Renascido



Do autor: Estou precisando de um beta-reader, quem se habilitar: [email protected]
Do autor²: Espero realmente que gostem da fic ;D
Do autor³: Comentem e critiquem ;D

O sol já raiava quando Adam Levsk abriu a surrada e lascada porta de madeira do seu apartamento e tomou uma lufada de ar poeirento no rosto.

O apartamento estava do modo como ele havia deixado três semanas atrás. Os livros sobre o comportamento humano estavam espalhados por cima de uma mesa, e uma xícara de algo que lembrava café, mas que agora estava irreconhecível, estava apoiada sobre a mesa de tampo de granito. Os móveis estavam espalhados aqui e ali, e as janelas fechadas com pesadas cortinas de veludo.

Adam fechou a porta silenciosamente, pendurou o sobretudo e sentou no sofá puído nas bordas, levantando uma nuvem de poeira. Ele apoiou a cabeça nas mãos e fechou lentamente os olhos, tentando acalmar os pensamentos. Flashs da missão que ele acabara de cumprir ainda o perseguiam.

Ele sacou a varinha lentamente e fez um gesto longo e fluido, que abrangeu todas as janelas, fazendo as cortinas abrirem-se delicadamente.

Ele levantou, foi até a janela e observou o sol matinal erguendo-se sobre Londres. O sono pesava em suas pálpebras, mas ele não poderia dormir.

- Haverá tempo para dormir - murmurou para si mesmo, espantando o sono.

Um pássaro solitário passou a poucos metros da janela, soltando pios agourentos, que em nada melhoraram o ânimo de Adam. Havia menos de duas horas que ele havia matado uma inocente. Ele nunca se perdoaria por aquilo. Ele havia mandado uma bela mulher para os braços da morte. Uma inocente, que estava no lugar errado na hora errada. Morreu olhando nos olhos de seu assassino. Ele nunca esqueceria os calorosos olhos castanhos tornando-se sem vida, à medida que seu espirito deixava aquela existência.

Ele deu as costas para a janela e foi arrumar os livros que estavam sobre a mesa. À medida que fechava e colocava os livros no lugar, a dor ia aos poucos sumindo. Quando colocava o último livro em seu lugar, uma antiga estante de carvalho, algo se chocou com força na janela. Ele olhou assustado, os sentidos lentos pelo sono, e reconheceu uma coruja negra com marcas brancas na asa.

Ele correu em direção a coruja e retirou o pedaço de pergaminho de seu bico e viu ela levantar voo. Ele abriu o pergaminho mas sentiu que não conseguiria ler o mesmo sem acordar antes.

Adam abandonou o pergaminho em cima da mesa e foi preparar uma xícara de café. Minutos depois, com uma xícara de café fumegante na mão e totalmente desperto, ele se sentiu apto a ler o pergaminho. Ao ver o símbolo do Departamento de Mistérios no topo do pergaminho ele gelou e derrubou metade do conteúdo da xícara em sua perna. Praguejando, ele pegou a varinha e secou a calça novamente. Com a mão tremula, ele pegou o pergaminho e leu a mensagem que estava abaixo do símbolo, um aglomerado de fumaça negra, com um reluzente M vermelho-sangue por cima. A mensagem dizia

Caro sr Levsk,

V.S. está sendo intimada a comparecer no Ministério da Magia neste mesmo dia, às 8:00 em ponto, para ser interrogado sobre atividades suspeitas apuradas em nossas investigações. Lembre-se que o não-comparecimento ao interrogatório acarretará em prisão.

Atenciosamente;

Walter Tallghter

Chefe do Departamento de Mistérios

Adam sentou no sofá ainda abalado com a carta. "Atividades suspeitas?" ele pensou. Ele consultou o relógio e viu que o mesmo marcava 7:00 AM. Já estava quase na hora, e se ele saisse naquele momento, deveria estar no Ministério por volta das 7:40. Ele colocou o sobretudo e saiu do apartamento.

Continuou andando até chegar na porta do antigo prédiozinho, fora dos limites de seus próprios feitiços protetores. Ele poderia aparatar e chegar lá rapidamente, mas preferiu ir andando. À medida que andava pelas ruas recém-iluminadas, mais e mais trouxas de cara amassada apareciam nas ruas, a maioria xingando os horários de suas firmas ou perguntando-se por que continuavam naquele emprego miserável. Ele suspirou e continuou andando por Londres, passando por longas ruas e por vielas sujas e estreitas.

Exatamente às 7:45 ele chegou na entrada do Ministério para visitantes. Conseguiu o crachá e sentiu o frio na espinha causado por sua leve claustrofobia, à medida que a cabine de telefone afundava no subsolo. Admirou o amplo átrio por um instante e foi pesar a varinha. Como um bom matador de aluguel sabe, abandonar o seu único método de defesa não era nada prudente, e foi obrigado a confundir o bruxo da bancada. Depois, foi direto aos elevadores de grades dourada e desceu diretamente à sala de interrogatórios. Ele saiu do elevador calmamente e andou por um amplo e úmido corredor, todo feito de pedra, o que piorava ainda mais sua claustrofobia. Ao chegar diante da porta de carvalho polido, seu relógio já marcava 8:00. Ele bateu na porta e uma voz rouca berrou:

- Entre!

Ele colocou a mão cheia de cicatrizes na maçaneta de ouro, e a girou lentamente. Após se acostumar à luz das velas, ele gelou. Aquele rosto não poderia estar ali. Não mesmo. Ele observou com cuidado o rosto do homem sentado em um grande cadeirão de metal. Era impossível! Pois o homem sentado na cadeira de Walter Tallghter era ninguém menos que o homem que ele achava que tinha matado na noite passada.


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