prólogo?
O barulho abafado do salto alto contra o carpete e uma voz se entreouvia através da porta entreaberta, em um tom de fúria , mas ao mesmo tempo, medo.
-Você não vai conseguir . Não tão fácil. Eu tenho seguranças! Eu tenho MUITOS seguranças!!! Não tão fácil.
Ela parou em frente ao homem e apoiou suas mãos no braço da cadeira, aproximando seu rosto do dele.
-Quais seguranças? Você quer dizer aqueles 5 inúteis que eu mandei pro outro lado em questão de minutos? Se aquilo eram seguranças, acho que deve rever seus conceitos. Bem, na verdade, não sei se terá tempo para isso.
O barulho do tiro foi seco, e rápido.
Ao sair pela porta, a ruiva, alta, dona de um corpo invejável, trajando um sobretudo até os joelhos bordô, e scarpins pretos, apenas guardou a arma no elástico especial na coxa, retirou as luvas justas de couro também preto e se pôs a caminhar até a saída da mansão, com uma expressão tranqüila no rosto, apenas pensando no que faria pra comer quando chegasse em casa.
Não, Líly Evans não sentia nenhuma espécie de dor, pesar ou mal ao matar. Era boa nisso. E aprendera em sempre explorar seus talentos, sendo eles quais fossem.
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-Merda!
Despertadores deviam ser extinguidos do mundo, com toda certeza. Ainda mais quando despertam às 7:30 da manhã porque você tem uma aula de direito civil. E quando você foi dormir às 4 da manhã porque quando saiu da casa da última vítima demorou a achar o carro, eles definitivamente deviam sumir.
Mas, o que ela podia fazer? Os 21 eram realmente uma idade difícil. Pelo menos para ela. Ou alguém aqui acha que matar à noite e ter que levar uma vida normal de dia é fácil? No way.
A ruiva se levantou preguiçosamente, se esticando toda, como uma gata. Arrumou a cama de casal, tomou um longo banho, o que a atrasou um pouco, mas nada preocupante, vestiu jeans e uma camiseta verde escura, normal. Penteou os longos e sedosos fios ruivos, e se dirigiu à cozinha, onde pôs o resto da louça do dia anterior na lavadoura e comeu qualquer coisa. Deu um bom dia bem animado ao seu gato. Shadow, também. Quando pegou as chaves do carro em cima do armário, definiu:
Amava a vida que tinha.
Tudo bem, mais horas de sono não iriam mal, mas , realmente gostava.
A faculdade, ia muito bem. “só não sei como” pensou, já que praticamente não estudava em casa. Não tinha muito tempo, culpa dos seus “trabalhos noturnos”. Outra causa de sua felicidade. Gostava de seu trabalho. Não que fosse uma serial killer, que amasse matar. Mas simplesmente não se importava, era como levar o lixo para fora. Apenas mais uma tarefa. É claro, havia horas em que se sentia de certa forma poderosa, mas nunca superior. Era apenas um trabalho, que pagava as contas. E muito bem, se sentiu obrigada a acrescentar. Porque, assassinas de aluguel não eram fáceis de encontrar em Londres, e , convenhamos, boas como ela, praticamente nenhuma.
Deu a partida no carro. Ligou o som, e deixou tocar.
Quando passou pela casa na qual entrara no dia anterior, sorriu internamente ao ver os carros de polícia. Mais um trabalho bem feito, julgara, pela face confusa da maioria dos policiais.
Ao chegar no edifício de direito da faculdade, estacionou o Land Rover preto.
Mais um dia de aulas.
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Não pode deixar de notar, durante a aula, os olhares do novo colega,que havia chegado por conta de um intercâmbio da França. James Potter, era seu nome. Até que era bonito, mas não era lá muito seu tipo. Talvez...simpático demais. É,essa palavra se encaixava bem. Parecia...feliz demais. Isso não a agradava. Ele não estava sendo verdadeiro, isso ela sabia. Aprendera a notar muito bem, nesses anos de prática para obter informações, quando eram verdadeiros ou não. E, lógico, também aprendera a mentir. Para seduzir, manipular e...facilitar o trabalho.
Entrou no carro e se preparou para dar a partida, quando o tal de Potter apareceu na sua janela, sinalizando para que baixasse o vidro. Assim o fez.
-Bom dia, Lily. É Lily, não é?
-Bom dia , Potter.
Ele sorriu,aqueles sorrisos de pasta de dente.
-Bom, -começou, com aquele sotaque francês – eu não conheço bem a cidade, poderia almoçar comigo? Sabe, e me explicar algumas coisas.
Meu celular tocou.
-Só um minuto. – olhei quem era no visor. Número desconhecido. E protegido. Trabalho, me veio logo à mente. Sorri para James, de modo falsamente decepcionado – Sinto muito, não posso. Talvez outra hora.
-Namorado?
Eu ri.
-Sem tempo pra isso. De qualquer jeito , bom te conhecer. Até. – acenei , dei a partida no carro e atendi o celular, enquanto via James se distanciar lentamente.
-Alô?
-Lily Evans?
-Depende. Quem é?
-Esperta, garota.meu patrão tem uma missão pra você.
-Nomes.
-Oliver Hudge.
-Hm...o famoso empresário? Não é que todo mundo tem seus inimigos?Quem é o alvo?
-James Potter.
Parei o carro. Odiava ter que fazer isso com quem conhecia, mas...
-Aceito, se pagar meu preço.
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