O inicio de uma grande jornada

O inicio de uma grande jornada



CAPITULO 16 - O inicio de uma grande jornada


 


 


Pobre Lili ficou muito doente depois da audiência de Sirius. Ficou uma semana inteira na ala hospitalar. Sempre com tontura e febre de quarenta graus.


- Bom dia Srta. Maifayr. - Cumprimentou Madame Pomfrey quando ela acordara.


- Bom dia Madame Pomfrey. Será que posso sair hoje?


- Tome seu café primeiro, depois discutiremos sobre a saída.


Ela comeu super rápido. Até ficou com medo de lhe fazer mal, mas finalmente a febre baixara e pode sair. Ela se encontrou com os amigos no salão principal.


- Vai voltar às aulas agora? – Limmie falou entre um gole e outro de leite.


- Espero que não me de nada hoje. Não agüentaria ficar mais tempo deitada naquela cama. Estou com uma dor nas costas que vocês nem imaginam.


- Lili! – Gina a chamava do outro lado da mesa.


- Com licença. – ela vai até a amiga.


- Sim? - Ela sentou-se ao lado de Gina.


- Eu anotei as aulas da semana no seu caderno. E se quiser eu poço lhe ajudar na redação de poções para amanhã.


- Muito obrigado.


- De nada.


Ela foi buscar seus materiais e foi pra aula acompanhada de Gina.


 


Passara-se três semanas já e não houve mais nenhum ataque a Hogwarts, mas Dumbledore não perdeu tempo e colocou vários ocupantes da Ordem de sentinela pela propriedade.


Jane não vira mais Sirius depois da enfermaria. Ela queria esquecê-lo, estava com medo de se machucar, mesmo amando-o tanto.


No dormitório do quinto ano:


- E ai Lili de quem você gosta? – perguntou Gina.


- Eu… de ninguém, por quê?


- É que você esta escrevendo há horas nesse diário e está sorrindo feito boba.


- Ah desculpa. Estou com problemas um pouco sérios e o único modo de me entreter é escrevendo.


- Se abre com a gente. Talvez possamos ajudar.


- Desculpe Milene, mas as coisas são muito mais complicadas do que parecem. Não posso contar nada a ninguém neste momento. Tenho que esperar a hora certa.


- Tudo bem.


Lili fecha as cortinas da cama e tenta dormir. Ultimamente o mesmo sonho de semanas atrás se repetia diariamente e ficava cada vez mais estranho e comprido. Não tinha como explicar aquilo a alguém. Ela simplesmente sabia que na manhã seguinte, bem cedo, estaria partindo.


O sol ainda nem nascera e Lili já estava acordada e pronta para sair em sua maior jornada. Silenciosamente ela sai do quarto. Estava apenas com sua capa de viagem, se passasse na cozinha correria um risco maior de ser vista. Andando pelo corredor do quarto andar, Lili estava meio imersa em seus pensamentos e acaba não tomando as devidas precauções. Esquecera da capa de invisibilidade e por causa disso acabara dando de cara com o Prof. Snape.


- Eu… hum…


- Comece a explicar o motivo de a senhorita estar a essa hora perambulando pelos corredores e vestida com sua capa de viagem.


- Eu… - Lili estava nervosa, não parava de olhar para os lados.


- Desembucha menina. – falou o professor brabo.


- Eu estou indo a Sala do Portal. – falou respirando fundo e encarando o professor nos olhos.


- A senhorita virá comigo a sala do Diretor agora mesmo. Dar-lhe-ei uma detenção por perambular pela escola fora do horário e por querer ir a um lugar restrito. – Snape pega o braço de Lili e começa a arrastá-la.


- O senhor não entende. – protestava ela se agarrando em uma armadura.


- Largue isto menina tola. – falou Snape aumentando seu tom de voz.


- Mas professor, eu preciso salvar Hogwarts.


- Não queira dar uma de Potter a senhorita também. – ele puxou Lili com força e a armadura se estatelou no chão.


- Saco, me solta. – gritou ela.


- Não adianta gritar. Eu vou te levar a sala de Dumbledore mesmo assim.


- A não vai não. – disse ela usando seus poderes e atirando o professor contra a parede. – Depois que eu voltar eu cumpro minhas detenções.


Lili sai correndo e vai para uma sala no final do corredor do quarto andar, onde a porta só era aberta através de magia. Ela entrou e fechou a porta num estrondo, olhou para o arco e o cruzou.


Lili sente seus pés deixarem o chão e começa a rodear, estava sussurrando varias vezes Vaucouleurs porque estava com medo de acabar caindo primeiro em Tenebra. Sua irmã havia lhe dito que era um lugar horrível e cheio de vampiros.


