O baile
15. O BAILE
De repente, tudo ficou claro. Tentava controlar a luz que entrava em seus olhos, mas parecia que não adiantava muito. Resolveu então continuar no escuro, era melhor do que acabar ficando cego pela claridade. Sua cabeça doía, como se uma festa estivesse sendo realizada dentro dela. Imagens da batalha final passavam por sua cabeça, sem que ele pudesse entender direito o que acontecera.
-Ele acordou! – ouviu uma voz conhecida exclamar, seguido de passos apressados.
Por fim, conseguiu abrir os olhos. Viu o teto todo pintado de branco, lençóis brancos, objetos e móveis brancos, paredes brancas, e se viu em roupas adivinha de que cor?! Sim, ele deveria estar no hospital. St. Mungos área particular, de preferência. Ao seu lado, uma ruiva o observava, atentamente.
-Gina...
-Eu te falei que não iria morrer! – disse ela, sorrindo ao mesmo tempo em que chorava.
Draco segurou fortemente sua mão, como se nunca mais quisesse ficar longe dela. E, na verdade, não queria mesmo. Olhou para o outro lado, na cama vizinha, onde encontrou uma cabeleira platinada totalmente espalhada pelo travesseiro.
-Salvei seu pai, Draco. Como você me pediu.
-Obrigado – respondeu ele, forçando um sorrisinho para ela, que logo se curvou sobre a cama e lhe deu um beijo – senti falta do seu gosto...
-Que gosto eu tenho?
-Chocolate.
-Chocolate adicionado a chocolate branco é igual... Uma coisa totalmente sem comparação.
-Também acho – respondeu Draco, rindo com o comentário da sua ruivinha e lhe dando outro beijinho.
“Acho que te amo” disse ele para ela, mentalmente.
“E eu tenho certeza”
Sorrindo, Draco olhou para a porta, para ver Harry e Rony parados na porta. Ambos os olhavam atentamente, como se querendo entender o que se passava ali.
-Olá, Potter. Weasley.
Os dois entraram no aposento, meio receosos. Rony estava um pouco vermelho, e Harry parecia estar calmo. Também pudera, ele acabara de derrotar Voldemort, tirando um grande peso de suas costas. Seu rosto estava sem expressão, e possuía apenas alguns cortes pelo rosto.
-Como está Malfoy? – perguntou Rony, timidamente.
-Bem, considerando o resultado final.
-Obrigado, Malfoy – disse Harry, enfim – Obrigado por ter me ajudado a acabar com Voldemort.
-Disponha, Potter. Quando precisar de alguém experiente em bruxos das trevas para acabar com um, pode me chamar – disse Draco, sorrindo e recebendo um sorriso em troca também.
-Nós já vamos indo – concluiu Rony, despedindo-se dos dois e caminhando em direção a porta, juntamente com Harry.
Ao que Draco olhou para Gina, viu que ela possuía os olhos vermelhos, os cabelos um tanto desgrenhados e estava prestes a recomeçar a chorar.
-Gina, o que foi? Não precisa ficar assim por mim, eu já estou bem, olha...
-Não é isso, Draco. É meu irmão.
-O ruivinho?
-Não, o loiro. Claro que o ruivo, besta!
-Fazia tempo que você não me chamava por nomes assim...
-Desculpa Draco – começou ela, deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos – mas eu não estou num dia muito bom hoje...
-Faz quanto tempo desde a batalha final?
-Dois dias. Harry te trouxe para cá antes que algo mais grave acontecesse. Mas o meu problema não é bem esse...
-Gina, o que aconteceu?
-Vão mandar o Gui pra Azkaban... – e foi aí que Gina começou a chorar, desesperadamente.
Draco, com um pouco de esforço, conseguiu se sentar, passando os braços em torno da namorada e afagando seus cabelos, para consolá-la.
-Draco... Você ainda me deve três favores...
-Qual é o primeiro?
-Quero... Que você... Não deixe meu irmão... Meu irmão ir preso...
-Gina... Eu não tenho controle sobre isso, você sabe...
-Por favor Draco... Use seu dinheiro... Por favor...
-Eu farei todo o possível. Prometo.
***
Cinco dias depois...
