Por favor, o que esta acontecendo? – ofegou Lizie, segurando a colega de quarto pelo braço para impedi-la de continuar correndo.
- Por Merlim! Você não sabe? Um comensal da morte! Aqui na festa! Parece que ele atacou uma mulher que o reconheceu, e agora, neste exato momento, deve estar fugindo! – guinchou Alicia amedrontada. Então Lizie ouviu uma voz grossa, logo ás suas costas. – Crucio! – berra o comensal robusto de cabelos negros e curtos, e acerta a maldição numa garota loira, que dá um grito horripilante de furar os tímpanos, e cai no chão e começa a se debater, ainda gritando. O comensal moreno começa a correr na direção da saída, sem ninguém para impedi-lo. A estrela de sete pontas de Lizie brilha com mais intensidade ainda quando a bruxa avista o comensal, e começa a queimar... Antes que Lizie percebesse o que estava fazendo, sacou sua varinha e começou a correr no encalço do comensal, isso lhe pareceu a coisa certa a se fazer, ela tinha que deter aquele comensal, só não sabia o motivo. Parece que a estrela lhe dizia para fazer aquilo, ela sabia o porquê, fosse o que fosse, era de extrema importância.
O comensal robusto tinha acabado de cruzar a porta do Salão Principal quando deu uma breve olhada para trás, mas então viu Lizie, e sua boca torta se contorceu num sorriso maldoso.
- O que você pretende fazer Lohans? Me capturar? – debochou ele, ainda correndo, a varinha apertada na mão direita. Como é que ele sabe meu nome? Pensou a grifinória estupefata, mas não teve muito tempo para se intrigar. – Mas que coisa...
- Estupore! – interrompeu Lizie, ainda correndo atrás do homem, arfando. Mas o feitiço foi desviado e bateu numa armadura, que fez um enorme estardalhaço, desmontando no meio do corredor. O comensal deu um salto e passou por cima dos destroços da armadura com facilidade, rindo.
- Isso é o melhor que sabe fazer garotinha? – provocou ele, agora já tinha uma distância maior entre eles, de uns três metros.
- Impedimenta! – berrou Lizie, mas o comensal desviou o feitiço facilmente com a varinha, rindo abertamente. Estava determinada a impedir o homem de fugir... Não sabia como, mas sabia que ele tinha conseguido informações valiosas, coisas que deveriam permanecer ocultas...
- Vai ter que fazer melhor que isso se... – mas o resto da frase do comensal robusto foi abafada por um grito “Furnunculus!”. O homem estava tão distraído debochando de Lizie que mal teve tempo de desviar do feitiço da bruxa, que o acertou em cheio. Ele cambaleou ligeiramente, e furúnculos enorme, feios, verdes e nojentos lhe cobriram o rosto. O comensal soltou um urro ensurdecedor, e bradou furioso, apontando a varinha para a garota: - Estupore!
A última coisa que Lizie viu foi um raio vermelho vindo em sua direção, e depois tudo ficou escuro.


- Enervate! Enervate! – sussurrava uma voz conhecida, muito próxima dela. A grifinória abriu os olhos, e o rosto de Brad Tanner entrou em foco bem acima de sua cabeça, extremamente pálido e preocupado. Ela estava deitada no chão do corredor, no mesmo corredor onde estivera perseguindo o comensal, com a cabeça no colo do ruivo, que apontava a varinha para ela, tentando reanimá-la.
- Cadê o comensal? Pra onde ele foi Brad? – exigiu saber Lizie, se levantando rapidamente. Péssima idéia; ela ficou tonta e caiu sentada no chão. Brad a amparou e sentou-se ao seu lado no chão.
- Bem... Ele fugiu. Quando eu cheguei, vi você caída no chão, e por um momento eu pensei... – estremeceu o ruivo com a voz fraca. – E ele já estava no fim desse corredor, de qualquer maneira eu não poderia alcançá-lo... Estou a uma meia hora aqui tentando te reanimar, e só agora consegui. Nunca vi um feitiço para estuporar tão forte!
- Você ta dizendo que ele fugiu? Ninguém o perseguiu, nenhum professor? Dumbledore?– perguntou ela pasma. Como ninguém tinha conseguido pegá-lo? Ele não podia ter fugido!
- Não. Parece que os professores e os diretores, Dumbledore e Langton, não estavam na festa na hora em que ele foi descoberto... Mas parece que um professor quase conseguiu pegá-lo, um tal de Hagrid que mora numa cabana, mas ele chegou aos portões e desaparatou. – contou o ruivo, com aquele sotaque norte-americano, a mirando preocupado. – Mas o que deu em você de perseguir ele? Ele poderia ter te matado! Pra falar a verdade, fico surpreso de ele não ter feito nada mais grave com você!
- Não sei. Agi por impulso. – justificou Lizie. Mas na verdade agira assim porque o colar lhe dissera pra fazer isso. Por alguma razão, era muito importante, e ela fracassara. Instintivamente, olhou para baixo, e viu a estrela pendurada na corrente de prata, fria e com o brilho de sempre. E por que o comensal pegara leve com ela? Se ele quisesse, poderia tê-la machucado para valer com uma sacudida de varinha...
- Vamos Lizie, você precisa ir para a Ala Hospitalar! – insistiu o ruivo, se levantando do chão e ajudando a garota a se levantar também.
- Não preciso não! Só fui estuporada, foi só! – teimou a bruxa. Ela não gostava nadinha de ficar na enfermaria, uma vez até fugira de lá no meio da noite e, curiosamente, quando chegou na Torre da Grifinória de madrugada, encontrou Dave na Sala Comunal... Foi no dia em que ele quase a beijara, da vez que chegou mais perto, mas ela o interrompeu, naquela época seus sentimentos estavam confusos, e Lizie disse que eram só amigos... Agora se arrependia amargamente disso.
- Lizie, não quero ser chato, mas você precisa! – repetiu Brad com firmeza. A garota soltou um longo suspiro de impaciência, enquanto arrumava o vestido violeta todo amarrotado, e os cabelos bagunçados.
- Tá ok então! Eu vou, eu vou! – se rendeu Lizie, sorrindo para o ruivo. Ele parecia realmente preocupado com ela, ele fora tão legal! – Obrigada... Mas só vou porque você ta insistindo! Obrigada por ficar aqui comigo, por me reanimar... – agradeceu a bruxa quase num murmúrio, corando.
- Não foi nada! – protestou ele sorrindo, embora tivesse ficado um tanto corado também. Lizie ainda se sentia tonta, e cambaleou de novo quando começou a andar. O ruivo, prestativo, a amparou imediatamente, passando seu braço em torno da cintura da grifinória firmemente. A garota corou mais ainda quando ele fez isso, e sorriu encabulada.
- Pode deixar, não é sacrifício nenhum te levar, pode acreditar! – replicou o ruivo sorrindo, enquanto passava o braço da garota em torno do seu pescoço, e o estômago da garota deu um solavanco, ficando com um frio intenso na barriga, e apenas intensificou seu sorriso, consciente de que suas bochechas deveriam estar muito vermelhas agora. E assim os dois seguiram para a Ala Hospitalar em silêncio, extremamente próximos, enquanto Lizie repassava mentalmente todos os emocionantes acontecimentos da noite.



Fim do capítulo 14


Esse é o videozinho da música que teve ali na festa, Kiss the Girl, da Ashley Tisdale! Desculpem, mas eu não achei a música pra colocar aqui ¬¬, realmente, não tinha! Espero que tenham gostado! E comentem!



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