O noivado

Era uma manhã ensolarada em Londres, um rapaz ruivo, que aparenta ter uns 20 anos, está na cozinha de sua casa comendo uma tigela de cereal. Um outro rapaz, moreno de olhos verdes, entra na cozinha, senta-se em uma das cadeiras vazias e coloca cereal, leite em uma tigela e começa a comer.
- Não se esqueça Harry, hoje à noite nós vamos jantar lá na Toca! – o ruivo falou, sem tirar os olhos do seu cereal.
- Pode deixar eu não vou esquecer – o outro responde.
- Esse jantar é muito importante para mim! – ele falou.
- Eu sei Rony, você tem me falado isso a semana toda – Harry disse – o que tem de to importante.
- Não posso te contar – Ele, simplesmente disse – Ninguém pode ficar sabendo, principalmente a Mione!
- O que eu não posso ficar sabendo? – uma voz atrás deles, pergunta.
- Nada não Mione! – ele apresse-se em dizer.
- Sei! – Hermione se aproxima do ruivo e dá um selinho de leve em seus lábios antes de sentar em uma cadeira – espero que você não esteja me traindo.
- Claro que não! – disse, voltando a atenção ao seu cereal.
- É verdade Harry? – ela pergunta ao amigo.
- Eu não sei de nada Mione – ele respondeu, dando de ombro.
- Você sempre conta para o Harry tudo! – a morena diz, desconfiada – Isso não é bom – conclui, conjurando uma xícara de chá e duas torradas com geléia.
- O que houve? – o moreno pergunta – Você nunca usa magia fora do ministério.
- Estou com preguiça de preparar alguma coisa – ela respondeu.
O resto do café foi bem silencioso, um pouco depois, os três foram para o ministério da magia. Harry e Hermione eram aurores e Rony trabalhava na seção de esportes mágicos.
O moreno estava em sua sala assinando alguns pergaminhos. De repente, alguém bateu na porta.
- Pode entrar! – ele falou.
- Oi Harry! – Rony falou, entrando na sala.
- A Mione não está! – ele respondeu sem tirar os olhos do pergaminho – Foi assistir o interrogatório de um comensal que foi preso ontem à noite.
- Eu não vim falar com a Mione, vim falar com você! – o ruivo disse, se sentando em uma cadeira em frente a mesa do amigo – é até bom que a Mione não esteja aqui, porque ela não pode ouvir.
- O que aconteceu? – ele perguntou um pouco assustado.
- Eu e a Mione já namoramos há muito e eu tive que tomar uma decisão, – começou a falar, muito sério – vou pedi-la em casamento, hoje, na frente dos meus pais.
- Então, esse era o grande motivo dessa noite ser tão especial? – perguntou com ironia.
- Claro que sim! – respondeu – Acha que ela vai gostar?
- Claro que sim, a Mione é louca por você – respondeu, não parecendo estar muito animado.
- Acho melhor eu ir andando, muito trabalho para fazer – fala se levantando da cadeira – e, também, a Mione pode chegar há qualquer momento, e não quero que ela me veja aqui, pode desconfiar de algo.
Depois que o amigo foi embora, Harry parou tudo que estava fazendo e começou a olhar para a mesa vazia de Hermione. Depois do que o amigo disse, perdeu toda vontade de ir naquele jantar, mas sabia que a senhora Weasley ficaria chateada com ele se não fosse. Abriu uma das gavetas de sua mesa e retirou um cordão dourado com um pingente de estrelas com pedrinhas brilhantes nas pontas, e lembrou-se do dia em que tentou presentear sua melhor amiga com ele.

*Flash back*
Os jardins de Hogwarts foram palco, há poucos minutos de uma batalha em que o lorde Voldemort foi destruído por Harry Potter, alguns comensais da morte foram presos, mas a maioria conseguiu escapar sem que os Aurores percebessem. Harry olhou para o chão e viu seu melhor amigo ferido e em seguida, sua melhor amiga correr em direção a ele.
- Você conseguiu Harry! – ela disse enquanto o abraçava.
- Eu nem acredito nisso – murmurou ainda abraçado a ela.
- Rony e Gina ficaram feridos, temos que avisar a madame Pomfrey – Hermione disse, ainda muito nervosa.
- Não se preocupem, ela já está a caminho – uma voz atrás deles disse.
Quando se viraram, encontraram um velho com roupas bruxas e uma longa barba branca.
- Dumbledore! – disseram juntos.
- Mas como, o senhor estava morto, fomos ao seu enterro – a morena falou, quase gaguejando.