Gina ia todos os dias no hospital para ver Draco, e esperava ansiosamente que ele recebesse alta. O rapaz, mesmo deitado em um lugar extremamente branco, já começava a mexer seus pauzinhos para livrar o irmão da namorada da prisão, mas sem muito sucesso. Ela só o pressionava, afinal, trato é trato, e esse favorzinho (que na verdade valia pelos três) era parte do acordo dos dois.
-Conseguiu? – perguntou ela, assim que entrou no quarto.
-Ainda não. Gina... Posso te fazer uma pergunta?
-Claro.
-Por que você quer salvar seu irmão? Digo, ele queria te entregar para Voldemort na primeira oportunidade que teve, e você ainda quer salvá-lo.
-Mas ainda é meu irmão.
Draco continuou em silêncio, não sabia o que dizer. Deveria ser o maldito instinto grifinório dela, de salvar quem quer que fosse. Gina também ficou quieta, apenas observando o loiro a sua frente.
“Ainda que deitado em uma cama de hospital, ele continua encantador.”
-Draco, preciso te contar uma coisa.
-Diga.
-Eu...
Nesse exato momento, a enfermeira entrou no aposento, e Gina não pôde concluir a frase que tanto esperara para dizer. A moça entregou-lhe um envelope, assim como para Draco. O fez então assinar um papel, dizendo que ele estava livre para sair do hospital a hora que quisesse.
Com um breve feitiço, Gina arrumou todas as coisas de Draco, jogando-as rapidamente dentro de uma mala. Os dois caminharam para fora do hospital, e se despediram com um beijinho terno, indo cada um para um lado diferente.
***
“Srta. Ginevra Molly Weasley,
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts tem o prazer de convidá-la para o Baile de Fim de Ano, em comemoração ao declínio de Tom Riddle. Aproveitaremos também para inaugurar o novo e melhorado Castelo de Hogwarts, nos mesmos terrenos do antigo, às vinte horas da noite de amanhã. Ainda há tempo para arranjar vestes de gala.
Atenciosamente,
Alvo Dumbledore
Diretor de Hogwarts e novo Ministro da Magia Inglês.
PS: Gostou da novidade? Conto com sua presença, e Harry e eu não aceitamos não como resposta.”
“O que Harry tinha a ver com o tal baile?!”
***
Depois de ler a carta, Draco mandou uma coruja para Gina, e acabaram combinando de se encontrarem no baile, no horário marcado no convite. É claro, o dele não continha tal observação ao final. Ele estava na Mansão Malfoy, sozinho. Sim, a Mansão foi reaberta. Era triste viver sozinho ali, naquele palácio. Sozinho sim, pois seu pai fora parar em Azkaban e sua mãe fugira antes mesmo da guerra começar, logo após sua formatura.
Pegou sua mala, começando a desfazê-la, de volta em seu quarto. Com um feitiço, sua roupas foram sendo dobradas à medida que eram jogadas na cama. As últimas coisas da mala eras objetos pessoais: escova de dente, pente de cabelo, cartas desejando melhoras e um caderninho preto, que ele reconheceu imediatamente como o diário de Gina:
“Não, Draco. Eu não me importo. E eu não quero namorar com você. Eu já estou namorando com você, mesmo sem um pedido oficial. Não me importo com pedidos, me importo apenas com o que vivenciamos. E saiba que também aprendi muito nesse pouco tempo, até mesmo esse seu sorrisinho malicioso eu estou conseguindo imitar.
Draco, meu amor, eu tenho algo para te contar. Mas não é uma coisa que possa ser escrito assim, em um simples caderninho preto. É algo extremamente sério. Espero ter te deixado curioso o bastante.
Gina”
“Ah não! O que eu fiz agora?!”
***
O dia seguinte amanheceu ensolarado. Gina se levantou tarde, apenas para o almoço. Comeu e logo subiu, preparando-se para ir ao tal baile. Estava remexendo em seu baú, procurando por um vestido que ganhara de sua mãe, e que nunca usara. Se bem que ele parecia um vestido de casamento, todo branquinho. Mas, na falta de outro, ia esse mesmo. Arrumou sapatos e todos os outros acessórios, o que levou tempo, pois passou quase metade da tarde procurando-os dentro do baú.
Quando achou o que procurava, deixou-o sobre a cama, e foi tomar um banho. Teve que ficar mais ou menos uma meia hora na porta, esperando Fred sair. Mais uns vinte debaixo do chuveiro, e saiu. Ron e Jorge esperavam-na sair dali, impacientes, encostados na porta do banheiro.