Quando finalmente sai no portal de Vaucouleurs, Lili olha ao seu redor. O portal estava no alto de um morro, lá embaixo uma linda campina verdejante se estendia. Perto de um lago grande e cristalino tinha um pequeno vilarejo, onde ela podia ver alguns pontinhos minúsculos, provavelmente o povo daquele mundo.


Lili começa a descer o morro bem devagar, cuidando para não acabar se desequilibrando, pois se acontecesse isso ela podia dar adeus a seus planos.


- Vejo que você veio pelo portal. – falou uma menina saindo de trás de uma pedra.


- Vim sim. – disse Lili recuperando o fôlego, estava finalmente no pé do morro e não se machucara.


- Sou Anne. – a garota chamada Anne tinha a pele queimada do sol, os cabelos castanhos e os olhos verdes como duas esmeraldas.


- Muito prazer, sou Lili.


- De qual mundo você é? – perguntou Anne começando a andar, a garota era uma pastora.


- Sou da Terra. – Lili olhava as ovelhas, curiosa, elas eram azuis.


- Interessante. O que veio fazer por aqui?


- Estou em uma missão. Estou à procura de uma guardiã.


- Não vou poder te ajudar então, não conheço nenhuma guardiã, pelo menos no povoado em que moro não á nenhuma.


Anne e Lili entraram no povoado com as dez ovelhas. Anne apenas ia andando, parecia que aquelas ovelhas tinham alguma inteligência, pois a seguiam bem direitinho.


- Se quiser pode passar o dia em minha casa, mamãe não se incomodará.


- Muito obrigada, só preciso de algo para beber. – disse Lili agradecida.


Anne levou Lili e suas ovelhas para uma casa simples com um cercado ao lado, onde, ela colocou as ovelhas.


- Estamos atrasadas para o almoço, acho melhor nos lavarmos e já entrarmos.


Elas se lavaram em um balde com água e entraram na casa.


- Mãe! – Falou Anne adentrando na cozinha acompanhada de Lili. – Esta é a Lili, ela veio da Terra.


- Muito prazer querida, sou Maleia. – a mulher enxugou as mãos no avental e apertou a mão de Lili. – Sente-se, hoje acabei atrasando o almoço por causa de meu filho menor.


Lili olha num cercadinho uma criança de dois anos, brincando com seus brinquedos.


- Qual é o nome dele? – perguntou ela curiosa.


- Maxie.


- Bonito nome! – disse Lili.


Lili almoçou com Anne e sua família.


- Muito obrigada pelo almoço, fico agradecida, estava uma delicia. Mas preciso começar a minha procura.


- Sempre que quiser algo é só vir pedir, somos humildes, mas sempre temos lugar para mais um.


- Obrigada.


Lili se despediu e voltou para as ruas do pequeno povoado. Foi pedindo informações, mas muitas pessoas não sabiam o que responder ou simplesmente diziam que nunca havia ouvido nada sobre isso.


- Que droga! – disse Lili mal humorada sentando-se na mureta do chafariz. – Como posso encontrar alguém nesse mundo, ninguém sabe nada.


- Eu posso lhe ajudar.


Lili lava um susto tão grande que acabou caindo dentro do chafariz.


- Muito obrigada… - disse ela se levantando toda desengonçada. – Precisava me assustar tanto assim?


- Não foi minha intenção. – disse a moça sem jeito.


- O.k. Não dá nada. Mas você estava dizendo que poderia me ajudar?


- Posso sim. Venha comigo. – disse a garota a puxando.


- Eu sequer sei seu nome. – disse Lili puxando seu braço para si.


- Que cabeça a minha, sou Anlea.


- Lili. – disse ela se apresentando. Anlea voltou a puxar Lili.


- Ei… Não precisa me puxar, eu posso seguir você.


- Me desculpe, é mania.


As duas andavam por detrás das casas como duas felinas, Anlea olhava tudo com muita atenção.


- Por que tanto nervosismo? – perguntou Lili.


- Não é nervosismo, é precaução. – respondeu Anlea baixinho.


- Não sei por que tanta precaução então. Eu pelo menos não estou fugindo de ninguém, você está?


- Digamos que sim.


- Acho melhor você me explicar melhor. – disse Lili meio alto, elas estavam passando por uma das ruelas que davam na direção da praça, que estava lotada de homens armados.


- Faça silencio. – pediu Anlea colocando a mão sobre a boca de Lili – Se aqueles caras nos ouvirem estamos fritas.


- “Por quê?” – perguntou Lili por telepatia.Anlea olhou para ela com os olhos arregalados


- “Porque é proibido qualquer um entrar nesse povoado ou sair”.