- Acalme-se senhorita Granger! – o velho disse – Como podem ver eu não morri, é uma história muito cumprida, talvez eu conte a vocês um dia – explicou – Por enquanto vamos nos preocupara com os seus amigos. Olhe! Madame Pomfrey está vindo.
Hermione saiu correndo ao encontro da enfermeira da escola, Harry ia atrás dela, mas parou.
- Diretor, eu preciso falar com o senhor! – ele disse.
- Agora não Harry! – disse, simplesmente – Tenho certeza de que você tem coisas muito mais importantes para falar com a senhorita Granger, a respeito do colar que esta no seu bolso.
- Como o senhor sabe? – ele colocou a mão no bolso e ficou segurando o colar.
- Eu simplesmente sei! – respondeu – Agora vai até lá.
Ele foi até onde a amiga estava conversado com a enfermeira.
- Mione, eu posso falar com você – falou, rápido demais.
- Claro – ela respondeu, enquanto madame Pomfrey voltava para o castelo, levando Rony e Gina levitando ao seu lado.
- Eu queria te dar isso! – ele disse, retirando a mão do bolso e entregando o colar a ela.
- É lindo Harry! – ela disse observando – Deve ter sido muito caro, eu não posso ficar com ele.
- Mas eu estou dando para você, – insisti –meu pai esse colar para a minha mãe no dia em que eles começaram a namorar, Lupin me entregou no último natal, disse que era para eu dar para uma garota especial.
- O que você quer dizer com isso Harry? – ela estava um pouco assustada com o que acabara de ouvir.
- Eu te amo! – disse segurando a mão dela – Não, eu sempre te amei, mas só percebi isso esse ano – continuou a falar – Será que você aceita ser minha namorada?
- Oh Harry, isso foi tão fofo! – ela disse com lágrimas nos olhos – Mas eu não posso aceitar o seu pedido, nem o colar – continuou, devolvendo o presente para ele – Há uma semana, o Rony me pediu em namoro, e eu aceitei.
- Entendo! – disse com a cabeça baixa – Sempre desconfiei que você era apaixonada por ele.
- Eu não sou Harry – ela disse – Sempre soube que o Rony gostava de mim, mas do que amiga, estava disposta a dar uma chance a ela, já que o cara que eu gosto nunca vai olhar para mim desse jeito. E quando ele me pediu em namoro, eu acabei aceitando por causa disso.
- Esse cara deve ser um completo idiota, como pode desperdiçar você desse jeito – disse, indignado.
- Não, ela não é um idiota – a morena estava com a voz bem firme – O cara de quem eu estou falando, é você.
O chão embaixo de Harry desabou no mesmo instante, o amor da sua vida sempre foi apaixonado por ele e nunca reparou isso.
- Mas se você gosta de mim e eu gosto de você, o que nos impede de ser felizes? – ele pergunta.
- O Rony! – responde na mesma hora – Não posso terminar com ele por causa disso, enlouqueceria – Hermione se aproxima do moreno e dá um selinho nele – Por favor, me entende.
A morena foi andando em direção a escola.
*Fim do flash back*

Harry continuou a olhar para o colar, já era difícil ver a mulher da sua vida e seu melhor amigo juntos. Agora teria que ver os dois casados. Ouviu a porta da sala ser aberta, e guardou o colar na gaveta, novamente.
- Como foi o interrogatório? – perguntou a amiga, que agora mexia em alguma coisa em sua gaveta.
- Interessante! – ela riu – Vamos almoçara juntos?
- Claro, estava mesmo ficando com fome – responde, se levantando da sua cadeira – Mas e o Rony?
- Ele disse que tinha que resolver alguns assuntos – explicou, revirando os olhos – Parece que seremos só nós dois, espero que não se importe.
- Claro que não, somos amigos há tanto tempo – Harry se sentiu estranho, ainda não tinha se acostumado a dizer essa palavra, e pelo visto, nunca se acostumaria.
Foram até um restaurante trouxa que ficava bem perto do ministério da magia.
- A comida desse restaurante é muito boa! – o moreno falou.
- Eu sei! – ela respondeu – Já vim aqui uma vez com o Rony.
Ele não gostou de ouvir o nome do seu melhor amigo, queria esquecer, por pelo menos um segundo, que os dois amigos estavam namorando.
- Faz tanto tempo que não saímos só nos dois – falou, tentando mudar de assunto.
- É verdade, estamos muito ocupados ultimamente, com os comensais atacando – ela disse.