O restante da casa, diga-se de passagem, estava um caos. Sua mãe corria de um lado para o outro, ajudando seus irmãos a se vestirem corretamente, ou arrumando a gravata de seu pai, que ele sempre teimava em deixar novamente torta. Ela ainda não tivera tempo de arrumar, e por isso podia-se ouvir seus gritos ecoando pela casa, mais do que sem paciência. Quando Gina olhou no relógio, viu que já era seis e meia. Teria que se apressar, pois sabia que seus pais gostavam de chegar cedo aos lugares, ainda mais em festas como essas.
Estava nua, com o vestidinho branco nas mãos, quando uma coruja bateu com o bico na sua janela. Não era a coruja negra de Draco, o que deixou-a mais curiosa ainda. Ela carregava um pacote, juntamente com um pequeno envelope:
“Gina,
Espero que goste do vestido, comprei-o especialmente para você. Ficarei muito magoado se você não o usar hoje à noite, nem que seja para dançar com Malfoy. Não se incomode, não foi caro e não é preciso fiar constrangida com esse presente. É apenas uma lembrançinha de amigo.
Harry”
Desembrulhou então o pacote, e encontrou o mais belo vestido que seus olhinhos já viram. Era de um rosa claro, com alguns brilhantes no decote, que era um tanto grande (“Se Rony ver o que o amigo mandou para sua querida e indefesa irmã... Acho que nem teria tempo de agradecer ao Harry”), com a calda um tanto longa, como uma moça de família deve usar, modelo tubinho, mas mesmo assim confortável, e sapatos do mesmo tom para combinar.
Sabia que Draco não iria gostar muito se a visse em um vestido daqueles, sendo que era presente de Harry, mas não queria fazer nenhuma desfeita com o amigo. Decidida, vestiu-se e colocou os sapatos. Estava linda (pelo menos era o que achava). Bem, qualquer um ficaria lindo em uma roupa daquelas.
Batidas na porta, deveria ser sua mãe. Gritou um “já vai” e passou uma maquiagem básica, discreta. Logo, saiu do quarto. Não era somente ela que estava se achando bonita, podia ver agora. Fred e Jorge assoviaram assim que a viram, fazendo-a corar, e Rony ficou mais vermelho ainda:
-GINEVRA VOLTE JÁ PARA O SEU QUARTO E COLOQUE UM VESTIDO COM MENOS DECOTE!
-RONALD WEASLEY PARE JÁ DE ATORMENTAR SUA IRMÃ!
Em conseqüência do grito da mãe, o ruivo ficou quieto, apenas observando o quão decotado estava o vestido de Gina. Fred estendeu-lhe um braço, e Jorge fez o mesmo, para que ela pudesse escolher. Fingiu pensar por um tempo, e acabou ficando no meio dos dois, enganchando neles com os dois braços. E assim saíram da Toca, prontos para uma boa noite de farra.
***
Draco passou seu melhor perfume, colocou sua melhor veste de gala e ainda lustrou seus sapatos de uma forma que nem mesmo trinta elfos domésticos conseguiriam. (N/A: gente, ele iria se encontrar com a Gina! Merece desconto, não é? Mas não se acostumem, o meu Draco não lustra seus sapatos todos os dias) Estava pronto para ver a namorada, depois de muito tempo.
Saiu de casa às sete e meia, e aparatou exatamente onde acabavam os feitiços anti-aparatação. Entrou nos terrenos do castelo, que agora estava bem mais moderno e deveria ter mais entradas secretas. Gostaria de ainda estudar ali, para poder encontrá-las. Olhou para a beira do lago, e viu uma cabeleira vermelha acenando para ele. Não que ele não gostasse do cabelo de Gina, mas era chamativo demais, na opinião dele.
Se aproximou, sorrindo e lhe agarrou, antes mesmo de a cumprimentar. Ela recuou um pouco, mas logo correspondeu.
-Olá, Gina – disse ele, usando seu sorrisinho sedutor.
-Não adianta fazer esse sorriso, Draco. Já fez todo o efeito que devia, não acha?
-Sim, mas nunca é demais reforçar.