- “Agora não estou mais entendo nada” – protestou Lili. Elas já estavam perto do campo. – “Quando eu cheguei uma garota me tratou tri bem, o mesmo aconteceu com a família dela”.


- “Há pessoas por aqui que ainda acreditam em um pouco de magia” – Anlea pegou o pulso de Lili e entraram num campo de girassóis. Elas andaram um pouco sem trocarem nenhuma palavra.


- O que está acontecendo por aqui? – elas estavam longe o suficiente para conversarem sem a telepatia.


- O povoado sofreu um grande abalo quando o Rei Lio morreu e a tirana Rainha Helena ocupou o trono e trancafiou sua enteada no calabouço.


- Que horror.


- Isso não é nada. – disse Anlea dando uma olhada para Lili. – Além de trancafiar a enteada, ela jogou na fogueira quase todos os praticantes de magia.


- Cruzes. Quer dizer então se eles me pegarem eu vou para a fogueira?


- Provavelmente.


Anlea e Lili não trocaram mais nenhuma palavra até estarem fora do campo de girassóis e pararem na orla de uma floresta.


- Bem vinda ao nosso refugio. – Anlea bate palmas e uma clareira se abre entre a densa floresta, revelando um laguinho e varias casas de campo.


- Que lugar encantador. – Lili estava espantado com aquilo. – Você é uma bruxa.


- Ainda sou uma aprendiz. – falou Anlea. – Venha, vou te levar a Merlinda.


- Quem é Merlinda? – Lili estava sendo puxada novamente.


- Minha mãe e chefe da aldeia.


Merlinda estava ajudando uma velha senhora a cuidar de uma horta.


- Mãe. – chamou Anlea – Está aqui é Lili, ela veio da Terra.


- Muito prazer criança. – Merlinda apertou a mão de Lili. – Vamos entrar e tomar um refresco.


Anlea, Lili e Merlinda entraram na casa ao lado da horta.


- O que veio fazer em Vaucouleurs? – Merlinda serviu um delicioso suco de uva para elas.


- Estou à procura das Guardiãs do Medalhão.


- Como disse? – a mulher ficou meio conturbada.


- Eu sou a dona do Medalhão Sagrado. – Lili coloca o medalhão para fora de sua roupa. – E preciso muito encontrar a guardiã que está nesse mundo.


- E porque precisa tento dela?


- Hogwarts corre perigo e se eu não conseguir deter Voldemort, tenho certeza que a terra vai se consumir em trevas.


- Isso é algo sério. – Falou Anlea. – Não podemos ajudá-la mãe?


- Mas é claro que ajudarei a filha de Julie. – Merlinda sorria para Lili.


- A senhora conheceu minha mãe?


- Sua mãe era melhor amiga de minha prima, que também era uma guardiã.


- Bom… eu precisaria que você me mostrasse onde a guardiã se encontra.


- Ela está no calabouço da Rainha Helena. A guardiã que você procura é a princesa Lulin.


- Eu posso levá-la ate com castelo. – propôs Anlea.


- Seria arriscado demais. – Merlinda ficou por um bom tempo em silencio, pensando. – Você irá com ela Anlea, mas Trian e Don as acompanharão.


- Tem certeza mãe? – perguntou Anlea meio desconfiada.


- Absoluta. – respondeu decidida.


- Vamos partir imediatamente, eu imploro. – falou Lili.


- Só o tempo de selarmos os cavalos e nos alimentarmos. – Falou Anlea.


Lili foi apresentada para Trian e Don. Trian era irmão de Anlea e muito parecido com ela, tinha os mesmos cabelos castanhos escuros e os mesmos olhos verdes escuros. Já Don que era um primo meio afastado tinha os olhos mais claros.


- Está pronta? – perguntou Anlea.


- Estou. – respondeu Lili decidida montando no cavalo que seria para seu uso.


- Vamos ser babás por um bom tempo Don. – falou Trian que estava um pouco mais atrás das duas.


- Nós não precisaríamos de vocês. – respondeu Lili – Sei muito bem me defender sozinha e tenho certeza que Anlea também consegue.


- A garota branquela é fogo. – Falou Don rindo.


- Não de atenção a eles, são dois idiotas. – falou Anlea atiçando o cavalo para começar a galopar mais rápido.


- Deu pra notar.


Lili e Anlea permaneceram quase toda viagem em silencio, apenas ouviam as risadas e comentários idiotas de Trian e Don.


- Será que dá para calar a boca. – protestou Anlea irritada. – Estamos quase chegando e se não fecharem essas suas matracas vão nos ver.


- Calma maninha. – falou Trian sorrindo como se nada estivesse acontecendo.


