Único



Little Girl


Desde a primeira vez em que a vi, até a última, quando o seu corpo jazia naquele chão que me parecia frio demais para o seu corpo; sempre foi uma garotinha pequena, que se transformaria em uma mulher que tinha sonhos tão grandes.

Não me permitia sentir aquilo, mas não conseguiria não sentir, então a única coisa que me restava era passar por toda a minha eternidade guardando aquele sentimento até o fim, apenas para mim.

Lily Evans, a minha pequena garota. Quem dera um dia tivesse sido minha; pode ter sido em poucos momentos, em tantas brigas, em poucos toques, mas agora nada disso importa, afinal. Nem agora, nem nunca importou, não depois que ela já está morta, morta pelo seu orgulho e dignidade.

Aquilo nunca teria acontecido se tivesse passado para o meu lado quando lhe chamei; apesar de tal chamado nunca ter ocorrido. Ocorreram apenas as grandes insinuações, os pedidos, os beijos. Mas ela virou-se contra mim e não quis deixar de ser uma garotinha pequena e sem importância alguma.

Por qual razão teria importância? Com toda certeza não eram pelos seus longos cabelos vermelhos, que caiam pelas suas costas como um véu de fogo, de sangue; também era improvável que fosse pela sua pele branca e lisa, que convidava qualquer um a se perder contando suas sardas; duvido muito que fosse pelos seus lábios, que quando não estavam curvados em um pequeno sorriso discreto, permaneciam pressionados um contra o outro, coisa que ela sempre fazia quando se concentrava.

Talvez, muito improvavelmente, fossem os seus olhos. Pareciam duas esmeraldas que chamavam a atenção de qualquer um, com aquele brilho único. Se eu chegasse perto o bastante para os nossos lábios se encostarem, seria capaz de perceber todos os tons de verde que tinham ali. E podem ter certeza de que eu o fiz: contei cada tom, cada brilho e cada estrela.

Depois me perdia em seus lábios, em seu perfume e em tudo o que ela tinha a me oferecer naquele amor que aos poucos deixava de ser platônico.

Nos sete anos em que estudei em Hogwarts, tive tão poucos amigos, conversei com tão poucas pessoas, e tive tão pouco contato com pessoas que pudessem me abrir os olhos, que cheguei a acreditar que um dia aquilo deixaria de ser uma ilusão e se transformaria no que eu sempre desejei. No casal que seria o mais poderoso, o maior. Ou talvez o que possuísse menos dinheiro e que não tivesse nada além de amor. Nunca vou poder saber, porque ela escolheu outras coisas, porque eu não aceitei tais escolhas, porque eu não queria escolher.

Queria ter poder, queria ser o maior bruxo das Trevas que já fora visto, e queria ter ela ao meu lado em tudo isso. Queria transformá-la em uma grande mulher, e não admitiria que isso não ocorresse. Ela deixaria de ser insignificante ao meu lado, apenas do meu lado. Não ao lado daquele infantil do Potter.

Ela simplesmente não podia ser grande ao lado de outra pessoa. Deveria ser grande apenas do meu lado, se isto não acontecesse, que morresse.

Acho que era tão ingênuo naquela época que realmente acreditei que não me importava mais. Que tolo deixaria de se importar com tais olhos verdes? Talvez o mesmo tolo que achou ser correspondido.

O mesmo tolo que jogou tudo para o alto, decidindo seguir o caminho que todos encarariam como o mais fácil, mas que para mim foi o mais difícil.

Afinal, seguindo este caminho eu perdi tantos olhares, e perdi a minha pequena garota, que havia se tornado uma grande mulher ao lado de outro.




(N/A):
Ok, é a minha primeira S/L, ok? Aceitem isso e não critiquem muito :D
Digo, critiquem, mas não me massacrem demais. Afinal, eu escrevi isso ontem, a uma da madrugada, e eu estava doente.
Não gosto do Severus, ter escrito essa fic não siginifica que eu tenha começado a gostar dele. O que vocês podem perceber após lerem e verem o grande emo-sofredor que ele se tornou.
Enfim, comentem.
Beijos,
Lisi Black

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Comentários (1)

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