Ela sorriu, e o puxou para dentro da nova Hogwarts. As paredes estavam nuas, sem quadro algum, e não eram mais feitas de pedra, o que sempre deixou o lugar mais frio. Era, agora, uma espécie de parede que sustentava o lugar. O modelo do castelo era o mesmo, e os lugares, pelos poucos que visitaram, não mudaram. Continuavam na mesma localização, o que obrigou Draco a descartar a idéia das passagens secretas. Gina olhava encantada e maravilhada para tudo, o que fazia com que o namorado às vezes revirasse os olhos. O salão continuava igual, exceto pela cor, agora azul claro. Os ruivos já estavam acomodados em uma enorme mesa, que deveria ter sido reservada especialmente para eles. Hermione, Harry, Neville e Luna estavam junto com os Weasley.
-Oi, Gina! – cumprimentou a amiga, levantando-se e a abraçando.
-Granger... É impressão minha ou você estava de mãos dadas com o Weas... Ronald?
Hermione corou, e Gina deu um leve cutucão nas costelas do seu loiro, que teve uma rápida contorcida. Ela sorriu, ao ver que Hermione concordara com a cabeça, não parecendo nem um pouco envergonhada (a não ser pelo detalhezinho de seu rosto estar vermelho, mas isso não conta).
Duas cadeiras estavam vazias, entre Harry e Neville, e Gina arrastou Draco até lá, meio que contra a sua vontade. Ele a olhou fixamente, dizendo-lhe via mente:
“Eu não vou deixar você sentar do lado deles, ah, mas não vou mesmo!”
“Por que não?!”
“Eu vou deixar a MINHA namorada sentar do lado de dois caras que ainda não tiraram os olhos do decote da MINHA namorada?!”
Gina deu uma pequena disfarçadinha, olhando para o lado, para ver os dois morenos quase babando enquanto olhavam para ela. Ruborizou, olhando novamente para Draco. Este lhe lançou um daqueles olhares de “eu não disse?!” que ele costumava fazer, e que ela tanto odiava. Mas mesmo assim ele ficava lindo. Se bem que, Draco Malfoy ficava lindo de toda e qualquer maneira.
-Nós vamos sair um pouco, voltamos já – anunciou Gina, segurando o braço do namorado e ainda observando Neville e Harry, que com sua declaração, acabaram de tira o olho do seu pequeno decote.
-Esperem mais um pouco – disse Harry, segurando o braço de Gina – eu ainda preciso dar um recado importantíssimo.
Draco puxou bruscamente o braço da ruiva das mãos de Harry, fazendo-o encará-lo novamente, dizendo em sua mente:
“É melhor ficar, Malfoy. O assunto é do seu interesse.”
-Certo. Ficamos mais um pouco, então – declarou ele, recebendo olhares um tanto acusadores da namorada.
-Sentem-se – disse o Sr. Weasley, mostrando os dois lugares vazios.
“Vamos Draco! Não faça desfeita!”
“Senta, Gina. Senta e deixa esse dois aí ficarem te olhando, quase te comendo com os olhos!”
Gina revirou os olhos, e acabou dizendo para o pai que preferia ficar em pé mesmo, recebendo um sorrisinho de Draco e vendo a expressão desapontada dos dois moreninhos.
A conversa ficava animada, e até Draco acabou se envolvendo no assunto. Percebeu que Harry levantara, disfarçadamente, e caminhara até a porta que levava para trás do palco improvisado de discursos. Cutucou Gina, e lhe mostrou o lugar vazio do menino que sobreviveu. Ela também não havia entendido o porquê de Harry ter saído assim, sem dizer nada a ninguém e nem pedir licença.
As cortinas se abriram, e Harry apareceu, chamando a atenção de todos os presentes, que fizeram silêncio absoluto. Então, ele começou a falar:
-Antes de mais nada, queria agradecer a todos por estarem aqui, festejando comigo a queda de Lord Voldmort – muitas das pessoas da platéia estremeceram, ainda tendo um pouco de temor pelo simples nome de Tom Riddle – e queria também agradecer ao maior diretor que Hogwarts já teve, Alvo Dumbledore – Draco revirou os olhos, ao ver a platéia aplaudir o professor, que acenara com a mão, recebendo assim uma cotovelada de Gina – por me deixar fazer esse simples pedido aqui.
Todos se entreolharam, e Gina sentiu um calafrio ao ouvir isso. O que será que harry aprontaria agora?!
N/A: ok, cap. um tnto 100 graça mas o prox. vai ser bom q eu garanto! ja estou trabalhando nle e ateh o ano novo eu posto certo???
continuem lendo!!
;D
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