- Que calma seu idiota. Fica quieto e não atrapalha meus planos senão eu vo… - Lili estava com as maças vermelhas de raiva e suas mãos estavam apertando as rédeas com muita força, as unhas da garota estavam cravando nas suas palmas já.


- Você vai fazer o que hein? – Trian não sabia com o que estava lidando, não sabia do perigo que era irritar Lili.


- Eu te mato seu idiota. – O olhar de Lili se fixou no de Trian e ele foi jogado de sua sela, caindo de bunda sobre uma poça de lama fedorenta.


- Olha o que você fez sua idiota.


- Coitadinha a menininha ta toda sujinha. – Lili havia descido do cavalo e ria descontroladamente. Anlea e Don estavam atrás de Lili segurando os cavalos.


- Você me paga. – Trian pegou o braço de Lili e a derrubou dentro da poça.


A garota continuou a rir e Trian olhava com cara desentendido para a garota.


- Você acha que eu não tenho como me livrar disto? – Lili estava seria agora novamente e se levantou da poça.


- Eu não vejo nenhum rio por perto. – disse Don.


- Pois eu não preciso dessas coisas.


Anlea, Don e Trian olhavam aquilo, completamente espantados, Lili estava sendo envolvida por uma água cristalina. Suas roupas, antes, cobertas por uma lama esverdeada, agora estava limpa, mas molhada.


- Você… - Anlea não conseguiu terminar, pois Lili havia continuado com suas maravilhas. Agora um leve vento morno batia em seu corpo, fazendo seus logos cabelos balançaram elegantemente.


- Como você faz isso? – perguntou Don quando Lili já estava seca.


- Eu nasci com esses poderes, e agora, por favor, vamos continuar com o nosso plano.


- Não está esquecendo-se de nada? – perguntou Trian.


- Ok. – Lili dá um sorriso maroto e limpo Trian, só que ela usou águas do oceano glacial ártico e um vento siberiano.


- Nossa que frio.


- Pois é neh. – Lili estava novamente montada no cavalo e ria baixinho.


Trian e Don agora iam à frente, Lili e Anlea olhavam para os dois, meio desconfiadas.


- Será que aqueles dois idiotas não vão acabar nos metendo em confusão? – perguntou Lili. Ela e Anlea estavam escondidas em uma moita, esperando o sinal dos garotos para se aproximarem dos muros do castelo.


- Quando eles querem conseguem tudo. São muito inteligentes, mesmo que não demonstrem. – respondeu Anlea andando atrás de Lili.


- Psiu! – Lili e Anlea pararam de conversar, elas olharam para a murada, Don estava chamando-as.


- Vamos lá! – falou Anlea.


As duas foram correndo para perto de Don e Trian.


- Há uma falha na murada a alguns metros à frente, mas o único problema é que está sendo guardada por três guardas mal encarados. – falou Trian de imediato.


- Eu posso dar conta disso. – falou Lili decidida. – Me mostre onde eles estão.


Trian e Don levaram Lili e Anlea ao lugar onde os guardas estavam. Lili sorriu ao ver aqueles brutamontes com caras de idiotas.


Lili sabia exatamente o que fazer. Imediatamente ela fechou os olhos e o solo abaixo dos pés dos guardas começou a amolecer.


- O que é isso? – perguntou um deles tentando erguer os pés já submersos.


- Magia. – gritou um desesperado.


- Acalmem-se, é apenas um pouco de lama. – o terceiro guarda tentava manter a calma.


- Acharia mais prudente os senhores terem medo. Não é apenas um pouco de lama. – disse Lili abrindo os olhos ao mesmo tempo em que galhos começaram a amarrar as pernas e os braços dos guardas.


- Me tirem daqui! – o guarda que antes havia tentado acalmar os outros dois estava nervoso.


- Fique de boca fechada. – disse Lili e os galhos da trepadeira cobriram a boca dos três guardas que estavam submersos no solo até o pescoço.


- Essa foi boa Lili. – falou Anlea. – Podia fazer isso nesses dois antes de partir mais tarde. O que acha?


- Seria um prazer. – Lili sorriu maquiavelicamente para Trian e Don que engoliram em seco.


- Ta agora vamos deixar o assunto de nosso funeral de lado e vamos tentar entrar no calabouço. – Falou Trian passando pela fenda, seguido de Lili, Anlea e por ultimo Don.


- Veja o que temos aqui. – os quatro pararam e olharam para o pátio do castelo. – Pequenos intrusos.


- Agora estamos fritos. – disse Anlea.


- Como ousam entrar em meus domínios seus imundos. – disse uma mulher de longos cabelos castanhos e olhos esverdeados.


- Fique sabendo que você está falando com a Guardiã suprema do Medalhão, não aceito ser chamada de imunda. – Lili não sabia de onde havia tirado tanta coragem para responder.


