o pub



Eu me lembro muito bem, bem até demais, de como, há duas semanas atrás, ela entrou naquele bar e me revirou.

Eu lembro de como ela parecia fraca, com o jeans surrado, o moletom cinza ( já disse que gosto de cinza? Não que estivesse a meu gosto naquele momento, mas...) e a sandália de salto fino que destoava completamente do resto de tudo, como se tivesse sido apenas o mais fácil. Do modo como ela se dirigiu até a última mesa do bar e pediu um café, apoiando o rosto nas mãos em seguida.

E me lembro também, do medo que eu senti, quando eu fui falar com ela, sem razão.

- giga flash back do Drakee –

- Oi, ruiva. – ele disse, se sentando em frente a ela, que ergueu os olhos por um momento, apenas pra ver quem a importunava.

-Argh, oi Malfoy.

-E então, o que você faz, sozinha, num pub as três da manhã ?

-Pff, você não acha que é muito mais estranho um riquinho que a essa hora deveria estar saindo de alguma boate em um carro esportivo, com duas ou três garotas indo para sua casa estar aqui do que eu?

-Wow, Virgínia, o que você pensa de um malfoy?

-Achei que eu tinha sido clara na resposta anterior.

-Mas então eu sou obrigado a dizer que a sua visão de mim foi muito influenciada pelos seus trinta e tantos irmãos, e ainda tem o Testa-rachada.

Ela bufou, enquanto pegava sua xícara.

- Malfoy, não dá pra ter uma trégua, só hoje, por favor? Eu estou cansada demais para discutir com você.

-Ook... – ele disse, erguendo as mãos em rendião

-Obrigada – ela sussurou, enquanto tomava mais um gole.

-Mas então, Virgínia, você não me disse o que tem feito..

-Levado um giga pé na bunda. Aí quando a gente só quer ficar em casa e tomar sorvete, nãao, você não pode, você tem que ir trabalhar, aturar seu chefe, sua colega piranhinha e o moleque do almoxarifado...Aí qunado você chega em casa e só quer dormir e assistir algum filme legal com um ator bonitinho, nãaao, sua mãe tem que te ligar e ficar horas dizendo “mas você ´tá muito magra, Gininha” “ sabia que aquele moleque não prestava” “ você não entregou sua preciosidade para esse safadinho, não foi” ... Argh, as vezes eu odeio a minha mãe!

Ele apenas a olhou, um pouco confuso, um pouco assustado, com o monólogo enfurecido da ruiva..

-Ah, Malfoy, até parece que você não tinha percebido! O que mais eu poderia ter feito pra estar em um pub trouxa, as três horas da manhã, mulambenta, descombinada, com o cabelo mais sujo de todos os tempos, olheiras enormes e chocolate quente?

-Pensei que fosse café – ele disse, displicente

- O quê? – ela disse, erguendo uma sombrancelha, confusa

-O chocolate – o loiro respondeu, se equilibrando nas pernas traseiras da cadeira.

- Eu odeio café. Eu nunca tomo café. Chocolate quente rocks.

- Voltando ao assunto principal, não teria como eu perceber sua fossa. Não é como se sonserinas não se sentissem superiores o suficiente pra apenas dar um tapa na cara da criatura e seguir em frente. E eu nunca tive irmãs ou algo do tipo pra praticar.

- E ainda acha que entende de mulher!

-Hey, calma lá...Eu entendo o suficiente! E se quer saber, tem dado certo.

Ela riu fracamente

-Sério, Malfoy, me poupe dos detalhes sórdidos. E o “senhor” ainda não me disse o que ta fazendo aqui.

-Cansei.

-Do quê?

-De boate, de piranha, de histéricas, do frio da mansão.

- Um pouco surpreendente, Malfoy.

-Sua vida é sem graça?

- O suficiente pra querer fugir as vezes...

-Por que a gente simplesmente não consegue largar tudo e virar grilo?

- E por qual razão eu ia querer virar um bicho verde esquisito que faz um barulho insuportável?

-Foi simbólico, ruiva. Eu deixo você fazer sua própria versão dos acontecimentos, vai lá.

-Obrigada. Por que a gente não larga tudo e vira tigre branco no Equador.

-Porque não tem tigre branco no Equador.

-Credo, cortou toda a minha felicidade imaginativa – ela disse, lhe mostrando a língua.

-Disponha – ele disse, sorrindo de lado.

-Hey, D! Eu tive uma idéia.

- Merlin me proteja...

-Sério, é assim: eu digo dez palavras e você me diz o que vier a cabeça primeiro okk?

-O que diabos é isso, ruiva?

-Só um jogo! Vaaamos, vai ser divertido!

-Ok...só pra não dizer que eu sou chato igual a um velho.

- E desde quando você se importa se eu te acho um saco?

-Desde que resolvemos dar uma trégua, esqueceu?

-Tá bom, vou começar. Sorvete.

-Hm...Menta?

-Carta.

-Coooruja

-Quadribol?

-Trauma.

Ela ergueu uma sombrancelha, exibindo uma feição de dúvida, ao que ele apenas deu de ombros.

- Música.

-Chopin.

-Um trouxa? Interessante...Frio.

-Casa.

-Paixão?

-Sempre.

- Sutiã!

-Pirou, foi Virgínia?

-Ah, nem vem, você topou a brincadeira!

-Cara, você é maluca...Então tá, Virgínia. Sutiã? O seu. – ele disse, com um sorriso malicioso e ela lhe mostrou a língua.

-Uma...loira.

-Mãe.

- Uma...morena.

-Tia Bella.

-Ruiva?

-Alguma dúvida de que é você que me vem a mente?

-Hm, obrigada..Foi um elogio?

-Sermpre é. E disponha.

-Bom, Malfoy, foi legal, me tirou o falecido da cabeça, mas eu tenho que ir pra casa...A gente se vê.

-É, a gente se vê.

Ele observou a ruiva passar pela porta, se encolher um pouco pelo frio e rir levemente de algo.

E viu, que no segundo seguinte, estava a seguindo.

-Hey, Virginia!

Ela se virou, e parou de andar.

-O quê foi, Draco?

-Pra onde você ´tá indo mesmo?

-Casa.

E, quando ela disse isto, a única coisa que sentiu depois foram os braços dele na sua cintura, e a boca quente na sua.

E ele disse, com a testa colada na dela, os lábios se tocando enquanto falava, sentenciou:

-Você está indo pra casa. Pra minha casa.

Não houve objeção quanto a isso.

Os passos trôpegos no corredor, os risos frouxos aquecendo a mansão fria, as roupas no chão, os corpos perfeitos um para o outro, os abraços e por fim...o dia seguinte. Quando não havia fios ruivos no travesseiro, não havia outro corpo naquela cama, que de repente pareceu tão grande.

Havia um bilhete. E só isso..

Loiro.

Foi bom, foi perfeito, mas foi. Foi um momento, e não vou esquecer, garanto. Mas agora é que a gente lembra que somos Mlafoys e Weasleys, certo?

A gente se vê por aí.

Virgínia.

ps: catei uma das tuas cuecas. Como é que eu ia usar a calcinha que o senhor aí fez o graande favor de arrebentar?


- Fim do giga flashback do Drake –

Só tinha um grande problema.

Quem, sem ofensas a Virgínia, tinha sido babaca o suficiente para acreditar que um Malfoy se conforma com um bilhete?

E era por isso que ele estava ali, na porta do prédio dela.

Porque era impossível, tê-la, e ter que esquecer.

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ooi.

^divagações com um mp4, Skank e insônia, as 4 da manhã.

brigada pelos coments!
acho q só vai ter mais um cap...

beejo

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