- Eu estava me lembrando outro dia, daquela conversa que nós tivemos no dia da batalha final –não sabia de onde tinha tirado coragem para tocar naquele assunto, mas ele precisava fazer isso – Eu sempre me lembro.
Hermione sentiu um arrepio na espinha, fazia quase dois anos que não tocavam nesse assunto e queria que continuasse assim.
- Eu também, sempre lembro! – foi tudo que conseguiu responder.
Seus rostos foram se aproximando até que seus lábios se tocaram, o beijo começou calma, mas logo aprofundaram. Quando necessitaram urgentemente de ar, se separaram.
- Isso foi maravilhoso! – foi tudo que a morena conseguiu dizer depois de recuperar o fôlego.
- Sempre quis saber como era te beijar – ele disse, acariciando o rosto dela.
- Por favor, não vamos, mas repetir isso – disse afastando a mão do moreno do seu rosto – Foi maravilhoso, mas errado. Se isso chega aos ouvidos do Rony ele vai ficar muito triste.
O resto do almoço foi muito silencioso. Não sabia de onde tinha reunido forças para beijá-la, mas Harry sabia que precisava saber qual era sensação de beijar a mulher da sua vida, antes que ela se casasse e fosse tarde demais.
Durante o resto do dia não houve nenhuma novidade. Na hora de sair do trabalho, o trio foi direto para A Toca. O jantar foi bem agradável. Quando todos terminaram de comer, Rony se levantou.
- Eu gostaria de pedir a atenção de todos! – ele disse.
Todos param de conversar para olhar o ruivo.
- Queria aproveitar que estão todos aqui, para perguntar, - diz, virando-se para Hermione e segurando a mão dela – Mione, você aceita casar comigo?
A morena olhou todos na mesa, a senhora Weasley estava com lágrimas nos olhos, os outros Weasleys sorriam para ela e Harry estava com um olhar triste. Ela murmurou um “sinto muito” para o amigo e se virou para o namorado.
- Rony, isso foi muito fofo! – disse se levantando da cadeira – Eu aceito me casar com você.
Ele não disse mais nada, apenas a beijo. Em seguida, pegou no bolso uma caixa de veludo que dentro tinha um anel de brilhantes.
- Lembra que hoje de manhã eu te disse que não podia almoçar com você por que tinha uns assuntos para resolver?– disse no ouvido dela enquanto colocava o anel no seu dedo - Eu fui comprar isso!
- Isso merece uma comemoração – Fred falou.
- É verdade, nosso irmãozinho foi o último da família a desencalhar! – Jorge completou.
- Isso é mentira! – ele se defendeu – Ainda tem a Gina! Aliais, cadê ela?
- Você não soube? – Fred perguntou – Ela viajou com o Dino Thomas, o amor é mesmo lindo!
- Não sabia que eles tinham voltado! – Harry falou.
- Eu realmente queria que você fosse o nosso cunhado Harry – o ruivo falou – Mas o Dino também é gente boa.
- Minha história com a Gina acabou quando eu terminei com ela no final do meu sexto ano – o moreno simplesmente falou.
Eles ainda comemoram a nova noticia por mais ou menos uma hora, quando os três acharam que estava na hora de ir embora, pois estavam cansados.
- Mas amanhã é sábado! – a senhora Weasley disse.
- Mãe, você não vê que o Rony e a Mione querem comemorar sozinhos – Jorge disse com um sorriso malicioso.
- Não é nada disso – a morena respondeu, muito vermelha – Só está tarde e o Rony sabe que só depois do casamento.
Os gêmeos dirigiram seus sorrisos ao irmão que ficou tão vermelho que não se sabia onde terminava o rosto e começava o cabelo.
Quando o trio chegou em casa, estavam todos muito cansados.
- Eu estou indo dormir – Harry anunciou subindo as escadas.
- Espera Harry, eu também vou – Hermione disse, indo alcançá-lo no alto da escada – Você não vem, Rony?
- Vou ficar aqui um pouco vendo televisão – respondeu, sentando-se no sofá.
O rapaz já estava com a mão na maçaneta da porta do quarto, quando a morena o segurou pelo braço.
- Posso ver que você ficou chateado – ela disse – Mas o que eu podia fazer, toda a família dele estava lá, se eu dissesse que não aceitava ele ficaria muito chateado.
- O Rony já tinha me contado que pretendia pedi-la em casamento, já estava conformado – disse, entrando no quarto. – Acho que não era para nós ficarmos juntos, é melhor cada um seguir a sua vida – completou fechando a porta na cara da amiga.

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