- Guardas, joguem-nos no calabouço. – gritou a mulher dando as costas para os quatros.


- Me soltem. – disse Lili braba, esperneando.


Os quatros foram arrastados até o calabouço, Lili não parava de gritar e dar socos e pontapés nos dois homens que a carregavam.


- E cale essa boca menina. – disse um dos guardas jogando Lili dentro do calabouço.


- Seu… - mas Lili não pode terminar, ela havia sido segurada por Don.


- Você pirou lá em cima? – perguntou Anlea.


- Você acha que deixaria aquelazinha me chamar de imunda, nem pensar.


- Você foi um idiota a dizer aquilo. – falou Don – Responder rudemente a uma Rainha nunca é apropriado, ainda mais para a Rainha Helena.


- Eu quero que aquela mulher vá para o quintos dos infernos. – Lili sentou-se a um canto do calabouço e começou a bater a cabeça na parede de pedras.


- Para com isso guria, vai acabar quebrando a cabeça. – Falou Anlea.


Lili não disse nada, mas parou de bater a cabeça, pois começara a ouvir uma voz.


- Quem está ai? – perguntou a voz que vinha do outro lado da parede onde Lili estava batendo a cabeça.


- Você é a princesa Lulin? – perguntou Lili sem responder a pergunta que a outra fizera antes.


- Sim sou eu. – a garota tinha há voz um pouco fraca.


- Viemos lhe resgatar. – disse Trian.


- Eu acho que isso está fora de cogitação já que estão no mesmo destino do meu.


- Arranjaremos um jeito. – falou Anlea.


- Espero que sim. – falou Lulin cansada.


- Você não consegue destruir essa porta, Lili? – perguntou Don.


- Eu não sei. Não é feita apenas de madeira, a coisa fica complicada. – respondeu a garota examinando a porta.


- Temos que armar uma armadilha. – falou Anlea.


- Já sei. – falou Lili. – Vocês dois… – ela apontou para Trian e Don. – Comecem a brigar e você Anlea se esconde ali… - Lili aponta para um canto ao lado da porta coberto pelas sombras. – e eu vou fazer uma coisinha.


Todos fizeram sua parte, Anlea foi para as sombras, Trian e Don começaram a se bater e Lili produziu uma pequena fogueira com as palhas que cobriam um canto da cela.


- Socorooooo!!! – gritou Lili – Eles estão se matando aqui. Meu bom Merlin isso aqui ta pegando fogo. Ahhhh…


- Corre aqui Luid. – gritou um guarda quando começou abrir a porta. – Temos que apartar essa briga e apagar o fogo.


- Deixe que morram. – disse o guarda chamado Luid.


- Ta louco é? A Rainha Helena os quer vivos para queimá-los na fogueira em meio à praça do povoado.


- O saco. – o guarda chamado Luid se levanta e vai ajudar o companheiro.


- Agora! – fala Lili para Anlea, quando os dois guardas entraram.


Anlea fechou a porta e ficou parada em frente a ela. Trian e Don param de brigar e olham para os guardas, pulando em cima deles. Lili apaga o fogo e amarra os guardas.


- Pensei que isso não iria dar certo. – falou Anlea.


- Para ser sincera eu também achei. – disse Lili pegando as chaves com o guarda.


- Vamos indo, precisamos sair daqui o quanto antes. – falou Don.


- Ok. – disse Lili.


Trian abriu a porta da cela onde estava à princesa Lulin e olhou para dentro.


- Você não vai sair? – perguntou Lili.


- Se eu pudesse sim. Estou presa na parede por correntes. – respondeu Lulin fazendo barulho.


- Entra ai Trian e tira ela. – disse Don.


- Por que eu? – o rapaz estava nervoso.


- Me dá essas chaves aqui. – Lili tira as chaves da mão de Trian e entra na cela. Logo volta com uma moça escorada em si.


- Eu estou muito fraca para andar, seremos pegos muito fáceis. – falou Lulin. - Eu lhe ajudo. – falou Lili colocando Lulin sentada novamente no chão, Lili e ajoelha em frente à garota já transformada em anjo.


Com as mãos postas na cabeça de Lulin, Lili começa a murmurar palavras que os outros não entendiam. A cada palavra que Lili dizia uma luz branca emanava das mãos da garota e começava a cobrir todo o corpo de Lulin, fortalecendo-a.


- Olha o que essa garota ta fazendo. – disse Trian impressionado.


- Incrível! – dizem Anlea e Don juntos.


- Prontinho, novinha em folha. – disse Lili ajudando Lulin a se levantar.


- Obrigada. Não vou nem perguntar como você fez isso. – disse Lulin.


- Não foi nada. – Lili sorri e começa a andar, mas para e olha para Lulin – Só uma pergunta.


- Pode fazer.


- Eu gostaria de saber qual elemento você controla.


- Pelo que minha mãe me disse á alguns anos atrás, meu elemento é a água. Mas por que você quer saber disso?


- Porque eu preciso de sua ajuda em meu mundo.


- Eu posso te ajudar, mas primeiro eu tenho que ajudar meu povo.


- Nós lhe ajudaremos princesa. – disse Anlea se referindo a ela e aos dois garotos.


- Pode contar comigo, vamos ter que nos tornar amigas e isso já é um começo. – falou Lulin.


Os cinco saíram do calabouço, o objetivo deles era sair pelo mesmo lugar que entraram, mas as coisas não saíram exatamente como planejadas.


- E agora? – perguntou Lulin olhando para os guardas que estavam os cercando.


- Se eu tivesse trazido a Nemeses comigo ela poderia pedir ajuda. – disse Lili se aprontando para lutar com os guardas.


- Nemeses? – perguntou Anlea.


- Minha fênix. – respondeu Lili.


- Já que não temos ajuda de sua amiga Nemeses, temos que dar o máximo para conseguirmos sair daqui e chegarmos ao esconderijo. – fala Trian desembainhando a espada.


- Eu não saio daqui até encontrar a maldita da minha madrasta. – disse Lulin com muita raiva.


- Calma Lulin, nessa hora a raiva é a pior coisa. – disse Anlea.


- Não é raiva que eu sinto por ela. Eu simplesmente não consigo admitir que ela tenha tomado o lugar de minha mãe e ainda por cima ter matado meu pai.


- E não se esqueça da metade de seu povo. – falou Don.


- Viu? Eu tenho que encontrá-la e acertar as contas com aquela cobra.


- Que modo carinhoso de se referir a mim enteada. – Lulin olha para o lado, onde os guardas abriram caminho para a Rainha Helena passar.


- Esses elogios são poucos minha querida madrasta. – ironizou Lulin.


- Ouça aqui Helenazinha… - falou Lili irritada com a cara esnobe que Helena estava fazendo. – Acho melhor descer do pedestal antes que ele desmorone.


- Fique quieta sua guardiãzinha insignificante.


- Fique quieta você. – gritou Lili.


- Agora fique calma você Lili. – disse Anlea.


- Não se pode ter calma com alguém como ela. – disse Lulin se aprontando para atacar Helena.


- Não adianta tentar querida, você não foi párea para mim no passado, e não vai ser agora que será.


- Eu acho que você anda meio desmemoriada Helena. – disse Lili com um sorriso cínico nos lábios. – Como Lulin está perto de mim e do medalhão, seus poderes aumentam e sem contar que eu controlo todos eles.


- Grande vantagem essa sua garota. – Helena zombou como se ela fosse à pessoa mais poderosa do mundo.


- Eu tentei avisar. – disse Lili olhando para os quatro amigos e rindo.


Alguns minutos se passaram e Lulin e Lili encaravam Helena nos olhos, era um contato tão forte que em volta de Lili e Lulin uma nevoa prateada emanava.


- Vocês vão ficar paradas ou vão fazer alguma coisa? – gritou Anlea não se contendo mais.


- Temos todo o tempo do mundo Anlea. – respondeu Lulin sem tirar os olhos de Helena.


- Não, não temos todo o tempo do mundo. – falou Lili olhando Lulin, que também a olhou.


Tirando os olhos de Helena, Lulin e Lili desfizeram a defesa. Helena como a cobra que é, aproveitou esse vacilo das duas e atacou.


Lulin foi atirada contra Anlea, Don e Trian, caindo os quatro no chão. Lili já foi mais rápida e conseguiu desviar da bola de energia.


- Que coisa feia Helena, apunhalando seus inimigos pelas costas. Que falta de honra. – dizia Lili que pairava no ar, com suas enormes asas brancas a lançar fortes rajadas de vento contra a Rainha.


- Honra. – Helena caiu na gargalhada. – A honra não é nada para mim e muito menos para as pessoas que vivem nesse mundo.


- Isso é mentira. – gritou Lulin que já se recuperara da queda. – Honra e amizade são as coisas que mais importam para as pessoas desse mundo.


- Não para o meu novo reino.


- Seu reinado está para acabar agora Helena, chega de mortes, chega de sofrimento e falsidade. – Lulin estava tão furiosa que fez seus olhos estavam faiscando e de suas mãos saíram rajadas de água que jogaram Helena contra os guardas.


- Temos que trancá-la em algum lugar. – falou Lili – A morte é algo que essa miserável não merece.


- O calabouço não a seguraria. Ela tem muita energia. – falou Lulin.


- Tente distraí-la. – falou Lili. – Preciso fazer algo muito difícil.


- O que exatamente? – perguntou Don.


- Que curiosidade. Daqui a pouco eu volto. – Lili vai pensar um pouco entre as nuvens e tentar fazer algo quase impossível.


Como ela estava em outro mundo, outra dimensão, seria muito difícil falar com Nemeses por telepatia, mas ela teria que tentar porque ela sabia que a fênix seria capaz de trancafiar Helena para sempre em uma cela mágica. “Nemeses minha amiga. Nemeses!” Tentava Lili chamar a amiga em vão “Por Merlin Nemeses, me ouça, faça um esforço, eu sei que você consegue” Lili estava ficando desesperada, não sabia com as coisas estavam rolando lá em baixo.


Com medo de demorar mais tempo, Lili decide descer de volta para o castelo. No meio do caminho ela ouve um canto em sua mente, sem pensar em outra coisa a não que Nemeses havia a ouvido e estava a caminho, ela desceu até o castelo, mais calma.


- Ela está vindo. – disse Lili pousando no circulo que os quatros estavam fazendo para se defenderem dos guardas.


- Quem que está vindo? – perguntou Anlea.


- Nemeses! – falou Lili feliz.


- Como é que você pode falar com sua fênix se ela está em seu mundo? – Trian não conseguia entender os poderes de Lili.


- Foi difícil, mas eu consegui. – falou Lili ficando ao lado dele no circulo.


- Será que vai demorar muito? – perguntou Don.


- Não podemos perder muito tempo com os guardas, Helena fugiu e não consigo ir atrás dela. – falou Lulin.


- Deixa ela comigo. – Lili começa voar novamente. – Quando Nemeses chegar eu agradeceria se não encostassem. Peçam a ela para fazer alguma coisa com os guardas e logo depois mande ela ao meu encontro.


- Tudo bem. – falou Lulin.


Lili saiu atrás de Helena. Ela vasculhou por todo o primeiro e o segundo andar, mas foi encontrar Helena na torre mais alta do castelo, em frente a um enorme caldeirão, de onde saia uma fumaça roxa e mal cheirosa.


- Espero não estar atrapalhando nada. – disse Lili ironicamente sentando-se na janela por onde entrara.


- Chegou na hora Guardiã.


- Estava a me esperar, quanta gentileza. – mesmo com o olhar malévolo de Helena, Lili não conseguia dar um tom serio a sua voz.


Helena não olhava para Lili, estava colocando toda sua concentração na poção a sua frente.


- Para que essa poção? – perguntou Lili curiosa. Ela parecia estar gostando de gracejar. Não estava nem ai se aquilo poderia lhe fazer mal.


- Espere e verá. – Helena estava tão confiante que sua poção daria certo que colocava o liquido dentro de um cálice com a maior calma.


Lili começara a ficar nervosa quando Helena levou o cálice aos lábios.


- Ei, não beba isso. – falou derrubando o cálice das mãos de Helena com os galhos projetados por suas mãos.


- Eu tenho um caldeirão cheio dessa poção. Você pode derrubar quantos quiser. – disse Helena recolhendo o cálice do chão e começando a enchê-lo novamente.


- Ah, dessa vez não. – Lili se levantou e jogou Helena contra um antigo armário.


- Sua… - Helena não terminou de falar, pois suas palavras foram trocadas por um estridente grito.


- Adeus poção! – disse Lili jogando a poção pela janela.


- Sua maluca. Isso tudo irá pelos ares. – falou Helena com os olhos arregalados.


- O que tinha nessa poção sua maluca? – perguntou Lili desesperada. Lá em baixo estavam seus amigos lutando.


- Era uma poção de imortalidade. Se cair de uma altura muito grande acaba explodindo.


- Agora é que você me avisa sua idiota. – Lili preocupada com os amigos, deixa Helena novamente sozinha e dá um mergulho tentado retrair a poção com água e vento.


Nada adiantava, a poção estava quase tocando o chão quando uma enorme vasilha vermelha segura a poção. Lili olha cima e vê Nemeses vindo.


- Quem bom que chegou minha amiga. – Lili sorri e acaricia a cabeça da fênix que estava empoleirada em seu braço.


- LILI! – grita Lulin lá de baixo – E A HELENA?


- IH… DEIXEI ELA SOZINHA NA TORRE. – gritou Lili em resposta. – Vá ajudá-los com os guardas Nemeses.


Nemeses alçou vôo e foi ajudar os quatro lá em baixo e Lili foi prender Helena e levá-la para o calabouço.


- Você não vai sair dessa torre Helena. – disse Lili sentando-se na janela e fazendo o vento fechar a porta da torre.


- Você não conseguira me deter. Eu sou uma maga.


- Grande novidade. – falou Lili sem se importar.


- Sou a mais poderosa de toda Vaucouleurs.


- Me engana que eu gosto. – disse Lili rindo. – Vamos lá Helena, admita que você é uma fracassada.


- Eu… fracassada? – perguntou ela sem entender.


- Não a minha vó. – disse Lili seria – Ah… poupe-me dessa sua falsidade.


- Sua pirralha. – Helena estava ficando com o rosto vermelho de tanta raiva, estava ficando cansada da brincadeira que aquela criança estava fazendo.


- Vamos lá Helena. Acerte-me, jogue toda sua raiva em mim. – Lili estava parada na frente de Helena, intimidando-a.


Helena não sabia o que fazer, sabia se a acertasse com algum de seus poderes sofreria junto, pois estava muito perto uma da outra.


- E a coragem Helena, vai-me dizer que está com medo de uma pirralha?! – Lili estava brincando, para ela aquilo parecia algo comum e de muita graça.


- Eu não vou acertá-la. – disse Helena abaixando a cabeça.


- Que lindinho. A Rainha Helena se redimindo. – Lili dá alguns passos para enxergar para fora da torre. Precisava ver se Nemeses já havia acabado com os guardas. – Agora Helena, vou te trancar no calabouço.


- Você nunca conseguirá me deter, meus poderes são muito maiores do que você pensa. – Helena acerta uma bola de energia nas costas de Lili.


- Ai, essa doeu sua cobra. Acerta sempre pelas costas.


- Quem vai para aquele calabouço são você e aqueles seus amiguinhos ridículos.


- Não é só porque você me acertou que eu estou derrotada. Acho que você nunca viu uma ave dessas. – Lili estende o braço e Nemeses entra pela janela e pousa no braço de Lili.


- Uma… uma… - Helena não conseguia acreditar no que seus olhos lhe mostravam. – uma fênix negra, mas elas estavam extintas.


- Nemeses é a ultima de sua raça. E vai ser ela que dará um jeito em você.


Nemeses levantou vôo e cercou Helena com um campo de força prateado.


- Vamos Nemeses, temos que levá-la para o calabouço.


Lili desceu as escadarias com Nemeses e Helena em sua frente.


- Você conseguiu. Isso é um máximo. – falou Lulin.


- Sua fênix ajudou muito com os guardas. – disse Trian.


- Nemeses são meus olhos. – disse Lili. – Eu confio minha vida a ela.


- Isso é certo? – perguntou Don. – Não teria perigo de ela lhe trair?


- As fênix negras nunca traem seus donos. – falou Anlea.


- Milagre, Anlea também é cultura. – debochou Trian.


- Ah vai te catar Trian. – falou Anlea cruzando os braços e amarrando a cara.


Eles levaram Helena para o calabouço e a trancafiaram em uma cela que estava protegida por um campo de força que Nemeses havia feito.


- Agora tudo irá voltar como era antes. – disse Lulin feliz da vida.


- Finalmente. – deixou escapar Anlea.


As coisas no povoado melhoraram muito, as pessoas que viviam escondidas na floresta puderam voltar para suas casas e Lulin nomeou Merlinda a responsável pela felicidade do povo enquanto ela estivesse fora.


- Não se preocupe com as coisas por aqui Princesa. – falou Merlinda. – Cuidarei direitinho do povo.


- Tenho certeza que sim Merlinda. – Ela abraça a mulher.


- Foi bom conhecer você Lili. – disse Anlea a abraçando.


- Eu também gostei muito de ter conhecido você. – falou Lili retribuindo o abraço.


- Espero que volte, temos que acertar algumas coisas. – falou Trian apertando a mão de Lili.


- Pode deixar. Eu prometo que volto.


Don também apertou a mão de Lili.


Todos do povoado se despediram das guardiãs. Muitos levaram frutas, pães e doces para as moças.


- Até outra vez. – falou Lili abanando para todos, assim como Lulin.


As duas estavam de mãos dadas e Nemeses estava no ombro de Lili, muito bem acomodada.


- Quando entrarmos no arco fique falando a palavra Neufchâteau, não para por nada. – disse Lili.


- Ok.


As duas entraram no portal e começaram a rodar, quando pararam de rodar, elas estavam em uma sala mal iluminada e de paredes de pedras frias.


- Onde será que estamos? – perguntou Lulin.


- Não faço a mínima idéia. Mas esta sala é muito parecida com a sala de… *


 


 


N/A: Como eu sou malvada eu vou deixar vocês esperando pelo próximo capitulo Muahaaaaaaaaa :PPP


 

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